sábado, 21 de janeiro de 2017

II. RAMAYANA - UMA EPOPEIA HINDU.



Hinduísmo. II. RAMAYANA - UMA EPOPEIA HINDU. Nesse momento, Shurpanaka não entendendo a ironia dos dois irmãos, partiu em direção à Sitadevi, disposta a matá-la, pensando em livrar-se d’essa rival e conquistar o amor de Sri Rama. Lakshmana, porém, tomado por súbita repugnância e em defesa da vida de Sitadevi e do respeito que Rama merecia, usou da espada e cortou o nariz e as orelhas dessa infeliz obsessora (importuna). Vendo seu rosto desfigurado pela espada de Lakshmana e, por esse motivo, não conseguindo remediá-lo com seu poder mágico, ela deu um horrível grito e desapareceu. Shurpanaka era a irmã do poderoso Ravana, o chefe dos demônios, que reinava em Sri Lanka e queria dominar o mundo, através da força e da degradação. Era também seu irmão Kumbhakarna, que estava sempre a dormir e, quando acordava, matava pessoas. Os terríveis demônios Khara e Dushana eram seus irmãos mais jovens. Vibhishana, seu terceiro irmão, entretanto, era uma alma piedosa, cheio de virtude e nada tinha a ver com seus outros quatro irmãos demônios rakshasas. Ravana tinha uma forma horrível, com dez cabeças e muitos braços, Era muito poderoso, em força física e em poderes mentais. Tão logo soube da aniquilação de milhares de rakshasas (demônios) e da desfiguração de sua malévola irmã, Ravana (que possuía uma forma horrível de dez cabeças, foi tomado de incrível ira, e com muito ódio prometeu vingança. Enviou seus irmãos Khara e Dushana (juntamente com milhares de demônios) para matarem Rama e Lakshmana. Todos foram imediatamente aniquilados pelos Príncipes irmãos. Isso apenas aumentou a ira de Ravana. que convocou a ajuda de um demônio chamado Marícha. Este, embora fosse muito mal, aconselhou a Ravana para não se indispor com os dois Príncipes residentes em Dandaka. Ravana não lhe deu ouvidos e ordenou-lhe participar do plano. Ora, Marícha dominava o poder de assumir qualquer forma que quisesse e de emitir qualquer som. Assim, durante uma manhã, enquanto estavam despreocupados coletando flores e frutos, um lindo cervo dourado apareceu nas imediações das cabanas de palha onde moravam Sitadevi com Seu esposo Rama  e Lakshmana, chamando Sua atenção. Sita, devido a Sua natural inocência, pediu a Rama que pegasse aquele lindo cervo, pois Ela o queria como animal de estimação. Sitadevi fora criada para ser uma princesa, como filha do Rei Janaka. Estava vivendo uma vida de provações, desprovida de quaisquer dos confortos a que estava habitualmente acostumada. Isso, já era demais para a pobre Sita, pensou seu esposo, que não media esforços para aliviar os inconvenientes a que sua amada estava submetida. Lakshmana desconfiou de que o cervo fosse Maricha disfarçado e comunicou este fato ao Irmão. Rama, entretanto, só pensava em satisfazer sua amada Sitadevi, e não ouviu os conselhos de Seu irmão mais novo. Enquanto Ramachandra saiu à procura do cervo, no intuito de satisfazer o desejo de Sua amada esposa, Lakshmana, permaneceu alerta, em defesa de Sitadevi. O cervo dourado era muito esperto, e não permitia ser agarrado pelo poderoso Rama. Ora, o cervo não era outro senão Marícha disfarçado, o qual levava Sri Rama  para local cada vez mais distante, para mais dentro da densa floresta. Em dado momento, Lakshmana e Sitadevi ouviram gritos de Sri Rama, pedindo por ajuda. Sitadevi ficou muito agitada e pediu a Lakshmana que fosse ao socorro de seu irmão mais velho. Lakshmana, todavia, ficou desconfiado, pois sabia que não era possível que o poderoso Rama pudesse estar correndo algum tipo de perigo e recusou sair de perto de Sua cunhada, pois prometera a seu irmão não abandoná-la em hipótese alguma. Sitadevi, devido ao grande medo de perder Seu amado, Rama, usando de palavras fortes, ordenou a Lakshmana que fosse ao socorro do irmão. Admoestou Lakshmana de que Ele estava interessado na morte de Sri Rama, para que Bharatta assumisse o trono. Lakshmana entendia que a confusão mental de Sita era apenas devido ao fato de que Ela não suportava a menor possibilidade de viver sem Rama, o Seu amado consorte. Assim, Lakshmana concordou em ir procurar Sri Rama, apenas para acalmar Sitadevi. Pois sabia que nada podia acontecer ao Seu irmão. Tomou seu arco e desenhou um círculo em torno da cabana onde moravam Sita e Rama, pedindo-lhe que por hipótese alguma, cruzasse o círculo para fora ou o apagasse deixando alguém entrar na casa, dizendo-lhe que Ela era protegida do semi-deus do fogo, Agnideva e que se alguém tentasse cruzar o círculo seria imediatamente reduzido a cinzas. Após partir, Lakshmana entrou na floresta à procura de Sri Rama. Assim que Lakshmana partiu, aproximou-se da cabana de Sitadevi um brahmana mendicante de aparência gentil e pacífica. Ele indagou de Sita se esta poderia dar-lhe algo de comer. O brahmana parecia muito meigo e puro, falando sempre de maneira humilde, com as mãos postas, fato este que induziu mãe Sitadevi a recebê-lo, e fazer-lhe alguma caridade. Permitindo que o gentil sacerdote entrasse em sua casa (ao apagar o círculo que a protegia). Ela apenas agia de acordo com as injunções das Escrituras Sagradas, motivada pela bondade e pureza de Seu coração. Tão logo entrou na cabana de palha, o brahmana de imediato revelou sua real identidade e intenção. Ele era o terrível demônio Ravana, que tinha diante de si a delicada e gentil Sitadevi, a origem de todas as virtudes femininas. A personificação da inocência e da pureza. Depois de apreciar a beleza de mãe Sita, Ravana demonstrando desejo e luxúria em se tornar Seu esposo, raptou-a, levando-a em sua aeronave vimana. No caminho, foram interceptados por Jatayu, um poderoso e fiel amigo de Rama, que, para proteger Sitadevi, travou uma heroica e mortal luta com Ravana. Jatayu, lutou bravamente, infligindo golpes certeiros no adversário. Com muita força e destreza, Jatayu cortava os muitos braços do rakshasa, mas logo em seguida outros braços surgiam, como se fossem serpentes venenosas que, feroz e desesperadamente, emergiam de um formigueiro prontas para atacar o que estivesse pela frente, movidas por dor e loucura. Jatayu, contudo, sentindo o peso da idade,  finalmente caiu, mortalmente ferido pelo cruel Ravana. Após ferir gravemente o bravo e fiel Jatayu, Ravana, o líder dos demônios, agarrou Sitadevi violentamente pelos braços e levou-a consigo. Todos os seres na floresta de Dandaka sentiram imensa e súbita angústia. Os sábios nos mosteiros ficaram aflitos, as aves e animais ficaram todos nervosos, a brisa parou por completo e o Sol escondeu seu brilho. Maus presságios, caíram sobre Dandaka, quebrando sua paz e harmonia. Toda a Natureza se entristeceu, pois tudo e todos mergulharam na mais densa escuridão. Sri Rama, exausto pelos truques do cervo dourado, parou por um instante. Sem pensar por alguns segundos em Sita, Ele pôde verificar a verdade sobre o cervo. Descobriu de imediato que este era não outro senão o próprio Maricha disfarçado. Isto foi suficiente para que mudasse de ideia sobre pegar o cervo vivo, sem machucá-lo. Então sacou de Seu arco e flecha e disparou uma flechada certeira, matando Maricha imediatamente, o qual, pouco antes de morrer, revelou sua forma como um horrível demônio e deu um grito muito alto pedindo ajuda, numa voz  parecida com a de Sri Rama. Foi este o pedido de ajuda ouvido por Sitadevi e Lakshmana. Rama pensava em Sitadevi, e do perigo que ela estava exposta. Pensou no grito dado pelo demônio, imitando sua voz e de como isso poderia afetar Sua esposa e Seu irmão. No caminho de volta à sua cabana, Ele encontrou o Seu amigo Jatayu, mortalmente ferido, que contou-lhe sobre o rapto de Sitadevi pelo rakshasa Ravana. Após narrar o incidente, Jatayu deu um suspiro, seus olhos fixos em Sri Rama e seu semblante feliz, pois tinha diante de si, o objeto de sua eterna meditação. Jatayu morreu nos braços do seu amado Rama, e assim foi elevado ao Reino Espiritual, de onde jamais retornaria. Logo após executar as cerimônias de cremação do corpo de Seu fiel e devotado amigo Jatayu, Rama, no caminho de casa, encontrou-se com seu irmão. Conversaram sobre os acontecimentos e retornaram para o local de suas choupanas, na expectativa de encontrarem Sitadevi. Durante o percurso, os dois irmãos observavam os sinais não auspiciosos (de desordem e tristeza) que encontravam na floresta. A apreensão deles apenas aumentava. Finalmente ao chegarem, o local estava vazio. O círculo feito por Lakshmana estava rompido e Sitadevi lá não estava. Sri Rama em grande lamentação perguntava a seu irmão “Onde está Sitadevi, a rainha do território Videha ? Onde está a bela Sita, a origem de todas as virtudes, que segue-me por todos os lugares, que é Meu próprio pensamento e mais importante que minha própria vida? Oh Lakshmana”. Após ser consolado por seu irmão mais jovem, os dois Príncipes, filhos de Dasharatha, adentraram na floresta, em busca de Sitadevi. As árvores, os animais, as montanhas e até os insetos davam dicas, sobre a provável direção que Ravana, o líder dos espíritos malévolos, tinha levado a Princesa de Mithila. Em suas buscas, os dois valentes e virtuosos Príncipes encontravam todo tipo de demônios, ocupados em barrar-lhes o caminho. À medida que caminhavam, Rama e Lakshmana destruíam esses rakshasas aos milhares. Encontraram, então, um ogro de forma monstruosa,  chamado Kabandha que, após ser mortalmente ferido, narrou sua história aos dois irmãos. Kabandha, numa vida passada, tinha uma forma bela, devido à sua bondade, penitências e caridade aos demais. Era, todavia, brincalhão e irreverente e gostava de assumir uma forma monstruosa para assustar e fazer gozação com as pessoas. Um dia, aproximou-se de um Rishi (com o propósito de assustá-lo), chamado Sthulashira, que era austero e rígido em seus princípios. O Rishi não ficou assustado com a forma monstruosa de Kabandha, entretanto, não gostou nem um pouco de sua irreverência e castigou-o com a seguinte maldição: “Você vai permanecer por muitos anos nessa forma monstruosa”. Kabandha desculpou-se do Rishi dizendo que era apenas uma brincadeira. O Rishi acedeu, dizendo. “Tudo bem, eu aceito suas desculpas. Então eu o abençoo a que, após muitos anos nessa forma monstruosa, um dia, numa floresta distante, após ser cremado pelo Divino Rama, você assumirá sua forma original, e, mais que isso, retornará ao mundo espiritual”. Após contar sobre sua vida, Kabandha disse reconhecer em Sri Rama, aquele mesmo Rama que o Rishi havia prometido, em sua bênção. Ao dar seu último suspiro e depois de ter seu monstruoso corpo cremado pelos dois irmãos, Kabandha, surgindo das labaredas do fogo, apareceu em sua forma originalmente bela e refulgente, e aconselhou ao Senhor Ramachandra para procurar Sugríva e ensinou o caminho à chegar até o mesmo, pois ele seria de grande valia, na busca por Sitadevi. Depois disso, Kabandha alcançou a liberação desse mundo. Sugríva era um valoroso e justo Rei, chefe dos hominídeos, gorilas e macacos que viviam próximos ao Lago Pampa, aos pés das Montanhas Rishyamuka. Após raptar a bela e casta Sitadevi, Princesa de Mithila e esposa de Rama, Ravana, o poderoso rakshasa, levou-a até seu reino, situado no Sri Lanka (antigo Ceilão). Ao chegar, ele foi recebido por toda a cidade que em festividades comemorava a chegada de seu líder. Todas as ruas e avenidas estavam repletas de demônios rakshasas, exultantes e embriagados por vários tipos de bebidas e substâncias inebriantes. Depois de ser saudado por seus seguidores nas avenidas de sua capital, Ravana, orgulhoso de ter Sitadevi como seu troféu, dirigiu-se a seu palácio, onde foi recebido pela corte de demônios de toda espécie. Lá, ele tentou conquistar a simpatia de Sitadevi, primeiro oferecendo-Lhe muitos presentes valiosos, como joias e palácios. Depois falou de si mesmo, se auto elogiando, tentando convencê-la de que ele poderia ser um esposo adequado. Sitadevi, que em nenhum momento sequer parava de pensar em seu amado Rama, recusou todas as propostas do repugnante Ravana, dizendo-lhe que Ela tinha apenas Seu esposo em pensamentos e dentro de Seu coração. Rama era Sua mente, Sua alegria e Sua vida. Ela era Sua companhia constante e os votos de fidelidade que tinha para com Seu amado esposo, eram o motivo maior de Sua vida. Ravana ficou muito irado, e disse-lhe: “Você, é muito bela, mas também muito tola. Jamais verá novamente Esse Seu Rama. Eu pessoalmente O matarei. Depois disso, para demonstrar minha compreensão e tolerância, darei um período de doze meses, para que Você, observe Sua viuvez e tire de Sua mente a imagem d’Esse herói, que já estará morto. Sitadevi, que também era a personificação da castidade feminina, ocupava-se apenas em permanecer, dia e noite, sentada no bosque de ashokas, sem nada comer, apenas mantendo Sua devoção e amor, dedicados a Sri Rama, em profunda meditação. Mas eu advirto: caso Você não me aceite como esposo, prometo que entregarei Você a meus queridos amigos, eles cortarão Seu corpo em pedacinhos, e eu terei o maior prazer em comê-los num suntuoso banquete!”. Ravana, então, ordenou a seus subordinados que levassem Sitadevi para o bosque de árvores ashokas que circundava o palácio, pois Sitadevi recusava em aceitar a hospitalidade, o teto, os alimentos, objetos ou qualquer facilidade, proveniente de uma criatura tão baixa e vulgar, como esse demônio Ravana. Sitadevi sequer levantava Seus belos olhos de lótus, para olhar a figura de um ser tão repugnante.  Dirigindo-se para o Lago Pampa, Rama e Lakshmana cruzaram florestas muito densas, sempre seguindo a direção indicada por Kabandha, que tinha finalmente obtido sua forma original e a liberação desse mundo material de provações e aprendizado. Cruzaram florestas de árvores suntuosas em flores e frutos até chegarem, após vários dias de caminhada, às margens do Lago Pampa. Lá, encontraram o mosteiro (ashram) de uma poderosa, sábia e santa senhora, chamada Sháberi. O mosteiro era completamente inacessível. Ninguém nele poderia penetrar, sem consentimento interno. Sri Rama e Lakshmana foram recepcionados pela bondosa Sháberi, que os recebeu com devoção e humildade, lavando seus pés, as mãos, e oferecendo-lhes todo o tipo de flores e frutos. Após esse encontro, Sháberi atingiu o mais alto grau de perfeição espiritual e os dois irmãos seguiram viagem, rumo à margem oeste do Lago Pampa. Chegaram finalmente à base da Montanha Rishyamuka, território do reino de Sugriva. Sugriva tinha um irmão chamado Váli, o qual tinha tomado seu reino, e o condenado ao exílio. Vali era de mentalidade demoníaca e tinha acordos com os ogros. Rama e Lakshmana ajudaram Sugriva a derrotar Váli que pereceu na batalha e entronaram Sugriva em seu direito genuíno ao trono, trazendo finalmente a paz aos habitantes de Rishyamuka. Sugriva e seu amigo Hanuman tornaram-se os mais fiéis e devotados amigos de Rama e Lakshmana. Após ouvirem as desventuras dos Príncipes de Ayodhya, desde o exílio até o rapto de Sitadevi, decidiram ajudar na recuperação da Princesa de Videha, a amada consorte do Senhor Rama. Sugriva sentiu simpatia pelos Príncipes irmãos, pois Eles tinham uma história em muitos aspectos semelhante a sua. Gradativamente, a amizade entre Sugriva e Hanuman para com Sri Rama e Lakshmana, cresceu até se transformar em pura devoção. Hanuman era mais que um amigo, era um devoto fiel, tendo Sri Rama como seu amado Senhor. Constantemente meditava em Sita-Rama e os tinha sempre em sua mente e em seu coração. Hanuman, o maravilhoso e sábio homem macaco, depois de alguma procura, descobriu o paradeiro de Sitadevi em Sri Lanka (antigo Ceilão). Chegou à cidade, e matou muitos ogros. Ao encontrar Sitadevi no bosque ashoka, deu-lhe um anel, dado por Sri Rama para ser identificado por ela como um amigo e aliado confiável. Hanuman contou-lhe sobre a chegada iminente de seu amado esposo, dizendo-lhe que ficasse confiante, pois sua liberdade estava próxima. Hanuman foi então surpreendido por alguns demônios e teve que lutar com eles. Depois de matar algumas dezenas de ogros, Hanuman fugiu do palácio de Ravana e retornou para Rishyamuka. Ao chegar, prestou suas reverências ao Senhor Ramachandra e contou-lhe onde tinha encontrado Sitadevi, que estava bem, apesar de muitos dias sem se alimentar. Planos foram urgentemente feitos para a invasão ao Sri Lanka, terra do impiedoso Ravana. Ao chegarem às margens do oceano, ao sul do subcontinente indiano, Sri Rama, ordenou ao Oceano que drenasse suas águas ao nível mais baixo possível. Feito isso, milhares de macacos e hominídeos (família de animais primatas que compreende o homem e seus ancestrais), começaram a construir uma fabulosa ponte, colocando imensos blocos de pedra sobre o leito do estreito marítimo que separa os dois reinos. Com a maior brevidade possível, Sri Rama, Lakshmana, Sugríva e Hanuman (ajoelhado), juntamente com os outros macacos, estavam diligentemente empenhados na construção da  ponte que os levaria a  Sri Lanka. Em seguida o exército de hominídeos e macacos, liderados por Sugriva e Hanuman, em companhia de Sri Rama e Lakshmana, cruzou o estreito que separa Sri Lanka da Índia, invadindo de surpresa a cidade governada pelo maligno Ravana. A batalha foi um evento épico, de proporções inimagináveis. Os macacos liderados por Sugríva e Hanuman, atacaram os ogros aos milhares. Muitos macacos pereceram, mas todos os ogros foram exterminados.  Após a grande batalha, Sri Rama abençoou os macacos e heróis que combateram de seu lado e haviam perecido em combate. Como que despertando do sono, todos eles retornaram à vida e não houve lamentação de perdas. Também não havia feridos entre aqueles que combateram ao lado de Sri Rama. Os ogros mortos em combate, ascenderam à planetas celestiais (onde teriam uma chance de regeneração), pois embora houvessem lutado contra Sri Rama, pereceram em sua presença, e isto, por si só, era um grande merecimento. Ravana e outros que pereceram diretamente pelas mãos do Divino Rama, foram imediatamente transferidos à esfera espiritual. Pois, garantem os Vedas, sendo o Senhor transcendental às dualidades materiais, não há qualquer diferença entre Sua Ira, Seu Amor, Compaixão etc. Seu toque imediato é suficiente para aniquilar todas as reações advindas do karma ou maus hábitos. Dessa forma, mesmo sendo um terrível demônio, se alguém for tocado diretamente pelas mãos de Sri Rama, ou morto por ele, alcança a mesma destinação das almas mais perfeitas. O Senhor Rama sentiu grande alívio ao resgatar Sua amada Sitadevi. Todos os sábios e rishis, os cidadãos do globo, semideuses  e todas as criaturas estavam igualmente aliviados. A Paz e Harmonia estavam restabelecida. Vibhishana, o piedoso irmão de Ravana foi entronado como Rei do Sri Lanka. Todos os cidadãos justos de Sri Lanka, que tinham fugido para as florestas durante o reinado de Ravana, retornaram para suas cidades, felizes por um recomeço promissor. Sri Rama, matou Ravana num único combate, sem qualquer possibilidade para uma vitória do Demônio. Todos os espíritos malignos foram aniquilados do globo inteiro.  Sri Rama recebeu de presente dos semideuses um vimana chamado Pushpaka. Juntamente com Srimati Sitadevi, Lakshmana, Hánuman, Sugríva, Vibhishana e outros, Ele voou de volta para Ayodhya, parando antes no mosteiro de Bharadwaja, de onde enviou Hanuman para avisar Seu irmão Bháratta de Sua iminente chegada. Bháratta e todos os cidadãos de Ayodhya finalmente ficaram felizes com a chegada de seu Rei, Ramachandra. Kaushálya, sua mãe, e outros membros da família real estavam igualmente felizes. Bháratta pessoalmente fez todos os arranjos para a coroação de Seu irmão como o devido Rei de Ayodhya. No momento da coroação, diante da assembleia de sábios, rishis, semideuses, membros da família, príncipes, reis e convidados, alguns críticos super zelosos (membros da classe sacerdotal, como sempre) recriminavam Sri Rama por ter aceitado Sitadevi, depois dela ter ficado algum tempo distante, sozinha à mercê de um demônio. Havia certa dúvida sobre a castidade e intocabilidade de Srimati Sitadevi. Esta, diante de todos, sentindo-se ofendida e ultrajada em sua honra, resolveu entrar nas chamas do fogo de sacrifício (agni-hotra) disposta a abandonar sua vida, pois não suportaria ver seu amado Rama ser criticado, diante de seu próprio infortúnio. Ao entrar no fogo do sacrifício que estava prestes a iniciar, todos ficaram chocados com a determinação de  Sita, estavam em desespero, o horror estampado em suas faces. Então de súbito, o próprio semideus do fogo, Agnideva, saiu das chamas, carregando em seus braços, intocada pelo fogo, a bela e casta Srimati Sitadevi, a Rainha de Mithila e origem de todas as virtudes. Todos ficaram maravilhados de que Sitadevi não tivesse sofrido nada, mesmo estando no meio das chamas de onde o próprio Agnideva, estava emergindo. Certamente que este era um sinal auspicioso, que demonstrava a pureza de Sita. Sri Rama abraçou Seu devotado amigo Hanuman, ao enviá-lo para Ayodhya, onde este levaria as boas notícias do resgate de Sitadevi e avisaria a todos da iminente chegada de seu Senhor. Agnideva pessoalmente testemunhou sobre o caráter impoluto de Sita, sua indubitável castidade e fidelidade a Seu amado Rama, assegurando a todos que ela, jamais fora realmente tocada por Ravana e contou o seguinte episódio. Quando Lakshmana fez o círculo protetor, em volta da cabana de palha e foi a procura do seu irmão, Rama, Ele invocou Agnideva (com mantras) para supervisionar aquele círculo e queimar qualquer um que o cruzasse. Agnideva, confessou, que fez mais que isso:  Ele retirou Sitadevi daquela cabana e em Seu lugar colocou uma cópia perfeita (shaya), levando Sita para uma esfera superior em companhia de algumas senhoras celestiais. Embora a forma de Sita tenha sido raptada pelo demônio Ravana, e não a Sita verdadeira, esta forma, não obstante, também permaneceu casta e pura, não tendo tido qualquer contato íntimo com o demônio. No momento que Sri Rama, em Sri Lanka, se aproximou de Sitadevi, a qual estava sentada no jardim de árvores ashokas, Agnideva resgatou a cópia (shaya), devolvendo a verdadeira Sita ao Senhor Ramachandra frações de segundos antes deste chegar, concluiu o Semideus. Todos ficaram extremamente felizes (inclusive os críticos sacerdotes), pois no futuro, ninguém poderia lançar a mais tênue dúvida sobre o caráter e pureza da gloriosa Senhora do Território dos Videhas, a filha do Rei Janaka e consorte do inigualável e divino Sri Rama. Ayodhya permaneceu por muito tempo sob o Reinado do Senhor Rama. Toda a harmonia espiritual própria desta era auspiciosa (o Treta-Yuga) foi completamente experimentada, após um hiato de desarmonia, causado pela tentativa de se estabelecer o caos, nesse período caracterizado por plena ordem material e espiritual. Prevendo essa tentativa de trazer degeneração precoce à Treta-Yuga, uma era de absoluta harmonia, o Senhor Rama apareceu, para proteger as pessoas virtuosas e restabelecer os princípios da religiosidade Após terminar Suas atividades manifestas neste mundo, o Senhor Sri Ramachandra, tornou-se invisível e retornou para a esfera espiritual eterna, com toda a Sua corte, parafernálias, amigos e amados (energias shaktis) empregadas em Sua gloriosa manifestação na Terra. A encarnação de Rama se deu antes do final do continente de Atlântida, que afundou em meados de 10.986 AC. https://www.thoth3126.com.br. Abraço. Davi.

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