quarta-feira, 19 de outubro de 2016

II. REFLEXÕES SOBRE O CULTO DA IGREJA.



Cristianismo. Texto de Geoffrey Hodson (1886-1983). II. REFLEXÕES SOBRE O CULTO DA IGREJA. Capítulo três. Grandes possibilidades existem em cada um de nossos serviços; porém, só uma congregação treinada pode esperar atingi-las. Quão maravilhoso seria se em cada Igreja houvesse um crescente grupo de pessoas dedicadas a tarefa de melhorar e aperfeiçoar suas capacidades individuais de servos espirituais do Senhor, e de aprender a servi-lo como uma congregação numa perfeita fusão dos seus diversos temperamentos e faculdades! Os resultados seriam então os mais esplêndidos possíveis e o fluxo de bênçãos cresceria diariamente em riqueza e potência, para o auxílio do mundo. Nossas igrejas se tornariam centros de poder, força e bênção. A vida das nações seria acelerada. As grandes reformas, tão urgentemente necessárias e tão retardadas, seriam apressadas. O princípio crístico da nação refulgiria e levaria seus condutores a evoluírem e adotarem medidas para a minoração do sofrimento, a eliminação da crueldade sob todas as formas, e a gradual melhoria do padrão de vida da nação. Tal é, em parte, a grande oportunidade que a Igreja coloca ante nós, como membros da congregação. OS OLHOS DA ALMA. “Assim que o Evangelho é anunciado, todos cantam o seguinte, fazendo o sinal da cruz com o polegar da mão direita sobre a testa, lábios e peito, sucessivamente: Glória a Ti, ó Senhor”. A LITURGIA DA IGREJA CATÓLICA LIBERAL. Nesta instrução nossa atenção é dirigida para a importância do sinal e palavras de poder, ambos os quais têm um lugar definido e distinto na cerimônia. Há um estágio no desenvolvimento oculto, em que a voz se torna um canal para certas forças definidas. Este estágio é atingido em toda a plenitude somente quando são vivificados os centros de força ocultos da contraparte mais sutil do corpo. Estes centros de força existem em sete pontos do corpo, um dos quais na garganta. Este, quando ativo, assemelha-se mais a uma flor trepadeira filamentosa, semelhante a uma chama, projetando-se da espinha dorsal como uma flor de sua haste. Na condição normal de não desperto, é visível em seu contorno, estando o centro cheio de uma substância semelhante a medula. Este é o centro criador, mais elevado, no corpo humano, e quando está ativo, o poder do som pode ser usado para criar e animar formas que agirão como canais para influências e como agente do poder. Podem ser então liberadas forças mais elevadas e a voz se torna um veículo para o imenso e potente poder criador da mente e da vontade. Além disso, diz-se que a abertura desse centro nos dota da faculdade de clariaudiência (ato ou faculdade de ouvir, especialmente em um estado de transe, sons além do alcance natural do ouvido). O sinal da cruz, feito da forma prescrita nesta parte da cerimônia e com intenção, abre temporariamente o centro de força da garganta. Por esta razão nunca devemos fazê-lo de maneira negligente, bem como nenhum outro movimento no cerimonial. Poucos de nós, no presente estão preparados para ter nossos centros de força permanentemente abertos porque tornar-nos-íamos prematuramente suscetíveis a influências de inteligências e poderes super físicos; e assim, misericordiosamente, estes órgãos sensoriais da alma estão fechados. Podem, entretanto, ser temporariamente estimados com segurança, servindo assim de canais às energias super físicas. Esta estimulação é feita de várias maneiras, uma das quais é o uso cerimonial de símbolos e palavras de poder, como as prescritas na passagem da Liturgia Católica Liberal, citadas no início deste capítulo. A abertura do centro da garganta, neste ponto do serviço, tem espiritualmente um efeito acelerador e estimulador sobre nós e capacita-nos a participar mais efetivamente da cerimônia a seguir. É da maior importância que, ao lado deste desenvolvimento que temos o privilégio de receber da Igreja, pratiquemos o domínio da linguagem, para que não usemos mal da dádiva que nos é assim dada. A antiga regra relativa ao domínio da linguagem é a de que antes de falar, inquiriremos de nós mesmo se o que vamos dizer é necessário, amável, delicado e verdadeiro. Também existem centros de força entre os olhos e o coração. Estes também devem ser vivificados pelo sinal cerimonial da cruz feito sobre eles. O centro entre os olhos, quando aberto, aumenta o raio de nossa visão, adicionando-lhe a qualidade de compaixão divina. Algumas vezes é chamado a Rosa Mística, que floresce no coração. Ainda que se assemelhe a uma linda flor construída de luz de ardentes correntes coloridas, a verdadeira interpretação do simbolismo da Rosa Mística é o que representa o desabrochar do amor e compaixão divinos no coração humano. Este desabrochar pressagia o nascimento do Menino Cristo, que necessita nascer antes no coração de cada homem, para ele penetrar no reino dos céus. Por uma exata e apropriada observância da instrução que nos dá a Igreja, podemos apressar a hora dessa grande consumação. Um dia aquele Menino Cristo em cada um de nós crescerá até “a medida da estatura da plenitude de Cristo”, a de nossa parte nós nos tornaremos Salvadores de homens. O propósito da religião é auxiliar-nos a atingir rapidamente a grande meta e guiar e inspirar-nos na caminhada da Senda que conduz ao preenchimento da vida. OS SANTOS ANJOS. “Vós, Vigilantes e Santos. Brilhantes serafins, Querubins e Tronos. Entoai o alegre canto – Aleluia! Clamai Dominações, Principados, Poderes, Virtudes, Arcanjos, Coros de Anjos. Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia. Ó mais elevado que o Querubim. Mais gloriosos que o Serafim. Dirigi seus louvores, Aleluia! Tu, misericordiosíssimo, exaltai o Senhor. Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia. Respondei, vós almas em repouso infindo. Vós, Patriarcas e Profetas benditos, Aleluia, Aleluia. Vós, os Santos Doze. Vós poderosos Mártires. Todos os Santos, triunfantes entoais a canção. Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia. Ó amigos, alegremente cantemos. Supernas antífonas repetindo, Aleluia, Aleluia. Ao Deus o Pai, ao Deus, o Filho. E ao Deus o Espírito, Três em Um. Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia”. Este glorioso hino nos proporciona o mais poderoso meio de nos ligar aos santos anjos. O primeiro verso dirige nossa atenção para as grandes hostes das nove ordens da hierarquia dos anjos; se pudermos cantar este verso com conhecimento, realização e poder, estabeleceremos indubitavelmente laços definidos com eles e asseguraremos a sua cooperação em todo o nosso trabalho. O pensamento subjacente no segundo verso leva-nos ainda além das grandes nove ordens de anjos. O terceiro verso alça-nos à presença da bendita comunhão dos Santos, enquanto que o quarto verso une Santos anjos e homens no culto à Santíssimo Trindade. O hino todo poderia ser muito proveitosamente utilizado para meditação particular. Certamente é necessário meditar sobre ele, obtendo algum conhecimento de seu poder e significância antes de poder cantá-lo com pleno efeito. A meditação definida num ritual, na preparação para seu uso como parte de um cerimonial, é de grande valor para cada um de nós. Por tal meditação preparatória podemos descobrir a realidade além das palavras; então, quando o recitamos ou cantamos juntos num ato de adoração conjunta, podemos esperar produzir os resultados máximos, tanto na realização interna como na irradiação das bênçãos sobre o mundo. O contato com a consciência angélica é um privilégio de inestimável valor. A cooperação angélica torna tudo o que tentamos fazer nos mundos espiritual e material, muito mais vital e potente do que o poderia ser, de outra forma. Numa recente ocasião, quando o autor tentava observar o efeito produzido nos mundos ocultos durante o canto deste hino, pareceu-lhe que durante os dois primeiros versos tínhamos nos tornado definidamente ligados aos representantes de grandes ordens de anjos que foram atraídos pelo e para o nosso trabalho. Haviam voltado sua atenção para nós, e se unido o mais intimamente possível. Depois de termos cantado o terceiro verso, os anjos que haviam estado cantando conosco, e que estavam voltados para a união e cooperação, retiraram sua atenção de nós, silenciosamente, e curvaram-se na mais profunda reverência aos membros da Grande Fraternidade Branca a quem era dirigido. O autor estava grandemente impressionado pela mudança de atmosfera produzida por esse verso. Por um momento transferimos nossa atenção do reino angélico para o super humano, e isto nos permitiu acompanhar a mudança de consciência e do grau de vibração que ocorria na Igreja. No quarto verso, a totalidade de poder evocado pelo hino ascendeu numa poderosa e multicolorida torrente de adoração fundida de anjos e homens às Três Pessoas da Santíssima Trindade, a quem é dirigida. Nos mundos mais elevados, coros de anjos cantavam com seus irmãos da Terra, de forma que um glorioso hino de adoração e louvor irrompeu-se com a torrente ascendente em direção ao próprio trono de Deus. Somente foi obtido como resposta o mais simples lampejo desta glória oculta e do derrame de bênção de nosso Pai, porém isto constitui uma promessa de coisas muito maiores, de realização e expansão espirituais que a Igreja oferece a todos os que aceitarem os tesouros que dá a seu povo com tão pródiga beneficência. Certamente, nós, os da Congregação, deveremos nos esforçar ao máximo para obter a expansão de consciência que trará está maravilhosa vida interior e beleza oculta par nossa experiência pessoal. As hostes angélicas parecem viver continuamente nesta grande realização. Não perderam, como nós, o senso de unidade com Deus e com tudo o que vive. A unidade de ideal, de pensamento e de ação é extraordinariamente inerente à hierarquia angélica. Os anjos fundem suas vontades, seu conhecimento e seu amor tão intimamente, que suas consciências quase se assemelham à dá alma – grupo de reinos animal, vegetal e mineral da Natureza. Nossa evolução humana difere da sua a este respeito; nossa peregrinação conduz-nos a um estágio de mais profundidade nos mundos materiais, e nosso enclausurar em corpos formados de matéria física inevitavelmente produz sensação de separação entre um e outro e de Deus. Livro O Lado Interno do Culto na Igreja. Abraço. Davi.

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