segunda-feira, 24 de outubro de 2016

I. RAJA YOGA - PREFÁCIO DA EDITORA E DO AUTOR.



RAJA YOGA I. PREFÁCIO DA EDITORA. A ciência e a tecnologia aplicadas ao mundo objetivo libertaram-nos das superstições e limitações do período medieval, dando início às eras espacial e nuclear. Contudo, o poder que a bomba atômica trouxe-nos, por mais que prove inquestionavelmente uma certa  superioridade que esta civilização conquistou no domínio sobre a matéria, também acentua e evidencia desafios mais subjetivos de relacionamento do homem com a natureza, nas questões ecológicas; do homem com o próprio homem, na questão do convívio pacífico e da fraternidade; e do homem com o próprio sentido da vida e da morte, nas questões psicológicas, filosóficas e existenciais. A CIÊNCIA DO YOGA, segundo a visão do próprio autor, é a ciência do autoconhecimento, aplicada ao mundo subjetivo, para libertar progressivamente a nossa própria civilização atual – iniciar tal pesquisa subjetiva com método científico, de modo a investigar o que pode ser aproveitado do conhecimento que as antigas civilizações já haviam acumulado nesta área. O propósito deste livro é reencontrar a essência do Yoga a partir de um estudo comparativo da ciência moderna com a clássica e primeira codificação da disciplina do Yoga – os Yoga Sutras – escritos  por Patanjali, o grande filósofo indiano, no século VI AC. Patanjali foi o instrutor de Samkaracarya, sendo sua obra a mais citada e adotada dentre todos os sistemas de Yoga, pois suas técnicas abrangem práticas de todos os sistemas, sendo por isso conhecido como Raja yoga ou Yoga Real. É a base de uma das seis escolas clássicas da filosofia indiana. As descobertas da física quântica demonstram, por exemplo, que a irradiação da luz é descontínua, propagando-se através de porções discretas chamadas fótons. Tal fato cientificamente comprovado está em perfeita concordância com a teoria dos Ksanas (instantes), conforme os Yoga Sutras III-53 e IV-33, que considera como  descontínua a própria natureza do tempo e da matéria. Como Patanjali poderia, há 2600 anos atrás, conhecer tais fatos sem o apoio da tecnologia e pesquisa científica atuais? A experiência direta, e não a crença piedosa ou a especulação metafísica – assim é o meio do conhecimento em A CIÊNCIA DO YOGA. A prática da meditação, enquanto método progressivo de pesquisa através das diferentes camadas da mente, habilita o yogi, na concepção do autor, a conhecer a origem e essência do Universo, bem como do próprio ser humano, desvendando assim os grandes mistérios da vida e da morte. Contudo, como em toda ciência, tal maestria e perícia na experiência direta da meditação depende de uma longa prática do Yoga – sintetizado pelo sistema de Patanjali, também conhecido como Astanga Yoga por ser dividido em oito partes, conforme é apresentado em II-29. A necessidade da prática do Yoga evidencia-se em II-15-16 e II-33-34. A importância de sua compreensão teórica é tratada em Svadhyaya (autoconhecimento) em II-1 e II-32, enquanto a prática do KRIYA – YOGA ou YOGA ou YOGA PRELIMINAR inicia em 11-1 evoluindo para II-11 e II-30, onde fica caracterizada a importância da ética na aplicação de tal  ciência, cuja prática avançada apresenta riscos, conforme se menciona, em II-49, a respeito de pranayama (controle da respiração). Nesta edição foram omitidas a grafia original dos Yoga Sutras de Patanjali em devanagari e a tradução do devanagari, palavra por palavra, consta no original em inglês, contudo foi conservado o original dos sutras em sânscrito transliterado em letras latinas. No sistema de transliteração empregado às vogais longas são assinaladas, para a antepenúltima, na falta de uma vogal longa naquela posição, ou ainda para a quarta sílaba a contar do fim, na falta de uma vogal longa nas posições anteriores. O som do e corresponde a tch, do j a dj, do r a ri, do s a x, e do s a um som sibilante intermediário entre o s e o ss. Outras obras do mesmo autor (I. K. Taimni 1898-1978), que podem ser úteis para introdução ao tema, são A Preparação para o Yoga, sobre o Yoga Preliminar, e Gayatri: O Mantra Sagrado da Índia, para aprofundamento em Mantra Yoga, ambas da Editora Teosófica. Também merece menção outra obra desta editora que é Yoga: A Arte da Integração, de Rohit Mehta, onde se apresenta outro comentário aos Yoga Sutras de Patanjali, porém sob enfoque predominantemente psicológico e, portanto, complementar a este livro. Dr. I. K. Taimni, nascido na Índia e versado na filosofia e prática do Yoga, obteve o doutorado em Química pela Universidade de Londres, em 1928, tendo se tornado professor catedrático e pesquisador da Universidade de Allahabad, Índia. Tal qualificação possibilitou que esta obra tenha o caráter de ligação entre o Oriente e o Ocidente numa linguagem atual de clareza didática incomum. PREFÁCIO DO AUTOR.  Texto de I. K. Taimni (1898-1978). Grande número de pensadores, tanto no Oriente quanto no Ocidente, tem genuíno interesse pelo tema Yoga. Isto é natural, porquanto o homem que começa a questionar a vida e seus problemas mais profundos quer algo mais definido e vital para suas necessidades espirituais que uma simples promessa de alegrias celestiais ou “vida eterna”, para  quanto tiver deixado sua breve e febril vida neste planeta. Aqueles que perderam a fé nos ideais das religiões ortodoxas e, ainda assim, sentem que sua vida não é um fenômeno da natureza, passageiro e sem sentido, naturalmente se voltam para a filosofia do Yoga, em busca de uma solução para as questões ligadas à sua vida. As pessoas que iniciam o estudo do Yoga com o objetivo de encontrar uma solução, mais satisfatória para tais problemas, deparar-se-ão provavelmente com uma séria dificuldade. É possível que considerem a filosofia interessante, e, mesmo, fascinante, mas demasiadamente envolta em mistério e incoerência para que tenha valor prático em suas vidas. Pois não há assunto mais cercado de mistério e sobre o qual se pode escrever o que se quiser sem risco de ser considerado equivocado. De certo modo, esta atmosfera de mistério e obscuridade que cerca o Yoga deve-se  à própria natureza do assunto. A filosofia do Yoga trata de alguns dos maiores mistérios da vida e do Universo e, assim, é inevitável que esteja associada a uma atmosfera de profundo mistério. Entretanto, muito da obscuridade da literatura do Yoga decorre não da profundidade intrínseca do tema, mas de falta de correlação entre seus ensinamentos e os fatos com os quais se supões estar o homem de cultura comum familiarizado. Se as doutrinas do Yoga, forem estudadas tanto à luz do pensamento antigo quanto do moderno, serão de mais fácil compreensão e apreciação. As descobertas no campo da ciência são de especial ajuda, pois habilitam o estudante a entender alguns fatos da vida do Yoga, já que há certa analogia entre as leis da vida superior e as da vida como ela existe no plano físico – relacionamento sugerido na conhecidíssima máxima oculta “assim como é em cima, é embaixo”. Alguns instrutores do Yoga têm tentado resolver essa dificuldade extraindo da filosofia e da técnica do Yoga aquelas práticas que são fáceis de ser entendidas e executadas, colocando-as ante o público em geral como ensinamentos do Yoga. Muitas dessas práticas, tais como asana, pranayama etc (...) são de natureza puramente física e, quando divorciadas dos ensinamentos essenciais e mais elevados do Yoga, reduzem seus sistemas a uma ciência de cultura física equiparável a outros sistemas de natureza similar. Esta super simplificação do problema da vida do Yoga, embora tenha feito algum bem e ajudado algumas pessoas a viver uma vida física mais saudável, vulgarizou o movimento em prol da cultura do Yoga e produziu uma impressão errada, especialmente no Ocidente, sobre o verdadeiro propósito e técnica do Yoga. O que é necessário, por conseguinte, para a média dos estudantes do Yoga, é uma apresentação inteligível e clara de sua filosofia e de sua técnica, para que se tenha uma ideia correta e equilibrada de todos os seus aspectos em termos do pensamento moderno. Pois, embora seja verdade que muitos aspectos da vida do Yoga estejam além da compreensão daqueles que estão confinados ao domínio do intelecto, a filosofia geral e os amplos aspectos de sua técnica podem ser compreendidos pelo estudante sério que esteja familiarizado com as principais tendências do pensamento filosófico e religioso e preparado para conduzir seu estudo com uma mente aberta e ávida. Ele pode pelo menos, compreender esta filosofia de tal modo que seja capaz de decidir se vale a pena empreender um estudo mais profundo do assunto e, mais tarde, ingressar no caminho do Yoga como sadhaka. Pois somente quando ingressa no caminho do Yoga prático e começa a efetuar mudanças fundamentais em sua natureza é que ele pode esperar vislumbrar de fato os problemas do Yoga e sua solução. Este livro pretende dar ao estudante sério uma ideia clara sobre os ensinamentos fundamentais do Yoga, em linguagem que ele possa entender. O livro não apresenta o Yoga sob determinado ângulo ou baseado em determinada escola filosófica. Os que o estudarem verão por si mesmos que esta ciência das ciências é demasiadamente abrangente em sua natureza e muito profunda em suas doutrinas, para enquadrar-se em qualquer filosofia, seja antiga ou moderna. Ela preserva sua característica de ciência baseada nas leis eternas da vida superior, sem necessitar que qualquer ciência ou sistema filosófico endosse suas afirmativas. Suas verdades são baseadas em experiências e experimentos de uma linha ininterrupta de místicos, ocultistas, santos e sábios, que as realizaram e as testemunharam através das eras. Embora se tenha tentado explicar os ensinamentos do Yoga em bases racionais, de modo que o estudante possa compreendê-los facilmente, nada se procura fazer para comprová-los no sentido comum. As verdades do Yoga superior não podem ser comprovadas nem demonstradas. Elas se dirigem à intuição e não ao intelecto. Há uma vasta literatura tratando de todos os aspectos e tipos do Yoga. Mas é provável que o principiante que tente mergulhar nessa massa caótica sinta aversão pela confusão e pelas exageradas afirmativas que venha a encontrar por toda parte. Em torno de um pequeno núcleo de ensinamentos fundamentais e genuínos do Yoga, cresceu, ao longo de milhares de anos, substancial quantidade de literatura espúria, composta de comentários, exposições de sistemas inferiores de cultua do Yoga e de práticas tântricas. Qualquer estudante inexperiente que adentre esta floresta, provavelmente se sentirá perdido, dela saindo com a impressão de que sua procura do ideal do Yoga poderá resultar em perda de tempo. O estudante, por conseguinte, faria melhor caso se limitasse à literatura básica, a fim de evitar confusão e frustração. Na literatura básica do Yoga, os Yoga Sutras de Patanjali revelam-se a obra de maior autoridade e a mais útil de todas. Em seus 196 sutras o autor sintetizou o essencial da filosofia e da técnica do Yoga, de maneira a constituir uma maravilhosa exposição condensada e sistemática. O estudante que analisa o livro superficialmente, ou pela primeira vez, talvez o considere um tanto estranho e desordenado, porém um estudo mais cuidadoso e profundo revelará a racionalidade com que é tratada a matéria. O resumo a seguir dá uma ideia de quão racional é a forma de tratar todo o tema. A primeira seção refere-se à natureza geral do Yoga e sua técnica. Ocupa-se realmente em responder à pergunta: O que é o Yoga?. Dado que samadhi é a técnica essencial do Yoga, é natural que ocupe a posição mais importante entre os vários tópicos tratados na seção. Esta seção é, assim, chamada de Samadhi Pado. A primeira parte da segunda seção trata da filosofia de Klesas e tem por objetivo responder à pergunta: por que deveria alguém praticar Yoga? Ela analisa magistralmente as condições da cia humana, bem como a miséria e o sofrimento inerentes a tais condições. A filosofia de Klesas tem que ser muito bem entendida por qualquer pessoa que pretenda seguir o caminho do Yoga com a inflexível determinação de perseverar, vida após vida, até que tenha atingido o fim. A segunda parte da seção II trata das primeiras cinco práticas da técnica do Yoga, referidas como bahiranga ou externas. São  práticas de natureza preparatória e tem a finalidade de tornar o sadhaka apto à prática do samadhi. Como esta seção ocupa-se em habilitar o aspirante, física, mental, emocional e moralmente, à prática do Yoga superior, é chamada de Sakhana Pada. A primeira parte da terceira seção trata das três práticas restantes da técnica do Yoga, referidas como antaranga, ou internas. É através dessas práticas, que culminam em samadhi, que todos os mistérios da vida do Yoga são desvendados e os poderes, ou siddhis, são adquiridos. Na segunda parte desta seção são adquiridos. Na segunda parte desta seção são discutidas em detalhes estas realizações e a seção é, assim, chamada Vibhuti Pada. Na quarta e última seção são expostos todos aqueles problemas filosóficos essenciais envolvidos no estudo e na prática do Yoga. A natureza da mente e a percepção mental, do desejo e seus efeitos aprisionadores, da liberação e os resultados que lhe seguem, são todos tratados de forma resumida, mas sistematicamente, de modo que o estudante tenha uma base adequada de conhecimento teórico. Como todos esses tópicos estão ligados de um modo ou de outro com a conquista de Kaivalya, a seção tem o título de Kaivalya pada. Em virtude de seu tratamento abrangente e sistemático do assunto, os Yoga Sutras constituem o livro mais adequado a um profundo e sistemático estudo do Yoga. Nos velhos tempos, todos os estudantes do Yoga eram preparados para memorizar e meditar de forma regular e profunda sobre os sutras, para deles extrair seus significados ocultos. Mas o estudante moderno, que precisa, primeiramente, ser convencido de que o estudo e a prática do Yoga valem a pena, requer um tratamento mais detalhado e sofisticado do assunto, o qual lhe permita compreender sua filosofia como um todo. Mesmo para esse propósito os Yoga Sutras são a base mais adequada, não somente por oferecerem todas as informações essenciais sobre o Yoga de maneira magistral, mas também por serem reconhecidos como uma obra prima na literatura do Yoga e, como tal, resistir ao teste do tempo e da experiência. Eis a razão de constituírem a base deste livro. A tarefa de quem se dedica a comentar um livro como os Yoga Sutras não é fácil. Trata-se de um assunto da mais profunda natureza. As ideias que precisa interpretar são expostas sob a forma de sutras, que corporificam o máximo da arte da condensação. A linguagem em que os sutras são escritos é antiga, e, embora de extraordinária eficácia na expressão de ideias filosóficas, pode implicar enorme variedade de interpretações. E, o que é mais importante, o autor está lidando com uma ciência relacionada a fatos ligados à experiência humana. Ele não pode, como o filósofo acadêmico, dar asas à sua imaginação e adiantar meramente uma interpretação ideia. Ele tem que apresenta as coisas, da melhor maneira possível, como realmente são e não como deveriam ou poderiam ser. Tendo em vista a possibilidade de alterações que sempre acontecem nas conotações das palavras, no decorrer do tempo, é extremamente arriscado interpretar os sutras de modo rígido, literal. É claro que não se pode tomar liberdades com um livro como os Yoga Sutras, escrito por uma mente magistral, em linguagem considerada quase perfeita. Mas uma coisa é interpretar um sutra de maneira livre e, descuidada, outra é expor seu significado com o devido respeito aos fatos da experiência e as reconhecidas tradições das várias épocas. O sensato, portanto, é levar em consideração todos os fatores envolvidos, evitando, em especial, explicações que nada explicam. Outra dificuldade, ao escrever-se um comentário em um idioma ocidental, é a impossibilidade de encontrar equivalentes exatos para muitas palavras sânscritas. Como a ciência do Yoga floresceu principalmente no Oriente e o interesse pelo no Ocidente é de origem recente, não é possível encontrar equivalentes para muitas palavras sânscritas que exprimem conceitos filosóficos bem definidos. Em muitos casos, os termos disponíveis, com significados aproximados, podem dar uma impressão totalmente errada. Para evitar esse perigo, as palavras sânscritas foram usadas livremente no comentário, sempre que não tenha sido possível obter um equivalente exato. Contudo, para facilitar um cuidadoso estudo do assunto, não somente é dado o texto em sânscrito, em cada sutra, mas também os significados das palavras sânscritas nele utilizadas. Por certo, conforme dito acima, não se dispõe dos exatos equivalentes de muitas palavras sânscritas. Em tais casos, são apresentados somente os significados aproximados das palavras, na suposição de que o estudante extraia o significado exato dos termos contidos no comentário que acompanha o sutra. Tal procedimento habilitará o estudante a julgar por si mesmo o quanto a interpretação está de acordo com o significado literal das palavras utilizadas no sutra e, se houver alguma divergência, até onde está se justifica. Mas é claro, a justificativa final de qualquer interpretação é sua conformidade com os fatos da experiência, e, se este tipo de verificação não se tornar possível, devem o bom senso e a razão servir de guia. Aquele que procura a verdade deve ater-se especialmente sobre o significado das palavras. Que esse passatempo seja deixado aos menos eruditos. Um cuidadoso estudo dos Yoga Sutras e o tipo de preparação e esforço necessários à realização do objetivo do empreendimento do Yoga podem dar ao estudante a impressão de uma tarefa extremamente difícil, se não impossível, superior à capacidade do aspirante comum. Essa impressão certamente o desencorajará e, se ele não refletir profundamente sobre os problemas da vida e clarear suas ideias a este respeito, será levado a abandonar a ideia de empreender a Divina Aventura ou posterga-la para uma vida futura. Não pode haver dúvida de que a séria persecução do ideal do Yoga é uma tarefa difícil, e não pode ser assumida como mero lazer, ou como um meio de escapar às tensões e pressões da vida comum. Pode ser empreendida somente a partir de um pleno entendimento da natureza da vida humana, da miséria e do sofrimento que lhes são inerente, e de uma compreensão de que o meio de acabar permanentemente com a miséria e com o sofrimento é encontrar a verdade que está guardada em nosso íntimo, através do único método disponível – a disciplina do Yoga. Sem dúvida, a consecução deste objetivo é algo que requer muito tempo e o aspirante tem que estar preparado para despender certo número de vidas – tantas quantas necessárias – em sua procura séria e de todo coração. Ninguém pode saber, no princípio, quais são suas potencialidades e de quanto tempo necessitará. Pode esperar o melhor, mas é bom estar preparado para o pior. Aqueles que não se sentem prontos a enfrentar essa tarefa não são forçados a tenta-la imediatamente. Podem continuar o estudo teórico do Yoga, refletir constantemente sobre os mais profundos problemas da vida, tentar purificar suas mentes e fortalecer seu caráter, até que sua capacidade de discernimento torne-se suficientemente forte que lhes possibilite penetrar as ideias as ilusões comuns e ver a vida em crua realidade. De fato, este é o propósito do KRIYA YOGA, a que Patanjali refere-se no começo da seção II. Quando os olhos interiores do verdadeiro discernimento começam a se abrir, como resultado da prática do KRIYA YOGA, deixarão de cogitar se são bastantes fortes para empreender esta longa e difícil jornada em direção a seus verdadeiros lares. Ai, então, nada poderá detê-los e eles se devotarão natural e de todo o coração a essa difícil mas sagrada tarefa. O que importa é partir definitivamente, de algum lugar, o mais cedo possível – Agora. No momento em que se dá esta partida, forças começam a juntar-se em torno do eixo do empreendimento e impelem o aspirante para a sua meta, lentamente, a princípio, mas com velocidade crescente, até que ele esteja tão absorto na persecução de seu ideal que o tempo e a distância deixam de importar-lhe. E, um dia, ele descobre que atingiu seu objetivo, e olha para trás com uma espécie de admiração, para a longa e tediosa viagem que completou no reino do tempo, embora durante todo o tempo ele estivesse vivendo no Eterno. Livro A Ciência do Yoga. Abraço. Davi.

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