terça-feira, 20 de setembro de 2016

A NATUREZA E O PROPÓSITO DA IGREJA.



Cristianismo. Texto de Geoffrey Hodson (1886-1983). Capítulo I. A NATUREZA E O PROPÓSITO DE UMA IGREJA. Uma das grandes questões de hoje concerne à natureza, valia e utilidade da Igreja como uma instituição. Toda a posição da Igreja está sendo desafiada por vários instrutores e pensadores avançados, e particularmente pelas novas gerações. Tendo o autor observado este fato, procurou através da meditação obter um conhecimento mais profundo da significação e propósito da Igreja. Enquanto ponderava esta questão, mergulhou num rigoroso estudo, em que se apercebeu da presença e atenção de um anjo que parecia estar bem a par da natureza de suas especulações e também desejoso de auxiliá-lo na solução do problema que lhe prendia os pensamentos. Ocorreu uma íntima união mental, na qual o anjo parecia compreender perfeitamente as necessidades do autor e convidou-o a compartilhar o ponto de vista angélico e os conhecimentos mais amplos referentes ao assunto de sua meditação. Estes conhecimentos pareciam fluir na mente e cérebro do autor em termos de ideias e mesmo de linguagem. No capítulo seguinte tenta ele registrar e compartilhar com outros os resultados desta ministração angélica. Uma Igreja é um centro magnético estabelecido num determinado ponto da superfície do globo, no qual condições especiais foram criadas para permitir a livre passagem de força, vida e consciência do nível espiritual para o material, e do material, de volta para o espiritual. Idealmente, toda pessoa deveria prover dentro de si próprio estas condições, porém no presente estágio de evolução humana, só aqueles que se adiantaram bastante à sua raça estão aptos para alcançar este fim. O ideal diante de cada devoto é que, eximindo-se da necessidade de uma igreja externa, possa ele tornar-se uma igreja em miniatura, levando a força, a vida e a consciência de Deus para o homem, e o amor, a adoração e o culto e serviço do homem para Deus. Até que este ideal seja atingido, igrejas (cristãs), templos (budistas e hinduístas), mesquitas (muçulmanas) e sinagogas (judaicas), parecem ser necessários como canais para os benefícios do Supremo Pai aos Seus filhos que jornadeiam em sua longa peregrinação aqui na Terra. O estabelecimento de um centro magnético e espiritual como o de uma Igreja reduz grandemente a resistência ao fluxo de força espiritual do alto, e possibilita a presença e serviço dos santos anjos. Eles encontram ali um ambiente harmonioso, no qual são protegidos das vibrações normais da vida humana comum. Quatro grandes correntes de força fluem para o interior e através de uma igreja adequadamente consagrada. Emanam em primeiro lugar, da Hierarquia humana e super-humana, conhecida por nós como a Grande Fraternidade Branca de Adeptos, cada membro da qual é um canal para a influência dos três aspectos da Santíssima Trindade; em segundo lugar, das hierarquias angélicas, diretamente ligadas aos Sete Espíritos ante o Trono, e ao aspecto angélico do Próprio Logos; em terceiro lugar, do centro da Terra; e em quarto lugar, do Sol. Estas quatro correntes reúnem-se na igreja, cada qual contribuindo com sua influência particular, e todas são utilizadas pelo Senhor Cristo, que as combina na mais gloriosa perfeição de que Ele é capaz e as converte num único instrumento para o trabalho especial que Ele executa para o mundo, através da fé cristã. Sobre o trabalho da Grande Fraternidade Branca e do augusto Oficiante que é o Supremo Senhor de todas as religiões, muito se tem escrito algures (local que não se sabe ao certo). Das forças da Terra e do Sol, pouco ainda se sabe, porém das hostes angélicas se pode dizer que são os agentes e diretores inteligentes de todas as forças que a Igreja emprega. Estas forças são visíveis para eles, e o método de seu progresso evolucionário é tal que lhes é natural dirigir forças super físicas e construir formas super físicas, como o é para os homens habitar corpos físicos e manejar matéria física. Contudo, não devem os anjos ser considerados como totalmente separados das forças que controlam; eles corporificam o tipo de energia com a qual trabalham. Influenciam estas forças, que fluem de dentro para fora, transformando uma força relativamente ininteligente em força inteligente. Tão aptos são neste trabalho, que em suas mãos toda a corrente de força que manipulam se torna numa expressão inteligente e consciente da mente dos anjos. Em outras palavras, eles são a alma das forças com as quais lidam, de forma que sua própria e vivida inteligência as penetra e governa todos os resultados que elas produzem. Isto dá às energias fluentes uma coesão e adaptabilidade que quase equivalem a autoconsciência na seleção dos melhores canais e melhores métodos de atingir os resultados desejados. Os anjos trabalham desta forma em todo o sistema solar; são ativos em todos os reinos da Natureza, em cada um dos quatro elementos: Terra, ar, fogo e água; estão presentes no Sol e em todos os seus planetas, percorrendo livremente vastos campos de espaço interplanetário. Do ponto de vista angélico, a igreja é um sistema solar em miniatura. Nela, as forças espirituais por detrás do sistema solar se manifestam num estado de alta concentração através do Senhor Cristo, que deste ponto de vista, representa o Sol. Os poderosos Seres que compõem a Grande Fraternidade Branca representam os planetas super físicos, enquanto que os membros da hierarquia física da Igreja podem ser considerados como os planetas físicos. As paredes, pavimento e o teto do edifício formam a órbita intransponível das forças construtoras. O anjo e os espíritos da natureza servidores da Igreja, e a congregação, representam as raças angélicas e humana, que lado a lado, estão utilizando o sistema solar como um campo de evolução. O propósito da existência deste microcosmo eclesiástico é precisamente o do macrocosmo, isto é, a evolução de seus habitantes até um determinado padrão de perfeição. Na Igreja esse padrão é “a medida da estatura da plenitude de Cristo”, do qual o Nosso Senhor é o mais perfeito e resplendente exemplo. Os processos pelos quais o padrão é atingido são idênticos dentro e fora da Igreja, porém quanto mais altamente concentrados forem as forças de dentro, tanto mais rapidamente se poderá atingir o padrão. Todo adorador é um Cristo em potencial, e o grande propósito de todo o sistema da igreja, com suas várias e convergentes correntes de força, vida e consciência, é acelerar o Cristo, no adorador, até a sua perfeita e plena manifestação. Como o sistema solar é parte de um Universo, e o Universo, por sua vez, parte do Cosmos, assim uma igreja isoladamente é parte da Igreja Universal, que inclui, primariamente, todas as outras instituições religiosas, e secundariamente, todos os estabelecimentos religiosos de qualquer crença, existentes neste planeta. Esta igreja Universal na Terra é, a seu turno, parte de um mais amplo trabalho religioso para o sistema solar. Este princípio pode-se estender indefinidamente, de sistemas solares a universais e de universos a cosmos. Mercê de suas mais amplas aplicações, pode-se compreender a unidade de todos os departamentos e seitas de fé cristã, bem como a unidade de todas as suas múltiplas expressões nos diferentes mundos. Como membros da Igreja, bem podemos recordar-nos desta unidade e esforçar-nos por expandir nossa consciência além dos limites de nossa própria Igreja, religião ou mesmo planeta, para uma realização daquele aspecto da força de Deus que jaz atrás de todos os trabalhos religiosos, em todo o seu sistema. Tal expansão é do mais alto valor, pois cada um que a atinge por esse meio se torna um canal mais eficiente da força e vida de Deus, que é função da religião verter em todo o mundo. As atividades religiosas nos diferentes planetas do sistema exercem uma influência aceleradora sobre toda a vida neles evolucionante. Servem de meios adicionais de expressão da força, presença e consciência de Deus, que primariamente se manifesta como a divina Imanência através de todo o sistema solar e secundariamente dentro de cada ser consciente e senciente em todos os reinos da Natureza. A Igreja pode ser também encarada como propiciando um sistema organizado por meio do qual se pode mais prontamente pôr-se em contato com a força divina e liberá-la. Uma igreja individual é, portanto, com muito mais propriedade denominada a Casa de Deus, porque Sua Força, Sua Consciência e Sua Presença nela se manifestam de uma forma especialmente concentrada. Podemos também encarar a Igreja Universal como um corpo no qual Deus está encarnado. Os seres humanos e os anjos são células desse corpo, e cada igreja individual é um membro, ou um órgão. O Senhor Mundial de um planeta serve a Deus como um poderoso centro de força, através do qual Sua força atinge os órgãos e as células. Em Sua manifestação como fundador de uma religião. Ele age como o coração através do qual a vida e amor de Deus são espargidos sobre o mundo. O lugar dos anjos neste sistema será prontamente reconhecido e compreendido por aqueles que conheçam seu lugar e função no sistema solar, como um todo. São eles os condutores da vida força do Logos. Em toda a parte, onde Sua vida, Seu poder, Sua consciência se manifestam, os anjos servem como agentes ativos das energias pelas quais tais atributos são expressos. São seres de força, antes que de matéria, mais como expressões da divina consciência que de seções, ou mônadas (nosso proto ser, centelha divina, criado a milhões de anos que vêm evoluindo através das encarnações e renascimentos em inúmeros reinos e mundos) daquela consciência corporificada em forma material. Como vimos, estão unificados com as forças que dirigem e são capazes de manipulá-las do seu interior. As correntes de força fluem tão livremente através de seus corpos que frequentemente quase desaparece a distinção entre o anjo e a força da qual é o agente. Esta associação e identificação íntimas com a força tornam o anjo apto a controla-la e dirigi-la com grande precisão e perfeição. Toda a hierarquia angélica, desde o menor dos espíritos da natureza até o mais alto arcanjo solar, servem o Logos desta maneira, em todos os departamentos de Sua atividade e nos Seus mundos manifestados. Uma seção especial da hierarquia angélica está relacionada quase que exclusivamente com a religião, e os Senhores do Mundo, dos vários planetas, recrutam largamente Seus anjos servidores e ministros desta seção. Nosso Senhor tem à Sua disposição grandes hostes de anjos da religião que Ele emprega em Seu planeta de maneira análoga à que o Logos emprega toda a hierarquia angélica através do sistema solar. Como a Igreja Universal pode ser encarada como a reprodução, em um único planeta, de determinados aspectos do sistema solar, em miniatura. As forças estão concentradas nela, e são isoladas do mundo externo pelo ato da consagração. As grandes correntes de força que encontram expressão em todo edifício religioso consagrado podem ser subdivididas com segue: B) A força de cada um dos Três Aspectos da Trindade. B) O aspecto especial de Deus que se manifesta através do Sol. C) Uma medida de sua força como Ele manifesta em e através da Terra. Isto pertence mais particularmente ao Terceiro Aspecto. Eleva do interior da Terra, como caudais ou correntes de força, e encontra a força que desce do Sol. Estas duas correntes são solicitadas e encontram-se em cada igreja consagrada; elas fornecem a força essencial, ou “carga” de energia, por meio da qual o mecanismo de culto da igreja se torna capaz de real serviço. D) A força da Grande Fraternidade Branca. O departamento de ensino, com seu augusto Chefe, o Senhor do Mundo, parece fornecer grande parte desta força, pois os Chefes de cada um dos sete raios estão também representados. E) A influência do Mestre Jesus, como o Adepto encarregado da Igreja Cristã. F) A força e presença de determinadas ordens de anjos, mais particularmente os que trabalham no primeiro, segundo e sétimos raios. Todos os sete raios estão representados na hierarquia angélica, e contribuem para o trabalho da igreja, porém estes três predominam. G) A força na retaguarda da tradição do templo e culta da igreja, neste planeta. Com referência a este último, pode-se dizer que o método da igreja ou templo para a aproximação de Deus, foi instituído nos primórdios da vida humana neste planeta, pelos Grandes Senhores de Vênus, que foram denominados os Senhores da Chama. Eles ensinaram à infantil humanidade aproximar-se do trono de Deus por meio de ritos sagrados, danças, gestos e movimentos ritmados e pelo uso da música, palavras e símbolos. Nas primitivas religiões da Terra, o Sol era encarado como a manifestação física de Deus. O culto ao Sol existiu em todas as idades de desenvolvimento humano, e muitos traços são ainda encontrados no lado oculto da Cristandade. Um reservatório de força foi colocado à disposição dos primeiros adoradores na Terra. Como todos os serviços e rituais religiosos têm sido adicionados ou extraídos desse reservatório original, desde aquela data até hoje sua força é extremamente rica e variada. Todas as grandes civilizações, desde os Lemurianos e Atlantes, até hoje, contribuíram, e desta forma comunicaram a vibração específica e a característica de sua raça e época. A religião cristã foi colocada por seu Fundadores na linha direta daquela tradição e vinculada ao reservatório de foça que a ampara. Este reservatório pode ser imaginado como uma síntese do poder e de todas as religiões que já tiveram existência neste planeta. Estes sete tipos de poder, juntamente com as suas inteligências apropriadas ou “estado maior”, estão representados na igreja consagrada, a qual, como foi dito, pode ser considerada como um microcosmo, do qual o Próprio Senhor Cristo é o Sol. Ele brilha sobre o Seu sistema através da Hóstia, através do Anjo da Presença e através de Seus Sacerdotes. A congregação são os habitantes do sistema, que são as sementes plantadas no campo evolucionário. O Senhor brilha sobre as sementes, a fim de crescerem a imagem de Sua perfeição. Os serviços da Igreja lhe propiciam oportunidades especiais para espargir Sua Vida e de utilizar as diversas correntes de energia colocadas à Sua disposição. Podemos ver, pois, que a razão da existência da Igreja, com os seus maravilhosos sistemas de forças e presenças humanas e angélicas, é prover uma usina, em que se possa acelerar a evolução tanto do homem como do anjo. A Igreja, o adorador e o objeto de adoração, em contato direto entre si, criando condições especiais que possibilitem esse encontro; ela também oferece assistência ao adorador, em sua aproximação dos pés de seu Senhor. Este auxílio relativamente externo à comunhão também visa satisfazer aos devotos sedentos de direta união interior com Deus. Este anseio se tornará finalmente tão forte e insistente, que o adorador será levado a procurar união, primeiro com Deus dentro de si, e depois com o Logos, de quem o seu próprio Deus interno é parte inerente. Esta grande consumação é o objetivo de toda religião. O culto, preces e adoração servem para colocar tanto o homem como o anjo cada vez mais próximos do celestial trono de Deus, bem como propiciar canais para o derrame de sua bênção e Sua graça no coração e mente daqueles que se aproximam dele. Conquanto esperemos que um crescente número de pessoas superará a necessidade do auxílio especial que a Igreja propicia, não é menos evidente que a grande maioria da humanidade continuará a necessitar desse auxílio por muitas idades vindouras. Os serviços da Igreja tornar-se-ão, sem dúvida, mais ricos em forças e mais belos em expressão. Os clérigos e congregações tornar-se-ão cada vez mais autoconsciente em suas respostas a essa força e beleza. A fé tornar-se-á cada vez menos cega e cada vez mais baseada na experiência e conhecimentos diretos. Aparecerão continuamente homens que, auxiliados pelas ministrações da Igreja, se emanciparão da necessidade de todo apoio espiritual externo complementar. Com efeito, o valor de uma religião pode ser talvez medido tanto pelo número de homens que são assim libertados por seu auxílio e recrutados para a Comunhão dos Santos, como pelos seus efeitos gerais sobre a sua raça e época. A contribuição que a religião organizada ou não, dá ao bem estar e progresso evolucionário da raça humana, não pode ser medida por nenhum padrão humano. Provavelmente, é porque a força e a bênção da Igreja são relativamente invisíveis e intangíveis que o seu valor como instituição é posto em dúvida e atacado. Seus atacantes são na maioria aqueles que não possuem o grau de sensibilidade e capacidade de ressonância espiritual, que os capacitem a se aperceber do valor das ministrações da Igreja. Não logrando perceber nem apreciar, negam. Apesar disso, em épocas de profundo sofrimento e necessidades, é ainda à religião que a maioria dos homens recorre. Conclui-se, portanto, que a Igreja perdurará, a despeito do desafio dos tempos. Do Livro O Lado Interno do Culto na Igreja. Abraço. Davi.

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