Budismo Zen. Acordar para a mente Bodai (Bodhi - Iluminada). De
maneira geral há três espécies de mente. A primeira, citta, é aqui chamada de
mente discriminatória ou pensante (1). A segunda,
hridaya, é aqui chamada de mente de grama e de árvores (2). A terceira, vriddha, é aqui chamada de mente
experiente ou concentrada (3). É através da
mente citta que despertamos para a mente bodhi. Bodhi é o som de uma palavra
hindu, aqui chamada de o Caminho (4). Citta é o
som de uma palavra da Índia, aqui chamada mente pensante ou mente
discriminatória (5). Sem a mente discriminatória
é impossível acordar para a mente Bodai. Mas isso não quer dizer que a mente
discriminatória seja a mente Bodai. Estabelecemos a mente Bodai através da
mente discriminatória. Estabelecer
a mente Bodai significa fazer o voto e o esforço de ajudar todos os seres a
cruzar para a outra margem antes que nós o façamos. Embora de aparência humilde
a pessoa que tenha acordado para esta mente já é mestra de todos os seres
vivos. Esta mente não é inata nem surge subitamente. Não é uma nem muitas. Não
é natural e não é formada. Não está em nosso corpo e nosso corpo não está nela.
Esta mente não permeia o mundo do Darma. Não é do passado nem do futuro. Não
está presente nem ausente. Não é de natureza objetiva nem de natureza
subjetiva. Não é de natureza combinada nem de natureza sem causa. Está longe de
tais diferenças como antes e depois, ser e não ser. É a essência não de si
mesma, nem dos outros, nem de ambos. Não surge espontaneamente, mas só aparece
quando há comunhão espiritual (empatia) entre as pessoas e Budha. Não a
recebemos de Budhas e Bodhissatvas nem a produzimos através de nossa própria
habilidade. Como já foi dito, surge apenas quando estamos em comunhão
espiritual com Budha (comunicação mística com a verdade), assim sendo não é
inerente. Estabelecer a mente Bodai geralmente só acontece para seres humanos
no sulino continente de Jambudhivipa. Raramente acontece nos oito mundos
problemáticos (6). Tendo despertado para a
mente Bodai praticamos por três kalpas asamkya ou por cem grandes kaplas. Em
alguns casos praticamos por infinitos Kalpas e nos tornamos Budha. Em outros
casos praticamos por incontáveis kalpas para primeiro ajudar todos os seres
vivos a cruzar para a outra margem antes de nós, sem nos tornarmos Budha, mas
apenas atravessando seres vivos e os beneficiando – isto está de acordo com a
atitude de prazer em Bodai. As pessoas que estabeleceram a mente Bodai
constantemente se esforçam através das três formas de comportamento (corpo,
mente e palavra) para fazer despertar essa mesma mente em todos os seres vivos
e conduzi-los à verdade do Caminho Supremo. Apenas satisfazer os desejos
mundanos dos seres humanos, entretanto, não significa beneficia-los. Acordar e
praticar a mente Bodai transcende delusão (engano) e iluminação. É elevar-se
acima do mundo triplo e ter superado todas as coisas. Estar além de sravakas e
de pratiekabudas. O Bodhissatva Mahakasyapa elogiou Xaquiamuni Budha com um
poema dizendo: Acordar para a mente Bodai e o estado iluminado. São dois, mas
não estão separados. Entre eles o mais difícil é o primeiro: Libertar todos os
seres antes de se libertar. Por essa razão reverencio a mente Bodai. Quem assim
desperta já é mestra de seres humanos e celestiais. Superior a sravakas e
pratiekabudas. Acordar para a mente Bodai supera o mundo triplo. Por isso a
chamamos de Suprema. Acordar para a mente Bodai significa, primeiramente, fazer
o voto de ajudar todos os seres a realizar iluminação antes de nós. Depois
desse despertar encontramos inumeráveis Budhas e os servimos com ofertas.
Durante esse tempo de encontrar Budas e ouvir o Darma nos aprofundamos ainda
mais no despertar para a mente Bodai, da mesma maneira que o gelo se acumula
com a neve. Realizar a iluminação é obter resultado Buda, é anokutara sammyaku
sambodai. Quando comparamos esta suprema sabedoria Bodai (anokutara sammyaki
sanbodai) com o despertar para a mente Bodai,a primeira parece ser o holocausto
de fogo ardente do final de um kalpa e a segunda um pequeno vaga lume.
Entretanto, a diferença entre ambas desaparece quando fazemos o voto de ajudar
outras criaturas a realizar iluminação antes de o realizarmos nós mesmas.
Constantemente faço deste meu pensamento: como posso fazer com que todos os
seres vivos sejam capazes de penetrar a verdade suprema. E rapidamente realizar
o corpo de Budha? (7). Estas palavras
são a própria vida eterna de Budha. Budhas acordam para a mente Bodai,
praticam, experimentam iluminação – todos da mesma maneira. Beneficiar outros
significa ajudá-los a realizar iluminação, como foi previamente explicado,
antes que o façamos nós. Após ter acordado para a mente Bodai não devemos
esperar nos tornar Budas pela virtude de termos assim despertado para o voto de
libertar outros antes de nós obtermos a libertação. Mesmo que tenhamos
adquirido mérito suficiente para realizar o estado Buda, devemos colocar esse
mérito à disposição de todos os seres a fim de que possam realizar o Caminho. A
mente Bodai não surge nem do próprio ser nem de outras pessoas ou coisas. Após
estabelecer a mente Bodai tudo que tocamos se transforma: quando abraçamos a
Terra ela se torna puro ouro e quando mexemos o oceano ele se torna puro
néctar. Assim sendo pegar um punhado de terra, areia, pedras ou rochas é
apanhar a mente Bodai. Encontrar uma mina de água, espumas do mar ou labaredas
é estar em grande intimidade com a mente Bodai. Logo, oferecer aos outros nosso
castelo, família, sete tesouros, servos, cabeça, cérebro, olhos, medula, corpo,
carne, mãos e pés é em cada caso o clamar da mente Bodai e a atividade vigorosa
da mente Bodai. Mesmo a mente discrimintória, citta, que não está longe nem
próxima, não é o próprio ser nem os outros seres, se torna o equivalente a
acordar para a mente Bodai quando constantemente mantemos nosso voto de ajudar
todos os outros a realizar a iluminação antes que nós a realizemos. Assim
sendo, oferecer as coisas às quais nos apegamos, seja grama, árvores,
ladrilhos, pedras, ouro, prata ou tesouros raros para o bem da mente Bodai é
também o equivalente ao despertar para a mente Bodai. Tanto a mente Bodai como
todos os darmas reais estão além de sujeito, objeto, combinação e causalidade
se estabelecermos a mente Bodai por um só ksana, todos os miríades darmas
estarão promovendo condições propícias para o seu crescimento. Acordar para a
mente Bodai e realizar iluminação estão sujeitos ao nascimento morte
momentâneos. Se isso não fosse verdade, nem os momentâneos erros do passado
desapareceriam nem o momentâneo bem do presente apareceria. Apenas o Tathagatha
clarificou o comprimento de um instante, pois apenas ele é capaz de produzir e
falar uma palavra completa em um tempo tão curto quanto um ksana. Diz-se que
sessenta e cinco ksanas passam no espaço de tempo em que um jovem, no máximo de
sua vitalidade, leva para estalar os dedos. Entretanto, as pessoas comuns,
embora tenham conhecimento de longos períodos de tempo, ignoram este fato. Da
mesma maneira não podem realizar que seus corpos mentes estão em constante
estado de nascimento e morte. Mais ainda, não sabem que há seis bilhões,
quatrocentos milhões, noventa e nove mil e novecentos e oitenta (6.400.099.980)
ksanas em vinte e quatro horas – tempo durante o qual seus corpos mentes estão
em constante estado de nascimento e morte. Por isso são incapazes de acordar
para a mente Bodai. Pessoas que não crêem nem conhecem o Darma sem dúvida
alguma não acreditam na verdade do nascimento morte momentâneo. As pessoas que
realizaram a Maravilhosa Mente de Nirvana (Nehan Myo Shin) e o Olho Armazenador
da Lei Verdadeira (Sho Bo Gen Zo) do Tathagata, sem dúvida alguma acreditam no
instantâneo surgir desaparecer. Embora tenhamos tido a boa fortuna de encontrar
os ensinamentos do Tatagata e aparentemente o haver compreendido, na verdade
compreendemos apenas uma pequena parte que pensamos ser o todo, parte que não é
mais do que cento e vinte ksanas. O fato de não podermos compreender todos os
ensinamentos do Mais Honrado do Mundo é igual à nossa ignorância quanto ao
comprimento de uma ksana. Nós, praticantes do Caminho de Buda não devemos ficar
com orgulho de nossa compreensão, sendo como somos ignorantes tanto do máximo
quanto do mínimo. Ainda assim, mesmo pessoas comuns, quando confiam no poder da
verdade do Tatagata são capazes de ver o mundo que se desdobra em três mil.
Vida morte constantemente se transforma, momento após momento, em cada um de
seus estágios, quer nós o queiramos ou não. Sem um só momento de pausa nosso
karma faz com que transmigremos constantemente. Embora sujeito à transmigração
dessa forma, devemos ainda assim rapidamente fazer o voto de ajudar outros a
realizar iluminação antes que nós mesmos o façamos. Mesmo se ao estabelecermos
a mente Bodai ficarmos apegados ao nosso corpo-mente, este nasce, envelhece,
adoece e morrer, e no final o corpo-mente não nos pertence. A vida, sujeita a
nascimento-morte, passa rapidamente: Certa vez, durante a vida de Xaquiamuni
Budha, um monge veio a ele e, após haver se prostrado, disse: Por que a vida
passa tão rapidamente? Budha respondeu: Mesmo que eu explicasse, você não
entenderia. O monge então pediu: Será que não há uma parábola que explique
claramente? Budha respondeu: Sim, há. Vou dizer. Suponha que existam quatro
ótimos arqueiros que, apanhando seus arcos e flechas se pusessem de costas uns
aos outros a fim de atirar suas flechas em cada uma das quatro direções. Se,
nesse momento, uma corredora rapidíssima viesse e dissesse: “Atirem suas
flechas simultaneamente e eu as apanharei antes que caiam no chão”. Você acha
que seria uma corredora rápida? O monge respondeu: Sem dúvida, Bhagavata.
Continuando sua explicação, Budha disse: Embora tal pessoa seja uma corredora
velocíssima, ela não se iguala a um yaksa correndo no chão e este não se iguala
a um yaksa voando no ar o qual não se iguala aos reis dos quatro cantos. Mesmos
esses reis não podem correr tão rápido quanto as carruagens do sol e da lua as
quais não se igualam aos seus ajudantes celestiais. Embora todos os precedentes
sejam velocíssimos, não se comparam à vida, que, sem um só momento de pausa,
está constantemente nascendo morrendo. (nota da tradução – Daibibasharon,
capítulo 136). A sutileza do surgir, desaparecer e fluir instantâneo do curso
de nossa vida é assim. Momento após momento, praticantes do Caminho de Buda não
devem se esquecer deste princípio. Se constantemente nos lembrarmos do
surgir-desaparecer, fluir instantâneo, e fizermos o voto de ajudar outros a
cruzar para a outra margem antes que nós mesmos o façamos, a vida eterna
imediatamente se apresentará bem à nossa gente. Budhas nos três estágios de
tempo e nas dez direções juntamente com os Sete Mais Honrados Budas (do
passado), os vinte e oito Ancestrais do Darma da Índia e os seis da China bem
como os outros Budas Ancestrais que transmitiram a Maravilhosa Mente de Nirvana
e o Olho Tesouro do Verdadeiro Darma (Nehan Myoshin e Shobogenzo) – todos
preservam esta mente Bodai. Quem não estabelece a mente Bodai não é considerado
Buda Ancestral. A questão Cento e Vinte do Critério Puro para Mosteiros Zen
(nota da tradução: Zen em Shingi, edição completada pelo Mestre Choro Sosaku em
1103) é a seguinte: “Você despertou para a mente Bodai ou não?” Claramente se
lembre: estabelecer a mente Bodai é o primeiro passo na prática do Caminho dos
Budhas Ancestrais e, ao mesmo tempo, está de acordo com seus ensinamentos.
Despertar para a mente Bodai significa compreendê-la completamente, significa
tornar-se iluminado. Esta iluminação, entretanto, não é igual à de Buda. Mesmo
que alguém rapidamente realize os dez estágios, ainda assim é um Bodhisatva. Os
vinte e oito Ancestrais da Índia, os seis na China assim como todos os outros
grandes Ancestrais do Darma eram Bodhisatvas e não Budhas, Sravakas ou
Pratiekabudas. Entre as pessoas que atualmente praticam o Caminho não há
nenhuma que claramente compreenda que é um Bodhisatva e não um Sravaka. Quão
lamentável que o Caminho dos Ancestrais do Darma se tenha perdido nesta época
da degeneração do Budismo, pois os que se chamam de monges ignoram este fato!
Tanto leigos ou leigas, monges ou monjas, vivendo no mundo celestial ou humano,
sujeitos à dor ou ao prazer, devemos rapidamente fazer o voto de ajudar os
outros a atravessar para a outra margem antes que nós o façamos. Mesmo que o
mundo dos seres vivos não seja nem limitado nem ilimitado, devemos fazer surgir
esta mente, pois não é nada mais do que a mente Bodai. Diz-se que quando um
Bodhisatva de nível elevado de realização está para descender ao mundo humano dá
o seguinte ensinamento final a às divindades no Céu Tusita: A mente Bodai é o
portal do Darma Iluminado, pois previne negar os Três Tesouros. Com toda
clareza, é pela virtude da mente Bodai que são mantidos os Três Tesouros. Após
esta mente haver surgido ela deve ser cuidadosa e diligentemente protegida.
Xaquiamuni Budha disse: Bodhisatvas mahasatvas constantemente se esforçam para
preservar esta mente Bodai da mesma maneira que as pessoas protegem seus filhos
únicos ou alguém que perdeu um olho protege o olho que ficou. Assim como
aqueles que, viajando através das vastas florestas, protegem seu guia, é dessa
forma que os bodisatvas protegem a mente Bodai. Por protegerem a mente Bodai
dessa forma obtém a verdade de anokutara sammyaku sambodai. Porque obtém a
verdade de anokutara sammyaku sambodai ficam repletos de constância,
felicidade, autonomia e pureza - o Supremo e Grande Parinirvana. Por essa
razão, bodisatvas guardam um darma (8). É assim que
Xaquiamuni Budha clarifica o sentido de proteger a mente Bodai. A razão pela
qual Bodisatvas a guardam com todo cuidado e diligência pode ser explicada ao
fazer a seguinte comparação com o fenômeno no mundo comum. Há três espécies de
seres que embora nascendo raramente atingem a maturidade: as ovas de peixes, a
fruta da árvore amra (uma espécie de manga que produz muitas flores e poucos
frutos) e um Bodhisatva que tenha acordado para a mente Bodai. Com também há
Bodhisatvas que relaxam sua prática e perdem a mente Bodai, eu sempre temo
regredir e perdê-la. Por esta razão eu protejo a mente Bodai. Bodaisatvas
geralmente regridem ou se distanciam da mente Bodai quando são incapazes de
encontrar um verdadeiro mestre e ouvir o Darma. O resultado é que podem negar a
existência da causalidade, da iluminação, dos Três Tesouros, dos Três Mundos e
assim por diante. Apegando-se sem o menor sentido aos cinco desejos, tornam-se
incapazes de realizar iluminação no futuro. Papiyas e seus seguidores ás vezes
se disfarçam de Budhas, genitores, mestres budistas, parentes ou seres
celestiais a fim de obstruir a prática. Aproximam-se de um Bodaisatva e dizem
enganosamente: “O Caminho de Budha está muito distante. Você passará por muitas
dificuldades e sofrerá muitíssimo. Melhor você primeiro obter iluminação antes
de tentar ajudar outros a atravessar para a outra margem”. Ouvindo essas
palavras o Bodisatva relaxa sua prática e pode perder a mente Bodai. Devemos
claramente realizar que afirmações como essas são o trabalho de demônios e não
devem ser seguidas. Sem relaxarmos nossos votos e esforços para ajudar os
outros a cruzar para a outra margem antes que o façamos nós mesmos, devemos
claramente realizar que quaisquer afirmações que nos sejam feitas para relaxar
nossos votos e esforços são os ensinamentos de demônios, religiões não Budistas
e maus amigos. Nunca as devemos seguir. Há quatro espécies de demônios:da
primeira espécie são os demônios dos obstáculos, da segunda são demônios dos
cinco agregados da terceira são demônios da morte e da quarta são demônios
celestiais (papyas). O demônio dos obstáculos lida com cento e oito obstáculos
ou oitenta e quatro mil obstáculos. O demônio dos cinco agregados (forma ou
corpo, sensação, percepção, agregado de formações, consciência ou faculdade de
pensar) está relacionado com as causas primárias e as condições que se formam
para causar obstáculos. Temos este corpo de quatro elementos (terra, água, fogo
e vento) e seus complementos. Corpo e complementos – os seis órgãos dos
sentidos – são chamados de rupa skanda. A soma das sensações com a percepção
dos cento e oito obstáculos é chamada vedana skanda. Diferenciação e síntese
dos incontáveis pensamentos grandes e pequenos é chamado agregado do pensamento
(sanjna skanda). Através de ocorrências de prazer e desprazer podem surgir
hábitos que acomodam ou não acomodam estados mentais como de ganância, raiva e
assim por diante – este é chamado agregado de conduta (sanskara skanda).
Combinação dos seis sentidos e seus seis objetos faz surgir seis espécies de
consciências. Incontáveis e ilimitados estados mentais que são diferenciação e
sintesis dessas seis espécies de consciência são chamados agregado da
consciência(vijnana skanda). O demônio da morte, através da transicência,
destrói a continuidade dos cinco agregados e depreca o corpo de consciência,
temperatura e vida. Demônios celestiais ou papiyas são os governantes do mundo
dos desejos, profundamente apegados aos prazeres mundanos Através de suas
expectativas de ganho(até mesmo idealistas) ficam presos a pontos de vista
errôneos. Odeiam e invejam todos os sábios e santos caminhos e métodos de
nirvana Esses são chamados de demônios celestiais. Mara é uma palavra indiana.
Na China é chamado de ser capaz de roubar vida. Na verdade apenas os demônios
da morte podem roubar vida, mas os outros também são capazes de produzir causas
diretas ou condições de tirar a vida. O pior é cortar a vida da sabedoria, por
essa razão são chamados de matadores. Alguém perguntou: “Desde que os três
outros demônios estão incluídos no demônio dos cinco agregados, por que estão
divididos em quatro espécies?”. Ele respondeu: “Na verdade há apenas um
demônio, mas o descrevemos como quatro para explicar sua natureza”. Os
ensinamentos acima são do Ancestral do Darma Mestre Nagarjuna. Praticantes os
devem conhecer, aprender e praticar diligentemente. Nunca devem ficar à mercê
de demônios que fazem regredir ou afastam a mente Bodai. Esse o significado de
proteger a mente Bodai. Shobogenzo Hotsu-bodaishi. Pregado à uma
assembleia no templo Kippo (Yoshimine-dera) no distrito de Yoshida de Esshu
(Echizen) no 14º dia do segundo mês lunar no segundo ano de Kangen (1244).
Mestre Eihei Dogen Zenji (1200-1254). Recopiado por Ejo Zenji em 9 de abril de
1256. Notas: 1 Nota da tradução: citta é considerada a
mente que observa, pensa, imagina, tem pensamentos e intenções, vontade,
memória, inteligência e razão; a mente que considera e reconhece, ou seja, a
razão. 2 Nota da tradução: hridaya é considerado o coração, a essência e
também o local das emoções e sensações. “Mente de grama e de árvores” é o
processo instintivo que existe na própria força vital e está presente antes da
consciência. 3 Nota da tradução: vriddha é uma expressão
que se refere ao crescimento, a tornar-se maior e mais forte, a aumentar, a
estar completamente crescida, envelhecida, anciã, experiente, sábia, aprendida.
Também significa a regulada mente de verdadeira sabedoria, isto é, de prajna ou
hannya. 4 Nota da tradução: Bodhi ou Bodai se refere à iluminação, estado
da verdade, perfeito conhecimento ou sabedoria, estado de harmonia entre corpo
mente em Zazen e completo em si mesmo. 5
Nota da tradução: capaz de discriminar, diferenciar. 6 Nota da tradução: oito locais de dificuldade ou oito estados de
tristeza: infernos, animais, espíritos famintos ou seres insaciáveis,
divindades no céu de intermináveis longas vidas, países remotos e bárbaros,
perda de poder dos sentidos, pretensiosos, ausência de Budha. 7 Nota da tradução: trecho do Sutra da Flor de Lótus da Lei
Maravilhosa, capítulo da Vida Eterna do Budha. 8 Nota da tradução:
Daihatsu-nehan-kyo capítulo 25. http://www.monjacoen.com.br.
Abraço. Davi.
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