Amigos
leitores do Mosaico. As recentes manifestações populares ocorridas nas
principais cidades brasileiras, nos dias 13/03 e 15/03 de forma pacífica e
ordeira, mostram que a sociedade brasileira dá sinais de amadurecimento em
relação a grandes ajuntamentos, mas principalmente, demonstra sua insatisfação
quanto aos acontecimentos presentes e passados, que envergonham e humilham o
povo brasileiro interna e externamente perante o mundo. Na sexta-feira 13 os
movimentos partidários situacionistas governistas, se expressaram em defesa da
presidenta Dilma nas principais capital do Brasil. Eles gritavam palavras de
ordem à favor da Petrobras (envolta em escândalo de propinas e desvios de
recursos financeiros) tutelando sua estatização. Mas o Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra, aproveitou para colocar sua pauta de reivindicação
atualizada à negociação com o governo federal. Eles querem melhoria nos
assentamentos como: construção de escolas, creches e postos de saúde. Desejam
que o governo retome sua política de desapropriação de terras da união para os
novos assentamentos, que, segundo
estimativas da liderança desse movimento existem hoje, mais de 150 mil famílias
para serem assentadas. Querem também irrigação nos perímetros agrícolas dos assentados
e um programa específico para aquisição de alimento, que proporcione o plantio
de semente básicas (arroz, feijão, frutas cítricas e leguminosas nessas áreas
legalizadas). Desejam a ampliação dos programas sociais como bolsa família,
bolsa escola e outros programas nessa área. No domingo 15/03 os movimentos
populares apartidários fizeram sua mobilização pelas redes sociais, convocando
os manifestantes à se concentrarem em locais previamente determinados pelas
lideranças. Foram orientados a vestir as cores da bandeira nacional (azul,
amarelo, verde e branco), protestando pacificamente sobre a corrupção na
Petrobras, punição aos políticos envolvidos com o chamado Lava Jato; esquema
asqueroso que desviou quase 1 bilhão de dólares dos cobres da mais importante
estatal brasileira. Faixas pediam melhoria no sistema público de saúde, mais
verbas para o Sistema Único de Saúde, mais recursos para a segurança pública;
retorno pleno aos financiamentos estudantis do Fies, Pronatec e Prouni, que
muitos não conseguiram fechar o contrato por falta de recursos do Ministério da
Educação. As pessoas gritavam palavras de ordem, abaixo o Partido dos
Trabalhadores (PT) e impeachment à presidenta Dilma. Também pediram a reforma
política, reforma tributária, fim do caixa 2 (possibilidade de pessoas físicas
ou jurídicas, injetarem recursos financeiros nas candidaturas de postulante à
cargo eletivo municipal, distrital, estadual e federal). Desejam também, que os membros do ministério público federal e da polícia federal, tenham toda liberdade e amparo legal (jurídico) para continuarem, de forma isenta, as investigações das pessoas e empresas privadas acusadas de envolvimento nos esquemas de corrupção na Petrobras e em outras empresas estatais. Nessa mesma semana, antes dos protestos, a
lideranças oposicionistas no Congresso Nacional, ao mesmo tempo em que apoiava
os protestos, se desvinculava de assumir encabeçamento, para não dar motivos de
golpismo (dar golpe de estado), ou insinuações que eles estariam pleiteando,
ilegalmente um terceiro turno. “O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio
Neves (MG), afirmou nesta quarta-feira (11/03). Que o pedido de impeachment
contra a presidente Dilma Roussef não está na agenda do PSDB”. Achei louvável a
posição política desse que foi , o principal opositor do governo, levando sua
candidatura ao 2º turno do pleito presidencial de 2014. Seu tom coerente,
sensato e priorizando o diálogo, mostra seu interesse em continuar uma firme oposição,
mas voltada à preservação do Estado Democrático de Direito. Penso, que, uma
ruptura da legitimação do pleito eleitoral sacramentado pelas urnas, nesse
momento, parece contraproducente e temerário. Uma atitude, que pode mergulhar o
país numa situação incontrolável, aja vista, as recentes conturbações sociais
que ocorrem em nosso continente, especificamente com os vizinhos Argentina,
Venezuela, Peru e Chile, esses dois últimos em uma disputa acirrada pelo mar territorial, em que o Tribunal Internacional de Haia, na Holanda, deu causa ganha
aos peruanos. Apesar de declarar apoio às manifestações, o senador Aécio disse
que não participará de nenhuma ação de rua no domingo (15/03). Segundo Aécio, a
opção por não participar dos protestos foi feita pra não dar força à esse
discurso de que estamos vivendo um terceiro turno no Brasil”. Um suposto 3º
turno, como o senador Aécio mencionou, procurando taxativamente desvincular,
manifesta seu compromisso com as bases institucionais da legalidade demonstrada
em nossa Constituição Federal. Do contrário, passaríamos uma péssima impressão
para o mundo, desfazendo regras e jurisprudência definidas em nossas leis.
Isento-me de falar da corrupção, que nos envergonha tremendamente, nos
humilhando ante o planeta. Acho que foi uma atitude equilibrada, num momento
tão delicado como esse que atravessamos, tomada pelo senador Aécio, expressando
seu amor pelo Brasil e desejo de um futuro melhor para todos os nossos
compatriotas. O jurista brasileiro Carlos Ayres Britto, ex ministro do Supremo
Tribunal Federal e especialista em Direito Constitucional e Administrativo,
disse (15/03) em um canal de TV “que não cabe o impeachment contra a presidenta
Dilma Rousseff (PT). Uma vez que ela não cometeu nenhum crime em seu segundo
mandato, que tem pouco mais de dois meses. Ou seja, quem apoia o impeachment de
Dilma ou é ignorante, que não conhece o Direito, ou está mal intencionado. Nas
duas situação torna-se um golpista”. As manifestação de domingo (15/03) tiveram
mais de dois milhões de participante, distribuídos em todas as 26 capitais das
unidades federativas brasileiras, mais o Distrito Federal. Desse total
acrescenta-se pelo menos 150 cidades em que o povo protestou pacífica e
ordeiramente no interior do país. A pressão popular sempre tem resultados
positivos, seja a curto, médio ou longo prazo. É impossível o governo federal
ficar passivo à esse clamor, por ética, moralidade e virtuosidade entre as
pessoas, sejam elas de qualquer classe social. Criando ou aperfeiçoando os
mecanismos já existente para conter a corrupção e o descaso com o dinheiro do
contribuinte. Investigando, seriamente, e punindo os responsáveis por esses
escabrosos desvios de recursos públicos; inclusive se possível, restringindo-os,
por longos anos, à exercerem cargos públicos eletivos, efetivos, comissionados ou em
comissão. Precisamos para o bem da nação, e como exemplo de disciplina que os
recursos desviados sejam, em sua grande parte, se não todo, repatriados de
volta aos cofres da nação. Segue parte da entrevista dos ministros da Justiça,
José Eduardo Cardozo, e da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto.
“Eles informaram neste domingo (15/03) que a presidenta Dilma Rousseff
anunciará nos próximos dias uma série de medidas de combate à corrupção e à
impunidade. Eles não detalharam quais ações serão adotadas, mas afirmaram que o
governo está, aberto ao diálogo, para tratar das propostas. Cardozo e Rossetto
concederam entrevista coletiva no Palácio do Planalto para comentar as
manifestações que tomaram as ruas de cidades em todos os estados neste domingo.
De acordo com Cardozo, parte das propostas que serão anunciadas por Dilma já
estão tramitando no Congresso Nacional e precisam ainda de
aperfeiçoamento. São textos
legislativos, alguns complexos, que exigem análise jurídica. Há questões que
tratam de pactuações sobre poderes distintos, uma vez que o Executivo não tem
poder constitucional para tocar em alguns pontos. Ao comentar as manifestações,
Rossetto disse que os protestos partiram de um setor que é crítico ao governo
Dilma e que não votou na presidente. Destacando no entanto que os protestos são
legítimos. O que não é legítimo é o golpismo, a intolerância, o impeachment
infundado que agride a democracia. Cardozo afirmou que as manifestações
ocorreram dentro da legalidade e com o mais absoluto respeito às autoridades. A
realização dessas manifestações, apenas confirmam que o Brasil vive um estado
democrático, um estado que admite a divergência, que admite a existência de
opiniões contrárias, e que de fato está muito longe de qualquer alternativa
golpista”. Contra argumento as palavras do senhor Rossetto; digo que, o povo
não tem partido, quem tem partido são aqueles que o povo elegeu. E penso, que
quando assumem seus mandatos, esses políticos, devem antes de tudo, se
posicionarem pelo povo e não pelo partido que os elegeu. Essa é uma atitude
virtuosa e compromissada com a fraternidade e o amor pelo próximo. Segue alguns
trechos da entrevista da presidenta Dilma realizada ontem (17/03), no Palácio
do Planalto. Emocionada em alguns pontos, com a voz embargada, a presidenta,
presa política durante a ditadura militar, disse que “valeu a pena” lutar por
liberdade e democracia. “Ontem, quando eu vi centenas e milhares de cidadãos se
manifestando, não pude deixar de pensar que valeu a pena lutar pela liberdade,
valeu a pena lutar pela democracia. Este país está mais forte que nunca,
declarou. Segundo a presidenta, o fortalecimento das instituições democráticas
no Brasil torna o país cada vez mais impermeável ao golpismo e ao retrocesso.
Um país amparado na separação, independência e harmonia dos poderes, na
democracia representativa, na livre manifestação popular nas ruas e nas urnas
se torna cada vez mais impermeável ao preconceito à intolerância, à violência,
ao golpismo e ao retrocesso, afirmou. É assim a nação que todos nós queremos
fortalecer (...). Eu tenho certeza de que o que nós queremos é um lugar em que
todos possam exercer os seus direitos pacificamente sem ameaças às liberdades
civis e políticas. É isso ai amigos do Mosaico. Beijo a todos. Davi.
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