sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

SRI RAMAKRISHNA


Hinduísmo. www.misticismonatural.blospot.com. Sri Ramakrishna (1836-1886) é adorado por milhares de pessoas como uma encarnação divina, ou avatar. Sua vida foi um testemunho da verdade e da universalidade dos princípios espirituais, assim como da pureza e do amor. Nascido em Kamarpukur, uma aldeia próxima a Calcutá, desde criança demonstrou uma grande inclinação para a vida espiritual. Como um jovem sacerdote de um templo em Dakshineswar (Calcutá), Ramakrishna mergulhou em intensas práticas espirituais e profundas meditações, tomado por um forte anelo por Deus e pelo anseio da comunhão divina (...). Vivia constantemente absorto em Deus. Em seus frequentes êxtases espirituais, alcançava o sublime estado de união com a Infinita Realidade. Para ele, o ensinamento védico da unidade da existência era mais que uma teoria, pois realizou essa verdade pela percepção direta. Sri Ramakrishna trilhou diferentes caminhos religiosos dentro do Hinduísmo. Mais tarde praticou o islamismo e depois meditou profundamente em Jesus Cristo, experimentando a mesma Realidade Divina através destes caminhos não hindus (...). A Família de Sri Ramakrishna. Sri Ramakrishna nasceu em 18 de fevereiro de 1836 no vilarejo Karmapukur, cerca de dez quilômetros a noroeste de Calcutá. Seus pais, Kshudiram Chattopadhyaya e Chandramani Devi, casaram-se em 1799 e embora fossem pobres, eram muito piedosos e dotados de inúmeras virtudes. Naquela época Kshudiram estava vivendo no vilarejo ancestral de Derepore, próximo de Kamarpukur. Seu primeiro filho, Ramkumar, nasceu em 1805, e sua primeira filha, Katyayani, em 1810. Em 1814, o proprietário da terra mandou que Kshudiram prestasse falso testemunho no tribunal contra um vizinho. Quando ele se recusou a fazê-lo, o senhor moveu uma ação contra ele e lhe retirou a propriedade ancestral. Assim, desprovido de seu bem material mais importante, Kshudiram mudou-se para a pacata vila de Kamarpukur, a convite de outro proprietário, que lhe deu uma casa e aproximadamente um acre de terra fértil. As colheitas dessa pequena propriedade eram suficientes para atender as necessidades básicas de sua família. Ali ele viveu com simplicidade, dignidade e contentamento. Dez anos depois de sua chegada a Kamarpukur, Kshudiram fez uma peregrinação a pé até Rameswaram, no extremo sul da Índia. Dois anos depois nasceu seu segundo filho, Rameswar. Novamente, em 1835, com a idade de sessenta anos, fez uma peregrinação a Gaya. Ali, desde tempos imemoriais, os indianos vêm dos quatro cantos da Índia a fim de cumprir suas obrigações com seus ancestrais, fazendo-lhes oferendas nas sagradas pegadas do Senhor Vishnu. Neste lugar sagrado Kshudiram teve um sonho em que o Senhor Vishnu lhe prometeu nascer como seu filho. E sua esposa Chandramani Devi, defronte ao templo de Shiva em Kamarpukur, também teve uma visão mostrando-lhe o nascimento da divina criança. Quando regressou, o marido encontrou-a grávida. Gadadhar. Quando Criança. Quando criança, Sri Ramakrishna (seu nome de nascimento era Gadadhar) era muito amado pelos aldeões. Desde o princípio, ele não tinha interesse pela educação formal e nem por assuntos mundanos. Entretanto, ele era um garoto muito talentoso e podia cantar e pintar muito bem. Gostava de servir os homens santos e escutar suas histórias. Era muito comum encontrá-lo absorvido em estados espirituais. Com a idade de seis anos ele experimentou seu primeiro êxtase, quando viu uma revoada de grous brancos movendo-se sob um fundo de nuvens escuras. Essa tendência de entrar em êxtase intensificou-se com a idade. Seu pai faleceu quando Gadadhar tinha sete anos e este acontecimento aprofundou seu comportamento introspectivo e seu desapego pelo mundo. A Vida de Sacerdote no Templo de Dakshineswar. Quando Sri Ramakrishna tinha cerca de dezesseis anos, seu irmão Ramkumar levou-o até Calcutá para que ele o assistisse em sua profissão sacerdotal. Em 1855, o templo de Kali, em Dakshineswar, construído por Rani Rasmani, foi consagrado e Ramkumar tornou-se o sacerdote chefe deste templo. Quando ele faleceu, alguns meses depois, Sri Ramakrishna foi indicado como sacerdote. Este desenvolveu intensa devoção pela Divina Mãe Kali e consagrava muitas horas em adoração de Sua imagem, esquecendo-se dos rituais e das tarefas sacerdotais. Seu intenso anelo culminou na visão da Divina Mãe Kali como ilimitada refulgência permeando tudo à sua volta. Intensas Práticas Espirituais. O estado de intoxicação divina de Sri Ramakrishna alarmou seus familiares em Kamarpukur e eles convenceram-no a se casar com Saradamani, uma garota do vilarejo vizinho de Jayrambati. Mesmo assim, Sri Ramakrishna continuou com suas intensivas práticas espirituais. Motivado por intenso chamado interior para experimentar os diferentes aspectos de Deus, ele seguiu, com a ajuda de vários Gurus, os muitos caminhos descritos nas escrituras hindus e realizou Deus através de cada um deles. O primeiro Guru que apareceu em Dakshineswar (em 1861), foi uma mulher extraordinária conhecida como Bhairavi Brahmani, que era uma avançada mestra espiritual muito versada nas escrituras. Com sua ajuda, Sri Ramakrishna praticou várias das mais difíceis disciplinas do caminho tântrico e teve êxito em todas elas. Três anos mais tarde, chegou um monge errante chamado Totapuri, e sob sua orientação, Sri Ramakrishna atingiu o Nirvikalpa Samadhi, a mais elevada experiência espiritual mencionada nas escrituras hindus. Ele permaneceu neste estado de não dualidade por seis meses sem nenhuma consciência de seu próprio corpo. Desta maneira, Sri Ramakrishna reviveu toda a gama de experiências espirituais de mais de três mil anos da religião hindu. Praticando Outras Religiões. Com sua insaciável sede por Deus, Sri Ramakrishna rompeu as fronteiras do Hinduísmo e percorreu os caminhos do Islam e Cristianismo, atingindo a mais elevada realização em cada um deles em curtos períodos de tempo. Ele aceitava Jesus e Buda como Encarnações Divinas e venerou os dez Gurus Sikhs. Expressou a quintessência dos seus doze anos de intensiva realização espiritual em uma simples frase: Yato mat, tato path, cujo significado é: “Quantas forem as crenças, tantos serão os caminhos”. Ele agora vivia frequentemente num exaltado estado de consciência, onde via Deus em todos os seres. Adorando Sri Sarada Devi no Templo. Em 1872, sua esposa Sarada Devi, agora com dezenove anos, veio à Calcutá para encontrá-lo. Ele a recebeu cordialmente, ensinou-a como executar as tarefas domésticas e ao mesmo tempo praticar uma intensa vida espiritual. Uma noite, ele adorou-a como a Mãe Divina no altar do seu quarto situado no conjunto de templos de Dakshineswar. Embora sua esposa permanecesse com ele, eles viviam vidas puras e imaculadas, e sua relação matrimonial era puramente espiritual. É preciso mencionar aqui que Sri Ramakrishna havia sido ordenado sanyasin (monge hindu), e mantinha os votos monásticos básicos que conduzem à perfeição. Mas, externamente, ele vivia como um homem laico, humilde, amável e com a simplicidade de uma criança. Desde que Sri Ramakrishna veio para Dakshineswar, Rani Rasmani foi quem primeiramente proveu suas necessidades. Após o falecimento dela, seu genro, Mathur Nath Biswas, assumiu a responsabilidade de cuidar de Sri Ramakrishna. Contato com Alguns Notáveis. O nome de Sri Ramakrishna começou a ser conhecido à medida que se espalhava a notícia de que ele era um iluminado santo bengali. Mathur, certa vez, convocou uma assembleia de eruditos para examiná-lo e eles concluiram que Sri Ramakrishna não era um homem comum, mas o Avatar da Era Moderna. Nesta época, o movimento sociorreligioso conhecido como Brahmo Samaj, fundado por Raja Ram Mohan Roy, encontra-se no topo da popularidade em Bengala. Sri Ramakrishna entrou em contato com muitos líderes e membros do Brahmo Samaj e exerceu grande influência sobre eles. Seus ensinamentos sobre a harmonia das religiões atraíram pessoas pertencentes a diferentes denominações religiosas, e Dakshineswar tornou-se um verdadeiro parlamento das religiões. A Chegada dos Devotos. Como um enxame de abelhas rodeando uma flor totalmente desabrochada, os devotos começaram a chegar até Sri Ramakrishna. Ele os dividiu em duas categorias: a primeira consistia de chefes de família e ele os ensinou como realizar Deus, enquanto viviam no mundo e cumpriam seus deveres familiares. A outra, e mais importante categoria, era composta por um grupo de jovens educados, a maioria da classe média de Bengala, que ele treinou para se tornarem monges e, assim, serem os porta-vozes de sua mensagem para a humanidade. O principal dentre eles foi Narendra, que anos mais tarde, com o nome de Swami Vivekananda, semeou a mensagem universal da Vedanta em diferentes países do mundo, revitalizando o Hinduísmo e despertando o espírito da nação indiana. O Evangelho de Sri Ramakrishna. Sri Ramakrishna não escreveu nenhum livro, nem ministrou palestras públicas. Ao invés disso, ele optou por falar em uma linguagem simples com o uso de parábolas e metáforas de maneira ilustrativa, que foram coletadas pela sua observação da natureza e das coisas comuns do dia a dia. Suas conversas eram encantadoras e atraíram a elite cultural de Bengala. Estas conversas foram anotadas por um de seus discípulos, Mahendranath Gupta, que as publicou em bengali sob a forma de livro, com a denominação: “Sri Ramakrishna Kathamrita” (O néctar das palavras de Sri Ramakrishna). Sua versão em inglês, denominada “The Gospel of Sri Ramakrishna”, foi publicada em 1942. O livro foi editado também em português com a denominação: “O Evangelho de Sri Ramakrishna” e está sendo traduzido e editado em outros idiomas, fazendo com que aumente sua popularidade em função de sua relevância e apelo universais. Seus Últimos Dias. A intensidade de sua vida espiritual e a incansável tarefa de dar instruções para um interminável fluxo de aspirantes espirituais, consumiu a saúde de Sri Ramakrishna, que desenvolveu câncer na garganta em 1885, então, ele se mudou para uma casa de campo mais espaçosa, onde esteve sob os cuidados de seus jovens discípulos durante o dia e à noite. O Mestre, na sua relação com os seus discípulos, era a manifestação perene do amor puro, que também estava sempre presente no convívio com as outras pessoas que o rodeavam, e essa relação amorosa foi a tônica e a pedra fundamental da futura ordem monástica conhecida como Ramakrishna Math. Nas primeiras horas do dia 16 de agosto de 1886, Sri Ramakrishna deixou seu corpo repetindo o nome da Mãe Divina, retornando assim ao seu Lar Espiritual. (Fonte: http://www.vedantacuritiba.org.br). www.misticismonatural.blogspot.com. Abraço. Davi

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