Cristianismo. www.oficialcatolico.com.br. O
SACRAMENTO DA CRISMA OU DA CONFIRMAÇÃO. Em nosso estudo anterior apresentamos
uma exposição sobre o Sacramento do Batismo. - Vimos que neste Sacramento somos
mergulhados no Espírito do Cristo Ressuscitado. Esse Espírito nos
"cristifica" e nos dá uma vida nova, a vida no Ressuscitado, aquela
vida plena que a Escritura chama de Vida Eterna, porque é a Vida do próprio
Eterno, que é Deus. Vimos que, habitados pelo Espírito de Amor, Espírito que é
o Amor do Pai e do Filho, somos feitos Templos da Trindade Santíssima. Vamos
agora tratar de um outro Sacramento, o segundo dos três que constituem a
iniciação cristã. Trata-se do Sacramento da Crisma ou Confirmação. Desde os seus
primórdios, a Igreja de Cristo conhece este Sacramento, intimamente ligado ao
Batismo, denominado Crisma ou Confirmação. Em que consiste este Sacramento?
Qual o seu significado? Qual a sua fundamentação bíblica? É destas questões que
trataremos neste artigo, começando com o Catecismo da Igreja Católica (CIC),
que ensina: “A Confirmação aperfeiçoa a graça batismal; é o
Sacramento que dá o Espírito Santo para enraizar-nos mais profundamente na
filiação divina, incorporar-nos mais firmemente a Cristo, tornar mais sólida a
nossa vinculação com a Igreja, associar-nos mais à sua missão e ajudar-nos a
dar testemunho da fé cristã pela palavra, acompanhada das obras”. (CIC
§1316). Vale a pena, antes de mais nada,
analisar essas palavras. São ditas duas coisas importantes a respeito da
Crisma: ela aperfeiçoa a graça batismal e é o Sacramento que dá o Espírito
Santo. Ora, será que a graça batismal é imperfeita? Mais ainda: o Batismo já
não nos deu o Espírito? Não é no Espírito do Cristo ressuscitado que fomos
mergulhados no santo Batismo? Além do mais, como católicos cremos que todo e
cada Sacramento nos dá o Espírito Santo, e que somente no Espírito pode haver
Sacramento. Sendo assim, como compreender as afirmações do Catecismo citadas acima?
Afirma-se que a Crisma aperfeiçoa a graça
batismal no sentido de torná-la "madura", aperfeiçoada, plenamente
desenvolvida. É importante compreender bem isto. No Batismo, nós recebemos o
Espírito do Cristo Ressuscitado; ele nos é dado como vida divina, vida nova,
vida eterna que faz de nós novas criaturas. Procure reler tudo quanto dissemos
sobre isso ao expor o Sacramento do Batismo. Ora, esta vida não é algo
estático, parado, congelado; como toda vida, ela vai crescendo sempre mais, e
assim vai nos configurando cada vez mais ao Cristo Jesus, para que sejamos como
ramos da Videira que é Ele próprio, vivamos como reflexo do Senhor neste mundo.
Pois bem, o Sacramento da Crisma é o que leva esta vida na Graça, recebida no
Batismo, à sua maturidade. Na Crisma, o Espírito que nos tinha sido dado como
vida, nos é dado como Força divina, que nos dá a capacidade de testemunhar
Jesus, de anunciar o Evangelho e assumir ativamente nosso lugar na comunidade
eclesial. Por isso mesmo é que se diz que a Crisma confirma o
Batismo, que é o Sacramento da Confirmação. Não é que o Batismo seja incompleto e necessite ser completado. O
sentido é outro: a Confirmação nos dá a graça da maturidade cristã, de tal modo
que a vida nova recebida no Batismo pode e deve, agora com a Crisma, ser
testemunhada e transbordada para os outros com a graça deste Sacramento.
Em outras palavras: enquanto que no Batismo a
vida recebida é graça que nos renova e transforma, na Confirmação esta mesma
vida é Dom que devemos testemunhar e partilhar. Por isso o crismado deve estar
consciente do seu lugar na Igreja, na comunidade eclesial, e do seu dever de
testemunhar o Cristo sendo, como se diz, um soldado do Senhor. Aqui
convém eliminar um mal-entendido. Em geral afirma-se que a Crisma é o
Sacramento da maturidade cristã e confirma o Batismo porque recebemos este
quando crianças pequenas e aquele quando jovens, já sabendo o que queríamos.
Não é assim: a maturidade que a Crisma nos dá não é a maturidade psicológica,
mas sim a maturidade espiritual. Em outras palavras: se uma criancinha for
batizada e crismada, seu “organismo espiritual”, sua estrutura cristã, por
assim dizer, já recebeu a maturidade. Que fique bem claro: a Confirmação nos
concede uma graça distinta do Batismo. Sem este Sacramento não há maturidade na
vida cristã. Por isso mesmo, rigorosamente falando, todo aquele que assume
qualquer trabalho na Comunidade deve ser crismado. Há ainda uma outra distinção
importante no modo de agir do Espírito no Batismo e na Confirmação: no Batismo
o Espírito nos é dado como Espírito que torna o Pai e o Filho presentes em nós,
fazendo-nos, assim, templos da Trindade. Na Confirmação, ao invés, o Espírito
dá-nos algo que é próprio dele como Terceira Pessoa da Trindade, a saber: a
força, a coragem, o ânimo, o vigor, a doçura para testemunhar o Senhor Jesus. A
fé da Igreja exprimiu isso muito bem com a imagem dos Dons do Espírito. Agora
podemos entender porque o Catecismo fala, no texto acima citado, numa mais
profunda incorporação a Cristo: é que com a Confirmação o Espírito nos une ao
Cristo na sua missão de Sacerdote, Profeta e Rei, para que sejamos, na
comunidade eclesial e no mundo, continuadores de sua Missão, continuadores do
próprio Cristo. Por fim e como complemento, importa dizer que a Crisma está
relacionada, direta ou indiretamente, com o Batismo no Espírito Santo
mencionado nas Sagradas Escrituras (At 1,5). Embora haja alguma controvérsia
teológica, por um lado não podemos afirmar que se tratem exatamente de uma
"mesma coisa"; porém, se cremos que este Sacramento nos confere os
Dons do Espírito Santo, a relação é real e inevitável. Resumo. Crisma,
portanto, é o Sacramento que confere os Dons do Espírito Santo, conduzindo
o fiel católico ao caminho da perfeição cristã. Representa como que a passagem
da infância para a fase adulta, espiritualmente falando. Nesse sentido é que a
Crisma é o Sacramento da Confirmação do Batismo. A Crisma é a confirmação do
Batismo porque fortalece a Graça que este nos deu: se o Batismo nos imerge no
Espírito Santo, a Crisma deve nos tornar “fortes e robustos” no mesmo Espírito,
enquanto cristãos e membros do Corpo Místico de Cristo neste mundo, a Santa
Igreja. A palavra Crisma vem do grego e significa Óleo da
Unção. O termo, no feminino (a Crisma), refere-se ao Sacramento em si, e no
masculino (o crisma), refere-se ao óleo de ungir. Ungir é untar a fronte do
crismando com o óleo próprio, em cruz. O óleo usado na cerimônia da Crisma é
consagrado na Missa da Quinta-Feira Santa. Três passos são
necessários à administração da Crisma: a imposição das mãos sobre a cabeça do
crismando; a unção com o óleo na fronte; as palavra do Bispo: “Recebe por este
sinal o Espírito Santo, Dom de Deus”, ao que o crismando responde: “Amém”. É
o Bispo quem ministra o Sacramento da Crisma, mas em sua ausência pode delegar
essa missão a um padre. Durante a celebração, o Bispo suplica os Dons do
Espírito Santo na seguinte oração: “Deus Todo-Poderoso, Pai de Nosso Senhor Jesus
Cristo, que, pela água e pelo Espírito Santo destes uma vida nova a estes vossos
servos, libertando-os do pecado, enviai sobre eles o Espírito Santo Paráclito;
dai-lhes, Senhor, o Espírito de sabedoria e de inteligência, o Espírito de
conselho e de fortaleza, o Espírito de ciência e de piedade, e enchei-os do
Espírito do vosso temor.” Os Sete Dons do Espírito Santo: Sabedoria -
Não sabedoria do mundo, mas aquela que nos faz reconhecer e buscar a Verdade,
que é Deus, Fonte da Sabedoria. Verdade que encontramos na Bíblia e na
orientação da Igreja. Entendimento -
Dom que nos faz aceitar as verdades reveladas por Deus. Conselho -
É a luz para distinguir o certo do errado, o verdadeiro do falso, e assim
orientarmos acertadamente a nossa vida, e as vidas daqueles que precisam de um
conselho nosso. Ciência -
Não as ciências do mundo, mas a ciência do Sagrado, das coisas de Deus. Ciência
da Verdade e da Vida. Por esse Dom, o Espírito Santo nos indica o caminho a
seguir na realização da nossa verdadeira vocação. Fortaleza - É o Dom da coragem para viver fielmente a
fé no dia-a-dia, até mesmo no martírio, se for preciso. Piedade -
É o Dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus com
alegria. Nesse Dom nos é dado o "sabor" inigualável das coisas de
Deus. Temor de Deus - Não é "medo de Deus", já que “o
Perfeito Amor lança fora o medo; quem tem medo não é perfeito no Amor” (Jo 4,
18). Temor de Deus significa viver o Amor sincero por Deus, tão grande que
queima o coração de respeito e sincera devoção pelo Criador. Não é pavor da
Justiça Divina, é zelo em agradar a Deus. A
Crisma na prática. Quem pode receber a
Confirmação? Todo batizado pode receber este
Sacramento (Cân. 889, §1) uma vez. Para recebê-la licitamente é necessário
estar devidamente preparado, disposto e em condições de renovar as promessas do
Batismo (Cân. 889, §2). Como regra geral, a idade mínima é de 14 anos. O
candidato à Confirmação deve professar a fé, estar em estado de graça
(confessar antes), ter a intenção de receber o Sacramento e estar preparado
para ser discípulo e testemunha de Cristo, na comunidade eclesial e nas
ocupações temporais (CIC §1319). Padrinho/Madrinha: não podem ser
os pais do crismando (Cân. 893 e 874). Precisa ser católico, confirmado, ter
recebido o Santíssimo Sacramento da Eucaristia e estar disposto a orientar sua
vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir (Cân. 874, §1). Precisa ter
dezesseis anos completos, a não ser que outra idade seja determinada pelo Bispo
diocesano (Cân. 874, §1). É desaconselhável escolher como padrinho o esposo(a),
namorado(a) ou noivo(a). Alguém de outra religião pode ser admitido como
testemunha da confirmação, ao lado de um padrinho católico. Preparação: Após
a primeira Eucaristia, o adolescente deve participar de encontros de
perseverança e atividades paroquiais próprias para sua idade, dando
continuidade ao processo de formação na Fé. Os padrinhos e pais devem
acompanhar a formação do crismando, e participar dos encontros e palestras
promovidas pela Igreja, sobre temas bíblicos, morais, doutrinários e
litúrgicos. É recomendada a leitura dos bons livros católicos que levem à
melhor compreensão possível a respeito do grande passo que será dado. A
preparação deve ter a duração de ao menos um ano, com encontros de
evangelização e formação na fé, bem como a participação nas celebrações da
comunidade. www.ofielcatolico.com.br.
Abraço. Davi
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