Islamismo. www.islamreligion.com. I SUFISMO.
Introdução. Através de um documentário na TV ou um site belamente projetado, a
maioria das pessoas já ouviu algo sobre “sufis” e “Sufismo”. Programas na TV
têm divulgado, anfitriões de programas de entrevista fazem menção a eles e
políticos passaram a ter um forte interesse nesse grupo (...) basta apenas
digitar a palavra “sufi” em qualquer programa de busca para ser soterrado com
vídeos e fotos disponíveis. No espaço cibernético podem-se ver imagens e
vídeos de místicos e anciões sufis dançando em formas rítmicas ao som de
melodias vibrantes. Imagens perturbadoras de anciões místicos sufis
furando suas cabeças com facas ou se submetendo a várias formas de tortura são
muito comuns também. Uma pessoa interessada no Islã pode ter uma ideia
errada sobre o Islã e os muçulmanos, porque para o ocidente “sufis” e “Sufismo”
é apenas um sinônimo de Islã e muçulmano. A pergunta que surge é se eles são
realmente muçulmanos e se estão praticando o Islã. Antes de continuar tenho que
mencionar que existem muitos sites, artigos e livros que foram escritos e
compilados, mas a maioria fala sobre Sufismo de forma emotiva, dando a
impressão que são imparciais. Nessa humilde empreitada tento escrever
sobre “Sufismo” de maneira informativa, longe de qualquer preconceito. Embora sejam somente
uma pequena minoria, sufis podem ser encontrados em muitos países, islâmicos e
não-islâmicos. Mas contrário à crença de que o Sufismo é um “grupo”, o
sufismo é dividido em “ordens”; cada um difere da outra em termos de crença e
prática. Alguns grupos são maiores que outros e alguns grupos acabaram
com a passagem do tempo. Entre os grupos sobreviventes hoje existe a
ordem Tijani, a ordem Naqshabandi, a ordem Cadirita e a ordem Chatili. ORIGEM DO SUFISMO.
Em sua forma
inicial os ensinamentos do Sufismo salientavam que um indivíduo deve dar mais
ênfase aos aspectos espirituais do Islã, como resultado de muitos perderem de
vista esse grande objetivo do Islã. Depois de um período de tempo,
entretanto, anciões infames sufis introduziram práticas estranhas ao Islã que
foram bem recebidas por seus seguidores. Práticas introduzidas incluíam
dançar, tocar música e até consumir haxixe. O sábio Ibn al-Jawzi (116-1201)
escreveu em seu livro ‘Talbis Iblis’ sobre a origem do nome usado por esse
grupo, dizendo: “São chamados por esse nome em referência a primeira pessoa que
dedicou sua vida à adoração ao redor da Caaba, cujo nome era Sufah”. De acordo com isso,
aqueles que queriam imitá-lo se chamavam “sufis”. Ibn al-Jawzi também menciona outra
razão: “usavam roupas feitas de lã”. Lã em árabe é chamado “soof” e roupas de
lã eram o sinal de um asceta naquela época, uma vez que a lã era a forma mais
barata de vestimenta e era muito áspera sobre a pele; em resumo, era um símbolo
de ascetismo. Em qualquer caso, a palavra sufi não estava presente na
época do Profeta Muhammad e seus companheiros e apareceu pela primeira vez por
volta do ano 200 da Hégira (200 anos depois da migração do Profeta de Meca para
Medina). Ibn Taymiyyah (1263-1328), o sábio bem conhecido, menciona que o
primeiro surgimento do Sufismo foi em Basrah, no Iraque, onde algumas pessoas
foram a extremos na adoração e no afastamento da vida mundana, como não era
visto em outras terras. ENTÃO, O QUE É SUFISMO? O Sufismo é uma série de conceitos e
práticas que passam pela pobreza, reclusão, ilusão, privação da alma, cantar e
dançar; e é baseado em uma mistura de muitas religiões e filosofias diferentes,
como a filosofia grega, Zoroastrismo, Budismo, Hinduísmo e também no Islã.
Frequentemente os próprios sufis ou os orientalistas se referem ao
Sufismo como o “misticismo islâmico”, para dar a impressão de que o Islã é no
todo ou em parte uma religião dogmática com um conjunto de rituais sem sentido.
A própria natureza do Sufismo (ou Tasawwuf) se opõe ao que um
muçulmano deve acreditar, o que será explicado mais adiante quando eu fizer
menção às crenças sufis em geral. CARACTERÍSTICAS DE UM MUÇULMANO. Um muçulmano sempre
recorre ao Alcorão e às narrações do Profeta Muhammad, que as bênçãos e misericórdia
de Deus estejam sobre ele, chamada Sunnah, em questões de religião. Deus
nos diz no Alcorão: “Não é dado ao crente, nem à crente, agir conforme seu arbítrio, quando
Deus e Seu Mensageiro é que decidem o assunto. Sabei que quem desobedecer a
Deus e ao Seu Mensageiro desviar-se á evidentemente”. (Alcorão
33:36). O Profeta Muhammad enfatizou a importância de seguir o Alcorão e a
Sunnah e o perigo de introduzir quaisquer inovações no Islã. É sabido que
o Profeta disse: “Aquele que fizer um ato que não está de acordo com
meus comandos (ou seja, a Lei Islâmica), deve ser rejeitado”. (Saheeh Muslim).
Ibn Mas’ood (um companheiro do profeta), que Deus esteja satisfeito com
ele, disse: “O Mensageiro de Deus, que as bênçãos e misericórdia de Deus estejam
sobre ele, fez uma linha reta no chão com sua mão e então disse: “Este é a
senda reta de Deus.” Depois ele fez uma linha curta de cada lado da linha reta e então
disse: “Em cada uma dessas linhas curtas existe um demônio convidando
as pessoas para elas”. Então ele recitou o versículo do Alcorão: “Esta é a Minha
senda reta. Segui-a e não sigais as demais, para que estas não vos desviem da
Minha senda.” (Alcorão 6:153) Saheeh: relatado por Ahmad e
an-Nasaae’e. Um muçulmano, portanto, deve obedecer a Deus e Seu Mensageiro.
Esta é a autoridade mais alta no Islã. Não se deve seguir cegamente
líderes religiosos; ao contrário, como humanos devemos usar as faculdades que
nos foi dada por Deus, para pensar e raciocinar. O Sufismo, por outro
lado, é uma ordem que retira da pessoa o livre pensar e o critério pessoal e a
coloca a mercê do sheik da ordem... como foi dito por alguns anciões sufis,
“deve-se comportar com seu sheik como uma pessoa morta se comporta ao ser
lavada”, ou seja, não deve argumentar nem se opor à opinião do sheik, e deve
demonstrar obediência e submissão totais a ele. Verdadeiros muçulmanos estão
satisfeitos com o nome “muçulmano” dado a eles por Deus Todo-Poderoso, como Ele
diz: “E não vos impôs dificuldade alguma na religião, porque é o credo de
vosso pai, Abraão. Ele vos denominou muçulmanos, antes (nas escrituras sagradas
anteriores) e neste livro (Alcorão).” (Alcorão 22:78). Os sufis podem
insistir que são muçulmanos, mas ao mesmo tempo alguns insistem em se
identificarem como sufis ao invés de como muçulmanos. CRENÇAS ISLÂMICAS
EM UM RELANCE: CRENÇA EM DEUS. Resumidamente, um muçulmano acredita na unicidade
de Deus. Ele não tem parceiros e nada e ninguém é semelhante a Ele.
Deus, Todo-Poderoso, diz: “Nada é igual a Ele, e Ele é
Ouniouvinte, Onividente.” (Alcorão 42:11). Deus é separado de
Sua criação e não uma parte dela. Ele é o Criador e tudo o mais é Sua criação. Os sufis têm uma
variedade de crenças em relação a Deus, Todo-Poderoso; entre essas crenças
estão as seguintes: a) Al-Hulool: Essa crença denota que Deus, Todo-Poderoso, habita em Sua criação. b) Al-It’tihaad: Essa crença
denota que Deus, Todo-Poderoso, e a criação são uma presença única, unida. c) Wahdatul-Wujood: Essa crença
denota que não se deve diferenciar entre o Criador e a criação, porque ambos,
Criador e criação, são uma entidade. Mansur al-Hallaaj, uma figura muito
reverenciada pelos sufis, disse: “Sou Aquele a Quem amo”, exclamou, “Aquele a
Quem amo sou eu; somos duas almas que coabitam um corpo. Se você vir a mim, O verá
e se O ver verá a mim.” Muhiyddin Ibn Arabi, outra figura reverenciadas no Sufismo, foi infame
por suas declarações: “O que está sob minha vestimenta não é nada, exceto
Deus,” “O servo é o Senhor e o Senhor é um servo.” Essas crenças acima
contradizem fortemente a crença islâmica na unicidade de Deus, porque o Islã é
um estrito monoteísmo. Essas doutrinas cardinais sufis não estão
distantes de algumas das crenças cristãs ou da crença hindu de reencarnação.
S.R. Sharda em seu livro “Sufi Thought” (Pensamento Sufi) disse: “A
literatura sufi do período pós Tamerlão mostra uma mudança significativa na
essência de pensamento. É PANTEÍSTA. Depois da queda do poder da
ortodoxia muçulmana no centro da Índia por aproximadamente um século, devido à
invasão de Tamerlão, o Sufismo ficou livre do controle da ortodoxia muçulmana e
se associou com santos hindus, que os influenciaram a uma extensão
surpreendente. Os sufis adotaram o monismo, a devoção extremada e
práticas Bhakti e iogues da escola vedântica Vaishnava. Naquela época a
popularidade do panteísmo vedântico entre os sufis alcançou seu apogeu”. CRENÇA NO PROFETA
DE DEUS. Um muçulmano acredita que o Profeta Muhammad foi o profeta final e
mensageiro de Deus. Não era divino e não é para ser adorado, mas é para
ser obedecido. Não se pode adorar Deus exceto da forma que foi sancionada pelo
Profeta Muhammad, que as bênçãos e misericórdia de Deus estejam sobre ele. As ordens sufis
adotam uma ampla variedade de crenças em relação ao Profeta Muhammad, que as
bênçãos e misericórdia de Deus estejam sobre ele. Entre eles existem os
que crêem que ele ignorava o conhecimento que os anciões sufis possuem.
Al-Bustami, um sheik sufi, disse: “Entramos em um mar de conhecimento na
margem em que os profetas e mensageiros pararam”. Outros sufis atribuem algum
tipo de divindade ao Profeta, que as bênçãos e misericórdia de Deus estejam
sobre ele, dizendo que toda a criação foi criada da “luz” do Profeta Muhammad.
Alguns até acreditam que ele foi a primeira criação e que está descansando
sobre o trono de Deus, que é a crença de Ibn Arabi (1165-1240) e outros sufis
que vieram depois dele. CRENÇA NO PARAÍSO E INFERNO. De forma resumida, os muçulmanos
acreditam que o Inferno e Paraíso existem agora e são duas moradas reais.
O Inferno é onde uma pessoa pecadora será punida e o Paraíso é onde uma
pessoa piedosa será recompensada. Os sufis em geral acreditam que
ninguém deve pedir a Deus que lhes garanta o Paraíso; até alegam que o Wali (guardião)
não deve buscar o Paraíso, porque é um sinal de falta de intelecto. Para
eles “Paraíso” tem um significado imaterial, que é o de receber o conhecimento
do oculto de Deus e se apaixonar por Ele. Quanto ao Inferno, os sufis acreditam
que ninguém deve tentar escapar dele. De acordo com eles, um verdadeiro
sufi não deve temer o Fogo. Alguns até acreditam que se um ancião sufi
cuspir sobre o Fogo ele será apagado, como Abu Yazid al-Bustami alegou. www.islamreligion.com. Abraço. Davi
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