quinta-feira, 2 de agosto de 2018

AS FADAS E O MEIO AMBIENTE


Teosofia. Extraído de Theosophical Digest – 2º Quarter 2.000. Texto de Dora Van Gelser Kunz. Traduzido por Cássia Mesquita. AS FADAS E O MEIO AMBIENTE. Não é fácil dar uma descrição detalhada da aparência das fadas e do que os seus corpos são feitos exatamente. Antes de tudo, existem muitas variedades diferentes. O segundo obstáculo reside no fato de que a maioria de nós acha difícil conceber corpos que não sejam feitos de matéria física. No entanto, a matéria física, em si mesma, nada mais é do que padrões e ondas de energia, e, portanto, não deve ser difícil pensarmos nos corpos das fadas como sendo constituídos de um tipo de matéria mais sutil, mais delicada do que o gás mais rarefeito. Em nosso mundo, precisamos de um corpo mais ou menos rígido para resistir ao estresse, acidentes e pressão, e isso resulta em todo tipo de estruturas especializadas, tais como o esqueleto ósseo e os sistemas muscular e nervoso. Mas o ambiente em que vivem as fadas não exige tal rigidez. Gravidade, densidade e pressão são totalmente diferentes; desse modo não é preciso uma forma complicada e resistente. FORMA. Para propósitos de descrição, falarei de uma fada comum da superfície da Terra, uma fada comum dos bosques ou jardins, que podemos considerar a mais típica de todas. Pode-se dizer que este tipo está a meio caminho da evolução das fadas. Ela está em contato constante com a humanidade. É encontrada em várias cores e tamanhos em quase todos os lugares na terra. Elas têm sido vistas por muitas pessoas. Essas fadas são, na verdade, tão comuns que é fácil escolher um indivíduo para análise. Este exemplo típico por acaso é uma fada verde dos bosques da Nova Inglaterra. Tem cerca de oitenta centímetros de altura, um corpo esguio e uma cabeça que é um tanto maior em proporção ao corpo do que é comum entre seres humanos adultos. Seu corpo é feito de matéria num estado muito mais parecido com o vapor do que qualquer outra coisa que conhecemos em nosso mundo, mas a forma é bastante definida e duradoura. O material do corpo é livremente entretecido como o vapor do bico de uma chaleira fervente e tem algo da natureza de uma nuvem de gás colorido. Seu corpo é composto de duas distintas densidades de material. O corpo propriamente dito é um verdadeiro verde esmeralda e um tanto denso, considerando o material de que é feito. Em volta desse corpo, de todos os lados, tanto na frente quanto atrás, está uma nuvem muito mais rarefeita do mesmo material que não é tão distintamente vivo. Esta porção mais rarefeita, que se estende por todos os lados do corpo propriamente dito, é de cor verde clara. SENSAÇÃO. Todo esse material é virtualmente a substância de que são feitos os sentimentos. É material vital. Uma vez que a matéria que não é tão distintamente vivo. Esta porção mais rarefeita, que se estende por todos os lados do corpo propriamente dito, é de cor verde clara. SENSAÇÃO. Todo esse material é virtualmente a substância de que são feitos os sentimentos. É matéria vital. Uma vez que a matéria de que é feita é em si mesma da natureza da emoção viva, em vez de um complicado sistema de veias, músculos e nervos, quando a fada sente uma emoção seu corpo responde imediata e diretamente. O principal órgão interno parece ser o que o poderíamos chamar de um coração, que é um centro brilhante e pulsante situado mais ou menos no mesmo lugar que o coração humano. Ele é de luz dourada. Pulsa de modo semelhante ao coração humano, mais simplesmente para dentro e para fora. Quando a fada está ativa, a pulsação é rápida, quando quieta, é lenta. Esse órgão é o seu centro de vitalidade e parece fazer circular correntes vitais em todo o corpo, como um primitivo sistema de circulação – um tipo de sistema sanguíneo e nervoso combinado. Este centro cardíaco pode ser controlado pela fada, e é assim que ela entra em contato com as coisas à sua volta, particularmente seres vivos. Quando quer responder a uma planta, a fada faz seu coração bater no mesmo ritmo de pulsação que a planta. Este sincronismo unifica-as. O segredo da vida das fadas é o ritmo. Cada tipo de fada (seja da água, da terra, do ar ou de fogo) vem ao mundo com uma gama limitada e definida de poder rítmico, segundo sua espécie e natureza pessoal próprias. Dentro deste raio de ação ela controla o ritmo de vitalidade por meio de seus desejos e sentimentos. A fada típica é toda sensação, e assim não capta impressões sensoriais exclusivamente através dos órgãos específicos de percepção tal como o olho ou o ouvido, e, sim, de uma maneira geral, que, no entanto, é vívida e em todo seu corpo. Ela se satura em coisas que lhe dão sensação. Sua percepção, contudo, é bem mais aguçada e especializada em certas partes do corpo. VISÃO E MOVIMENTO. Por exemplo, ela possui olhos de qualidade inferior, e parece voltar-se para olhar a alguma coisa, mas a fada pode muito bem estar perceptiva de algo visível atrás de si porque todo seu corpo sente a radiação daquela coisa. Seus sentidos, incluem um senso de olfato – em todo o corpo – pois ela se banha no que é evidentemente o perfume de flores de doce aroma. Mas faz também a mesma coisa com flores que me parecem não ter qualquer fragrância. Assim, neste particular, ela é mais sensível do que nós, e não menos. Ela não tem o sentido do paladar, pois sendo efêmera não come, mas, certamente, recebe sons e responde à música, e, mais uma vez, sua resposta dá-se em todo o corpo. Quando nossa amiguinha verde se move ela não caminha de lugar para lugar, mas flutua. O desejo ou a necessidade de estar em algum lugar atrai a fada. Certamente que quando quer, ela pode saltar daqui para ali com vivacidade, e saltar para cima e para baixo. Ela possui braços e pernas sem muito detalhe de dedos das mãos e dos pés, e a mão geralmente parecerá um pé. Todos os músculos nodosos e tendões que vemos nos corpos dos animais não existem aqui. Ela é esguia, graciosa e singularmente ágil. A fada individual, mesmo o indivíduo particular que acabei de descrever, tem o poder de mudar de forma e tamanho de modo admirável. Seu corpo é sentimento e vitalidade, e à medida que ela sente e vive, a forma e o tamanho se alteram. Ela pode tornar-se pequenina, digamos com doze centímetros, e também pode aumentar de tamanho até um metro e meio ou um metro e oitenta de altura. Mas é preciso que a fada queria muito fazer isso, e não poderia permanecer com este tamanho enorme indefinidamente. Ela também não precisa permanecer verde. Ela pode assimilar cores e formas. Aliás, um dos jogos mais aprazíveis entre as fadas é o que eu chamo de “vestir-se” de cores, roupas e vestimentas, segundo sua imaginação. Esta mesma fada comum do jardim ou dos bosques servirá para uma descrição detalhada do lugar das fadas na economia da Natureza, mas deve-se entender que eu estou descrevendo apenas uma de uma centena de tipos. FADAS E PLANTAS. Talvez a mais comum de todas as visões no mundo das fadas seja sua incessante atividade entre plantas, arbustos e outras coisas em crescimento. Em todo jardim, em cada pedaço de terra onde haja planta em crescimento, elas são vistas engajadas no cuidado constante das coisas vivas. Exatamente de que elas se ocupam? E com sua iniciativa afeta plantas e animais? As fadas desempenham um papel significativo no intercâmbio de energias da terra e do sol. Elas têm poder sobre essas duas correntes. Elas podem retardar as correntes aqui e acelerá-las ali, e podem adicionar alguma vitalidade extra de si mesmas em alguns pontos se o desejarem. Primeiramente elas se põem em harmonia com a planta dando ao seu próprio batimento cardíaco o mesmo ritmo que o da planta. Elas se põem de lado e calculam o que querem fazer. Depois põem mãos à obra. Elas pulam e saltitam sobre toda a planta e afagam-na com toques de luz que fluem de suas mãos para as correntes de energia da planta. Desta maneira elas alteram e ajustam a vida da planta. Alguém pode perguntar com propriedade: “As plantas cresceriam sem este auxílio?”. Certamente que sim, mas a intervenção das fadas (e, até onde possa ir, o cuidado dispensado por seres humanos) faz a diferença entre crescimento esparso e exuberante. Não resta dúvida de que as plantas crescem por causa de um impulso interior para viver e reproduzir, já que esta é a coisa dominante em toda a Natureza. Mas o auxílio das fadas é exatamente tão importante para a vida plena da planta quanto o é a aradura para a vida do milho no campo. Grande parte da vida da fada se passa brincando, embora seja difícil dizer onde se possa traçar a linha entre o trabalho e brincadeira, pois certamente cuidar da planta que ama é divertido para a fada. Ela considera essa atividade menos como um dever do que como um prazer a que tenha de atender fielmente. Certamente existem apenas estágios de brincadeiras em sua vida. E, assim, mesmo brincando, a fada e útil por causa da felicidade que irradia, que muitas vezes torna seres humanos e outras criaturas espontaneamente felizes quando ficam no raio de ação de sua influência, mesmo que nada saibam a respeito de fadas. UM MUNDO DE VIDA. Uma das principais diferenças entre o ponto de vista humano e o da fada é que vivemos num mundo de forma, enquanto elas vivem num mundo de vida. Nossos pensamentos estão plenamente preocupados com a forma que as coisas têm, e raramente vamos além disso. Mas as fadas estão preocupadas principalmente com a energia e a vida fluindo em torno e no interior da forma. Por exemplo, se olhamos para uma árvore, respondemos ao seu tamanho, forma, cor, folhas e frutos. Essas coisas combinam para criar sua beleza para nós. Mas quando se pensa a respeito, esta é uma forma um tanto limitada de ver o mundo no qual vivemos. As fadas, pelo contrário, observam primeiramente o espírito da árvore e respondem à sua energia vital. Para a fada, a árvore é uma personalidade viva, que respira, expressando-se sob a forma que a vemos. Ocorre então uma mudança de sentimento, uma resposta mútua, entre a fada e a planta. E assim as fadas vivem uma vida que é muito mais interessante do que a nossa. Nós, seres humanos, somos tão dificultados pelas limitações de nossos sentidos que muitas vezes envelhecemos muito rapidamente devido ao puro enfado com a terrível monotonia de nosso mundo estático. Temos sentimentos para com os animais de estimação dos quais gostamos, tais como nossos gatos e cachorros, e poucos seres humanos excepcionais conseguem sentir algo como uma amizade pessoal com relação a árvores e flores. Mas o relacionamento entre as fadas e as criaturas que vivem à sua volta é tão diferente que é quase uma nova ordem de existência. No mundo das fadas quase tudo se expressa sob alguma forma de ritmo. A grama tem um certo tipo de vida pulsante, cada árvore é um amigo individual, e as flores, pássaros, insetos e peixes são, para a fada, como seus filhos. Ademais, ela vive num mundo de amizade, com milhares de criaturas que não possuem forma física. Tudo, desde borboletas às folhas flutuando ao vento, está cheio de uma vida exuberante, alegre, e ela sente isso e sente-se semelhante a eles simplesmente por estar viva. Seu mundo pulsa com vida, movimento, sentimento; essas são as suas características mais essenciais. O IMPACTO DO HOMEM. Existem, porém, muitas coisas a respeito dos seres humanos que estão além da compreensão das fadas. Para elas nossos motivos são extremamente estranhos, e jamais sabem quando vamos reagir a alguma coisa. Portanto elas nos consideram com um senso de temor, porque para elas frequentemente parecemos insensíveis, cruéis, com relação a Natureza que amam. Por exemplo, a matança de belos pássaros e animais selvagens e o sofrimento por que passam essas criaturas antes de morrer é algo que choca as fadas. Na Natureza, a matança é realizada rapidamente para a manutenção do equilíbrio, não existindo muito sofrimento no processo. Mas a matança é puramente por prazer, e o terror dos animais selvagens no processo, é o horror peculiar que a humanidade inflige às fadas. As armas são algo que não conseguem compreender, e o barulho alto das detonações choca-as e as aterroriza. O mundo das fadas deve ter sofrido enormes mudanças tal que o nosso mundo físico. O efeito que a poluição humana do ambiente exerce sobre o mundo das fadas. O derramamento de óleo, lançamento de lixo nos oceanos, vapores de monóxido de carbono oriundos de automóveis, e a constante construção e expansão da humanidade, que invade a terra e usurpa a área habitada pelas fadas, deve ter causado algum impacto. QUINZE ANOS DEPOIS. Cerca de quinze anos se passaram desde a última vez que fui visitar este sítio, mas ainda me era bastante familiar. A primeira coisa que notei foi que, quando as ondas varriam a praia, havia menos fadas da água. Parece também que elas não mais seguem as ondas até a praia, permanecendo na periferia externa de onde vêm e vão na arrebentação. Toda a rede de energia do solo marinho não parecia ser tão clara ou forte. Parece estar desgastada em certas partes, e consequentemente isso produz uma certa desarmonia no fluxo geral de energia. Uma outra diferença notável é que nos anos anteriores parecia haver uma simbiose entre o mar e o ar, que agora parece não estar funcionando ou pelo menos não funcionando plenamente. As correntes de energia não parecem estar atuando harmoniosamente. Parece que a poluição no som (que sempre existiu até certo ponto) está no mar, embora anteriormente fosse mais superficial. O recente vazamento de óleo de um petroleiro afundado não afetou as criaturas locais. Elas sabem que existe mais sujeira, mais poluição no aspecto físico do mar, e justificadamente percebem que isso tem alguma relação com os seres humanos. Contudo, não conseguem entender bem o porquê, nem compreendem por que os peixes não são tão abundantes. Elas ainda trabalham, mas os resultados não são tão agradáveis nem eficazes, e, como imaginam que o motivo tem a ver com os seres humanos, não parecem estar muito interessadas em nós. Existe uma certa tendência para temer e retrair-se. Muitos peixes e outras formas de vida marinha mudaram-se para mais distante da praia. Sentindo que fomos os responsáveis por esta diminuição, as fadas do mar não são tão amistosas aos seres humanos. As fadas do ar podem escapar dos efeitos da poluição mais facilmente elevando-se mais no céu. Contudo, também elas não estão felizes. Existe um tipo de cortina no padrão de energia mesmo na camada superior da atmosfera. Essas fadas do ar também se afastaram um pouco dos seres humanos e não parecem estar trabalhando contra a poluição. Tanto as fadas do ar, quanto as fadas do mar não parecem gostar de ter muitas pessoas por perto. Elas estão levando seu trabalho adiante, certamente, mas há uma diferença. Elas sentem que não conseguem acompanhar o que está acontecendo. Elas sentem que isto seja algo a que simplesmente não conseguem adaptar-se, e ficam desencorajadas. Os anjos são mais resignados com os efeitos da poluição do que as fadas. Eles sentem que, a longo prazo, os seres humanos farão algo para remediar a condição, mas existe um período perigoso a ser atravessado, período de grande estresse, que é evidenciado por uma pressão tremenda nos mundos internos. Certamente que os devas (anjos), como um todo, têm uma visão de mais longo alcance do que as fadas, que trabalham pela harmonia dia após dia. Em tempos de alerta de poluição, as fadas do ar fogem para um nível mais elevado onde são mais livres, mas as pobres fadas do som ao longo da praia, muito embora possam afastar-se para o alto-mar, não estão felizes lá. Elas não gostam das grandes profundezas tanto quanto gostam dos baixios onde estão acostumadas a viver. Na verdade, essas fadas das praias estão mais associadas à terra – animais, plantas, e até mesmo pessoas com seus filhos e animais de estimação. Eu não quero enganar vocês – as fadas são verdadeiramente belas e ainda são muito elas mesmas. Elas ainda levam adiante seu trabalho, mas no todo não se sentem tão relacionadas a nós, exceto quando ambos estamos sossegadamente desfrutando a beleza da Natureza. Não seria oportuno leva-los a acreditar que a qualidade de alegria das fadas esvaneceu-se, é parte de seu ser. Elas sentem falta da vida e das formas de vida, mas deliciam-se nas muitas formas de árvores e de vida vegetal que ainda estão ai, e trabalham tão entusiasticamente quanto antes. Existem menos fadas, mas elas existem para os mesmos propósitos e trabalham como sempre o fizeram, e embora as cidades tenham seus números, muitos jardins em cidades pequenas têm fadas ajudando-os a crescer. EFEITO DA URBANIZAÇÃO. A poluição das cidades não é apenas a poluição do ar urbano, que é tão perceptível até mesmo para nós. Um tipo mais insidioso de poluição é a proliferação de edifícios, fábricas, escolas, casas, apartamentos, que se apossaram da terra onde muitas fadas viviam anteriormente. Tal como a população de pássaros e de vida selvagem, elas foram espremidas. Embora ainda haja algumas em parques e áreas de preservação florestal, elas não são tão numerosas. Elas sentem que os seres humanos invadiram suas áreas cada vez mais, deixando-lhes cada vez menos. Tem havido um uso muito intenso de inseticidas químicos e fertilizantes, com efeito prejudicial sobre o trabalho das fadas. Os fertilizantes químicos, particularmente os sintetizados, não são prontamente aproveitáveis pelas fadas, considerando que elas compreendem muito melhor as substâncias naturais, particularmente coisas tais como matéria putrefata que forma compostos, que é parte do ciclo natural da Natureza. Mas mesmo que toda a Natureza esteja sofrendo mudanças, os anjos e as fadas sabem que existe uma unidade subjacente no Universo. Eles são parte de um todo orgânico, e aceitam este fato. Os seres humanos também estão se tornando perceptivos desta abordagem holística, uma vez que existe uma maior compreensão e uma cooperação mais consciente com o aumento da meditação e da vida ao ar livre. Um elo está sendo forjado com seres humanos e este outro do mundo dinâmico. Isso se tornará um padrão do futuro. Extraído de Theosophical Digest – 2º Quarter 2.000. Traduzido por Cassia Mesquita. Abraço. Davi  

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