sexta-feira, 3 de agosto de 2018

UMBANDA INICIÁTICA OU ESOTÉRICA


Religião Afro-Brasileira. Texto de Yamunisiddha Arhapiagha. Mestre Tântrico Curador. Médium F. Rivas Neto. Capítulo Dezesseis. UMBANDA INICIÁTICA OU ESOTÉRICA — As Escolas Iniciáticas do Astral Superior — Revelação sobre o Vocábulo Aruanda — A Iniciação nos Templos Sagrados Ontem e Hoje — O Iniciado na Umbanda — Rituais Iniciáticos — O Mestre de Iniciação — As Artes Mágicas Reveladas — Quiromancia — Erindilogum (Jogo de Búzios) — Opele Ifá e Oponifá. Aumbandan (Umbanda), alhures demonstrado em nossos humildes apontamentos, é a Proto-Síntese Cósmica, a qual encerra a Proto-Síntese Relígio-Científica. Lembremos que foi no seio da Raça Vermelha, aqui no solo brasileiro, vibrado pelo Cruzeiro do Sul, que essa SÍNTESE DAS SÍNTESES foi revelada. Essa revelação chegou à Raça Vermelha por intermédio dos Tubaguaçus e mesmo dos Tubaraxás, os quais vieram, como vimos, de distantes Pátrias Siderais para ajudar e incrementar a evolução dos Seres Espirituais que estavam diretamente ligados ao Karma Constituído do planeta Terra, ou mesmo dos "estrangeiros" que também estavam, temporariamente, sob o mesmo sistema kármico. Os Tubaguaçus e os Tubaraxás vinham de Pátrias Siderais distantes, algumas até de outras galáxias, mas permaneciam radicados no plano astral do planeta Terra, ficando como integrantes da Hierarquia Crística, supervisores das 7 Escolas Iniciáticas do astral superior inerentes ao Planeta Terra. Essas 7 Escolas Iniciáticas estão diretamente ligadas à Corrente Astral de Umbanda, através de suas 7 Vibrações Virginais ou 7 Linhas. Essas Escolas Iniciáticas do astral superior se encontram nas zonas superiores ( 5a , 6a e 7a zonas) do dito plano astral superior. Na zona de transição do planeta Terra para outros planetas superiores, ou seja, na 7a zona, encontra-se o NÚCLEO SUPERIOR DE INICIAÇÃO, o qual supervisiona as 7 Escolas Iniciáticas nos seus devidos planos afins. Esse Núcleo Superior de Iniciação tem como Mestres no grau de Magos da Luz muitas das Entidades Espirituais que, por misericórdia, se dignam em "baixar" nos "terreiros" do Movimento Umbandista da atualidade. Muitas dessas Entidades Espirituais nem mais se encontram no Campo Gravitacional Kármico inerente ao planeta Terra, mas mesmo assim baixam por amor a seus irmãos cósmicos ainda distanciados das Leis Maiores que regem todo o Universo. Dentro dessa mesma Confraria, há entidades astralizadas que são oriundas de vários planetas do nosso próprio sistema solar, sendo os mais atuantes os oriundos de Vênus, Júpiter e Saturno, os quais são extremamente evoluídos, sumamente poderosos e não menos simples, encontrando-se em missão nos 4 cantos do planeta, incrementando a evolução do Ser encarnado terreno. Dizíamos dos 7 Núcleos Superiores de Iniciação localizados na última zona (a 7a ), a qual, segundo a tradição planetária, é chamada de Arianda ou Aruanda — Pátria da Luz — Cidade-Luz que detém os conhecimentos da Lei Divina. Os 7 Núcleos Superiores são denominados: TEMBETÁ (ORIXALÁ); HUMAITÁ (OGUM); JUREMÁ (OXOSSI); YACUTÁ (XANGÔ); YOMÁ (YORIMÁ); YORIÁ (YORI) e YNÂYÁ (YEMANJÁ). São desses 7 Núcleos Superiores que vem todo o conhecimento no âmbito da Religião, Ciência, Filosofia e Artes. Esses conhecimentos são atinentes ao adiantamento moral e intelectual do planeta obediente, é claro, à Lei dos Ciclos e Ritmos. Desses 7 Núcleos Superiores ou mesmo das Escolas Iniciáticas do Astral são enviados vários discípulos, ou mesmo Iniciados em seus vários graus, para o planeta Terra, em seu plano físico denso através da reencarnação. Esses missionários estão cada vez mais reencarnando no seio das Ciências, dando-lhes novo dinamismo e outra visão, e dentro da Religião, visando exterminar para sempre os cultos inócuos e dogmáticos que tanto inibem e impedem a evolução humana. O mesmo acontece com a Filosofia e as Artes. Na Corrente Humana de Umbanda, vários desses discípulos vêm tentando incrementar a dita Umbanda Iniciática, com seus aspectos de Síntese, conhecida e aceita por raríssimos adeptos, mas que vem ganhando mais simpatizantes, não só umbandistas mas também os que se afinizam com os mecanismos da Iniciação, e que na Umbanda Iniciática encontram suas verdadeiras raízes, muitas vezes perdidas há vários reencarnações. Na Umbanda Iniciática, por dentro de sua sistemática, o genuíno Iniciado encontrará substrato e sustentáculo para as suas necessidades, como também encontrará vasto campo de atividades em favor de seu semelhante muito distanciado até mesmo dos comezinhos princípios espirituais, os quais, de forma muito simples e com objetivos bem estabelecidos, são transmitidos nos ditos terreiros. No momento presente, esses núcleos herméticos ou Ordens Iniciáticas de Umbanda* são raríssimos, mas a partir do 32 milênio aumentarão sensivelmente, fazendo com que a coletividade umbandista e mesmo aqueles tidos como adeptos dos cultos afro-brasileiros alcancem novos níveis conscienciais, conseguindo a tão propalada evolução. Em verdade, a UMBANDA É UMA SÓ, sendo suas 2 fases necessárias ao atual estado evolutivo de seus adeptos. Afirmamos que, para o estado atual do Movimento Umbandista, em especial para as grandes massas populares, a Umbanda Iniciática ou Esotérica é inviável em seus conceitos de âmbito metafísico e oculto, mas realmente oportuna na separação de joio e trigo que se infiltram nesses ditos Terreiros de Umbanda popular. É essa, no momento, uma das principais contribuições da Umbanda Iniciática, ou seja, a de selecionar os futuros e reais condutores da Umbanda, como também orientar e mesmo fiscalizar a Umbanda tida e havida como popular. Embora não sendo de fácil acesso às grande massas populares, os terreiros de Umbanda Iniciática têm aberto suas portas não somente à Iniciação, mas àqueles que são a grande maioria, ou seja, os aflitos e desesperados que necessitam de socorro e medicamento para seus corpos e almas. Assim é que, quando temos a felicidade de encontrar os verdadeiros MédiunsIniciados (raríssimos no momento), temos procurado lhes encaminhar os Filhos de Fé que já se encontram maduros para um primeiro contato com a Iniciação, sendo que, se levarem a bom termo essa Iniciação aqui por baixo, vão gabaritar-se a freqüentar como assistentes-ouvintes as ditas Escolas do Astral Superior. Os médiuns-iniciados freqüentam essas Escolas Iniciáticas do astral superior, através dos momentos do sono físico ou de transes mediúnicos, quando estão a serviço mediúnico em pleno terreiro. Muitos deles têm recebido a Iniciação, e aqui por baixo se gabaritam a iniciar outros, ou seja, fazê-los, gradativamente, sem choques, frequentar as Escolas Básicas do Astral Superior, para futuramente serem matriculadas e frequentarem as Escolas Iniciáticas Avançadas do Astral Superior. Como veem, a Umbanda Esotérica (Iniciática) ainda é uma porta estreitíssima e por isso incompreendida pela grande massa de adeptos desta nossa Umbanda. Não nos importa essa incompreensão momentânea, importa-nos ajudar aqueles que estão debaixo deste Movimento, tendo ciência de que, como já falamos, a incompreensão e o Mal são estágios passageiros do Ser encarnado, ainda não maduro para as realidades maiores do Espírito. O tempo há de passar, a vida serenamente os ensinará e eles amadurecerão e compreenderão as Verdades Universais que ontem, hoje e amanhã serão imutáveis, embora adaptáveis aos vários graus conscienciais das humanas criaturas ainda afetas ao sistema kármico do planeta Terra. Esse amadurecimento acontecerá no seu devido tempo, onde as palavras do MESTRE JESUS: "Nada há escondido que não haja de aparecer, nada há oculto que não seja mais tarde revelado" serão compreendidas. Não podemos nos esquecer que, enquanto houver ignorância e imaturidade, haverá o mistério, o qual desaparecerá quando o sol do progresso surgir. Até lá, trabalhemos serenamente. Não olvidamos que na Lemúria e na Atlântida e mesmo mais recentemente, há alguns milhares de anos, nos povos como os egípcios e outros, muitos desses mistérios de que falamos eram conhecidos e postos em prática, sendo, como vimos, gradativamente esquecidos devido ao decréscimo moral de nossa humanidade. Vejamos como naqueles tempos, há milhares de anos, eram os processos, as formas e o selecionamento para a Iniciação dentro da ditas Escolas Iniciáticas, Ordens, Colégios de Deus, etc. Assim o faremos para que o entendimento esteja iluminado quando viermos a falar sobre a Iniciação dentro das Ordens Iniciáticas do Movimento Umbandista da atualidade, dentro da Umbanda Iniciática (universalista), a qual caminha a passos largos para o entendimento e a prática da ProtoSíntese Relígio-Científica. Agora, então, vamos ao encontro da Iniciação daqueles gloriosos tempos de há muito esquecidos, mas gravados nos arquivos planetários em pleno astral superior e que, com a permissão superior, agora relembraremos: Naqueles idos tempos, as Ordens Iniciáticas eram detentoras de todo o Conhecimento, do Conhecimento Uno, a Síntese das Sínteses. Assim, todos aqueles que tinham inclinações para desvendar o desconhecido através do Conhecimento Integral se candidatavam a freqüentar, como discípulos, as ditas Ordens Iniciáticas ou Academias Sagradas. Isso iniciou-se no final da grande civilização atlante, perdurando, deturpada, até nossos dias. Os egípcios, gregos, caldeus, hindus, himalaios e tibetanos, além de alguns nativos das Américas, mais recentemente, também tinham seus Templos Sagrados, suas Ordens, nos moldes que agora citaremos. O candidato, ao chegar à porta do Templo, era recebido por um Sacerdote Menor, o qual vestia uma túnica vermelha, e com humildade dava as primeiras explicações ao futuro discípulo, dizendo-lhe inclusive que a aceitação do mesmo naquela Ordem só seria feita após um longo período de observação e se o mesmo também se adaptasse às normas vigentes na dita Ordem. Essa possível aceitação na Ordem não implicaria que o mesmo fosse aceito na Iniciação, podendo sim até ser guardião-menor do templo, ou mesmo serviçal, o qual era remunerado (não era escravagismo). Após essas e outras recomendações, o sacerdote de túnica vermelha olhava profundamente no olhar do candidato e se ele baixasse os olhos ou não olhasse nos olhos do sacerdote, não era aceito, sendo-lhe falado que os olhos são as janelas da alma e, se essas estão fechadas, isto é, não se abrem para as realidades, inútil seria o processo iniciático, pois os olhos também refletiam o caráter firme ou fraco, e se fraco, não serviria para a Iniciação e nem para ocupar, por menor que fosse, qualquer função no templo. Vencidos os primeiros testes, era pedido ao candidato que, se desejasse mesmo a Iniciação da Ordem, retornasse após 30 dias e trouxesse apenas o essencial, representado por vestimentas, objetos pessoais e só. Se o candidato desejasse ardentemente a Iniciação, voltaria, e voltando era novamente recebido pelo sacerdote de túnica vermelha, o qual o mandava para um local onde havia uma quedad'água, para que lá se banhasse, como se estivesse limpando-se de todas as mazelas profanas. Logo a seguir era-lhe dada apenas uma túnica escura, de cor acinzentada. Após esse pequeno ritual de purificação, o candidato era levado a uma horta, a qual era fonte alimentar de todos os membros da Sociedade-Ordem. Mostrar-lhe toda a horta e o local de que iria cuidar. Tudo ali respirava paz, alegria e uma profunda harmonia, e neste clima o candidato era levado ao seu local de trabalho. Aprendia desde logo que trabalhar com a terra era algo abençoado e sagrado e, como tal, deveria proceder sempre em posição de respeito, isto é, ajoelhado e com muito amor. Trabalhava a terra, para depois fazer a semeadura. Essa preparação além dos processos técnicos, era feita através de orações e mantras, os quais pediam bênçãos aos Senhores da Terra, como também permissão para manipulá-la e que a mesma fosse benéfica com a produção alimentar. Tudo era feito de joelhos, onde gradativamente se aprendia a humildade sem fraquezas, pois o manuseio da terra dava margem a profundas perquirições por parte do candidato observador e com propensão para as coisas da Iniciação, que são as coisas da própria vida. Após longos períodos de trabalhos com a terra, entendendo os processos de transformações, vida, morte e renascimento com os vegetais, iam esses discípulos se credenciando a penetrar outros patamares evolutivos dentro da mesma Ordem. Assim é que um dos sacerdotes de túnica vermelha o chamava e lhe dizia que outros objetivos estavam sendo para ele preparados e que se aprontasse, pois para breve entraria no templo reservado a todos, inclusive aos que, como ele, tinham passado pela primeira fase. No templo, simples mas majestoso em luzes, viam-se em semicírculo os Sacerdotes de Túnica Vermelha; de costas, viam-se, mais ao alto Sacerdotes de Túnica Amarela; em outro plano, também superior, viam-se também de costas, os Sacerdotes de Túnica Azul. Entre eles todos, surgia muito veladamente um sacerdote, o qual era o GRÃO SACERDOTE DO TEMPLO, o MESTRE DE INICIAÇÃO, que vestia  a túnica alvíssima. Abençoava a todos, rapidamente, mas muito fraternalmente, e se retirava ao som de cânticos maravilhosos e sublimes. O nosso candidato está a observar atentamente tudo e neste exato momento é chamado por um dos sacerdotes de túnica vermelha, que em cerimônia singela e simples, mas não menos portentosa, ordena-o SACERDOTE DA TERRA, recebendo nesta hora a túnica vermelha, sem certos detalhes que caracterizavam os sacerdotes mais experientes e Iniciados nos misteres que lhes eram pertinentes. Após essa primeira fase, recebe uma Iniciação de ordem simples em vários ramos do Conhecimento, sendo considerado SACERDOTE INICIADO NOS MISTÉRIOS PRIMEIROS. O candidato já poderia ser considerado Iniciado nesse grau, não precisando alcançar novos patamares iniciáticos. Se desejasse e tivesse condições de evoluir, se candidataria a novos processos superiores da Iniciação, sendo que o próximo degrau a ser atingido deveria ser o dos mistérios relativos aos sacerdotes de túnica amarela. Esses sacerdotes eram versados nos mistérios do plano astral, conhecedores da comunicação entre os dois planos e também manipuladores da alta magia em seus aspectos leves. E como se processavam as provas ao candidato? Vejamos... No recôndito do templo "externo" da dita Ordem, era conduzido o candidato e deixado diante de um efígie do "Deus da Iniciação". Saíam todos e ele ficava no interior do templo. Ao olhar detidamente a efígie, observa que no lado direito da mesma há uma porta, que lhe parece pesadíssima em virtude de seu descomunal tamanho. Interessante para ele é que não via fechadura ou algo para abri-la, até o momento em que se ajoelhou e observou que havia uma pequena fechadura, que ao ser tocada fazia com que a imensa porta se abrisse. Ao abrir-se a porta, ainda de joelhos, o candidato observa que há somente uma profunda treva à sua frente, e então vacila; um arrepio lhe percorre o corpo todo, quando ouve: "Chegaste no limiar dos mistérios; avança se tiveres um Espírito forte e indômito. Caso contrário, recua e afasta-te para sempre, senão encontrarás a morte não só do corpo, mas da alma". Ao ouvir essas palavras, muitos retornavam e, como dissemos, prosseguiam sua Iniciação onde já estavam. Outros, porém, indômitos, prosseguiam (...).  Aquele que prosseguia, via a porta fechar-se às suas costas, encerrando-o em completa escuridão. Instintivamente, tentava caminhar avante, quando sentia à sua frente uma parede irremovível. Tentava os lados e a mesma parede, como fazer? Ajoelhava-se e apalpava o chão, tal como fizera no início de sua Iniciação, e assim fazendo percebe que, de joelhos, é possível caminhar avante. Nessa posição, caminha célere em direção a uma luz que, embora distante, é agora o seu objetivo. Afinal, quem está nas trevas busca sempre a luz, e ele vai ao seu encontro. Tenta levantar-se e não consegue, pois onde caminha é uma espécie de túnel muito baixo. Num determinado momento, percebe que dá para levantar-se. Levanta-se. Ao levantar-se, continua caminhando, sempre na direção da luz, mas começa a sentir que seus passos começam a pisar em pequenas depressões, até o momento em que um dos pés pisa numa depressão maior. Neste momento, começa a andar mais devagar, e pisando bem para sentir onde pisa. De repente, percebe que há um vazio à sua frente, e quase que ele cai nesse vazio... Ao parar, de repente, ajoelha-se de novo para apalpar o chão, que neste momento foge das suas mãos. Há um imenso abismo entre ele e a outra porção de terra firme, se é que a mesma existe! Como fazer? Retornar é impossível. Como disse, de joelhos, apalpando, observa que um pouco acima do nível do chão há uma espécie de pequeno degrau, no qual se agarra e sente que há outros. Assim, agarrando-se aos degraus, vence mais essa barreira. Ao levantar-se, observa que a fonte de luz está mais próxima, e assim avança até ela, mas (...) depara-se com uma imensa fogueira, que parece incendiar o mundo. Impossível transpô-la. Desespera-se, aflige-se, mas lembrando-se de tudo que já havia suplantado e suportado, acalma-se e tenta apalpar o fogo. Ao apalpar, observa que não sentiu a mão arder ou queimar-se. Aí encoraja-se e, apalpando mais uma vez, observa que a superfície do chão é lisa e espelhada e que a fogueira imensa é uma pequena tocha colocada em posição adequada para refletir-se indefinidamente em vários espelhos colocados em posição que reproduzem essas imagens. Ao asserenar o Espírito e sobrepujar mais uma dura prova, o candidato sente-se exausto e faminto, mas o desejo de alcançar o objetivo fá-lo caminhar avante, e mais próxima parece a fonte luminosa. Ao chegar no lugar, na fonte luminosa, que lhe parece um cenário encantador iluminado pelo astro-rei, observa uma linda cachoeira a formar um rio caudaloso. Instintivamente olha para a outra margem e observa, em uma grande laje, uma esteira, um prato com pão, frutas e um cantil com água. Tenta logo entrar no rio e nadar até a outra margem, mas sente que a correnteza é fortíssima, e mesmo que estivesse completamente descansado não conseguiria fazer a travessia. Desta vez, porém, não se desespera e fica observando atentamente todos os detalhes. Ao chegar próximo da avalanche de água, que cai de uma grande altura, percebe que, por inércia da massa líquida, forma-se um túnel entre ela e as pedras, e que, novamente de joelhos, poderá fazer a travessia até o outro lado da margem. Assim o faz. Chegando no outro lado, sacia sua fome e sede, e cai num profundo sono. Ao acordar, vê-se cercado por vários sacerdotes de túnica amarela, os quais o saúdam fraternalmente, recebendo ele neste instante a túnica amarela. É agora, depois de tantas provas, um Iniciado que poderá vir a ser um Iniciado Sacerdote de Túnica Amarela. Nesta fase, é conhecedor dos pequenos mistérios; aprende profundamente a Filosofia, a Ciência, as Artes e o elo de ligação entre o homem e a Divindade: a Religião. Após vencer todas essas etapas, tornando-se um Iniciado nos Pequenos Mistérios, tendo vencido e sendo SENHOR DOS ELEMENTOS DA NATUREZA, o nosso agora Iniciado pode continuar a sua Iniciação ou mesmo ser sacerdote do grau alcançado. Através de seu próprio grau kármico, nosso Iniciado agora busca a INICIAÇÃO SUPERIOR. E levado aos sacerdotes de túnica azul, os quais são Senhores da Síntese Cósmica, ou seja, a Proto-Síntese Cósmica. No Templo Sagrado dos sacerdotes de túnica azul, há 22 colunas que sustentam todo o templo. Da porta do templo até o santuário propriamente dito há 11 colunas de cada lado, sendo as mesmas numeradas de 1 a 22. Em cada coluna há velado um mistério, uma síntese, a qual gradativamente é revelada ao candidato à Iniciação Superior, o qual já está desimbuído das paixões humanas e está possuído de uma profunda Sabedoria e indestrutível Amor. Seus ideais são os do próximo. Revelara então os 21 Arcanos Maiores, pois o número 22 era negro, era o oculto, aquele que intermediava as coisas de cima com as de baixo, aquilo que pode ser entendido pelo Iniciado e nunca pelo leigo, a não ser que o mesmo queira enlouquecer (alegoria do louco). Após essa Iniciação, que compreendia além do despertar do ego superior o despertar do verdadeiro Amor, o Iniciado Superior via pela primeira vez seu Mestre de Iniciação, o qual o recebia fraternalmente, abraçando-o paternalmente, saudando-o pelo conseguido e dizendo-lhe que tinha vencido apenas uma etapa da Iniciação, pois a mesma é infinita, e lhe augurava votos de que prosseguisse cada vez mais se conhecendo, conhecendo seu próximo e o seu meio. Essa era a maneira de se encontrar a verdadeira essência espiritual, ou seja, seu Orisha Original, o qual já era vocalizado no recesso dos templos; são as tão mal compreendidas, hoje em dia, FEITURAS DE CABEÇAS. Assim, fazer a cabeça queria dizer encontrar a essência espiritual real, a qual está debaixo do Senhor Vibratório da dita Vibração Original, e ficar em sintonia direta com os mesmos (Orishas Originais — Ancestrais). Bem, em poucas palavras tentamos, de forma apagada, expressar os reais e verdadeiros processos iniciáticos daqueles gloriosos tempos em várias Escolas Iniciáticas sou Ordens Iniciáticas.* Bem, Filho de Fé ou leitor amigo, após essa nossa ligeira dissertação sobre a Iniciação daqueles idos tempos, entremos direto naquilo que denominamos Iniciação na Umbanda Esotérica da atualidade. Entendemos por Iniciação, o despertar gradativo e ordenado da consciência do Ser Espiritual, seja ele carnado ou desencarnado. Então, Iniciar-se é conhecer-se gradativamente, sendo consciente de suas limitações, o que trará ciência de suas ações. È atingir um degrau acima da compreensão comum, sem que com isso sinta-se superior, pois o verdadeiro Iniciado é aquele que sempre vê o bem como acima de todas as coisas, inclusive de si mesmo. Assim, Iniciar-se é renovar-se, adquirir e cultivar cada vez mais as faculdades nobres do Espírito, buscar a sua própria Essência, entendendo-a e incorporando-a cada vez mais para melhor cumprir sua tarefa em relação a si e aos outros na sua atual reencarnação. É desse conhecimento de si mesmo, acima de tudo, além do conhecimento do meio e de outras consciências, que se preocupa a Iniciação do Movimento Umbandista da atualidade. O Movimento Umbandista da atualidade, dentro da Umbanda Iniciática, nos aspectos esotéricos de nossa Doutrina, divide a Iniciação em 3 partes, que são: 1a FASE — AUTOCONHECIMENTO 2a FASE — CONHECIMENTO DO MEIO E DE OUTRAS CONSCIÊNCIAS 3a FASE — CONHECIMENTO DA CONSCIÊNCIA CÓSMICA 1a Fase — Autoconhecimento Dentro do Movimento Umbandista, esta seria uma fase de conscientização, em que gradativamente o Iniciando vai tomando conhecimento de si mesmo, sabendo de suas virtudes e defeitos. No momento, ainda são raros aqueles que buscam se conhecer integralmente, buscando incessantemente aperfeiçoamento, que vem pela meditação sincera e mudança de hábitos. Mudanças não bruscas e nem radicais, mas sim conscientes, as quais visam retirar o Ser da materialidade comum e elevá-lo aos mais altos planos onde se agita a Vida Universal. É nessa fase que o Ser Espiritual busca a sua essência, que na Umbanda é chamada de VIBRAÇÃO ESPIRITUAL. A par da Iniciação, o Ser Espiritual traz como corolário reencarnatório a tarefa mediúnica, a qual caminha paralela com a Iniciação, sendo a mediunidade condição necessária e suficiente para o indivíduo candidatar-se à Iniciação. Os que já se encontram nesta fase mostram um bom mental e uma forte predisposição às coisas do alto misticismo, sendo pois aceitos como Iniciados, os quais dentro desta fase passarão por uma série de ajustes moraisintelectuais, de caráter e de personalidade, algo que os credencia a serem Iniciados nesta fase, podendo aí permanecer ou evoluir para a fase seguinte. Os rituais desta fase, assim como das demais, serão dados a posteriori. É o despertar da Consciência (...) 2a Fase — Conhecimento do e de Outras Consciências Meio Depois de ser Iniciado no autoconhecimento, que vem pelo amadurecimento espiritual, o indivíduo se credencia a novos patamares da Iniciação. O próximo patamar é o conhecimento do meio. Entendemos como meio tudo aquilo que cerca o indivíduo, inclusive as outras Consciências Individuais. É o meio a própria Natureza, com seus reinos e as Leis que regem a energia e a vida aqui no planeta Terra. É uma fase de aprendizado iniciático, em que os verdadeiros Iniciandos são aprendizes, em suas raízes, das Religiões, Filosofias, Ciências e Artes. É a busca, de forma consciente, da síntese de todas as coisas, inclusive das outras consciências. Se a síntese do conhecimento é importante para o intelecto, só a síntese do entendimento das demais consciências é fato básico para as coisas do coração, criando o sentimento pelo próximo, naquilo que se consubstancia na fraternidade, liberdade e igualdade. Além de possuírem um ótimo mental e nobre coração, esses Iniciandos são excelentes veículos das Verdades da Umbanda, através do mediunismo que lhes é inerente. Esses estão se gabaritando a serem sacerdotes e condutores de nosso Movimento Umbandista, como podem também alcançar os níveis mais altos da Iniciação. São aqueles que em futuro serão, sem dúvida, os grandes condutores da Umbanda nos primeiros 150 anos do 32 milênio. Estão hoje no Movimento Umbandista como importantes pontas-de-lança. Amanhã, em outras reencarnações, continuarão a tarefa, já como condutores do Movimento. O tempo há de chegar. Até lá, aguardemos... trabalhando... 3a Fase — Conhecimento da Consciência Cósmica Após o indivíduo ter-se Iniciado dentro dos conhecimentos relativos ao meio e às demais Consciências, dependendo de suas aquisições ontem e hoje, obediente à Lei Kármica, poderá ser Iniciando na 3a e última fase, qual seja do Conhecimento da Consciência Cósmica. Esta fase também poderá ser chamada de conquista individual ou conquista iniciática, que é relativa ao grau de interpenetração do indivíduo nas coisas do místico, do sagrado e do oculto. Esta fase não é transmitida por um outro Ser Espiritual, seja encarnado ou desencarnado, mas sim por meio das experiências vividas e armazenadas pelo próprio indivíduo. Além do autoconhecimento, do conhecimento do meio e das outras consciências, gradativamente vão conquistando o corolário da Iniciação, que é dada pelo binômio AMOR e SABEDORIA. Raríssimos são os que atingem esse grau iniciático, sendo que, quando atingem, são merecidamente chamados de cabeças-feitas. Sim, "fizeram suas cabeças com a Luz" e, como tal, são emissários dos Senhores da Luz — os Orishas de Umbanda. Após termos tratado resumidamente das 3 fases iniciáticas ideais, ainda não completamente seguidas, mas seguidas pelo menos parcialmente por alguns raríssimos Iniciados chamados de Mestres de Iniciação de 7º grau do 3º ciclo, vejamos pois como se entrosam os rituais relativos a essa preparação mediúnica ou Iniciação. A dita FEITURA DE CABEÇA, a qual explicaremos pormenorizadamente no transcurso deste capítulo, atende a lógicos e racionais processos do mundo astral superior, dirigidos aos seus discípulos encarnados. O Iniciado na Umbanda é Senhor e, ao mesmo tempo, Guardião de 4 poderes que compreendem a Iniciação. Esses 4 poderes são: a CRUZ, a ESTRELA, a ESPADA e a COROA. A CRUZ — É o símbolo sagrado da Iniciação, pela renúncia, pelo amor, sendo que todo iniciado possui sua cruz cabalística. A ESTRELA — È a cobertura astral — a filiação às Escolas Iniciáticas do astral superior — simbolizada na Guia Cabalística do médium-magista. A ESPADA — É o poder e a justiça — são as forças inerentes ao Iniciado e à Justiça que sempre há de prevalecer em seu caminho, simbolizados na Espada Cabalística (poder atuante). A COROA — É o corolário do legítimo médium magista ou mago, o qual é Iniciado diretamente pelo astral superior. É a feitura de cabeça, ou seja, a Iniciação Consciencional, o encontro com sua Vibração Espiritual ou essência espiritual, o dito pai-de-cabeça, simbolizada na Toalha Iniciática completa (com 14 sinais) marcada com sinais da Lei de Pemba inerentes a cada Filho de Fé. Após essa ligeira descrição, veremos como esses 4 poderes se entrosam dentro das 3 fases de Iniciação na Corrente Astral de Umbanda. O Iniciando que já pertence e atua na corrente mediúnica de uma Casa de Iniciação (não são todos os terreiros que têm condições de promover a dita Iniciação) há algum tempo, por ordem do astral, se seu grau espiritual-kármico assim o permitir, pode ser chamado a participar dos rituais iniciáticos. Esses rituais iniciáticos, como dissemos, só são estendidos a médiuns que de fato e de direito estejam maduros para receber essa outorga e não por mera escolha pessoal. A seleção deverá ser rigorosíssima, pois tentar iniciar alguém que ainda não esteja maduro é levar a dita pessoa a toda classe de distúrbios, trazendo prejuízos incalculáveis a toda sua constituição mental astro etéreo-física. Assim afirmamos, pois só quem de fato trouxe a outorga iniciática é que poderá ser Iniciado e isso feito por quem saiba fazê-lo e seja reconhecidamente um genuíno Mestre de Iniciação, Iniciado diretamente pelos emissários-magos do astral superior. Vejamos então como se entrosam os rituais para quem de fato seja médium e tenha no seu karma a predisposição para a Iniciação. Os rituais consistem, primeiramente, em desbloquear, desinibir e desimpregnar de forma exequível e coordenada os chacras de uma maneira geral, iniciando-se, é claro, pelos que atuam de forma fisiológica, para depois alcançarmos os que são responsáveis pelos desejos e vontades, e por último os responsáveis pelo complexo mecanismo psíquico espiritual do Ser. Todos esses rituais podem ser feitos por quem sabe verdadeiramente fazê-lo, através dos ditos amacys de cabeças. O próprio vocábulo amacy já exprime ou expressa sua função: AMA/CY Lei/Natureza — assim, amacy é o ritual que rege, segundo a Lei, a natureza humana. Desperta o consciencial do indivíduo. É a MÃE que gera a LEI INTERIOR. O despertar desses chacras pode, em ordem crescente, seguir a seguinte sequência de ativação: a) FÍSICO — atuando nas ações e realizações; b) ASTRAL — atuando nos desejos, vontades e no plano afetivo; c) MENTAL — atuando nas ideias, no pensamento. E como são feitas essas ativações ou fixações vibratórias no indivíduo que é médium de fato e de direito? Vejamos: Todos sabem que certos tipos de alimentação e mesmo determinados hábitos qualificam o caráter do indivíduo. Assim, uma alimentação sóbria, frugal e desprovida de excessos de carnes faz com que os chacras atuem de forma mais ativa. A abolição do uso do álcool e mesmo do fumo também ativa os chacras. A permuta afetivo-sexual entre parceiros que se amam também é altamente positiva na ativação do complexo dos chacras. Banhos de ervas, como também defumações corretas, são singulares e portentosos ativadores dos Núcleos Vibratórios e todo o seu mecanismo, até alcançarem o corpo físico denso, nos ditos núcleos ou plexos nervosos. Assim é que o verdadeiro Mestre de Iniciação orienta seus discípulos sobre as vantagens de saber se alimentar e de saber permutar as várias forças adequadamente, visando conseguir uma ativação completa dos 7 chacras principais. Vejamos agora como se processam, através do Amacy, certas fixações-chave no mediunismo daqueles que realmente são médiuns e que estão se preparando para receber a verdadeira Iniciação. Em verdade, são feitas 7 fixações, dentro de rituais de alta magia, sobre o ori ou cabeça do Iniciando, sendo que a cada fixação, com a devida ativação do Núcleo Vibratório, é projetada sobre uma Toalha Iniciática. O período ou intervalo entre cada ativação obedece à individualidade do Iniciando, sendo que o menor período é de 1 mês e o máximo de 7 meses. O período variará segundo o grau de assimilação vibratória do Iniciando, devendo-se ser criterioso no ajuste do período ou intervalo entre uma fixação e outra. Vejamos, na Lei de Pemba, como são os ideogramas (sinais riscados) dos Núcleos Vibratórios ou chacras e das energias que veiculam seus atributos e atividades. 1. CHACRA CORONAL OU SAHASRARA Esse Núcleo Vibratório atua por equivalência no plexo coronal (coroa), situado no corpo físico denso na região póstero-superior da cabeça e na verdade está assentado ou fixado na epífise, a glândula da vida espiritual. — Sua energia é essência divina. — Seu atributo é a fortaleza. — Sua atividade, se em estado positivo, gera a paciência; se em estado negativo, gera a ira. Esse Núcleo Vibratório e seu próprio fluido cósmico estão sujeitos à Vibração Original de Orixalá. Na Lei de Pemba, temos o ideograma que corresponde a este chacra no sinal da pág. 324, o qual deve ser feito na cor branco ou amarelo-ouro. Na alta magia e na terapêutica vegetoastromagnética, consideramo-lo como a parte masculina. 2. CHACRA FRONTAL OU AJNA Este Núcleo Vibratório atua por equivalência no plexo frontal, localizado na parte súpero-anterior da cabeça, e na verdade está assentado ou fixado na dita cela túrcica, na hipófise, que juntamente com o hipotálamo são responsáveis pelo controle das demais glândulas endócrinas, exceto a epífise. — Sua energia é o poder oculto da palavra. — Seu atributo é o respeito. — Sua atividade, em estado positivo, gera a firmeza; em estado negativo, gera a leviandade. Este Núcleo Vibratório e seu próprio fluido cósmico estão sujeitos à Vibração Original de Yemanjá. Na Lei de Pemba, temos o ideograma que corresponde a este chacra no sinal da pág. 324, o qual deve ser feito na cor amarelo-claro. Na alta magia e na terapêutica vegeto astromagnética, consideramo-lo como a parte feminina ou passiva. 3. CHACRA CERVICAL OU VISUDDHA Este Núcleo Vibratório atua por equivalência na glândula tireóide e muito principalmente no timo (responsável pela produção de linfócitos timo dependentes — defesa imunológica do organismo, como também produz, em nível etérico, elementos defensivos), localizado na região anterior do pescoço, da dita região cervical. — Sua energia é o poder supremo. — Seu atributo é o entendimento. — Sua atividade, em estado positivo, gera a esperança; em estado negativo, gera o receio. Este Núcleo Vibratório e seu próprio fluido cósmico estão sujeitos à Vibração Original de Yori. Na Lei de Pemba, temos o ideograma que corresponde a este chacra no sinal da pág. 324, o qual deve ser feito na cor vermelho puro. 4. CHACRA CARDÍACO OU ANÂHATA Este Núcleo Vibratório atua por equivalência no plexo cardíaco (em seu automatismo, no nó sinusal e atrioventricular, e todo o sistema de condução), localizado no precórdio, ou seja, no meio do tórax, assentado no coração, o qual marca, através da freqüência de seus batimentos, a freqüência vibratória própria de cada indivíduo, bem como seu estado de vitalidade. É neste plexo que se assenta o Corpo Astral, ou seja, suas Linhas de Força se condensam em processos de ligação muito fortemente neste plexo. — Sua energia é o poder do conhecimento. — Seu atributo é a sabedoria. — Sua atividade, em estado positivo, gera a humildade; em estado negativo, gera a soberba. Este Núcleo Vibratório e seu próprio fluido cósmico estão sujeitos à Vibração de Xangô. Na Lei de Pemba, temos o ideograma que corresponde a este chacra no sinal da pág. 324, o qual deve ser feito na cor verde. 5. CHACRA SOLEAR OU SVADISTHANA Este Núcleo Vibratório atua por equivalência no plexo gástrico (no complexo inervado pelo nervo vago), e em glândulas tais como fígado e pâncreas. — Sua energia é o poder do pensamento criador. — Seu atributo é a justiça. — Sua atividade, em estado positivo, gera a generosidade; em estado negativo, gera o egoísmo. Este Núcleo Vibratório e seu próprio fluido cósmico estão sujeitos à Vibração Original de Ogum. Na Lei de Pemba, temos o ideograma que corresponde a este chacra no sinal da pág. 324, que deve ser feito na cor alaranjada. 6. CHACRA ESPLÊNICO OU MANIPURA Este Núcleo Vibratório atua por equivalência no plexo esplênico, ou seja, no baço e nas glândulas suprarrenais e mesmo nos rins. — Sua energia é o poder da vontade. — Seu atributo é o conselho. — Sua atividade, em estado positivo, gera a prudência; em estado negativo, gera o arrebatamento. Este Núcleo Vibratório e seu próprio fluido cósmico estão sujeitos à Vibração Original de Oxossi. Na Lei de Pemba, temos o ideograma que corresponde a este chacra no sinal da pág. 324, o qual deve ser feito na cor azul-claro. 7. CHACRA GENÉSICO OU MULADHARA Este Núcleo Vibratório atua por equivalência no plexo sacral, ou seja, nos órgãos genésicos, tais UMBANDA — A Proto-Síntese Cósmica como: útero, ovários, próstata e testículos, isto é, nas gônadas. — Sua energia é o fogo serpentino regenerador (kundalini). — Seu atributo é a pureza. — Sua atividade, em estado positivo, gera a castidade; em estado negativo, gera a luxúria. Este Núcleo Vibratório e seu fluido cósmico estão sujeitos à Vibração Original de Yorimá. Na Lei de Pemba, temos o ideograma que corresponde a este chacra no sinal abaixo, o qual deve ser feito na cor lilás-violeta. Após especificarmos cada Núcleo Vibratório, devemos ainda citar que as energias correspondentes transitam de condutos ditos nadis ou tubos. O lº CANAL — é o grande canal nervoso do centro da medula espinhal, que corre desde a sua base (no sacro) até a parte superior do crânio (porta de Brahma). E o dito tubo sushumnâ. O 2º CANAL — corresponde ao complexo simpático esquerdo, cuja corrente vibratória (fogo fohático) percorre esse lado de sushumnâ. É chamado idá. O 3º CANAL — corresponde ao complexo simpático direito, cuja corrente vibratória (fogo fohático) percorre esse lado de sushumnâ. É o chamado pingalá. Após essa explicação, para melhor entendermos como fluem as energias, necessário se faz que mostremos como são as fixações e preparações nos ditos "aparelhos" mediúnicos. Essas preparações ou fixações visam trazer o devido equilíbrio entre os corpos mentais, astral e físico, os quais são mobilizados, em suas energias, no processo medianímico e iniciático propriamente dito. É importante que deixemos claro que na Corrente Astral de Umbanda a Iniciação está afeta ou vinculada somente àqueles que realmente sejam médiuns (veículos de Espíritos) e que tenham suficiente maturidade para despertar seus conscienciais. A Iniciação, com todos os seus rituais, visa despertar essa consciência e gradativamente fazer o indivíduo encontrar sua Essência, através do Orisha Ancestral que o coordena. Para ficar bem claro ao médium-chefe, que deve ser Mestre de Iniciação, daremos em detalhes, por meio de um exemplo, como se processa a Iniciação, com suas fixações, consagrações etc. O nosso exemplo é de um Filho de Fé nascido no signo de Leão, e que tem como Entidades atuantes um Xangô (Caboclo) e um Pai-Velho (Yorimá). Antes de mais nada, o Filho de Fé já deve ter à mão uma toalha de linho ou de qualquer tecido que seja resistente, na cor branca, nas dimensões de 100 x 70 cm, onde serão fixados por equivalência os sinais que são inerentes à sua Iniciação. De posse desta toalha iniciática, o Mestre de Iniciação dará os sinais que correspondam às preparações específicas para o médium. Vejamos a toalha iniciática, cujos sinais deverão ser bordados nas cores correspondentes: Sinal (1) — Reconhecemos o ideograma que se relaciona com a Vibração de Orixalá, o qual deverá ser o primeiro a ser fixado na Toalha Iniciática, na cor amarelo-ouro e que se relaciona com a Vibração Original do Filho de Fé de nosso exemplo, ou seja, o seu Orisha Kármico, que também é chamado de Entidade de Guarda, que no caso é Orixalá. A primeira fixação através do Amacy inicia-se sempre pela Vibração Original do médium, sendo isso de fundamental importância, não podendo jamais ser invertida, pois é sobre o corpo mental, astral e físico do dito médium que serão evocadas as energias ou forças espirituais, que para poderem atuar de forma equilibrada, terão de ser coordenadas pela Vibração do  Sinal (2) — No complexo (2), estamos observando que há ideogramas cruzados. Os ideogramas cruzados correspondem aos das Entidades atuantes, ou seja, as que são responsáveis pelo mediunismo de nosso Filho de Fé do exemplo. Qual deles será traçado primeiro? Aquele que corresponde ao pai-de-cabeça, ou seja, a Entidade responsável por todos os processos mediúnicos do indivíduo. Em nosso exemplo, é um Caboclo de Xangô, e o ideograma tem de ficar na posição da esquerda para a direita. Após o Amacy relativo à atuação desse chacra, entrará, no devido período, também cruzado, o ideograma da Entidade atuante auxiliar, que em nosso caso é um Pai-Velho ou PretoVelho de Yorimá. Sinal (3) — Este sinal ou ideograma é relativo à Entidade de Xangô, que em nosso exemplo "cruza" ou é intermediário para Ogum. Então, é aí que se faz o 4º Amacy, fixando-se as devidas Vibrações, que são correspondentes a Ogum. Sinal (4) — Este sinal ou ideograma é relativo à Entidade de Yorimá, que em nosso exemplo "cruza" ou é intermediário para Yemanjá. Então, é aí que se faz o 5a Amacy, fixando-se as devidas Vibrações, que são correspondentes a Yemanjá. Sinal (5) — Este sinal ou ideograma é relativo ao reforço vibratório que surge cronologicamente em primeiro lugar e no caso é um Yori (Criança), sendo aí fixadas as forças vibratórias do 6º Amacy. Sinal (6) — Este sinal ou ideograma corresponde a um segundo reforço vibratório, ou reforço auxiliar, e no caso é de um Caboclo da Faixa Vibratória de Oxossi, sendo aí fixadas as forças vibratórias do 7º Amacy. Demos um exemplo genérico, que pode variar ao infinito, mas que não terá segredos ao verdadeiro Mestre de Iniciação que saberá como fazer as devidas amarrações ou desdobramentos, tudo é claro na dependência kármica do futuro Iniciado. Após essa fase, o médium é dito pronto ou Iniciado, podendo ser valioso auxiliar nos trabalhos espirituais desenvolvidos em sua Casa Iniciática. Estará apto a dar consultas e depois, se assim o desejar, ter sua própria Casa Espiritual ou terreiro, mas ficará sob a responsabilidade de seu Iniciador ou de seu Mestre de Iniciação, o qual será responsável por qualquer trabalho mágico ou mesmo Iniciático que se processar no terreiro, em virtude do médium-chefe não ser um Iniciado nos mistérios superiores e nem ter o grau de Mestre de Iniciação, que é o que acontece em mais de 99% dos casos nos terreiros da atualidade. Após essas 7 fixações, em que o médium está preparado para o trabalho mediúnico, se estiver no seu karma, poderá receber a verdadeira Iniciação, que vem pelo astral superior, através de seu Mestre de Iniciação que também é médiummagista. Essa Iniciação consta de mais 4 sinais que entrarão na Toalha Iniciática. Esses 4 sinais se relacionam com as 4 forças cósmicas dementais, ou seja, o fogo, a água, a terra e o ar. Esses sinais entrarão de acordo com as características do Iniciado, a par de o mesmo receber uma série de conhecimentos teórico-práticos que o farão levar a bom termo sua tarefa mediúnica. Nessa fase, o médium Iniciado, num ritual especial, recebe sua cruz cabalística e sua guia cabalística ou de ligação com a Corrente dos Magos Brancos do Astral. Pode ou não receber a Ordenação Iniciática, dita também Sagração ou Coração. Nessa fase, o médium Iniciado é um Mestre de Iniciação de 6° ou 7º grau no lº ou 2° ciclo, sendo também um médium-magista auxiliar. Esses são os que de fato poderiam ser chamados de BABALORISHAS. Após essa 2a fase, em que o Iniciado é chamado de Mestre de Iniciação de 62 ou 72 grau, vem a fase final, a dita Feitura de Cabeça, naquilo que se consubstancia como corolário da Iniciação ou Coroação Iniciática. Coroação Iniciática, pois realmente é o grau mais elevado que um médium Iniciado pode alcançar aqui no plano físico denso. É a sua cabeça coroada pela luz de seu Pai-deCabeça,** ou seja, seu Orisha Original. Sua essência consciencial foi ajustada em suas freqüências vibratórias, o que o faz entrar em sintonia direta e verdadeira com a freqüência do Orisha dono de sua cabeça. Isso é o que dizem fazer a cabeça, que infelizmente é tão mal compreendida e completamente adulterada na sua feitura. Assim é que o médium com Coroa dos Magos é chamado Mestre de Iniciação de 72 grau no 32 ciclo, sendo profundo conhecedor das Leis que regem a Magia Etérico-Física, como também conhece muitos sinais riscados da Lei de Pemba, tanto positivos como negativos, usados em seus trabalhos, sendo também um aguçado clarividente e profundo conhecedor dos mistérios do destino dos Seres e do cosmo, que vêm através do perfeito conhecimento do oponifá, oráculo sagrado. Sua Toalha Iniciática, que já tinha 7 ideogramas dos chacras (agora despertos) e os 4 sinais básicos da Natureza, recebe agora mais 3 sinais relacionados com o campo mental, isto é, com a coroa astral que lhe desceu como suporte espiritual para levar avante sua árdua tarefa-missão, já no grau de médium-magista ou mago. Esse grau, como vimos, confere ao Iniciado grandes condições mágicas e mesmo mediúnicas, mas não é menos verdade que o mesmo tem um compromisso dificílimo, em que muitos desistiram mesmo antes de começar a tarefa, que mais uma vez repetimos ser exaustiva, requerendo do Iniciado atividade espiritual mágica, quase que em tempo integral, não do seu dia, mas sim de sua vida. Teve de escolher entre a vida material e a espiritual; entre os prazeres da vida terrena e os do espírito. Na verdade lhe estendemos cobertura, segurança e auxílios vários, pois não é fácil, sendo humano, tendo corpo físico denso, preterir certas coisas. Realmente é uma missão, e (...). Após essa ligeira, mas necessária elucidação, a qual esperamos seja por todos demoradamente analisada, entraremos com as preparações propriamente ditas, ou seja, os rituais que fixam e assentam certas forças de ordem mágico-mediúnicas sobre os indivíduos que serão Iniciados. Essas fixações são feitas em determinadas regiões da cabeça do Filho de Fé, regiões equivalentes a certos centros nervosos localizados no seu encéfalo (cérebro), nos seus 12 lobos. Dizemos equivalentes, pois o cérebro do corpo físico denso é uma densificação de certas Linhas de Força provenientes do corpo mental. É uma equivalência concreta da matéria mental, veículo das ideias e pensamentos do Ser Espiritual e, como sabemos, é através desse complexo aparelho, verdadeiro computador inigualável, que todas as funções são realizadas e mantidas. Não podemos nos esquecer de que na própria cabeça (crânio) temos registros que correspondem com todos os plexos localizados em outras regiões do organismo físico denso. Realmente, o encéfalo é dirigente-mor de todo o complexo celular do corpo físico denso, mantendo-lhe as diversas funções em harmonia, através de seu comando, quer seja através de mediadores químicos ou através de influxos vibratórios sutilíssimos, inacessíveis à ciência acadêmica terrena da atualidade. Mas deixemos esse tópico aos fisiologistas terrenos e entremos diretamente em nossa sublime ritualística de aplicação do Amacy, nas ditas preparações, fixações, sagrações etc. Vejamos e analisemos a figura esquemática do encéfalo (p. 328). Livro A Proto Síntese Cósmica. Abraço. Davi.

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