terça-feira, 20 de junho de 2017

O PRINCÍPIO DA POLARIDADE.

Astrologia. Texto de Ricardo Lindemann. Capítulo Dois. O PRINCÍPIO DA POLARIDADE. PASSAREMOS A CONSIDERAR O PRINCÍPIO DA POLARIDADE conforme a tradição hermética: “Tudo é duplo, tudo tem polos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todos as verdades são meias verdades; todo os paradoxos podem ser reconciliados”. Então, quando se criar o mais um tem que se criar o menos um, quando se criar o mais dois tem que se criar o menos dois, para que o equilíbrio possa ser preservado e a soma possa ser zero. A Divindade representa o elemento gerador de todos os polos, no entanto, verificaremos que os opostos são de alguma forma idênticos em natureza, como seria o caso do cubo de gelo e do vapor d’água, os dois são água essencialmente, mas o que os diferencia é o grau da temperatura, e por isso um pode ser convertido no outro. Esse é o grande ponto da alquimia mental a ser utilizado em práticas de meditação, que o signo de Áries procura desenvolver as virtudes de Libra e que o signo de Libra procura desenvolver as virtudes de Áries, para que assim os dois possam encontrar aquele “Cristo em vós a esperança da glória”, em Colossenses 1,27; o ponto central no mural de Leonardo da Vinci. O PRINCÍPIO DA POLARIDADE enfatiza “que os extremos se tocam, que todas as verdades são meias verdades e que todos os paradoxos podem ser reconciliados”. É curioso que o fogo queime tanto quanto o gelo em temperaturas extremas, que o quente e o frio acabem ambos nos queimando. Eu disse certa vez a um amigo brasileiro que ia visitar a China: “Se tu fores mais longe, acabarás voltando pelo outro lado”. Outro exemplo é o de como o número de mortos nos campos de concentração nazistas, pelas ordens de Adolfo Hitler (1889-1945) na II Guerra Mundial (1/09/1939 – 2/09/1945) é tragicamente semelhante ao dos eliminados pelas ordens de Josef Stalin (1878-1953) nas prisões da Sibéria. Ou seja, a conduta da extrema direita representada pelo primeiro é tragicamente semelhante, nos seus resultados extremos, à conduta da extrema esquerda representada pelo segundo. Como dizia Jiddu Krishnamurti (1895-1986): “A esquerda, afinal de contas, é a continuação da direita, sob forma modificada. Se a direita tem seus fundamentos nos valores sensoriais, a esquerda não é mais do que uma continuação dos mesmos valores com diferença apenas de grau ou de expressão”. Portanto, nos extremos as condutas se assemelham, ou seja, os extremos se tocam nas polaridades. Nós, porém, não queremos encontrar essa correspondência pelos defeitos ou vícios, mas sim pelas virtudes, pela complementaridade. E é isso que nós vamos desenvolver ao longo desse livro, convidando os leitores a acompanhar aqui o seu próprio signo, o signo de Áries, o signo de Libra, ou quem sabe o signo de Touro e os signo de Escorpião, que formam o segundo polo, ou ainda o signo de Gêmeos correspondendo por seu oposto ao de Sagitário, como também o de Câncer ao de Capricórnio, e assim por diante o de Leão ao Aquário, e pro último, mas não menos importante, o signo de Virgem e o signo de Peixes. O Cristo no centro do mural é um dos símbolos da Última Ceia de Da Vinci que talvez seja o mais inspirador, porém ele não deve ser confundido com nenhuma das dozes partes ou signos, porque ele representa o Todo integrado, o mais sagrado, ele é na verdade, a soma dos doze. Existem três janelas por onde passa a luz, sendo que o Cristo está exatamente posicionado no centro. Agora, se observarem que é precisamente isso que acontece no nascimento do Sol, entre os dois solstícios (cada uma das duas datas do ano em que o Sol  atinge o maior grau de afastamento angular do equador, no seu aparente movimento no céu) de inverno e verão, nos dias 21 de dezembro e 21 de junho no hemisfério norte, ou o inverno no sul, e a posição equinocial que se dá na bissetriz do ângulo (é a semi-reta com origem no vértice desse ângulo, dividindo-o em dois outros ângulos congruentes) exatamente no meio, nós verificaremos que os dias 21 de março ou 23 de setembro, equivalente à posição central, do nascimento do Sol, sempre foram consideradas, nas Tradições e Mistérios, como as datas mais sagradas na Grécia, no Egito, quando o Sol nascia no centro do Templo de Luxor, Karnak, quando ele nascia orientado pela posição equinocial exatamente no Leste, em Stonehenge (é uma magnífica estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedra que chegam a ter 5 metros de altura e a pesar quase 50 toneladas, onde se identificam três períodos construtivos: primeiro 3.100 AC, segundo 2.150 AC e o terceiro 2.075 AC compreendendo a estrutura atual – encontra-se na planície de Salisbury no sul da Inglaterra. Estima-se que os Stonehenge consumiram mais de trinta milhões de horas de trabalho de seus construtores) este era o dia da Iniciação. Então, a posição do Cristo neste magnífico trabalho de Leonardo da Vinci intitulado o Cenáculo ou a Última Ceia, coloca o Cristo na posição mais sagrada do Templo e acima de tudo ele está a simbolizar que a posição sagrada dentro de nós está no meio caminho entre os opostos. Também o Budha dizia que o caminho que leva ao Nirvana é o Caminho do Meio, o Magga-Satya. De modo que neste sentido ressaltamos o Princípio da Polaridade que diz que “na Natureza tudo é duplo, tudo tem polos, tudo tem o seu oposto”. Esse é um princípio do hermetismo, que o igual e o vapor d’água, ambos são iguais na Natureza, mas diferentes em grau”, justamente é o grau da temperatura que distingue o gelo da água, os extremos se tocam, todas as verdades são meias verdades e por isso todos os paradoxos podem ser reconciliados. Nosso primeiro objetivo é tentar reconciliar esses opostos, e o exemplo mais vívido que eu poderia apresentar, se nós apenas percebêssemos que no mural da Última Ceia estão representadas as quatro estações do ano. A primavera representada no primeiro grupo de três apóstolos à direita. Na sequência o verão, o outono e o inverno nos outros três grupos de três apóstolos, sempre da direita para a esquerda. É que isso corresponde ao recuo aparente do Sol, quando na verdade é a Terra que está dando a volta no Sol, mas se nós projetarmos como o Sol é visto ao longo das estações do ano, veremos que há um recuo aparente projetado nas constelações. Assim, na Astrologia, a primavera e o verão projetam a declinação solar no Hemisfério Norte, e depois o outono e o inverno, declinação solar no Hemisfério Sul. O Cristo simboliza o equilíbrio harmonioso e imparcial da Justiça Divina, pois com a mão esquerda ele se doa e com a direita ele recolhe, numa posição de equilíbrio como o Sol se doa em luz e calor na primavera e no verão, e em alguma medida proporcionalmente se recolhe no outono e no inverno, quando a Natureza vive daquilo que acumulou num período mais iluminado e produtivo. Então, na primavera se produzem as luzes, que vão nutrir as folhas para a fotossíntese e o florescimento, para depois surgirem os frutos, quando aquelas flores foram assim fecundadas na primavera, surgem os frutos no verão e depois no outono caem as folhas, e por último no inverno, se vive daquilo que se acumulou nas estações mais iluminadas até que surja uma nova primavera. E essa ideia, cíclica e rítmica da vida, é outro dos princípios básicos do hermetismo. Também na tradição oriental podemos encontrar: “O mal não tem existência per se e é apenas a ausência do bem, e existe apenas para aquele que é transformado em vítima sua (...). A Natureza é destituída de bondade ou maldade: ela segue apenas leis imutáveis quando dá vida e alegria ou manda sofrimento e morte, destruindo o que havia criado. A Natureza tem um antídoto para cada veneno, e suas leis possuem uma recompensa para cada sofrimento (...). O verdadeiro mal surge da inteligência humana e sua origem está inteiramente no homem que raciocina e se dissocia da Natureza (...) a origem de cada mal, seja pequeno ou grande, está na ação humana, no homem, cuja inteligência faz dele o único agente livre da Natureza. A aplicação prática desse antídoto, segundo o Yoga é sintetizada por Patanjali: “Quando a mente é perturbada por pensamentos impróprios, a constante ponderação sobre os opostos é o remédio”. Livro A Ciência da Astrologia e As Escolas de Mistérios. Abraço. Davi.

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