Mahabharata.
Texto de Krishna Dharma. Capítulo I. OS CINCO MENINOS DIVINOS. A PRIMAVERA CHEGARA ÀS MONTANHAS, e a atmosfera estava
deliciosamente fresca. Pandu passeava pelo campo cheio de flores cheirosas,
admirando o cenário celestial. Alguns cucos cantaram das árvores champaka
próximas, e abelhas pretas zuniam enquanto voavam ao redor de brilhantes botões
amarelos. A jovem esposa de Pandu, Madri, caminhava adiante dele, seu longo sari
de seda balançando com a brisa gentil. Ela cantava baixinho para si mesma e
parava, de vez em quando, para colher as flores. Quando Pandu se aproximou, ela
se voltou e sorriu. O sol quente brilhou atrás dela. Pandu podia ver sua silhueta
graciosa dentro da veste estufada pelo vento. A princesa de Madra era mesmo
linda. A luz do sol brilhou através dos cabelos dourados, contornando seu lindo
rosto. Pandu sentiu o coração agitado. Já fazia mais de sete anos que a
abraçara! Uma vontade irresistível tomou conta dele. Largando no chão o saco de
vegetais silvestres que apanhara para a refeição, ele deu um passo na direção
da esposa. Madri imediatamente entendeu seus sentimentos. Vendo-o cheio de
desejo, a princesa teve medo. “Ó rei, lembre-se das palavras do sábio!”, falou,
ansiosa, mas Pandu pareceu não ouvi-la. Ela levantou os braços para impedi-lo,
balançando a cabeça. “Meu senhor! Pare! Ó, grande herói, controle sua mente. Um
grande perigo o ameaça neste momento”. Porém Pandu ignorou os avisos de Madri,
que, tentando fazê-lo desistir, só conseguiu aumentar seu desejo. Abaixando os
braços abertos da mulher, ele os colocou ao redor do próprio corpo e a abraçou
com firmeza. Madri lutava desesperadamente, tentando se libertar. Inteiramente
tomado pela luxúria. Pandu ria. Jogou-se sobre a grama macia, carregando Madri.
Com a princesa presa em seus braços fortes, rolava pela grama. Apertando-a
contra o solo, seus lábios buscavam os dela. De repente, Pandu sentiu uma dor
terrível apertar seu peito. Tossiu e seus braços caíram, inertes. Enquanto a
esposa o olhava, horrorizada, afastou-se dela. Com um grito abafado, deu seu
último suspiro e seu corpo, sem vida, aquietou-se. Madri gritava e sacudia o
corpo do marido, agitada pelos soluços. Era muito tarde para fazer qualquer
coisa. A maldição do rishi tinha se cumprido. Pandu se fora. A princesa se
jogou sobre o corpo dele e chorou descontroladamente. Lamentava-se, dizendo ao
marido morto: ‘Ó, invencível, como pode ser vencido pelo desejo? Ah, a culpa
foi minha. Oh, meu senhor, não poderei viver sozinha. Certamente o seguirei no
caminho que tomou”. Seus lamentos foram levados pela brisa e ecoaram através do
bosque. Não muito longe dali, no ashram que Pandu mantinha na floresta, sua
outra esposa, Kunti, estava acendendo um fogo para cozinhar o jantar. Os gritos
de Madri chegaram até Kunti, que parou, tentando saber de onde vinham. Os dois
filhos jovens de Madri, Nakula e Sahadeva, estavam com ela e também ouviram os
gritos. “Que é isso, Mãe kunti? Quem está gritando”, perguntaram”. Não tenho
certeza, mas irei ver. Onde estão os seus irmãos? Estão chegando do banho no
rio, respondeu Nakula. Então vocês dois devem ficar aqui e esperar por eles.
Digam-lhes que me sigam, assim que chegarem. Kunti entrou no bosque, andando
rapidamente na direção dos gritos. E estava certa de que a voz que ouvia era de
sua segunda esposa, Madri. O que poderia ter acontecido? Seria a maldição de
Kindama que tinha se cumprido? Quando saiu do bosque e entrou no campo, seus
piores temores se confirmaram. Horrorizada, viu Pandu caído, com a cabeça
deitada no colo de Madri. Por alguns momentos – que mais pareciam horas – ficou
paralisada, em choque. Então, sentindo as pernas pesadas como chumbo, correu
para eles, jogando-se ao solo ao lado de Pandu. Vendo que ele estava morto,
Kunti chorou sua tristeza incontrolável. Olhou para Madri, com os olhos cheios
d’água, e sussurrou: Ó, princesa, o que aconteceu? O tom da voz de Kunti era
acusador. Como é que Madri tinha se permitido seduzir o rei? Ela sabia tudo
sobre a maldição (...). Ó, Madri, sempre tive o maior cuidado na presença do
senhor, e nem mesmo lhe sorria. Ele sempre estava sério e autocontrolado,
lembrando-se das palavras de Kindama. Com foi que perdeu a compostura em sua
presença? As palavras de Kunti saíram entre soluços. Sua cabeça caiu sobre o
peito de Pandu. Onde teria ele ido, agora? Como é que poderia viver sem ele?
Madri escondeu o rosto com as mãos,
chorando em silêncio. Sentia-se culpada pela morte de Pandu. As palavras de
Kunti só fizeram exacerbar sua dor. Ela deu um longo suspiro e respondeu; Ó,
nobre Kunti, querida irmã, com os olhos rasos d’água, tentei impedir os avanços
do rei. Mas foi inútil. Vendo a expressão triste de Madri, Kunti encheu-se de
compaixão. E falou com mais delicadeza: Você é certamente mais afortunada do
que eu, porque viu o rosto de nosso senhor iluminado de alegria quando a
procurou. Aquele pensamento feriu Kunti profundamente. Mas ela afastou a inveja
que sentia de Madri quando esta balançou a cabeça e respondeu: Estou totalmente
arruinada. Parecia que o rei queria que a maldição do rishi se cumprisse. Não
pude fazer nada para impedi-lo. Kunti sentiu a raiva diminuir. Com certeza,
Madri estava sendo sincera. De alguma forma aquela terrível tragédia devia
fazer parte dos planos do Senhor. Qual seria seu dever, agora? Ela olhou o
rosto do marido, sereno na morte. O virtuoso monarca já deveria ter chegado aos
mundos superiores. Deveria segui-lo e servi-lo lá? Sem dúvida, Madri também
desejaria segui-lo, mas algue´m tinha de tomar conta dos meninos. Kunti segurou
a mão de Madri e disse: Oh, irmã, eu sou a primeira esposa. Portanto, é meu
direito ir com nosso marido para as regiões dos mortos. Não me impeça.
Levante-se e cuide de nossas crianças. Eu entrarei no fogo com nosso marido.
Madri percebeu que o rosto de Kunti se retesava ligeiramente. Pressentindo que
seu ciúme estava despertando, mudou de tática. Pegou a mão de Kunti e disse:
Oh, irmã querida, como eu poderia criar as crianças tão bem? Não sou como você,
que vê os cinco igualmente. Por favor, fique e sirva a nosso senhor cuidando de
nossos filhos. Deixe-me partir, deixe-me entrar no fogo e ir para onde ele se
foi. Kunti olhou para Madri, que de novo caíra sobre o corpo de Pandu. Seria
difícil continuar vivendo com a lembrança daquele momento. A culpa a
consumiria. E ela estava certa sobre os garotos. Uma das esposas de Pandu tinha
de permanecer viva a fim de tomar conta dos filhos dele, e Kunti, que tinha o
maior número de filhos, sabia que aquele era mais dever dela do que de Madri.
Sim, era melhor deixar Madri seguir Pandu. Kunti levantou-se e disse
suavemente: Que seja como você deseja, querida irmã. Endireitando-se devagar,
caminhou de volta à choupana. Os meninos tinham de saber. Logo depois que Kunti
saiu da choupana, seus três filhos voltaram e viram os gêmeos, Nakula e
Sahadeva, sentados sozinhos. O mais velho dos irmãos, Iudistira, perguntou a
eles: Onde está Mãe Kunti? Ouvimos gritos. Foi ela quem gritou? Os gêmeos
balançaram a cabeça e Nakula respondeu: Não. Mãe Kinti também ouviu os gritos e
foi ao bosque. Disse que vocês deveriam segui-la. Iudistira olhou para os dois
irmãos, Bima e Arjuna. Vamos! Vamos! Vamos depressa! Mamãe pode estar
precisando de nós. Ele correu para dentro do bosque, seguido pelos quatro
irmãos. Os gritos tinham cessado, e Iudistira não estava certo sobre que
direção tomar, mas escolheu o caminho que levava ao campo. Iudistira tinha o
pressentimento de que aqueles gritos tinham alguma coisa a ver com Pandu. Enquanto
corria, viu sua mãe, que vinha na direção deles, cair ajoelhada, com o rosto
entre as mãos. Obviamente, algo terrível tinha acontecido! Quando aproximou-se
dos irmãos, Kunti tentou sorrir, mas eles puderam ver as lágrimas escorrendo de
seu rosto. Os cinco a cercaram e ela disse: Queridos filhos, nosso único escudo
agora é o Senhor. Seu pai morreu. Ele foi para os mundos superiores dos seus
ancestrais. Os meninos olhavam para ela estarrecidos, em choque. Nenhum deles
conseguia falar, e Kunti chorava baixinho. Finalmente, Iudistira disse: Como
isso aconteceu? Certamente nenhum outro homem poderia ter vencido nosso pai.
Foi algum acidente? Iudistira sabia que Pandu era um guerreiro poderoso. Também
sabia que moravam num lugar onde praticamente todas as pessoas eram ascetas,
devotadas à meditação e à prática da religião. Então, o que poderia tê-lo
ferido? Lutando contra a própria dor, Kunti respondeu: Seu pai foi vítima da
maldição de um rishi. Está caído do outro lado do bosque. Madri está com ele.
Lutando contra a própria dor, Kunti respondeu: Seu pai foi vítima da maldição
de um rishi. Está caído do outro lado do bosque. Madri está com ele. Os garotos
se afastaram da mãe e correram para fora do bosque. Vendo o pai morto e Madri a
seu lado, choraram. Jogaram-se no chão, gritando e rolando para expressar sua
dor. Madri se sentia mais calma, sabendo que logo seguiria o marido, e falou
delicadamente aos gêmeos, que tinham corrido para o lado dela. Filhos queridos,
os caminhos do Senhor são misteriosos. Vocês devem servir à sua mãe Kunti com
amor, daqui por diante. Ela tomará conta de vocês. Eu vou com seu pai para os
mundos superiores. Os gêmeos olhavam para a mãe, sem saber o que dizer. Tinham
apenas oito primaveras e ainda não entendiam o que estava acontecendo. A
situação os oprimia completamente. Correram para Kunti, que os envolveu com os
braços, derramando lágrimas sobre suas cabeças. Seus três filhos continuavam a
expressar a dor em altos brados. Ouvindo os gritos, alguns rishis chegaram ao
campo e, vendo o rei morto, aproximaram-se e imediatamente começaram a realizar
os rituais fúnebres. Enquanto os rishis entoavam ritmicamente os mantras
sagrados, os garotos se acalmaram e se levantaram de mãos postas. Kunti ficou
ao lado deles, observando enquanto os rishis afastavam Madri de Pandu. Eles
colocaram o corpo num ataúde e o carregaram para perto do rio. Madri os seguia
chorando. Apoiada pelos dois filhos mais velhos, Kunti foi atrás de Madri.
Alguns dos rishis acompanharam os outros garotos de volta ao ashram enquanto o
corpo de Pandu era levado às margens do rio, enfeitado com guirlandas de flores
da floresta e pintado com o barro sagrado do rio Ganges. Perto da água, uma
grande pira foi construída e o corpo foi colocado sobre ela. Enquanto os rishis
recitavam sem parar os mantras védicos, Iudistira ateou fogo à pira de sândalo.
As labaredas cresceram e Madri, de repente, se jogou contra o corpo, gritando:
Meu Senhor! Em poucos momentos, tanto o corpo de Pandu quanto o dela estavam
reduzidos a cinzas. Kunti chorava desoladamente. Seus filhos ficaram a seu
lado, com lágrimas escorrendo pelas faces. Quando as chamas se acalmaram, os
rishis recontaram versos sobre a sabedoria dos Vedas, descrevendo a vida eterna
da alma. Pacificados pelas palavras dos sábios, Kunti e os filhos voltaram
lentamente para o ashram, que parecia vazio e solitário. Eles olharam um para o
outro em silêncio, entendendo que não poderiam continuar ali sem Pandu.
Enquanto se sentavam, juntos e tristes, o líder dos rishis entrou na choupana e
disse a Kunti: Agora que seu protetor se foi, você deve voltar para a família
em Hastinapura. Pegue os meninos e faça com que eles assumam as posições às
quais têm direito, de herdeiros do trono. Os meninos sabiam que o pai havia
sido rei em Hastinapura, a grande capital do mundo e trono da poderosa dinastia
dos Kurus. Pandu lhes havia contado que viera para a floresta por causa da
maldição de um rishi, mas eles não conheciam todos os detalhes. Aquela deveria
ter sido uma imprecação realmente terrível! O que teria feito para merecê-la?
Eles olhavam para a mãe com indagação nos olhos. Devastada pela perda repentina
do marido e da segunda esposa, Kunti não conseguia falar. Vou lhes explicar
enquanto viajamos para a cidade, disse ela, secando o rosto com a pontinha do
sari. Seu pai e eu sempre quisemos lhes contar tudo. O sábio advertiu que eles
deveriam partir logo. Ele e outros rishis os acompanhariam até a cidade. Kunti
concordou e começou a juntar seus poucos pertences, dizendo aos meninos que
fizessem o mesmo. Em pouco tempo estavam todos prontos para partir. Uma longa
fila de rishis partiu na direção de Hastinapura, com Kunti e seus filhos entre
eles. Iam também acompanhados por muitos Sidas e Charanas, seres celestiais que
moravam nas montanhas onde eles viviam. Enquanto caminhavam, Kunti tentou se
centrar. Tinha de contar aos meninos sobre a maldição, e também sobre seus
nascimentos. Trazendo-os para junto de si começou: Um dia, quando seu pai
estava caçando na floresta, ele flechou acidentalmente um rishi chamado
Kindama, que tinha tomado a forma de um veado. Para libertá-lo da consequência
daquele pecado, o rishi lançou uma maldição. Seu pai tinha ferido Kindama
quando ele estava prestes a gerar um filho em sua esposa. Então, o sábio disse
ao rei que, se algum dia tentasse ter filhos, ele imediatamente morreria. Foi
por isso que seu pai decidiu viver uma vida de asceta. Kunti explicou que
Pandu, incapaz de gerar filhos, procurar continua sua linhagem de outra forma.
Eu lhe contei sobre uma graça que recebera de outro sábio, quando era ainda
pequena. Aquele sábio, de nome Durvasa, tinha ficado agradecido pelo serviço
que lhe prestar. Ele me abençoou e me deu um mantra, dizendo que com ele eu
poderia chamar qualquer deus que desejasse. Então, seu pai me fez invocar
várias divindades importantes. O primeiro de todos foi Dharma, o deus da
religião. Ela olhou para o filho mais velho, que a ouvia atentamente. Caro
iudistir, esse deus poderoso é seu pai natural. Kunti contou então que Bima era
filho de Vayu, deus dos ventos. Arjuna era filho de Indra, o rei dos deuses, e
os gêmeos tinham nascidos dos deuses gêmeos aswins, os médicos celestiais.
Assim, vocês três, os mais velhos, nasceram de mim, e os gêmeos nasceram de
Madri, que me pedira para usar o mantra. No nascimento de cada um de vocês uma
voz celestial foi ouvida, profetizando coisas notáveis para todos. Iudistira
será o senhor do mundo, Bima o homem mais poderosos e forte, Arjuna o maior dos
arqueiros, e os gêmeos possuirão beleza e energia. Os garotos se entreolharam.
Nunca teriam imaginado a verdade – eram filhos de deuses! Seu pai lhes dissera
muitas vezes que um grande destino os esperava, e que um dia voltariam a
Hastinapura para governar. Mas nunca havia explicado como é que tinham nascido
(...). Kunti sorriu um pouco, em meio à sua tristeza. Seus ancestrais há
muitos, muitos anos governaram a Terra, mantendo-a firmemente no caminho da
religião. Esse dever certamente será de vocês um dia. Depois do que pareceu um
piscar de olhos, a cidade surgiu à frente. Eles caminhavam numa estrada larga e
pavimentada, coberta de grandes arcos cheios de esculturas de vários deuses. Os
campos cultivados se estendiam dos dois lados da estrada, coloridos pelos
vegetais e pelo trigo dourado. Muitos colonos trabalhavam o solo, arando a
Terra com a ajuda de bois negros. Eles olhavam maravilhados a procissão de
seres celestiais e rishis, saudando-os à sua passagem, enquanto os abençoavam.
Ao anoitecer, a procissão chegou aos portões da cidade, que era circundada por
imensos muros de granito. Os mensageiros foram correndo informar o rei da
chegada deles, e logo uma multidão de cidadãos saiu da cidade, admirados de ver
tantos rishis e outros seres celestiais, que pareciam uma assembleia de deuses
entrando na cidade. Quando os cumprimentos e formalidades terminaram, um chefe
rishi contou ao rei o que sucederá. Sempre seguindo o caminho da virtude. Pandu
ascendu aos céus junto com sua casta esposa Madri. Aqui estão seus cinco
filhos, nascidos dos deuses. O rishi deu o nome do deus que era pai de cada
menino. Depois de pedir ao rei que cuidasse do bem-estar e dos estudos dos
garotos, ele se reuniu aos outros rishis. Então, ante os olhos dos cidadãos
estupefatos, todos os sábios e seres celestiais desapareceram do local. Um dos
líderes kurus se aproximou de Kunti e a saudou de mãos postas. Ela o apresentou
aos filhos, dizendo: Este é seu avô Bishma. Os cinco se ajoelharam
reverentemente, saudando o avô. Então Bishma levou Kunti e os cinco meninos
para conhecer a cidade, arranjando acomodações para todos no palácio real. Os
últimos rituais fúnebres foram realizados para Pandu e Madri. Todos os líderes
kurus, acompanhados de milhares de cidadãos, entraram no rio Ganges e fizeram
oferendas pelas almas que partiam. A cidade inteira, então, respeitou um
período de 12 dias de luto, que terminou com uma grande festa. Muitas riquezas
foram dadas como caridade aos brâmanes, e o rei distribuiu uma grande
quantidade de comidas refinadas para todas as pessoas da cidade. Aos poucos, a
vida voltou ao normal e os filhos de Pandu tomaram seu lugar na família real.
Livro Mahabharata – Recontado por Krishna Dharma. Versão Condensada da Maior
Epopeia do Mundo. Abraço. Davi.
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