Budismo Nitiren Daishonin. O moderna
ciência médica considera a fertilização de um óvulo por um espermatozoide como
um único pré-requisito necessário para se gerar uma nova vida, mas o conceito
budista adiciona um outro requerimento: a presença de uma vida intermediária. De acordo como o
Budismo, todas as relações causais envolvem quatro elementos que são inter relacionados:
causa interna, causa externa, efeito latente e efeito manifesto. Assim, é
necessário definir estes quatro aspectos com respeito ao renascimento. A causa interna é a
capacidade inerente da vida em produzir um efeito semelhante. Por exemplo, um
semente de maçã tem a capacidade inerente de gerar uma macieira. Logo, esta
causa inerente – a informação genética da macieira – contém, simultaneamente um
efeito latente, a macieira em potencial. As causas externas são os estímulos
provindos do meio ambiente que auxiliam a causa interna na produção dos seus
efeitos manifestos. Apesar disto, as causas externas não englobam o ambiente
como um todo, somente certas partes que relacionam um determinado ser com o seu
mundo exterior. Mas
continuando com o exemplo da semente de maçã e a macieira, as causas externas
são o solo, água, luz solar e todos os outros itens necessários para que esta
semente se desenvolva em uma árvore. Esta combinação - de causas internas e
externas - se faz necessária, caso qualquer efeito manifesto ocorrer. No
exemplo, o nascimento de uma macieira. A medicina moderna sugere que os detalhes
precisos de uma seleção de códigos genéticos contidos nos cromossomos é uma
questão determinada pelo acaso, mas de acordo com a visão budista estes aspectos
são determinados pelo carma individual. É a causa interna – no caso, o carma
armazenado na consciência alaya e conduzido até a próxima existência – que
determina o fato de cada ser humano ser único. As diferenças de caráter entre
irmãos – mesmo gêmeos idênticos – são interpretadas como o resultado de que
cada pessoa possuir um carma diferenciado. Por esta razão, a causa interna para
se gerar uma vida é o carma possuído pela própria vida numa existência
intermediária, embora a causa externa seja a informação genética existente no
espermatozoide do pai e no óvulo da mãe. Somente quando estes dois fatores se
coincidem é que pode haver a geração de uma nova vida. Após a morte de um ser,
este se funde com a vida ainda maior, que é o próprio Universo, na condição de
não-substancialidade (ku). Contudo, a consciência - alaya - na qual armazena
todo o carma deste ser – continua a existir. (Alaya é um termo budista;
significa a morada, a morada interior, a vacuidade interior, o céu interior.
Desde que o teu ser, ninguém pode manchá-lo ou obstruí-lo. É imortal! E desde
que o Todo te deu vida, desde que a vida vem do Todo, como pode a parte
melhorá-la? Da fonte tudo provém, deixa que a fonte forneça, e a fonte é
eterna). Desde Quando a causa externa – a informação genética provenientes de
ambos os genitores – se encaixar exatamente com a causa interna armazenada na
consciência - alaya, a vida – como uma existência temporária, pode se
manifestar neste mundo, em forma do nascimento de um novo ser. Este fenômeno
pode ocorrer independentemente da localização dos pais, pois a vida no estado
de não-substancialidade transcende o espaço físico-temporal. Para traçarmos um
paralelo com algumas ideias da moderna biologia e psicologia, podemos dizer que
no momento da concepção de um feto, a causa interna e o efeito latente
armazenado na consciência - alaya de uma vida - no estado intermediário - se
manifestam, como resultado da força ativa do genes provindos dos pais. Nitiren Daishonin
(1222-1282) escreveu a respeito das pessoas que atingem o estado de Budha
durante uma vida prévia (manifestam a natureza do Budha e compreendem a
unicidade de suas próprias vida com o universo) e renascem neste mundo.
"Há aquele que verdadeiramente aprecia e desperta para a verdade (da
vida), e age de acordo com o desejo de todos os Budhas, de todas as épocas.
Este irá receber a proteção de duas entidades, dois deuses celestiais e das dez
deusas, e sem nenhum impedimento atingirá o renascimento na suprema Terra da
Tranquila Luz. Em alguns instantes ele retornará ao campo dos sonhos na qual
ele irá repetir o ciclo de nascimento e morte dos Nove Mundos. Seu corpo (da
Lei) engloba as terras nas dez direções e sua mente permeia a mente de todos os
seres. Ele se levanta de forma vigorosa movido por iniciativa própria e é
estimulado pelos fenômenos externos, combinando ambos (para conduzir as pessoas
à iluminação). Assim, harmonizando as causas internas e externas ele se utiliza
de seu infinito poder de compaixão com o objetivo de beneficiar todos os seres
vivos". (As Escrituras de Nitiren Daishonin – Gosho Zenshu, pág. 574). Nesta passagem,
Daishonin revela sua visão sobre a natureza real da vida e da morte. Se
atingirmos o estado de Budha nesta existência e passarmos através do estágio da
morte no mais elevado estado de espírito, seremos capazes de atingir um estado
de vida correspondente a frase "a suprema Terra da Tranquila Luz".
Deveremos rapidamente renascer neste mundo para que possamos compartilhar nossa
sabedoria com os outros, levando-os à iluminação. Assim, através destas ações,
iremos afetar no plano físico e espiritual todos os seres vivos. Logo, uma
pessoa que atinge o estado de Budha está continuamente renascendo neste mundo
para ajudar outras pessoas a se tornarem Budhas. Nitiren Daishonin ensina
que, a pessoa capaz de escapar do círculo vicioso do nascimento e morte nos
Seis Caminhos (Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade, Alegria), irá
simultaneamente começar o trabalho de um Bodhisattva (em sânscrito literalmente
um “ser iluminado”; em geral, e uma pessoa procurando a Essência Bhúdica, mas
procurando-a altruisticamente. Se monástica ou leigo, um indivíduo procura a
iluminação para iluminar outros, e ele ou ela sacrificar-se-ão para salvar
outros. É destituído de egoísmo e devotado a ajudar outros. Tendo a Natureza
Bhúdica, todos os seres conscientes são naturalmente Bodhisattva mas requerem
desenvolvimento). O Bodhissatva leva outras pessoas à iluminação, no processo
contínuo de inumeráveis ciclos de nascimento e morte. Desta forma, para um Bodhisattva, o nascimento e a morte são causas para a iluminação, não um
sofrimento, e estes são os meios pelos quais o Bodhisattva trabalha em prol de
outros. http://www.maisbelashistoriasbudistas.com.br.
Abraço. Davi.
Bibliografia
Nenhum comentário:
Postar um comentário