sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Sobre o Renascimento.



Budismo Nitiren Daishonin. O moderna ciência médica considera a fertilização de um óvulo por um espermatozoide como um único pré-requisito necessário para se gerar uma nova vida, mas o conceito budista adiciona um outro requerimento: a presença de uma vida intermediária. De acordo como o Budismo, todas as relações causais envolvem quatro elementos que são inter relacionados: causa interna, causa externa, efeito latente e efeito manifesto. Assim, é necessário definir estes quatro aspectos com respeito ao renascimento. A causa interna é a capacidade inerente da vida em produzir um efeito semelhante. Por exemplo, um semente de maçã tem a capacidade inerente de gerar uma macieira. Logo, esta causa inerente – a informação genética da macieira – contém, simultaneamente um efeito latente, a macieira em potencial. As causas externas são os estímulos provindos do meio ambiente que auxiliam a causa interna na produção dos seus efeitos manifestos. Apesar disto, as causas externas não englobam o ambiente como um todo, somente certas partes que relacionam um determinado ser com o seu mundo exterior. Mas continuando com o exemplo da semente de maçã e a macieira, as causas externas são o solo, água, luz solar e todos os outros itens necessários para que esta semente se desenvolva em uma árvore. Esta combinação - de causas internas e externas - se faz necessária, caso qualquer efeito manifesto ocorrer. No exemplo, o nascimento de uma macieira. A medicina moderna sugere que os detalhes precisos de uma seleção de códigos genéticos contidos nos cromossomos é uma questão determinada pelo acaso, mas de acordo com a visão budista estes aspectos são determinados pelo carma individual. É a causa interna – no caso, o carma armazenado na consciência alaya e conduzido até a próxima existência – que determina o fato de cada ser humano ser único. As diferenças de caráter entre irmãos – mesmo gêmeos idênticos – são interpretadas como o resultado de que cada pessoa possuir um carma diferenciado. Por esta razão, a causa interna para se gerar uma vida é o carma possuído pela própria vida numa existência intermediária, embora a causa externa seja a informação genética existente no espermatozoide do pai e no óvulo da mãe. Somente quando estes dois fatores se coincidem é que pode haver a geração de uma nova vida. Após a morte de um ser, este se funde com a vida ainda maior, que é o próprio Universo, na condição de não-substancialidade (ku). Contudo, a consciência - alaya - na qual armazena todo o carma deste ser – continua a existir. (Alaya é um termo budista; significa a morada, a morada interior, a vacuidade interior, o céu interior. Desde que o teu ser, ninguém pode manchá-lo ou obstruí-lo. É imortal! E desde que o Todo te deu vida, desde que a vida vem do Todo, como pode a parte melhorá-la? Da fonte tudo provém, deixa que a fonte forneça, e a fonte é eterna). Desde Quando a causa externa – a informação genética provenientes de ambos os genitores – se encaixar exatamente com a causa interna armazenada na consciência - alaya, a vida – como uma existência temporária, pode se manifestar neste mundo, em forma do nascimento de um novo ser. Este fenômeno pode ocorrer independentemente da localização dos pais, pois a vida no estado de não-substancialidade transcende o espaço físico-temporal. Para traçarmos um paralelo com algumas ideias da moderna biologia e psicologia, podemos dizer que no momento da concepção de um feto, a causa interna e o efeito latente armazenado na consciência - alaya de uma vida - no estado intermediário - se manifestam, como resultado da força ativa do genes provindos dos pais. Nitiren Daishonin (1222-1282) escreveu a respeito das pessoas que atingem o estado de Budha durante uma vida prévia (manifestam a natureza do Budha e compreendem a unicidade de suas próprias vida com o universo) e renascem neste mundo. "Há aquele que verdadeiramente aprecia e desperta para a verdade (da vida), e age de acordo com o desejo de todos os Budhas, de todas as épocas. Este irá receber a proteção de duas entidades, dois deuses celestiais e das dez deusas, e sem nenhum impedimento atingirá o renascimento na suprema Terra da Tranquila Luz. Em alguns instantes ele retornará ao campo dos sonhos na qual ele irá repetir o ciclo de nascimento e morte dos Nove Mundos. Seu corpo (da Lei) engloba as terras nas dez direções e sua mente permeia a mente de todos os seres. Ele se levanta de forma vigorosa movido por iniciativa própria e é estimulado pelos fenômenos externos, combinando ambos (para conduzir as pessoas à iluminação). Assim, harmonizando as causas internas e externas ele se utiliza de seu infinito poder de compaixão com o objetivo de beneficiar todos os seres vivos". (As Escrituras de Nitiren Daishonin – Gosho Zenshu, pág. 574). Nesta passagem, Daishonin revela sua visão sobre a natureza real da vida e da morte. Se atingirmos o estado de Budha nesta existência e passarmos através do estágio da morte no mais elevado estado de espírito, seremos capazes de atingir um estado de vida correspondente a frase "a suprema Terra da Tranquila Luz". Deveremos rapidamente renascer neste mundo para que possamos compartilhar nossa sabedoria com os outros, levando-os à iluminação. Assim, através destas ações, iremos afetar no plano físico e espiritual todos os seres vivos. Logo, uma pessoa que atinge o estado de Budha está continuamente renascendo neste mundo para ajudar outras pessoas a se tornarem Budhas. Nitiren Daishonin ensina que, a pessoa capaz de escapar do círculo vicioso do nascimento e morte nos Seis Caminhos (Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade, Alegria), irá simultaneamente começar o trabalho de um Bodhisattva (em sânscrito literalmente um “ser iluminado”; em geral, e uma pessoa procurando a Essência Bhúdica, mas procurando-a altruisticamente. Se monástica ou leigo, um indivíduo procura a iluminação para iluminar outros, e ele ou ela sacrificar-se-ão para salvar outros. É destituído de egoísmo e devotado a ajudar outros. Tendo a Natureza Bhúdica, todos os seres conscientes são naturalmente Bodhisattva mas requerem desenvolvimento). O Bodhissatva leva outras pessoas à iluminação, no processo contínuo de inumeráveis ciclos de nascimento e morte. Desta forma, para um Bodhisattva, o nascimento e a morte são causas para a iluminação, não um sofrimento, e estes são os meios pelos quais o Bodhisattva trabalha em prol de outros. http://www.maisbelashistoriasbudistas.com.br. Abraço. Davi.
Bibliografia

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