O conceito de antakarana coletivo não pode
ser encontrado com facilidade na literatura teosófica. No entanto, a
existência de fato de ligações coletivas dos seres humanos com os níveis
superiores de consciência é relativamente fácil de perceber. De acordo
com a edição original do Glossário Teosófico, a palavra sânscrita Antahkarana
ou Antaskarana significa “o caminho ou ponte entre o Eu Superior e a
Mente inferior; ou entre o Eu divino e a alma pessoal do homem”.
Visto em si mesmo, o conceito se refere à vida individual; mas não existe uma
verdadeira separação entre os seres. As linhas de evolução
individual e coletiva interagem entre si o tempo todo, e fazem isso em vários
níveis e sub níveis de consciência. Os indivíduos humanos influenciam uns aos
outros, estimulando ou dificultando mutuamente a conexão de cada um com
seu Eu Superior. Em cada sociedade há características culturais,
atividades coletivas e mesmo instituições que estimulam, ou colocam em perigo,
o funcionamento dos Antahkaranas individuais. Existem outros
fatos. Há também o impacto coletivo causado pelo trabalho de cada buscador
da verdade cuja alma imortal é experiente. A História antiga e moderna mostra
que as vidas de seres espiritualmente adiantados têm um impacto definido sobre
o carma coletivo, às vezes durante longos períodos de tempo. Os grandes sábios
criam pontes que ligam-se a fluxos ou correntes superiores de consciência.
Deste modo eles mudam para melhor, de dentro para fora, as vidas de milhões de
pessoas; e estas pessoas, por sua vez, melhoram a vida mental e
emocional da humanidade inteira. Quando pensamos com calma sobre isso, podemos
ver que um conceito amplo, flexível e abstrato de “Antahkarana Coletivo” faz
sentido. A vida de Helena P. Blavatsky no século 19 é um bom exemplo. O impacto
causado por ela na história humana foi rigorosamente documentado por Sylvia
Cranston (1915-2000). Os ensinamentos de Helena P. Blavatsky (1831-1891). e a Escola de
Pensamento que ela deixou ao morrer em 1891 estão permeados de um magnetismo que
vem de fontes superiores e pertence a níveis universais de consciência. A
qualidade e a importância do magnetismo que emana através das obras de H. P.
Blavatsky resulta do fato de que ela era uma representante direta daqueles
sábios que são chamados de Imortais no Taoísmo, Rishis ou Jivanmuktas
no Hinduísmo, Arhats no Budismo, e Raja-iogues, Mahatmas,
ou Adeptos, em filosofia esotérica. No século 21, a presença e a
influência dos escritos de Blavatsky. são uma parte central da ponte
coletiva entre consciência material e consciência superior. O
trabalho dela também constitui uma “ponte” para estágios futuros
do desenvolvimento humano. É claro que a corrente mais profunda do Oceano da
vida não inclui todo o Movimento Teosófico ou esotérico. Grande
parte do Movimento é Teosófico apenas no nome; e a vida mostra que nenhum
rótulo externo pode garantir a autenticidade de alguma coisa. A literatura
teosófica deixa este ponto muito claro. São os poucos que fazem a diferença, e
o seu exemplo pode ser seguido por números maiores de pessoas, em certas
circunstâncias. A maré do Carma é sempre oscilante. Enquanto Blavatsky,
trabalhava pela humanidade, ela era rodeada por um vasto campo magnético. As
energias superiores que havia em torno dela ficavam impressas em quase tudo que
ela dizia ou escrevia. A aura de Blavatsky. transmitia um pouco da
sabedoria eterna a cada situação em que ela se envolvia. Alice Cleather,
sua discípula direta, descreveu o impacto que Blavatsky, causava
nas pessoas e na sociedade: “A verdadeira Blavatsky. era como uma Luz trazida
para um lugar escuro cheio de criaturas que gostam mais da escuridão que da
claridade. Instantaneamente, como insetos atraídos por uma lâmpada, todos os
habitantes deste local escuro que é a nossa Terra, o reino da ilusão (....),
eram irresistivelmente atraídos para perto dela. Eles não só escureciam a Luz,
e fizeram isso intensamente, mas também, em 1891, finalmente destruíram
a lâmpada, isto é, a lâmpada foi retirada do nosso meio, retornando
ao reino de onde tinha vindo.” Alice Cleather narrou da seguinte maneira o
momento em que viu Blavatsky. pela primeira vez, em Lansdowne Road, Londres, em
1887: “Quando fomos recebidos na famosa sala de visitas dupla, no andar térreo,
a minha atenção imediatamente ficou fixada na figura de uma mulher corpulenta
de meia idade, sentada com as suas costas junto à parede, diante de uma mesa de
cartas, aparentemente jogando Paciência. Eu nunca tinha visto uma cabeça e
um rosto tão impressionantes. Quando ela levantou os seus olhos e seu
olhar cruzou com o meu, enquanto o Sr. Keightley nos apresentava, eu senti um
nítido choque. Extraordinariamente penetrante, o seu olhar literalmente abriu
um "buraco" através do meu cérebro. Ela olhou firmemente para mim
durante alguns segundos (durante os quais senti grande desconforto), e depois,
voltando-se para o Sr. Keightley, disse com um jeito indignado: "Você
nunca me disse que ela era assim!", enquanto ignorava absolutamente as
afirmativas dele de que ele havia informado a ela. O que significava,
exatamente, a palavra assim é algo que eu nunca vim a saber. É deste
modo que fui apresentada à maior alma encarnada dos nossos tempos. Mas naquele
momento inicial eu só percebi que ela fazia as pessoas prenderem a respiração,
e que "a vida nunca mais seria a mesma outra vez". A partir
daquele momento eu me tornei sua discípula devotada....”. O impacto
esclarecedor do trabalho de Blavatsky. pela humanidade fragiliza e destrói
vários níveis de rotina, e a reação contra elea tem sido forte. Em
consequência disso, desde a década de 1880, os Teosofistas têm tido que
defender Blavatsky, e os ensinamentos dela contra numerosos ataques vindos de
religiões dogmáticas, e também de dentro do próprio Movimento Teosófico. A vida
é um processo probatório. Todo estudante de Teosofia deve enfrentar testes. A
ignorância organizada se sente em perigo diante da sabedoria, e toma
providências no sentido de neutralizar os que vivem e transmitem o
conhecimento elevado. O lendário Evangelho cristão narra este processo.
De Pitágoras de Samos (571 AC 495) a Apolônio de Tiana (15-100), de Alessandro
Cagliostro (1743-1795) a Blavatsky (1831-1891), os ataques contra os
Mensageiros da verdade visam prejudicar as fontes de inspiração divina. A ideia
de um Antahkarana Coletivo aparece na Bíblia judaica, que depois os cristãos
adotaram como se fosse sua. Podemos vê-la na imagem simbólica da Escada de
Jacó. Gênesis, 28:11-13, narra a história de como Jacó vê uma escada para o
céu: “Tendo chegado a um certo lugar, ali passou a noite, pois o sol havia se
posto. Tomou uma das pedras do lugar como seu travesseiro e se deitou ali mesmo
para dormir. E sonhou, e no sonho viu que estava colocada na terra uma escada
cujo topo atingia o céu, e que os anjos de Deus subiam e desciam por ela”. Os Anjos
são os Mensageiros dos deuses entre os seres humanos. Eles habitam a Escada
Divina, o elo vivo é inquebrantável entre os Mestres e os seres humanos. Há uma
outra metáfora, na literatura Teosófica, que serve para descrever este mesmo
fato oculto. Na obra A Voz do Silêncio da autoria Teosofista que temos citado,
um aspecto mais elevado do Antahkarana Coletivo é descrito como um
“Muro de Proteção”. Ali vemos estas palavras sobre o caminho do
sacrifício trilhado pelas grandes almas: “Condenado por ti mesmo a viver
durante futuros Kalpas, sem agradecimento e sem ser percebido pelos homens,
encaixado como uma pedra entre as outras incontáveis pedras que formam o
"Muro de Proteção", este será o teu futuro, se passares pelo
Sétimo Portão. Construído pelas mãos de muitos Mestres da Compaixão,
erguido pelas suas agonias, cimentado com o seu sangue, este muro defende a
humanidade desde que o homem é homem, protegendo-a de misérias e sofrimentos
muito maiores. E no entanto o homem não o vê …”. Em uma nota explicativa,
Blavatsky escreve o seguinte sobre o Muro de Proteção: “O ensinamento afirma
que os esforços acumulados de grande número de gerações de Iogues, Santos e
Adeptos, e especialmente de Nirmanakayas, criaram de certo modo um muro
de defesa ao redor da humanidade, que a protege invisivelmente de males ainda
maiores do que aqueles que são percebidos". A ideia é
complexa e transcende todas as metáforas usadas para descrevê-la. A imagem de
um Muro de Defesa, assim como a ideia de uma escada para o céu ou o conceito de
Antahkarana coletivo, são símbolos do processo multidimensional que faz
a ligação prática da humanidade com a consciência planetária superior. No
clássico Teosófico “Luz no Caminho” encontramos uma referência a este fato
básico da vida: “Quando tiveres encontrado o começo do caminho, a estrela
da tua alma mostrará sua luz; e por esta luz perceberás como é grande a
escuridão em que ela brilha. Tanto a mente como o coração e o cérebro
são escuros até que a primeira grande batalha tenha sido vencida. Não fiques
assustado nem aterrorizado por esta visão; mantém os teus olhos fixos na
pequena luz e ela crescerá. Mas permite que a escuridão em teu interior te
ajude a compreender o desamparo daqueles que não viram a luz, e cujas almas
estão em escuridão profunda. Não os acuses, não te afastes deles, mas tenta
erguer um pouco do pesado Carma do Mundo; dá a tua ajuda às poucas mãos fortes
que impedem a vitória completa das forças da escuridão". De
fato, algumas mãos fortes de Sábios, Mensageiros e Discípulos mantêm uma
ligação aberta entre a Sabedoria Eterna e o carma comum da humanidade. A vida
de Blavatsky. foi dedicada a ampliar esta conexão viva. Em maio de 1891, as
palavras que ela disse imediatamente antes de morrer revelam que ela
considerava a “escada oculta” entre Mestres e Seres Humanos como algo que, em
parte, dependia dela. As últimas palavras de Blavatsky. estão registradas em um
texto publicado três anos após a sua morte: “Em 1890 a Sede Central foi
transferida para Avenue Road, 19 em Londres; no ano seguinte Blavatsky. nos
deixou, e a sua última mensagem (....) foi dada à Sra. Isabel
Cooper-Oakley (1853-1914) na penúltima noite antes dela morrer. Às três da
manhã ela abriu os olhos e disse: "Isabel, Isabel, mantenha o elo vivo;
não deixe que minha última encarnação seja um fracasso". O elo que devia
ser mantido vivo é a ligação global entre as consciências humanas e as
inteligências divinas, no Movimento Teosófico. Em sua extraordinária
biografia de Helena Petrovina Blavatsky, Sylvia Cranston (1915-2000) comenta
outro aspecto destas palavras: “Com última, ela, aparentemente, não queria
dizer a sua encarnação final, o que seria contrário a um dos
ensinamentos básicos de A Voz do Silêncio, resumido no voto de Kwan Yin,
a deusa Budista da Compaixão, que diz: "Nunca buscarei nem aceitarei
uma salvação individual e particular; nunca entrarei sozinha na paz final; mas
sempre e em todo lugar viverei e lutarei pela redenção de cada criatura em todo
o mundo". As palavras de Cranston expressam algo que é quase
consenso entre estudantes experientes de Teosofia original: a
individualidade conhecida no século 19 como Blavatsky não deixará de
ajudar a humanidade. A “última encarnação” a que ela se referia não era a
encarnação que ela estava encerrando em 1891, mas a encarnação seguinte.
E a palavra “última” pode significar, mais precisamente, “última antes
de atingir o Nirvana, o estado que liberta a alma da reencarnação inconsciente”.
O conteúdo do Compromisso de Kwan Yin é muito similar à descrição do Muro de
Proteção em “A Voz do Silêncio”, mencionada alguns parágrafos acima: “Condenado
por ti mesmo a viver durante futuros Kalpas, sem agradecimento e sem ser
percebido pelos homens, encaixado como uma pedra entre as
outras incontáveis pedras….”. A literatura teosófica contém outras
referencias à ponte coletiva que liga o reino humano ao reino divino.
Em seu livro “A Chave da Teosofia”, Blavatsky escreveu sobre a
Escola Esotérica que ela fundara em 1888. Quando Blavatsky morava em Londres,
esta Escola tinha um “grupo interno”, e eram tomadas notas durante suas
reuniões. No relatório da reunião do Grupo Interno de 12 de novembro de 1890,
podemos ver esta afirmativa aparentemente enigmática: Blavatsky disse que o
Grupo Interno é o Manas Superior da Sociedade Teosófica, a Escola Esotérica. é
o Manas Inferior, e a Sociedade Teosófica, o quaternário". Vale a
pena observar esta frase com calma. Manas (o nível mais filosófico
e abstrato da mente) e Manas Inferior (a Mente voltada para coisas
concretas) contêm o centro de Antahkarana. Portanto,
Blavatsky estava dizendo implicitamente que o Movimento Teosófico, a
Escola Esotérica e o Grupo Interno formavam, naquele momento, algo similar a um
Antahkarana coletivo. Vejamos mais um exemplo. Nas Cartas dos Mahatmas,
há estas palavras de um Mestre: “Embora separados do seu mundo de ação,
nós não estaremos inteiramente afastados dele enquanto a Sociedade Teosófica [isto
é, o Movimento Teosófico] existir". Aqui, o Movimento
Teosófico é visto como uma ponte. E há uma referência em uma carta de H.
P. Blavatsky, em que ela escreveu: “Willam Quan Judge (1851-1896) é o
antaskarana entre os dois Manas, o pensamento norte-americano e o pensamento
indiano ou, mais precisamente, o conhecimento esotérico de além dos Himalayas".
Blavatsky via com clareza o papel que William Judge estava cumprindo na
construção de um vínculo espiritual permanente entre as Américas e a filosofia
esotérica oriental. E tal construção não terminou. Em todas as épocas, a
ligação vertical entre céu e terra necessita constante atenção das
pessoas de boa vontade que percebem a sua importância. A sua construção, sua
preservação e expansão são realizadas por uma corrente ininterrupta de
“mensageiros” de vários graus de desenvolvimento, que nascem no mundo geração
após geração, século após século. Discípulos avançados podem nascer
repetidamente com intervalos curtos entre uma encarnação e outra, e Blavatsky
sugeriu em “A Doutrina Secreta”: “No século vinte, algum discípulo melhor
informado, e muito mais adequado, pode ser mandado pelos Mestres de
Sabedoria para dar provas finais e irrefutáveis de que existe uma ciência
chamada Gupta Vidya; e de que, assim como as nascentes antigamente
desconhecidas do rio Nilo, a fonte de todas as religiões e filosofias hoje
conhecidas no mundo ficou esquecida e perdida para a humanidade, mas agora é,
finalmente, reencontrada. “No final do século XX”, ela escreveu, O
Mensageiro, aparentemente, não veio. Mas os Mestres não têm necessidade de
revelar de público o ritmo exato em que flui o esforço deles pela
humanidade. Podemos ficar contentes com os pequenos elementos de informação que
conseguimos reunir sobre este trabalho. Na citação acima, temos a palavra
de Blavatsky de que outro Mensageiro pode ser mandado. Ela
não dá certeza. Não temos direito de reclamar, se tivermos de esperar
outros cem ou duzentos anos. Devemos ver como um privilégio o cumprimento das
tarefas que estão diante de nós, enquanto compreendemos que a nossa vida
individual é parte de um esforço muito maior, situado num horizonte imenso de
tempo. William Judge (1850-1899) escreveu em um artigo: “H.P. Blavatsky assinalou
claramente na conclusão de "A Chave" que o plano é manter a Sociedade
Teosófica [isto é, o movimento] como um corpo ativo, livre,
não sectário, durante todo o tempo de espera do novo grande mensageiro, que
será ela própria, sem a menor dúvida". Todo estudante sincero pode
ajudar neste projeto. Se as palavras de Judge estão corretas, a mesma
Mônada ou Eu Superior que animou Blavatsky pode vir novamente ao mundo mais
cedo ou mais tarde para completar a tarefa, e terá que usar pelo menos
parte do conjunto de Skandhas ou patrimônio cármico deixado para
trás quando Blavatsky morreu em 1891. E, de fato, referindo-se ao
Movimento Teosófico, H. P. Blavatsky. escreveu: “Ele tem o meu fluido
magnético". De fato, a Teosofia ensina que o Carma gira em torno de
afinidades. A Sabedoria Universal surge do auto-esquecimento no trabalho
altruísta. Qual é, então, a nossa responsabilidade prática como estudantes? Os
Teosofistas estão a cargo da tarefa humilde de preservar e expandir o trabalho
comum como um processo vivo. E isso é mais do que suficiente. Cada
estudante é um Mensageiro, dentro das suas possibilidades. Pode ser uma tarefa
extremamente estimulante o desafio de preservar aqueles ensinamentos e padrões
de vibração que um Mensageiro maior, ao reencarnar algum dia, terá de
enfrentar, selecionar, adaptar e usar outra vez, em seu trabalho pelo bem da
humanidade. Mas a verdade é que este patrimônio cármico ajuda,
agora mesmo, todos os dias, cada novo e pequeno mensageiro que se soma à busca
solidária em qualquer país do mundo. Todo estudante é beneficiado por ele.
Desta forma, a escada de Jacó ou muro de proteção se expande num
ritmo natural, sem que a tarefa comum fique prejudicada pela espera
paralisante de um personagem extraordinário. Minha opinião. Essa ideia final do
texto, compreendida nesse caso, como uma futura reencarnação para a continuação
da obra da senhora Blavatsky, é desenvolvida na maioria dos arquétipos do
inconsciente religioso, observado nas tradições espirituais de muitos povos.
Exemplificando temos os cristãos que aguardam a volta de Cristo para
estabelecer seu reino de justiça e paz aqui na terra, onde eles, como salvos e
representantes da igreja, reinarão no plano espiritual sobre as nações do
mundo. Em Atos 1;9 é dito: "E, quanto dizia isso, vendo ele, foi elevado
as alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os
olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto dele se puseram dois
homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que
estais olhando para o céus? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no
céu, há de vir assim como para o céu o viste ir. Então voltaram para Jerusalém,
do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, a distância do
caminho de um sábado". Os muçulmanos acreditam que Muhammad (Maomé),
retornará no espírito de um profeta que se levantará entre seus proeminentes
Imã, Mulláh, Ayatoláh ou Mensageiro, num tempo ainda não determinado para
estabelecer a paz e fraternidade mundial. A crença de que assim como Muhammad
ascendeu aos céu na planície (num monte) de Medina, Arábia Saudita ele voltará
corporificado, ressurreto para continuar seu ministério pastoral e espiritual;
esse evento religioso e místico é chamado na tradição Islã de Mi'raj; o
impressionante é que Medina e Meca as duas cidades sagradas do Islã estão
praticamente juntas. Em Meca Maomé teve várias visões de Alláh, recebendo sua
revelado numinosa, desse modo, escrevendo o Alcorão. Os judeus antes de Cristo
já pensavam que o Messias, Massiach, viria a terra para cumprir a promessa de
Yave de implantar seu reino de paz e prosperidade no mundo, onde o povo de
Israel seria a nação que conduziria todos à plena adoração á Yavé ou D' us.
Esse sentimento messiânico move os judeus atuais com muito fervor e ardorosa
esperança; uma crença trazida desde os primórdios de sua história. No budismo
se fala da encarnação de um novo Budha; evidentemente uma possibilidade
latente, mas que não se pode precisar o tempo. O hinduísmo traz também forte
este sentimento da encarnação de Krishna; até se conceitua que Budha é uma
encarnação de Krishna, havendo concordância nessa premissa entre as duas
religiões. Os tibetanos na sua religião chamada Lamaísmo ou Budismo tibetano
são os que mais praticam e promovem esse conceito ancestral arquetípico, onde
os Dalai Lamas das atuais encarnações são a continuação, do Budhado segundo
eles, dos Iluminados que os antecederam. Assim Tenzin Gyatso (1935- ) é
o 14º Dalai Lama, sendo o atual líder espiritual e religioso dos tibetanos, de uma
linhagem que começou com Gedun Truppa (1391-1474). Os aspectos acima são para
comprovar que as religiões e filosofias espirituais universais têm em sua
essência, a mesma procedência e convergem para pressuposto e enunciados comuns.
http://www.filosofiaesoterica.com.br. Abraço. Davi.
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