A
reflexão a seguir foi extraída da Enciclopédia Livre Wikepédia com alguns
ajustes para uma melhor compreensão. O Hinduísmo é uma tradição religiosa que
se originou no sub continente indiano. É frequentemente chamado de Sanâta
Dharma por seus praticantes, frases em sânscrito que significa: a eterna e
perpétua lei. Num sentido mais abrangente, o Hinduísmo engloba o Bramamismo, a
crença na Alma Universal; Brâhma no sentido mais específico. O termo se refere
ao mundo cultural e religioso, ordenado por castas, da Índia pós budista. De
acordo com o livro História das Grandes Religiões, o Hinduísmo é um estado de
espírito, uma atitude mental dentro de seu quadro peculiar, socialmente
dividido, teologicamente sem crença. desprovido de veneração em conjunto e de
formalidades eclesiásticas ou de congregação, deste modo substituindo o
nacionalismo. Entre as suas raízes está a religião Védica da idade do ferro na
Índia, e como tal, o Hinduísmo é citado frequentemente como a religião mais
antiga do mundo, a mais antiga tradição viva ou a mais antiga das principais
tradições existentes. É formado por diferentes tradições e composto por
diferentes tipos, não possuindo um fundador. Esses tipos, sub tradições e
denominações, quando somadas, fazem do Hinduísmo a terceira maior religião do
mundo, depois do Cristianismo e do Islamismo, com aproximadamente um bilhão de
fieis, dos quais cerca de 905 milhões vivem na Índia e no Nepal. Outros países
com significativa população de hinduísta são Blangadesh, Sri Lanka, Paquistão,
Malásia, Singapura, Ilhas Maurício, Fiji, Suriname, Guiana, Trinidad e Tobago,
Reino Unido, Canadá e USA. O vasto corpo de Escrituras Sagradas do Hinduísmo se
divide em Shruti (revelado) e Smriti (recordado). Essas escrituras discutem a
teologia, filosofia e mitologia hinduísta, e fornecem informações sobre a
prática do Dharma (vida religiosa). Entre estes textos os Vedas e os Upanishades
possuem a primazia na autoridade, importância e antiguidade. Outras escrituras
importantes são os Tantras, os Ágamas sectários, e os Puranas, além dos épicos
Maabárata e Ramáiana. O Baghavad Ghita, um tratado do Maabárata, narrado pelo
deus Krishna, costuma ser definido como um sumário dos ensinamentos espirituais
dos Vedas. Os hindus acreditam num Espírito Supremo Cósmico, que é adorado de
muitas formas, representado por divindades individuais. O hinduísmo é centrado
sobre uma variedade de práticas que são vistos como meios de ajudar o indivíduo
a experimentar a divindade que está em todas as partes, e realizar a verdadeira
natureza de seu Ser. A teologia hinduísta se fundamenta no culto aos Avatares
(manifestações corporais) da Divindade Suprema, Brahma. Particular destaque é
dado a Trimurti (uma trindade constituída por Brahma, Shiva e Vishnu.
Tradicionalmente o culto direto aos membros da Trimurti é relativamente raro) e
mais próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes, como por
exemplos Krishna, Avatar de Vishnu e personagem central do Baghavad Guita.
Hindu é o nome em persa do rio Indo, encontrado pela primeira vez na palavra
Hindu (handu) do persa antigo, correspondente ao sânscrito Védico Sindhu. O
Rigveda chama a terra dos indo arianos com Sapta Sindhu ( a terra dos sete rios
no noroeste da Ásia Meridional, um deles o Indo), que corresponde ao Hapta no
Avesta (Vendidad or Videvdad, 1:18), Escritura Sagrada do Zoroastrianismo. O
termo foi utilizado para designar aqueles que viviam no sub continente Indiano,
ou para além do Sindhu. O termo persa Hinduk entrou na Índia pelo Sultanato de
Delhi e aparece nos textos do sul da Índia, bem como da Cachemira, a partir de
1323, e a partir daí é cada vez mais utilizado, especialmente durante o Raj
britânico. Desde o fim do século XVIII a palavra passou a ser usada no ocidente
como um termo que abrange a maioria das tradições religiosas, espirituais e
culturais do sub continente, com a exceção do Sikhismo, Budismo e Jainismo;
religiões distintas. O Hinduísmo pode ser sub dividido em diversas correntes principais.
Dos seis Darshanas ou divisões históricas originais, apenas duas escolas, a
Vedanta e a Yoga, sobrevivem. As principais divisões do Hinduísmo hoje em dia
são o ShiKnuísmo, Shivaísmo, Smartismo e o Shaktismo. A imensa maioria dos
hindus atuais podem ser categorizados sob um destes quatro grupos, embora ainda
existam outros, cujas denominações e filiações variam imensamente. Alguns
estudiosos dividem as correntes do Hinduísmo moderno em seus tipos: Hinduísmo
Popular, baseado nas tradições locais e nos cultos das divindades tutelares,
praticado em nível mais localizado. Hinduísmo Dhármico ou moral diária, baseado
na noção de carma, na Astrologia, nas normas de sociedade como o sistema de
castas, os costumes de casamentos. Hinduísmo Vedanta, especialmente o Advaita
(Smartismo), baseado nos Upanishades e nos Puranas. Bhakti, ou devocionalismo,
especialmente Vishnuísmo. Hinduísmo Bramânico Védico, tal como é praticado
pelos brâmanes tradicionalistas, especialmente os Shrautins. Hinduísmo Yogue,
baseado especialmente nos Yoga Sutras de Patandjáli (200 AC 400 DC). O
comentário de Vyasa o define como descendente de Santanu. Existe diversas
lendas sobre esse autor, havendo uma que diz ser ele uma encarnação do deus
serpente Ananta, ou meio homem meio serpente. Ou ainda uma serpente que
desejando ensinar o Yoga ao mundo caiu (Pat) dos céus nas palmas das mãos
abertas (anjali) de uma mulher, que por sua vez o chamou de Patandjáli. Nos
documentos de Shadgurusishya pesquisados por Max Muller (1823-1900) indicam-se cinco
gerações de professores da tradição sânscrita, sendo o primeiro Shaunaka,
seguido por Asvalayana, Katyayana, Patanjali e finalmente Vyasa. Virtualmente
nada se sabe sobre a vida de Patanjali, e algumas escolas acreditam que ele é
totalmente ficcional, Com os principais templos Hoysaleswara e Khajuraho. O
Hinduísmo não tem um sistema unificado de crenças, codificado numa declaração
de fé ou um credo, mas sim é um termo abrangente, que engloba a pluralidade de
fenômenos religiosos que se originaram e são baseados nas tradições Vêdicas.
Hindu é originalmente um termo persa, em uso desde os tempos do Sultanato
Délhi, e que se referia a qualquer tradição nativa da Índia, em contraste com o
Islã. Hindu é usado no inglês no sentido de pagão indiano desde o século XVII.
Porém, a noção do Hinduísmo como uma tradição religiosa identificável,
qualificando uma das religiões do mundo, surgiu apenas durante o século XIX. A
característica da tolerância compreensiva às diferenças de credo e a abertura
dogmática do Hinduísmo o torna difícil de ser definido como uma religião de
acordo com o conceito ocidental tradicional. Embora o Hinduísmo seja um
conceito prático, claro que a maior parte de seus seguidores, muitos manifestam
algum tipo de problema ao tentar chegar a uma definição do termo,
principalmente devido à ampla gama de tradições e ideias incorporadas ou
cobertas por ele. Embora seja descrito como uma religião, o Hinduísmo costuma
ser definido com mais frequência como uma tradição religiosa. É descrito como a
mais antiga das religiões do mundo, e mais diversa em tradições espirituais. A
maior parte das tradições hindus reverenciam um corpo de Literatura Sagrada ou
religiosa os Vedas, embora existem exceções; algumas tradições religiosas
acreditam que certos rituais específicos sejam essenciais para a salvação, mas
diversos pontos de vista sobre o assunto podem coexistir. Algumas filosofias
hindus postulam uma ontologia teística da criação, sustento e destruição do
universo, enquanto outros hindus são não teístas. (há uma grande diferença
entre o termo teísta, ateísta e não teísta. Para esclarecimentos ler a
exposição sobre o Budismo nesse blog de 12 de agosto de 2014). O Hinduísmo por
vezes é caracterizado pela crença na reencarnação (Samsara), determinada pela
lei do carma, e que a salvação é a liberdade deste ciclo de sucessivos
nascimentos e mortes. Outras religiões da região, no entanto, como o Budismo e
o Jainismo, também acreditam nisto, mesmo estando fora do escopo do Hinduísmo.
O Hinduísmo é visto como a mais complexa de todas as religiões históricas vivas
do mundo, porém a despeito desta complexidade é não apenas numericamente a
maior delas, como também a mais antiga tradição em existência na Terra, com
raízes que se estendem até a pré história. Uma definição do Hinduísmo dada pelo
primeiro vice presidente da Índia, o reputado teólogo Sarvepalli Radhakrishnan
(1888-1975), diz que ele não é apenas uma fé, mas que, por estar ele próprio
relacionado à união da razão e intuição, não pode ser definido, apenas experimentado.
De maneira similar, alguns acadêmicos sugerem que o hinduísmo pode ser visto
como uma categoria com seus limites pouco definidos, e não uma entidade rígida
e bem definida. Algumas formas de expressão religiosa são centrais ao
Hinduísmo, enquanto outras não são tão centrais, porém ainda enquadram-se
dentro da categoria; com base nisto desenvolveram-se algumas teorias acerca da
definição do Hinduísmo, como a teoria dos protótipos. Os problemas com uma
única definição do que realmente se quer dizer pelo termo Hinduísmo
frequentemente são atribuídas ao fato de que o Hinduísmo não tem um fundador
histórico único ou comum. O Hinduísmo não tem um sistema único de salvação, e
apresenta diferentes metas de acordo com a seita ou denominação. As formas da
religião Vêdica são vistos não como uma alternativa ao Hinduísmo, mas como a
sua forma mais antiga, e praticamente não há justificativa para as divisões
estabelecidas pela maior parte dos acadêmicos ocidentais entre o Vedismo, o
Bramanismo e o próprio Hinduísmo. Uma possível definição de Hinduísmo é ainda
mais complicada pelo uso frequente do termo fé como sinônimo para religião.
Alguns acadêmicos e diversos praticantes se referem ao Hinduísmo com uma
definição nativa, como Sanatana Dharma, uma frase em sânscrito que significa a
eterna lei ou eterno caminho. O Hinduísmo é uma corrente religiosa que evoluiu
organicamente através dum grande território marcado por uma diversidade étnica
e cultural significativa. Esta corrente evoluiu tanto através da inovação
interior quanto pela assimilação de tradições ou cultos externos ao próprio
Hinduísmo. O resultado foi uma variedade enorme de tradições religiosas, que
vai de cultos pequenos e pouco espalhados por todo o sub continente indiano e
outras regiões do mundo. A identificação do Hinduísmo como uma religião
independente, separada do Budismo e o do Jainismo, depende muitas vezes da
afirmação dos próprios fiéis de que ela o é. Temas proeminentes na (porém não
restritos às) crenças hinduístas incluem o Dahma, ética hindu, Samsara, o
contínuo ciclo de nascimento, morte e renascimento. Carma a ação e consequente
reação, Moksa que corresponde a libertação do Samsara e as diversas Yogas que
são os caminhos ou práticas espirituais. O hinduísmo é um sistema diversificado
de pensamento, com crenças que abrangem o monoteísmo, politeísmo, panteísmo (crença de que Deus e todo o universo são uma única e mesma coisa, sendo que Deus não existe como um Espírito separado. Nesse conceito Ele é todo o universo, a mente humana, as estações e todas as coisas e ideias que existem)
monismo (sistema filosófico segundo o qual existe apenas uma espécie de realidade. O monismo de Baruc de Spinoza (1632-1677) identifica Deus com a natureza) e não teísmo, sendo seu conceito de Deus no Hinduísmo complexo, estando vinculado a
cada uma das suas tradições e filosofias. Por vezes é tido como uma religião
henoteísta (isto é, que envolve a devoção a um único deus, embora aceite a
existência de outros), porém o termo é visto, da mesma maneira que os outros,
como uma generalização excessiva. A maior parte dos hindus acredita que o
espírito ou a alma o (Eu) verdadeiro de cada pessoa, chamado de Atman é eterno.
De acordo com as teologias monistas e panteístas do Hinduísmo (tais como a Escola
Advaita Vedanta), este Atman não pode ser distinguido, em última instância, do
Brâman, o Espírito Supremo. Estas Escolas são, portanto, chamadas de não dualistas.
A meta da vida, de acordo como a Escola Advaita, é chegar à conclusão que o seu
Atman é idêntico ao Brâman, a Alma Suprema. Os Upanishades afirma que quem quer,
tome consciência do Atman como o âmago de si próprio estabelecendo uma identidade
com Brâman, atingindo assim o Moksha (liberação ou liberdade). Escolas
Dualísticas (Dvaita e Bhakti) compreendem Brâman como um Ser Supremo que possui
personalidade, e o veneram como Vishnu, Brahma, Shiva ou Shakti, dependendo da
seita. O Atman é dependente de Deus, enquanto o Moksha depende do amor à Deus e
da graça de Deus. Quando Deus é visto como um ser Supremo Pessoal (em lugar do
Princípio Infinito), Deus é chamado de Ishvara (O Senhor), Bhagavan (O
Auspicioso) ou Parameshwara (O Senhor Supremo). As interpretações de Ishvara
variam, no entanto, da não crença no Ishvara dos seguidores do Mimamsakas, até
a sua identificação com Brâman, pelo Advaita. Na maior parte das tradições do
Vishnuísmo, Deus é Vishnu, e o texto das Sagradas Escrituras Vedanta
identificam este Ser como Krishna, por vezes chamado de Svayam Bhagavam. Também
existem Escolas, como o Samkhya, que têm tendências não teístas. As Escrituras
hindus se referem a entidades celestiais chamadas Devas (na sua forma feminina,
Devatã é usado como sinônimo de Deva em hindi), os brilhantes, que pode ser
traduzido como deuses ou seres celestiais. Os Devas são uma parte integrante da
cultura hindu, e foram retratados na sua arte, arquitetura, e através de
ícones, e histórias mitológicas, sobre eles foram relatadas nas Escrituras da
religião, particularmente na Poesia Épica indiana e nos Puranas. Frequentemente
são, no entanto, dissociados de Ishvara, um deus pessoal, supremo que muitos
hindus veneram de uma forma particular, como seu Istadevatã, ou ideal escolhido.
A escolha é uma questão de preferência individual e tradições regionais e
familiares. Os Épicos hindus e os Puranas relatam diversos episódios da descida
de Deus à Terra em sua forma corpórea para restaurar o Dharma da sociedade e
guiar os humanos ao Moksha. Tal encarnação é chamada de Avatar. Os Avatares,
mais são de Vishu, e incluem Rama (protagonista do Ramávana) e Krishna (figura
central do Épico Mahabárata). Carma pode ser traduzido literalmente como ação,
obra ou feito, e pode ser descrito como a lei moral de causa e efeito. De
acordo com os Upanishades um indivíduo, conhecido como o Jiva Atma, desenvolve Samskaras (impressões) a partir das ações, sejam elas físicas ou mentais. O
Linga Sharira, um corpo mais sutil que o físico, porém menos sutil que a alma,
armazena as impressões, e lhes carrega à vida seguinte, estabelecendo uma
trajetória única para o indivíduo. Assim, o conceito de um carma infalível,
neutro e universal, relaciona-se intrinsecamente à reencarnação, assim como à
personalidade, característica e famíliar de cada um. O carma une os conceitos de
livre arbítrio e o destino. O ciclo de ação, reação, nascimento, morte e
renascimento é um contínuo, chamado de Samsara. A noção de reencarnação e carma
é uma premissa forte do pensamento hindu. O Bhagavad Guita afirma que:
"Assim como uma pessoa veste roupas novas e joga foras as roupas antigas e
rasgadas, uma alma encarnada entra em novos corpos materiais, abandonando os
antigos". A Samsara dá prazeres efêmeros, que levam as pessoas a desejarem
o renascimento para gozar dos prazeres de um corpo perecível. No entanto,
acredita-se que escapar do mundo da Samsara através do Moksha assegura
felicidade e paz duradouras. Acredita-se que depois de diversas reencarnações
um Atman eventualmente procura a união com o Espírito Cósmico (Brâman/
Paramtman). A meta final da vida, referida como Moksha, Nirvana ou Samâdhi, é
compreendida de diversas maneiras diferentes. Assim sucedendo: como uma
realização da união de alguém com Deus; como a realização da relação eterna de
alguém com Deus; realização da unidade de toda a existência; a abnegação total
e conhecimento perfeito do próprio Eu; como o alcance de uma paz mental
perfeita e como o desprendimento dos desejos mundanos. Tal realização libera o
indivíduo da Samsara e termina com o ciclo de renascimentos. A conceitualização
do Moksha difere entre as várias Escolas de Pensamento Hindu. O Advaita
Vedanta, por exemplo, sustenta que após alcançar o Moksha um Atman não mais
identifica a si próprio como um indivíduo, mas sim como sendo idêntico a Brâman
em todos os aspectos. Os seguidores das Escolas Dvaita (dualística) se
identificam como parte de Brâman, e, após atingir o Moksha, esperam passar a
eternidade num Loka (céu), na companhia de sua forma escolhida de Ishvara.
Assim, diz-se os seguidores do Dvaita que desejam "provar o açucar",
enquanto os seguidores do Advaita querem "se tornar o açucar". O
pensamento hindu clássico aceita os seguintes objetivos da vida humana,
conhecidos como os Purusarthas ou quatro objetivos da vida que são Dahma
(retidão), artha (sustento), kama (prazer sensual), Mokhsa (liberação ou
liberdade do Samsara). No Hinduísmo, acredita-se que todos os homens seguem o
Kama e o Artha, mas brevemente, com maturidade, eles aprendem a controlar estes
desejos com o Dharma, ou a harmonia moral presente em toda a natureza. O
objetivo maior seria o infinito, cujo resultado é a absoluta felicidade, Moksha
(também conhecida como Mukti, Samadhi, Nirvana), ou liberação do Samsara, o
ciclo da vida, morte, e da existência dual. Qualquer que seja a maneira na qual
o hindu defina a meta de sua vida, existem diverso métodos (Yogas) que os
sábios ensinaram para se atingir aquela meta. Textos dedicados ao Ioga incluem o
Bhagavad Guita, os Yoga Sutras, o Hatha Yoga Pradipika, a Gheranda Samhita,
entre outros, e, como sua base filosófico histórica, os Upanishades. Os caminhos
que um indivíduo pode seguir para atingir a meta espiritual da vida (Moksha ou
Samadhi) incluem, entre outros: Bhakti Yoga que é o caminho do amor e da
devoção. O Karma Yoga conhecido como o caminho da ação correta. Raja Yoga é o
caminho da meditação. Jnana Yoga corresponde ao caminho da sabedoria. Raja Yoga
é o caminho da união real. Um indivíduo pode preferir um ou alguns Yogas sobre
os outros, de acordo com a sua inclinação e entendimento. Algumas Escolas
Devocionais ensinam que o Bhakti é, para a maior parte das pessoas o único
caminho prático para se alcançar a perfeição espiritual, com base em sua crença
de que o mundo atualmente estaria no Kali Yuga (uma das quatro épocas que
formam o ciclo Yuga). A prática de um Yuga não exclui as outras, e muitos
estudiosos acreditam que os diferentes Yogas se misturam naturalmente e
auxiliam na prática das outras Yogas. Por exemplo, pensasse que a prática da
Jnana Yoga inevitavelmente leve ao amor puro (a meta do BhaKti Yoga) e
vice - versa. Alguém que pratica a meditação profunda (como no Raja Yoga) deve
incorporar os princípios centrais do Karma Yoga, do Jnana Yoga e do Bhakti Yoga,
seja direta ou indiretamente. As práticas geralmente envolvem a procura da
consciência de Deus, e por vezes também a procura de bênção dos Devas. Assim, o
Hinduísmo desenvolveu muitas destas práticas como forma de ajudar o indivíduo a
pensar na divindade em meio à vida cotidiana. Os hindus podem praticar a
Puja (culto u veneração) tanto em casa como num templo. Em seus próprios lares
os hindus frequentemente costumam criar um altar, com ícones dedicados às suas
formas escolhidas de Deus. Os templos costumam ser dedicados a uma divindade
primária e as divindades subordinadas que lhe são associadas, embora alguns
templos sejam dedicados a mais de uma divindade. A visita a templos não é
obrigatória, e muitos os frequentam apenas durante os festivais religiosos. Os
hindus realizam seu culto através dos Murtis, ícones; o ícone serve como uma
ligação tangível entre o fiel e Deus. A imagem costuma ser considerada uma
manifestação de Deus, já que Ele é imanente. O Padma Purana afirma que o Murti
não deve ser visto como apenas pedra ou madeira, mas sim como uma forma
manifesta da Divindade. Algumas seitas hindus, como o Arya Samaj, não acreditam
em venerar Deus através de ícones. O Hinduísmo possui um sistema desenvolvido
de simbolismo e iconografia (estudos dos assuntos representados nas obras de
arte, de suas fontes e de seus significados) para representar o sagrado na
arte, arquitetura, literatura e em seu culto. Estes símbolos ganham seu
significado nas esculturas, mitologias ou tradições culturais. A silaba Om (que
representa o Parabrahman) e o sinal da suástica (que simboliza prosperidade
ou de bom presságio, que incita esperança) acabaram passando a representar o
próprio Hinduísmo, enquanto outros símbolos, como a Tilaka, identificam um
seguidor da fé. O Hinduísmo ainda apresenta diversas insígnias que são
costumeiramente associados a divindades específicas, como o Lótus, Chakra e
Veena. Os Mantras são invocações, louvores e orações que, através de seu
significado, som e estilo de canto, ajudam um devoto a focar a sua mente nos
pensamentos sagrados ou exprimir devoção a Deus ou às divindades. Muitos
devotos realizam abluções (lavagem do corpo ou de parte dele) matinais as margens de um rio sagrado, enquanto
cantam o Gayatri Mantra ou os Mantras Mahamrityunjava. O poema Épico Maabarata
exalta o Japa (canto ritualístico) como o maior dever durante o Kali Yuga (que
os hindus acreditam ser a era presente), e muitos adotam o Japa como sua
prática espiritual primordial. A imensa maioria dos hindus praticam rituais
religiosos diariamente, porém a observância destes rituais varia enormemente de
acordo com as regiões, cidades ou aldeias e indivíduos. A maior parte dos
hindus segue estes rituais religiosos em seus lares. Os hindus mais devotos
também executam tarefas diárias, como venerar durante a alvorada, depois de se
banhar (normalmente num santuário familiar, num ritual que também envolve o
acendimento de uma lâmpada e a colocação de oferendas de alimentos diante de
imagens das divindades), recitar os escritos religiosos, cantar hinos
devocionais, meditar, cantar Mantras, dentre outros. Um fator de destaque nos
rituais religiosos é a divisão entre o puro e o impuro (ou poluído). Atos
religiosos pressupõem algum grau de impureza ou poluição para o seu
praticamente, que devem ser anulados ou neutralizados antes ou durante o
decorrer do ritual. A purificação, feita geralmente com água, é portanto um
aspecto típico da maior parte dos atos religiosos do Hinduísmo. Outras
características incluem a crença na eficácia do sacrifício e do conceito de
mérito, ganho através da realização da caridade ou de bons atos, que acumulam
com o tempo e reduzem o sofrimento no próximo mundo. Os ritos Védicos da
oblação pelo fogo (Yajna) são atualmente apenas práticas ocasionais, embora
sejam altamente reverenciadas na teoria. Nas cerimônias de casamentos e funerais
hindus, no entanto, o Yajna e o entoamento de Mantras Védicos ainda são a
norma. Os rituais, Upacharas, mudam com o tempo; por exemplo, nas últimas
centenas de anos alguns rituais, como as danças sagradas e as oferendas
musicais nos tradicionais conjuntos de Upacharas Sodasa, recomendados pelo
Agama Shastra, foram substituídos por oferendas de arroz e doces. Ocasiões como
nascimentos, casamentos e mortes envolvem o que são frequentemente conjuntos
elaborados de costumes religiosos. No Hinduísmo, os rituais que tratam do ciclo
da vida incluem o Anaprashan (a primeira ingestão de comida sólida por um
bebê). Upanayanam (cerimônia do fio sagrado pela qual passam as crianças de
castas elevadas em sua iniciação na educação formal) e Shraadh (ritual de
conceder banquetes em nome dos falecidos). Para a maior parte das pessoas na
Índia, o noivado de um jovem casal e a data e hora exatas do casamento são
questões decididas pelos pais, em consultas com astrólogos. Na morte, a
cremação, que é considerada obrigatória para todos, com a exceção de Sanyasis,
Hijra e crianças abaixo de cinco anos, costuma ser executada envolvendo-se o
corpo em algum tecido e queimando-o sobre uma Pira. A peregrinação não é
obrigatória no Hinduísmo, embora muitos de seus seguidores as realizem. Os
hindus reconhecem diversas cidades sagradas na Índia, incluindo
Allahabad, Haridwuar, Varanasi e Vrindavan. Entre as cidades que possuem
templos famosos está Puri, que abriga um dos principais templos Vishuísta de
Jagannath e a comemoração de Rath Yatra: Tirumala Tirupati, Lar do Templo
Tirumala Venkateswara. Dwarka e Badrinath (ou, alternativamente, as cidades de
Badinath, Kedarnath, Gangotri e Yamunotri no Himalaia) compõem o circuito de
peregrinação de Char Dham (quatro moradas). O Kumbh Mela (o festival das
jarras) é uma das peregrinações hindus mais sagradas, realizada a cada quatro
anos. A localização é alternada entre Allahabad, Haridwar, Nashik e Ujjain.
Outro importante grupo de peregrinações são os Shakti Peethas, onde a Deusa Mãe
é cultuada, da qual as duas principais são Kalighat e Kamakhya. O Hinduísmo
apresenta diversos festivais ao longo do ano. O calendário hindu costuma
prescrever estas datas. Estes festivais tipicamente celebram eventos da
mitologia hindu, e coincidem muitas vezes com as mudanças de estação. Existem
festivais que são celebrados principalmente por seitas específicas ou em certas
regiões do Sub continente Indiano. Alguns dos festivais mais importantes são o
Maha Shivaratri, Holi, Ram Navami, Krishna Janmastami, Ganesh Chaturthi,
Dussera e Durga Puja, além do Diwali. Continuamos na parte II. Beijo. Davi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário