sábado, 25 de abril de 2015

Hinduismo. Parte I.



A reflexão a seguir foi extraída da Enciclopédia Livre Wikepédia com alguns ajustes para uma melhor compreensão. O Hinduísmo é uma tradição religiosa que se originou no sub continente indiano. É frequentemente chamado de Sanâta Dharma por seus praticantes, frases em sânscrito que significa: a eterna e perpétua lei. Num sentido mais abrangente, o Hinduísmo engloba o Bramamismo, a crença na Alma Universal; Brâhma no sentido mais específico. O termo se refere ao mundo cultural e religioso, ordenado por castas, da Índia pós budista. De acordo com o livro História das Grandes Religiões, o Hinduísmo é um estado de espírito, uma atitude mental dentro de seu quadro peculiar, socialmente dividido, teologicamente sem crença. desprovido de veneração em conjunto e de formalidades eclesiásticas ou de congregação, deste modo substituindo o nacionalismo. Entre as suas raízes está a religião Védica da idade do ferro na Índia, e como tal, o Hinduísmo é citado frequentemente como a religião mais antiga do mundo, a mais antiga tradição viva ou a mais antiga das principais tradições existentes. É formado por diferentes tradições e composto por diferentes tipos, não possuindo um fundador. Esses tipos, sub tradições e denominações, quando somadas, fazem do Hinduísmo a terceira maior religião do mundo, depois do Cristianismo e do Islamismo, com aproximadamente um bilhão de fieis, dos quais cerca de 905 milhões vivem na Índia e no Nepal. Outros países com significativa população de hinduísta são Blangadesh, Sri Lanka, Paquistão, Malásia, Singapura, Ilhas Maurício, Fiji, Suriname, Guiana, Trinidad e Tobago, Reino Unido, Canadá e USA. O vasto corpo de Escrituras Sagradas do Hinduísmo se divide em Shruti (revelado) e Smriti (recordado). Essas escrituras discutem a teologia, filosofia e mitologia hinduísta, e fornecem informações sobre a prática do Dharma (vida religiosa). Entre estes textos os Vedas e os Upanishades possuem a primazia na autoridade, importância e antiguidade. Outras escrituras importantes são os Tantras, os Ágamas sectários, e os Puranas, além dos épicos Maabárata e Ramáiana. O Baghavad Ghita, um tratado do Maabárata, narrado pelo deus Krishna, costuma ser definido como um sumário dos ensinamentos espirituais dos Vedas. Os hindus acreditam num Espírito Supremo Cósmico, que é adorado de muitas formas, representado por divindades individuais. O hinduísmo é centrado sobre uma variedade de práticas que são vistos como meios de ajudar o indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes, e realizar a verdadeira natureza de seu Ser. A teologia hinduísta se fundamenta no culto aos Avatares (manifestações corporais) da Divindade Suprema, Brahma. Particular destaque é dado a Trimurti (uma trindade constituída por Brahma, Shiva e Vishnu. Tradicionalmente o culto direto aos membros da Trimurti é relativamente raro) e mais próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes, como por exemplos Krishna, Avatar de Vishnu e personagem central do Baghavad Guita. Hindu é o nome em persa do rio Indo, encontrado pela primeira vez na palavra Hindu (handu) do persa antigo, correspondente ao sânscrito Védico Sindhu. O Rigveda chama a terra dos indo arianos com Sapta Sindhu ( a terra dos sete rios no noroeste da Ásia Meridional, um deles o Indo), que corresponde ao Hapta no Avesta (Vendidad or Videvdad, 1:18), Escritura Sagrada do Zoroastrianismo. O termo foi utilizado para designar aqueles que viviam no sub continente Indiano, ou para além do Sindhu. O termo persa Hinduk entrou na Índia pelo Sultanato de Delhi e aparece nos textos do sul da Índia, bem como da Cachemira, a partir de 1323, e a partir daí é cada vez mais utilizado, especialmente durante o Raj britânico. Desde o fim do século XVIII a palavra passou a ser usada no ocidente como um termo que abrange a maioria das tradições religiosas, espirituais e culturais do sub continente, com a exceção do Sikhismo, Budismo e Jainismo; religiões distintas. O Hinduísmo pode ser sub dividido em diversas correntes principais. Dos seis Darshanas ou divisões históricas originais, apenas duas escolas, a Vedanta e a Yoga, sobrevivem. As principais divisões do Hinduísmo hoje em dia são o ShiKnuísmo, Shivaísmo, Smartismo e o Shaktismo. A imensa maioria dos hindus atuais podem ser categorizados sob um destes quatro grupos, embora ainda existam outros, cujas denominações e filiações variam imensamente. Alguns estudiosos dividem as correntes do Hinduísmo moderno em seus tipos: Hinduísmo Popular, baseado nas tradições locais e nos cultos das divindades tutelares, praticado em nível mais localizado. Hinduísmo Dhármico ou moral diária, baseado na noção de carma, na Astrologia, nas normas de sociedade como o sistema de castas, os costumes de casamentos. Hinduísmo Vedanta, especialmente o Advaita (Smartismo), baseado nos Upanishades e nos Puranas. Bhakti, ou devocionalismo, especialmente Vishnuísmo. Hinduísmo Bramânico Védico, tal como é praticado pelos brâmanes tradicionalistas, especialmente os Shrautins. Hinduísmo Yogue, baseado especialmente nos Yoga Sutras de Patandjáli (200 AC 400 DC). O comentário de Vyasa o define como descendente de Santanu. Existe diversas lendas sobre esse autor, havendo uma que diz ser ele uma encarnação do deus serpente Ananta, ou meio homem meio serpente. Ou ainda uma serpente que desejando ensinar o Yoga ao mundo caiu (Pat) dos céus nas palmas das mãos abertas (anjali) de uma mulher, que por sua vez o chamou de Patandjáli. Nos documentos de Shadgurusishya pesquisados por Max Muller (1823-1900) indicam-se cinco gerações de professores da tradição sânscrita, sendo o primeiro Shaunaka, seguido por Asvalayana, Katyayana, Patanjali e finalmente Vyasa. Virtualmente nada se sabe sobre a vida de Patanjali, e algumas escolas acreditam que ele é totalmente ficcional, Com os principais templos Hoysaleswara e Khajuraho. O Hinduísmo não tem um sistema unificado de crenças, codificado numa declaração de fé ou um credo, mas sim é um termo abrangente, que engloba a pluralidade de fenômenos religiosos que se originaram e são baseados nas tradições Vêdicas. Hindu é originalmente um termo persa, em uso desde os tempos do Sultanato Délhi, e que se referia a qualquer tradição nativa da Índia, em contraste com o Islã. Hindu é usado no inglês no sentido de pagão indiano desde o século XVII. Porém, a noção do Hinduísmo como uma tradição religiosa identificável, qualificando uma das religiões do mundo, surgiu apenas durante o século XIX. A característica da tolerância compreensiva às diferenças de credo e a abertura dogmática do Hinduísmo o torna difícil de ser definido como uma religião de acordo com o conceito ocidental tradicional. Embora  o Hinduísmo seja um conceito prático, claro que a maior parte de seus seguidores, muitos manifestam algum tipo de problema ao tentar chegar a uma definição do termo, principalmente devido à ampla gama de tradições e ideias incorporadas ou cobertas por ele. Embora seja descrito como uma religião, o Hinduísmo costuma ser definido com mais frequência como uma tradição religiosa. É descrito como a mais antiga das religiões do mundo, e mais diversa em tradições espirituais. A maior parte das tradições hindus reverenciam um corpo de Literatura Sagrada ou religiosa os Vedas, embora existem exceções; algumas tradições religiosas acreditam que certos rituais específicos sejam essenciais para a salvação, mas diversos pontos de vista sobre o assunto podem coexistir. Algumas filosofias hindus postulam uma ontologia teística da criação, sustento e destruição do universo, enquanto outros hindus são não teístas. (há uma grande diferença entre o termo teísta, ateísta e não teísta. Para esclarecimentos ler a exposição sobre o Budismo nesse blog de 12 de agosto de 2014). O Hinduísmo por vezes é caracterizado pela crença na reencarnação (Samsara), determinada pela lei do carma, e que a salvação é a liberdade deste ciclo de sucessivos nascimentos e mortes. Outras religiões da região, no entanto, como o Budismo e o Jainismo, também acreditam nisto, mesmo estando fora do escopo do Hinduísmo. O Hinduísmo é visto como a mais complexa de todas as religiões históricas vivas do mundo, porém a despeito desta complexidade é não apenas numericamente a maior delas, como também a mais antiga tradição em existência na Terra, com raízes que se estendem até a pré história. Uma definição do Hinduísmo dada pelo primeiro vice presidente da Índia, o reputado teólogo Sarvepalli Radhakrishnan (1888-1975), diz que ele não é apenas uma fé, mas que, por estar ele próprio relacionado à união da razão e intuição, não pode ser definido, apenas experimentado. De maneira similar, alguns acadêmicos sugerem que o hinduísmo pode ser visto como uma categoria com seus limites pouco definidos, e não uma entidade rígida e bem definida. Algumas formas de expressão religiosa são centrais ao Hinduísmo, enquanto outras não são tão centrais, porém ainda enquadram-se dentro da categoria; com base nisto desenvolveram-se algumas teorias acerca da definição do Hinduísmo, como a teoria dos protótipos. Os problemas com uma única definição do que realmente se quer dizer pelo termo Hinduísmo frequentemente são atribuídas ao fato de que o Hinduísmo não tem um fundador histórico único ou comum. O Hinduísmo não tem um sistema único de salvação, e apresenta diferentes metas de acordo com a seita ou denominação. As formas da religião Vêdica são vistos não como uma alternativa ao Hinduísmo, mas como a sua forma mais antiga, e praticamente não há justificativa para as divisões estabelecidas pela maior parte dos acadêmicos ocidentais entre o Vedismo, o Bramanismo e o próprio Hinduísmo. Uma possível definição de Hinduísmo é ainda mais complicada pelo uso frequente do termo fé como sinônimo para religião. Alguns acadêmicos e diversos praticantes se referem ao Hinduísmo com uma definição nativa, como Sanatana Dharma, uma frase em sânscrito que significa a eterna lei ou eterno caminho. O Hinduísmo é uma corrente religiosa que evoluiu organicamente através dum grande território marcado por uma diversidade étnica e cultural significativa. Esta corrente evoluiu tanto através da inovação interior quanto pela assimilação de tradições ou cultos externos ao próprio Hinduísmo. O resultado foi uma variedade enorme de tradições religiosas, que vai de cultos pequenos e pouco espalhados por todo o sub continente indiano e outras regiões do mundo. A identificação do Hinduísmo como uma religião independente, separada do Budismo e o do Jainismo, depende muitas vezes da afirmação dos próprios fiéis de que ela o é. Temas proeminentes na (porém não restritos às) crenças hinduístas incluem o Dahma, ética hindu, Samsara, o contínuo ciclo de nascimento, morte e renascimento. Carma a ação e consequente reação, Moksa que corresponde a libertação do Samsara e as diversas Yogas que são os caminhos ou práticas espirituais. O hinduísmo é um sistema diversificado de pensamento, com crenças que abrangem o monoteísmo, politeísmo, panteísmo (crença de que Deus e todo o universo são uma única e mesma coisa, sendo que Deus não existe como um Espírito separado. Nesse conceito Ele é todo o universo, a mente humana, as estações e todas as coisas e ideias que existem) monismo (sistema filosófico segundo o qual existe apenas uma espécie de realidade. O monismo de Baruc de Spinoza (1632-1677) identifica Deus com a natureza) e não teísmo, sendo seu conceito de Deus no Hinduísmo complexo, estando vinculado a cada uma das suas tradições e filosofias. Por vezes é tido como uma religião henoteísta (isto é, que envolve a devoção a um único deus, embora aceite a existência de outros), porém o termo é visto, da mesma maneira que os outros, como uma generalização excessiva. A maior parte dos hindus acredita que o espírito ou a alma o (Eu) verdadeiro de cada pessoa, chamado de Atman é eterno. De acordo com as teologias monistas e panteístas do Hinduísmo (tais como a Escola Advaita Vedanta), este Atman não pode ser distinguido, em última instância, do Brâman, o Espírito Supremo. Estas Escolas são, portanto, chamadas de não dualistas. A meta da vida, de acordo como a Escola Advaita, é chegar à conclusão que o seu Atman é idêntico ao Brâman, a Alma Suprema. Os Upanishades afirma que quem quer, tome consciência do Atman como o âmago de si próprio estabelecendo uma identidade com Brâman, atingindo assim o Moksha (liberação ou liberdade). Escolas Dualísticas (Dvaita e Bhakti) compreendem Brâman como um Ser Supremo que possui personalidade, e o veneram como Vishnu, Brahma, Shiva ou Shakti, dependendo da seita. O Atman é dependente de Deus, enquanto o Moksha depende do amor à Deus e da graça de Deus. Quando Deus é visto como um ser Supremo Pessoal (em lugar do Princípio Infinito), Deus é chamado de Ishvara (O Senhor), Bhagavan (O Auspicioso) ou Parameshwara (O Senhor Supremo). As interpretações de Ishvara variam, no entanto, da não crença no Ishvara dos seguidores do Mimamsakas, até a sua identificação com Brâman, pelo Advaita. Na maior parte das tradições do Vishnuísmo, Deus é Vishnu, e o texto das Sagradas Escrituras Vedanta identificam este Ser como Krishna, por vezes chamado de Svayam Bhagavam. Também existem Escolas, como o Samkhya, que têm tendências não teístas. As Escrituras hindus se referem a entidades celestiais chamadas Devas (na sua forma feminina, Devatã é usado como sinônimo de Deva em hindi), os brilhantes, que pode ser traduzido como deuses ou seres celestiais. Os Devas são uma parte integrante da cultura hindu, e foram retratados na sua arte, arquitetura, e através de ícones, e histórias mitológicas, sobre eles foram relatadas nas Escrituras da religião, particularmente na Poesia Épica indiana e nos Puranas. Frequentemente são, no entanto, dissociados de Ishvara, um deus pessoal, supremo que muitos hindus veneram de uma forma particular, como seu Istadevatã, ou ideal escolhido. A escolha é uma questão de preferência individual e tradições regionais e familiares. Os Épicos hindus e os Puranas relatam diversos episódios da descida de Deus à Terra em sua forma corpórea para restaurar o Dharma da sociedade e guiar os humanos ao Moksha. Tal encarnação é chamada de Avatar. Os Avatares, mais são de Vishu, e incluem Rama (protagonista do Ramávana) e Krishna (figura central do Épico Mahabárata). Carma pode ser traduzido literalmente como ação, obra ou feito, e pode ser descrito como a lei moral de causa e efeito. De acordo com os Upanishades um indivíduo, conhecido como o Jiva Atma, desenvolve Samskaras (impressões) a partir das ações, sejam elas físicas ou mentais. O Linga Sharira, um corpo mais sutil que o físico, porém menos sutil que a alma, armazena as impressões, e lhes carrega à vida seguinte, estabelecendo uma trajetória única para o indivíduo. Assim, o conceito de um carma infalível, neutro e universal, relaciona-se intrinsecamente à reencarnação, assim como à personalidade, característica e famíliar de cada um. O carma une os conceitos de livre arbítrio e o destino. O ciclo de ação, reação, nascimento, morte e renascimento é um contínuo, chamado de Samsara. A noção de reencarnação e carma é uma premissa forte do pensamento hindu. O Bhagavad Guita afirma que: "Assim como uma pessoa veste roupas novas e joga foras as roupas antigas e rasgadas, uma alma encarnada entra em novos corpos materiais, abandonando os antigos". A Samsara dá prazeres efêmeros, que levam as pessoas a desejarem o renascimento para gozar dos prazeres de um corpo perecível. No entanto, acredita-se que escapar do mundo da Samsara através do Moksha assegura felicidade e paz duradouras. Acredita-se que depois de diversas reencarnações um Atman eventualmente procura a união com o Espírito Cósmico (Brâman/ Paramtman). A meta final da vida, referida como Moksha, Nirvana ou Samâdhi, é compreendida de diversas maneiras diferentes. Assim sucedendo: como uma realização da união de alguém com Deus; como a realização da relação eterna de alguém com Deus; realização da unidade de toda a existência; a abnegação total e conhecimento perfeito do próprio Eu; como o alcance de uma paz mental perfeita e como o desprendimento dos desejos mundanos. Tal realização libera o indivíduo da Samsara e termina com o ciclo de renascimentos. A conceitualização do Moksha difere entre as várias Escolas de Pensamento Hindu. O Advaita Vedanta, por exemplo, sustenta que após alcançar o Moksha um Atman não mais identifica a si próprio como um indivíduo, mas sim como sendo idêntico a Brâman em todos os aspectos. Os seguidores das Escolas Dvaita (dualística) se identificam como parte de Brâman, e, após atingir o Moksha, esperam passar a eternidade num Loka (céu), na companhia de sua forma escolhida de Ishvara. Assim, diz-se os seguidores do Dvaita que desejam "provar o açucar", enquanto os seguidores do Advaita querem "se tornar o açucar". O pensamento hindu clássico aceita os seguintes objetivos da vida humana, conhecidos como os Purusarthas ou quatro objetivos da vida que são Dahma (retidão), artha (sustento), kama (prazer sensual), Mokhsa (liberação ou liberdade do Samsara). No Hinduísmo, acredita-se que todos os homens seguem o Kama e o Artha, mas brevemente, com maturidade, eles aprendem a controlar estes desejos com o Dharma, ou a harmonia moral presente em toda a natureza. O objetivo maior seria o infinito, cujo resultado é a absoluta felicidade, Moksha (também conhecida como Mukti, Samadhi, Nirvana), ou liberação do Samsara, o ciclo da vida, morte, e da existência dual. Qualquer que seja a maneira na qual o hindu defina a meta de sua vida, existem diverso métodos (Yogas) que os sábios ensinaram para se atingir aquela meta. Textos dedicados ao Ioga incluem o Bhagavad Guita, os Yoga Sutras, o Hatha Yoga Pradipika, a Gheranda Samhita, entre outros, e, como sua base filosófico histórica, os Upanishades. Os caminhos que um indivíduo pode seguir para atingir a meta espiritual da vida (Moksha ou Samadhi) incluem, entre outros: Bhakti Yoga que é o caminho do amor e da devoção. O Karma Yoga conhecido como o caminho da ação correta. Raja Yoga é o caminho da meditação. Jnana Yoga corresponde ao caminho da sabedoria. Raja Yoga é o caminho da união real. Um indivíduo pode preferir um ou alguns Yogas sobre os outros, de acordo com a sua inclinação e entendimento. Algumas Escolas Devocionais ensinam que o Bhakti é, para a maior parte das pessoas o único caminho prático para se alcançar a perfeição espiritual, com base em sua crença de que o mundo atualmente estaria no Kali Yuga (uma das quatro épocas que formam o ciclo Yuga). A prática de um Yuga não exclui as outras, e muitos estudiosos acreditam que os diferentes Yogas se misturam naturalmente e auxiliam na prática das outras Yogas. Por exemplo, pensasse que a prática da Jnana Yoga inevitavelmente  leve ao amor puro (a meta do BhaKti Yoga) e vice - versa. Alguém que pratica a meditação profunda (como no Raja Yoga) deve incorporar os princípios centrais do Karma Yoga, do Jnana Yoga e do Bhakti Yoga, seja direta ou indiretamente. As práticas geralmente envolvem a procura da consciência de Deus, e por vezes também a procura de bênção dos Devas. Assim, o Hinduísmo desenvolveu muitas destas práticas como forma de ajudar o indivíduo a pensar na divindade em meio à vida cotidiana. Os hindus  podem praticar a Puja (culto u veneração) tanto em casa como num templo. Em seus próprios lares os hindus frequentemente costumam criar um altar, com ícones dedicados às suas formas escolhidas de Deus. Os templos costumam ser dedicados a uma divindade primária e as divindades subordinadas que lhe são associadas, embora alguns templos sejam dedicados a mais de uma divindade. A visita a templos não  é obrigatória, e muitos os frequentam apenas durante os festivais religiosos. Os hindus realizam seu culto através dos Murtis, ícones; o ícone serve como uma ligação tangível entre o fiel e Deus. A imagem costuma ser considerada uma manifestação de Deus, já que Ele é imanente. O Padma Purana afirma que o Murti não deve ser visto como apenas pedra ou madeira, mas sim como uma forma manifesta da Divindade. Algumas seitas hindus, como o Arya Samaj, não acreditam em venerar Deus através de ícones. O Hinduísmo possui um sistema desenvolvido de simbolismo e iconografia (estudos dos assuntos representados nas obras de arte, de suas fontes e de seus significados) para representar o sagrado na arte, arquitetura, literatura e em seu culto. Estes símbolos ganham seu significado nas esculturas, mitologias ou tradições culturais. A silaba Om (que representa o Parabrahman) e o sinal da suástica (que simboliza prosperidade ou de bom presságio, que incita esperança) acabaram passando a representar o próprio Hinduísmo, enquanto outros símbolos, como a Tilaka, identificam um seguidor da fé. O Hinduísmo ainda apresenta diversas insígnias que são costumeiramente associados a divindades específicas, como o Lótus, Chakra e Veena. Os Mantras são invocações, louvores e orações que, através de seu significado, som e estilo de canto, ajudam um devoto a focar a sua mente nos pensamentos sagrados ou exprimir devoção a Deus ou às divindades. Muitos devotos realizam abluções (lavagem do corpo ou de parte dele) matinais as margens de um rio sagrado, enquanto cantam o Gayatri Mantra ou os Mantras Mahamrityunjava. O poema Épico Maabarata exalta o Japa (canto ritualístico) como o maior dever durante o Kali Yuga (que os hindus acreditam ser a era presente), e muitos adotam o Japa como sua prática espiritual primordial. A imensa maioria dos hindus praticam rituais religiosos diariamente, porém a observância destes rituais varia enormemente de acordo com as regiões, cidades ou aldeias e indivíduos. A maior parte dos hindus segue estes rituais religiosos em seus lares. Os hindus mais devotos também executam tarefas diárias, como venerar durante a alvorada, depois de se banhar (normalmente num santuário familiar, num ritual que também envolve o acendimento de uma lâmpada e a colocação de oferendas de alimentos diante de imagens das divindades), recitar os escritos religiosos, cantar hinos devocionais, meditar, cantar Mantras, dentre outros. Um fator de destaque nos rituais religiosos é a divisão entre o puro e o impuro (ou poluído). Atos religiosos pressupõem algum grau de impureza ou poluição para o seu praticamente, que devem ser anulados ou neutralizados antes ou durante o decorrer do ritual. A purificação, feita geralmente com água, é portanto um aspecto típico da maior parte dos atos religiosos do Hinduísmo. Outras características incluem a crença na eficácia do sacrifício e do conceito de mérito, ganho através da realização da caridade ou de bons atos, que acumulam com o tempo e reduzem o sofrimento no próximo mundo. Os ritos Védicos da oblação pelo fogo (Yajna) são atualmente apenas práticas ocasionais, embora sejam altamente reverenciadas na teoria. Nas cerimônias de casamentos e funerais hindus, no entanto, o Yajna e o entoamento de Mantras Védicos ainda são a norma. Os rituais, Upacharas, mudam com o tempo; por exemplo, nas últimas centenas de anos alguns rituais, como as danças sagradas e as oferendas musicais nos tradicionais conjuntos de Upacharas Sodasa, recomendados pelo Agama Shastra, foram substituídos por oferendas de arroz e doces. Ocasiões como nascimentos, casamentos e mortes envolvem o que são frequentemente conjuntos elaborados de costumes religiosos. No Hinduísmo, os rituais que tratam do ciclo da vida incluem o Anaprashan (a primeira ingestão de comida sólida por um bebê). Upanayanam (cerimônia do fio sagrado pela qual passam as crianças de castas elevadas em sua iniciação na educação formal) e Shraadh (ritual de conceder banquetes em nome dos falecidos). Para a maior parte das pessoas na Índia, o noivado de um jovem casal e a data e hora exatas do casamento são questões decididas pelos pais, em consultas com astrólogos. Na morte, a cremação, que é considerada obrigatória para todos, com a exceção de Sanyasis, Hijra e crianças abaixo de cinco anos, costuma ser executada envolvendo-se o corpo em algum tecido e queimando-o sobre uma Pira. A peregrinação não é obrigatória no Hinduísmo, embora muitos de seus seguidores as realizem. Os hindus reconhecem diversas cidades sagradas na Índia, incluindo  Allahabad, Haridwuar, Varanasi e Vrindavan. Entre as cidades que possuem templos famosos está Puri, que abriga um dos principais templos Vishuísta de Jagannath e a comemoração de Rath Yatra: Tirumala Tirupati, Lar do Templo Tirumala Venkateswara. Dwarka e Badrinath (ou, alternativamente, as cidades de Badinath, Kedarnath, Gangotri e Yamunotri no Himalaia) compõem o circuito de peregrinação de Char Dham (quatro moradas). O Kumbh Mela (o festival das jarras) é uma das peregrinações hindus mais sagradas, realizada a cada quatro anos. A localização é alternada entre Allahabad, Haridwar, Nashik e Ujjain. Outro importante grupo de peregrinações são os Shakti Peethas, onde a Deusa Mãe é cultuada, da qual as duas principais são Kalighat e Kamakhya. O Hinduísmo apresenta diversos festivais ao longo do ano. O calendário hindu costuma prescrever estas datas. Estes festivais tipicamente celebram eventos da mitologia hindu, e coincidem muitas vezes com as mudanças de estação. Existem festivais que são celebrados principalmente por seitas específicas ou em certas regiões do Sub continente Indiano. Alguns dos festivais mais importantes são o Maha Shivaratri, Holi, Ram Navami, Krishna Janmastami, Ganesh Chaturthi, Dussera e Durga Puja, além do Diwali. Continuamos na parte II. Beijo. Davi.

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