sexta-feira, 17 de abril de 2015

Beleza Transitória.



Há muito tempo, quando o Budha Sakyamuni estava no Pico da Águia, houve uma cortesã chamada Lótus, na cidade de Rajagriha. Ela era mais bela do que qualquer outra mulher da cidade, e não parecia haver ninguém que pudesse se igualar à sua beleza. Todas as mulheres a invejavam e todos os homens a adoravam. Por tudo isso, um dia, Lótus concebeu um desejo de iluminação e decidiu segregar-se dos assuntos mundanos, tornando-se uma freira budista. Ela partiu para o Pico da Águia para visitar o Budha Sakyamuni. No caminho, sentiu sede e parou num riacho de águas límpidas. Quando estendeu suas mãos para a água, ficou impressionada com o reflexo de seu rosto na superfície e foi cativada pela sua própria beleza. Seus olhos claros, seu nariz afilado, lábios vermelhos, maçãs rosadas, cabelos exuberantes, e a perfeita harmonia de suas feições combinavam completamente, convencendo-a de que era extraordinariamente bela. Ela pensou: Que mulher bonita sou eu! Por que pensei em querer deixar de lado este corpo belo e viver como uma freira budista? Não, não farei isto. Com uma beleza como a minha, tenho certeza que encontrarei a felicidade. Que ideia tola a de me tornar uma asceta. Imediatamente, ela virou-se e começou a retornar o caminho que havia feito. No Pico da Águia, o Budha Sakyamuni havia assistido Lótus durante o tempo todo. Ele achou que estava na hora de ajuda-la a desenvolver o desejo de iluminação. Utilizando-se de seus poderes ocultos, o Budha transformou-se numa mulher extraordinariamente bonita, muito mais bela ainda do que Lótus, e a esperou no caminho de Rajagriha. Desconhecendo a intenção do Budha, Lótus, enquanto imaginava vários prazeres mundanos, encontrou uma mulher desconhecida muito bonita no sopé de uma montanha. Atraída pela sua beleza, Lótus dirigiu-se espontaneamente a ela: Você não tem marido, filhos, irmãos? O que uma mulher tão bonita está fazendo aqui totalmente só. A desconhecida respondeu: Estou voltando para a cidade de Rajagriha. Sinto-me um tanto quanto solitária caminhando o trajeto todo. Se não for inconveniente, poderia acompanha-la? As duas mulheres logo se tornaram bastante amigas e viajaram juntas pela colina. Quando passaram por um pequeno lago, decidiram descansar um pouco. Elas sentaram-se na grama e conversaram por algum tempo. Enquanto Lótus falava, ela repentinamente adormeceu, com sua cabeça sobre os joelhos de Lótus. No momento seguinte, sua respiração cessou. Diante do olhar aterrorizado de Lótus, o corpo da mulher começou a degenerar exalando um odor cadavérico. O corpo inchava grotescamente, a pele se rompia e as entranhas saiam e logo foram infestadas por vermes. O cabelo da mulher morta caiu de sua cabeça, seus dentes e sua língua separaram-se de seu corpo. Era realmente uma visão abominável e execrável. Vendo essa fealdade apavorante diante de si, Lótus ficou pálida, pensando: Mesmo uma beleza celestial é reduzida a isso quando morre. Não obstante o quão confiante eu era de minha beleza, não tenho meios para saber por quanto tempo irá durar. Oh! Como fui estúpida! Devo procurar o Budha e buscar a iluminação. Então, Lótus dirigiu-se novamente ao Pico da Águia. Chegando à presença do Budha, Lótus atirou-se diante dele e relatou-lhe o que havia acontecido a ela no caminho até lá. O Budha fitou-a com benevolência e pregou-lhe os quatro seguintes pontos: 1. Todas as pessoas envelhecem. 2. Mesmo um homem muito forte infalivelmente morrerá. 3. Não importando quanto a pessoa viva feliz com sua família ou amigos, o dia da separação certamente virá. 4. Ninguém pode levar a sua riqueza e beleza para o mundo após a morte. Lótus compreendeu imediatamente que a vida é efêmera e que somente a Lei é eterna. Ela aproximou-se do Budha e pediu-lhe que a aceitasse como sua discípula, Quando o Budha deu-lhe a sua permissão, seus abundantes cabelos pretos caíram no mesmo instante e sua aparência transformou-se completamente na de uma freira budista. Desse momento em diante, ela devotou-se sinceramente à prática budista, e atingiu eventualmente o estágio de Arhat, sendo qualificada à receber os oferecimentos e o respeito das pessoas. Fontes: maisbelashistoriasbudistas.com. No budismo Theravada o termo Arhat,  significa qualquer um que atingiu o Despertar Total e alcançou o Nirvana, incluindo o Budha. Um arahant é uma pessoa que tem destruído a ganância, ódio e ilusão, as raízes prejudiciais que fundamentam todos os grilhões, que ao falecimento não irá renascer em qualquer mundo, tendo totalmente cortado todos os grilhões que o prendem ao Samsara. Já a designação Samsara no budismo Tibetano é a perpétua repetição do nascimento e morte, desde o passado até o presente e o futuro, através dos seis ilusórios reinos: 1. Inferno, dos Fantasmas Famintos. 2. Animais. 3. Asura ou Demônios Belicosos. 4. Ser humano. 5. Dos deuses. 6. Da bem aventurança. A menos que se adquirida a Perfeita Sabedoria ou seja Iluminação, não se poderá escapar desta roda da transmigração, ou Roda de Samsara. Aqueles que estão livres desta roda de transmigração são considerados Lamas, Iluminados ou Budhas. http://www.maisbelashistoriasbudistas.com. Abraço. Davi.

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