Cristianismo. www.graodetrigo.com.br. Texto de David
W. Dyer. TRÊS PRINCÍPIOS ESSENCIAIS. Esta mensagem trata de três verdades
básicas sobre a igreja. Por isso, parece importante iniciar a discussão
perguntando exatamente o que queremos dizer quando usamos a palavra “igreja.” A
maioria dos cristãos definiria a igreja como sendo “o corpo de Cristo”,
querendo dizer com isto que a igreja não é um prédio ou organização humana, mas
consiste de pessoas. Mesmo que seja verdade que a igreja é o corpo de Cristo e
que é formada por homens e mulheres e não blocos e concreto, esse conceito,
apenas, não alcança o sentido bíblico que a palavra transmite. Em consequência
disso, como tantas outras verdades espirituais, a nossa experiência de igreja
tem sido severamente limitada devido a nossa própria falta de compreensão da
mesma. Numa tentativa de superar esse problema e recomeçar a nossa busca por um
entendimento mais profundo deste assunto, vamos definir a igreja nesses termos:
“A igreja é uma realidade espiritual.” A igreja é uma realidade espiritual e
esta realidade deveria ser nossa experiência! Quando a bíblia usa a palavra
“igreja,” refere-se a algo muito além de um número de crentes reunidos. O fato
de que uma simples reunião de alguns cristãos não constitui a igreja permanece.
Crentes podem-se reunir por diversas razões: por participar em várias
diversões, por sentirem-se bem na companhia uns dos outros, ou mesmo para
ouvirem uma pregação interessante e canções populares. Mas a verdade é que, se
não estiverem entrando juntos na presença de Deus e, consequentemente,
experimentando a realidade do corpo de Cristo, aquilo que estão fazendo não
corresponde ao significado bíblico de “igreja.” Possivelmente, muitos leitores
não entenderão o que tenho dito, o que servirá, apenas, para salientar a
dimensão e a gravidade do problema que enfrentamos.A experiência de igreja
acontece quando cristãos se reúnem e a presença de Jesus Cristo se manifesta no
meio deles. A experiência de igreja se realiza quando homens e mulheres são
levados, juntos em Cristo, a assentarem-se nos lugares celestiais (Efésio 2:6).
A experiência de igreja consiste em permitir que Deus ministre, Ele mesmo, para
e através de cada membro do Seu corpo. A experiência de igreja acontece quando
os crentes entram juntos no Espírito Santo. Tais reuniões não deveriam ser
raras ou não existentes. Na igreja primitiva, tudo isso acontecia naturalmente.
Reuniões espirituais genuínas dessa natureza são essenciais se pretendemos ter
o que o Novo Testamento chama de “igreja.” Gostaria de exortá-los a refletirem,
seriamente e em oração, sobre o que temos feito que consideramos como sendo
“igreja.” DEUS ESTÁ SATISFEITO COM O QUE ESTAMOS FAZENDO EM SEU NOME? Neste
mundo, a igreja não é um fim em si mesma, mas apenas um meio para se chegar a
um fim. É precisamente aqui que muitas pessoas cometem um grave erro. Eles
frequentemente supõem que, se a igreja é bem-sucedida – do ponto de vista do
mundo – (reuniões cheias, pregações agradáveis, um prédio novo etc.) então Deus
Se agrada dos seus esforços. No entanto, o prazer de Deus somente se alcança
quando estamos realizando os Seus propósitos. À medida em que nossas atividades
preenchem o desejo Dele, são aprovadas. Mas, no grau em que nossos empenhos
falham nesta área, então, tornam-se inúteis e são perda de tempo. Então, qual é
o propósito de Deus para a igreja? Qual o objetivo que Ele tem em vista? É
duplo. Primeiro, é transformar os seres humanos em Sua imagem e semelhança e,
segundo, é evangelizar um mundo que perece. A experiência espiritual de igreja
que temos descrito é o instrumento divinamente instituído para alcançar ambos
esses propósitos. O fato de encontrarmos tantas outras metodologias sendo
empregadas para tentar alcançar os mesmos resultados testifica como nossa
igreja se distanciou da intenção original de Deus. Concernente ao primeiro
propósito, a experiência espiritual do corpo de Cristo é o melhor ambiente para
o crescimento espiritual. É um contexto sobrenatural, ordenado por Deus, onde
podemos crescer até a maturidade. Quando a presença de Jesus se manifesta entre
nós quando estamos juntos, isto verdadeiramente muda nossas vidas. O corpo é
edificado como deve ser, quando Ele Se move no meio de Seu povo ministrando Ele
mesmo para e através de cada um (Efésios 4:16). Não há substituto para esse
tipo de ministério celestial. Esforço natural e humano nunca alcançarão os
mesmos resultados. Treinamentos, conselhos, programas e tantos outros planos
sendo empregados na “igreja” de hoje nunca vão chegar ao alvo. Isso é porque,
se a presença de Cristo está em falta, nada de natureza eterna vai acontecer.
Portanto, o real progresso espiritual se evidencia somente quando a realidade
espiritual da igreja está sendo plenamente gozada. Quanto ao segundo objetivo,
tal ambiente também é a melhor situação para evangelizar. Quando os crentes têm
a presença de Deus verdadeiramente no seu meio, quando entram genuinamente no
Espírito, quando cada um tem a oportunidade de “profetizar”, então as pessoas
incrédulas são facilmente convencidas de que Deus é real (I Coríntios
14:24-25). Tal experiência coloca o Evangelho muito além da esfera de
argumentos intelectuais. Não pode mais ser considerado como conto de fadas ou
teoria. A sua realidade se torna visível na vida daqueles que estão
participando da realidade da igreja e a presença do Deus vivo é real. O que
defendo aqui, não é uma vaga esperança. É algo que eu mesmo e muitos outros
temos experimentado. Com tudo isso em mente, parece-me importante tomar um
pouco de tempo aqui e olhar os três princípios essenciais que, seguidos, nos
ajudarão a produzir a experiência mais verdadeira de igreja. Já que esse
assunto é tão crucial e o seu impacto sobre nós e o mundo descrente é tão
profundo, é mais do que razoável que examinemos de forma mais cuidadosa e séria
esse assunto. Nós precisamos investigar como podemos nos aproximar mais dos
propósitos de Deus. E, enquanto fazemos isto, rogo-vos que abram os seus
corações e mentes a Deus, permitindo que Ele nos fale através desses
princípios. Não resta dúvida de que as verdades que estamos discutindo aqui têm
consequências eternas. PRINCÍPIO NÚMERO UM: VIDA. Qualquer corpo para
funcionar tem que estar vivo. Consequentemente, os membros do corpo de Cristo têm
que estar cheios da Vida divina. Isto tem certas implicações. Primeiro, o povo
considerado parte da igreja tem que ser nascido do Espírito Santo (João 3:5).
Precisam ser cristãos verdadeiros. Quando Jesus veio ao mundo, Ele manifestou a
vida de Deus aos homens (I João 1:1). Após a Sua ressurreição e Sua ascensão à
mão direita do Pai, Ele derramou o Santo “Espírito de Vida” (Romanos 8:2), que
entra em todos aqueles que creem em Seu nome. Se uma pessoa não tem o Espírito
Santo dentro de si, não é um cristão verdadeiro. Somente pelo Espírito Santo é
que alguém pode receber a vida de Deus. Em segundo lugar, cada membro da igreja
deve saber o que significa ser cheio do Espírito Santo. A vontade de Deus é que
cada cristão seja cheio até que transborde do Seu Espírito. Ele deseja isso
para nós tanto quanto um pai terrestre deseja alimentar seus próprios filhos (Lucas
11:11-13).Não é uma experiência para alguns eleitos. É o padrão normal da
Bíblia. De fato, somos ordenados a sermos assim cheios (Efésios 5:18). Não
pretendo aqui me envolver numa controvérsia sobre “batismo no Espírito Santo,”
nem tão pouco quero discutir como este seja manifesto. Apresento apenas os dois
fatos seguintes que deveriam ser evidentes. Primeiro: A vontade de Deus é que
cada cristão seja cheio do Espírito Santo. Segundo: É impossível ser cheio do
Espírito do Deus Altíssimo e não saber disso. Portanto, se a sua vida está
destituída do Espírito, você não se converteu verdadeiramente ou você ainda não
se abriu suficientemente a Deus para desfrutar daquilo que Ele tem para você.
Se esta é sua situação, insisto em dizer que você deve se humilhar perante Ele,
buscando a Sua face até que você saiba que está experimentando tudo o que Jesus
veio para dar. Em terceiro lugar, cada cristão deve ser continuamente “reenchido”
com o Espírito Santo. Isto deve ser a nossa experiência – dia após dia, hora
após hora, a cada minuto – constantemente. Devemos andar e viver no Espírito (Gálatas
5:25). Tem muito cristão descansando no seu relacionamento com Jesus, baseado
em experiências passadas há alguns anos. O maná de ontem não alimentará ninguém
hoje. Para que a nossa experiência de igreja esteja verdadeiramente viva, é
essencial que cada membro se encha diariamente com a vida de Deus. Esta vida é
concedida através do Espírito Santo. Para consegui-la, cada um de nós precisa
cultivar uma intimidade diária com Jesus Cristo. Podemos fazer isso meditando
nas escrituras e orando no Espírito Santo. Da mesma forma que nós precisamos
comer a cada dia para vivermos normalmente, assim cada cristão deve passar um
tempo adequado em comunhão com Deus. Não basta apenas “atirar” uma oração
relâmpago, de vez em quando, quando estamos em apuros ou em tempos de
necessidade. Tão pouco basta, simplesmente, relaxar e receber a nutrição do
ministério de outros. Ninguém pode carregá-lo espiritualmente. Você tem que
aplicar-se em buscar a Deus diligentemente. Cada um de nós deve separar um
tempo demorado, e sem interrupções, para estar em comunhão com Deus e gozá-Lo
todo dia. Desta maneira seremos cheios de Sua vida. Como pode imaginar, a
experiência de cada pessoa afetará os demais. Quando cada membro se empenha em
estar cheio de Deus, a igreja se beneficia. Quando todos participarem desta
substância eterna e a comunicarem aos demais durante os momentos de comunhão
juntos, a experiência de igreja de todos é realçada. Ao contrário, quando as
vidas espirituais de membros individuais estão em falta, a assembleia toda
sofre. A solução que se tem usado demais para esse problema é de escorar a
igreja com programas, liderança mais energética ou outras coisas externas. O
remédio de Deus, por outro lado, é que cada um se arrependa de sua estagnação
espiritual e novamente volte a um relacionamento vivo e íntimo com Ele. PRINCÍPIO
NÚMERO 2: UNIDADE. O segundo princípio sobre o qual falaremos é “unidade.”
Outra vez vamos começar fazendo uma analogia com o corpo humano. Se você pegar
uma pessoa e cortá-la em muitos pedaços, isto destruirá sua vida. O mesmo
acontece com o Corpo de Cristo. Por essa razão, unidade é absolutamente
essencial. Como estamos tratando de um assunto enorme e repleto de
considerações difíceis, por conveniência, vamos dividi-lo em duas categorias:
unidade entre crentes individuais, uns com os outros e unidade entre diversos
grupos cristãos. Queremos, de início, dizer que nessa primeira categoria,
unidade não é opcional. É ordenança de Deus. Deus nos manda amar uns aos outros
como amamos a nós mesmos. Esse tipo de amor se torna possível somente através
de um relacionamento com Deus. O amor de Deus para o mundo inteiro e para as
pessoas em particular é tremendo. Por causa disso, quando nós estamos em
contato com Ele, Ele nos supre para amarmos aos outros. O amor é a substância
de unidade real. Muitos grupos talvez tenham uniformidade, conformidade ou até
unanimidade entre si, mas só o amor provê a realidade que estamos buscando
aqui. Unidade real, expressa em amor fraternal, manifestar-se-á em várias
formas: servindo aos outros constantemente, orando por outros, edificando a fé
de outros e buscando oportunidades de ajudar a outros financeiramente e de
formas práticas. Quem tiver deste amor gastará tempo em comunhão com outros e,
em geral, manifestará o amor que o Pai tem com eles. Essa atividade será um
exercício diário para eles. Pessoas que assim amam, nunca falarão palavras vãs
contra outras pessoas e, especialmente contra seus irmãos e suas irmãs em
Cristo. É fácil ver quanto a nossa experiência de “igreja” seria elevada se
cada um praticasse esse tipo de comportamento. Igreja, igreja real, é composta
desse estilo de vida. Nada diferente qualifica. Infelizmente, amor genuíno não
vem facilmente. A natureza caída do homem luta contra isso. A oposição que vem
de dentro e de fora é tremenda. A experiência do amor genuíno começa com um
compromisso especial. Para isso, será necessário que cada membro do corpo
chegue a uma decisão consciente e deliberada de amar e servir aos outros
incondicionalmente. É absolutamente essencial! Se nós considerarmos o amor como
sendo opcional ou se nos deixarmos governar pelos nossos sentimentos, o diabo
fará o seu trabalho, a carne prevalecerá e nossa experiência de “igreja” será
diminuída. Portanto, precisamos fazer uma firme decisão de amarmos uns aos
outros e não permitir nunca que isso seja mudado. Uma vez feita esta decisão,
encontraremos uma fonte sobrenatural de Deus nos capacitando a prosseguir com o
nosso compromisso. Assim, experimentaremos cada vez mais da plenitude de Cristo
entre nós. Isto nos leva a considerar a segunda categoria que é a unidade entre
diversos grupos. Aqui também a resposta é amor fraternal. Para alcançar sucesso
nesta área, primeiramente temos que ser conduzidos por Deus a ver a Igreja
através de Sua ótica. Sem dúvida, quando Jesus olha para a terra, vendo tantas
“igrejas” diferentes, denominações e seitas, Ele reconhece aqueles que são Dele
em cada uma. E, apesar Dele estar ciente que existe divisões – e tenho certeza
que entristecem o Seu coração – ainda assim Ele vê os membros de Seu corpo como
se fossem um (Efésios 4:4). Enquanto a visão do homem na terra está embaçada
devido à proliferação de vários grupos cristãos, Cristo, de Sua posição
celestial, enxerga Seu povo, Sua Igreja. Portanto, se nós pudermos ser levados
por Deus a ver a Igreja como Ele a ver e jamais estaremos limitados por
divisões no Corpo. Nosso amor deveria ultrapassar qualquer separação feita por
homens. E, apesar de que nesta vida provavelmente não presenciaremos o fim de
todas as divisões, em nossos corações podemos pôr fim a elas. Quanto mais o
cristão se posiciona em amor para com todos, melhor a situação se tornará. Não
estou sugerindo que nos unamos a organizações com as quais não podemos
concordar. Estou apenas dizendo que devemos amar “com um coração puro e
ardente” os crentes que estão nesses grupos (I Pedro 1:22). Com certeza, nunca
vamos conseguir resolver o problema da divisão na Igreja atual. Há um único
lugar onde podemos colocar fim à divisão. Isto é, em nossos corações. Se
conseguirmos amar, o que nós podemos fazer será feito. Como temos visto, a
igreja não é um lugar ou um grupo mas uma realidade espiritual que podemos
experimentar. Essa experiência pode penetrar qualquer barreira exterior.
Podemos ter relacionamentos espirituais verdadeiros e comunhão com crentes em
todo tipo de situação. Eis a única igreja real e verdadeira. O PRINCÍPIO
NÚMERO 3: “O CABEÇA”. O terceiro princípio que gostaria de mencionar aqui é
o senhorio de Jesus Cristo. No Novo Testamento, Paulo o apóstolo, nos adverte
sobre alguns crentes que não estavam “retendo a Cabeça” (Colossenses 2:19). O
que isto significa? Simplesmente que Jesus Cristo não era a autoridade
principal em cada aspecto de sua experiência de igreja. Em nossos dias, poderia
significar que temos elevado outras coisas (como por exemplo: líderes, ritos,
doutrinas, métodos, tradições, organizações, etc.) a um patamar que não
deveriam ocupar. A Bíblia nos ensina que Deus tem dado Jesus Cristo para ser
“cabeça sobre todas as coisas na igreja, que é o Seu corpo” (Efésios 1:22-23).
Esta palavra “todas” tem significado especial. Quer dizer completamente tudo.
Em outro lugar lemos que em todas as coisas Ele deve ter primazia (Colossenses
1:18). Cada crente deve levar esse ponto muito a sério. Devemos, como cristãos,
ser extremamente cuidadosos para nunca substituir ou impedir a autoridade de
Jesus. Esta consideração pesa muito. Este conceito é crucial para a experiência
genuína de igreja! O corpo de Jesus Cristo não pode funcionar de forma certa
quando a Sua autoridade é substituída ou limitada. Seria como uma pessoa
paralítica ou decapitada. Creio que não há outra verdade mais negligenciada e
abusada em nossas “igrejas” modernas. Creio que se Jesus asseverasse a
autoridade que tem de direito sobre muitas assembleias cristãs de hoje, quase
toda “mesa” seria virada. Uma discussão do senhorio de Cristo sobre o Seu corpo
vai incluir, necessariamente, dois aspectos diferentes: Sua autoridade sobre
cada pessoa e Sua liderança nas reuniões da igreja. Para simplificar nossa
investigação, vamos considerar cada item em separado. Para começar, Jesus tem
que ser Senhor de cada cristão. Significa que Ele tem de ter controle pleno
sobre cada aspecto de sua vida. Nenhuma área deve ser retida Dele. Já que Jesus
não exerce por força a Sua autoridade, temos que estar completamente dispostos
a deixá-Lo reinar sobre e em nós. A única posição apropriada para o crente é de
uma submissão total ao Espírito Santo. Quando esse elemento está em falta, a
nossa experiência de igreja sofrerá em proporção. Problemas sérios também podem
ser causados por autoridade humana não bíblica. Quando cristãos começarem a ser
influenciados demais pela liderança de um homem ou grupo de homens, o seu
relacionamento com a Cabeça real é danificado. Sem dúvida, todos deveriam estar
abertos para receber direção e conselhos de outros (e especialmente daqueles
que são exemplos na vida espiritual). Mas se nós nos tornamos dependentes deles
ou se os seguimos em vez de ao Senhor, estamos em perigo espiritual muito sério
(Jeremias 17:5). A autoridade de Deus flui da Cabeça para Seu Corpo. Aqueles
que têm intimidade com Ele, muitas vezes são usados como canais desta
autoridade. Porém, ninguém nunca se torna em si essa autoridade. Aquela posição
é reservada eternamente para o Cabeça. Portanto, da mesma forma que é
importante estar sensível à voz de Deus que nos fala através dos outros, é
essencial que nenhum ser humano tome o lugar que pertence a Ele, por direito,
em nossas vidas. Outra dificuldade que temo ser muito comum é que a estrutura
de muitos grupos cristãos não permite diversidade entre seus membros. Muitas
vezes crentes são permitidos funcionar somente em formas que encaixem com
padrões ou formatos pré-determinados. Talvez exista essa situação porque
pessoas se sentem mais seguras com uniformidade. Porém, tal comportamento restringe
grandemente a autoridade de Jesus. O resultado é paralisação e falta de
atividade entre os membros do Seu corpo. Quantos cristãos hoje estão buscando
outras coisas porque não foram permitidos achar abundância espiritual na
igreja! Quantos grupos estão cheios de crentes superalimentados, mas imaturos
que nunca tiveram oportunidade de se empenhar em servir aos outros! Essa
situação triste não é só por culpa deles. Por muitas vezes, tais pessoas foram
impedidas de desenvolver sua área de serviço por organizações terrenas e
inflexíveis que consideravam ser “igreja”. REUNIÕES DE IGREJA. Estas
mesmas verdades também se aplicam às nossas reuniões na igreja. Jesus quer nos
liderar em tudo que fazemos. Quando Ele chega em nosso meio, Ele não vem para
assistir a nossos cultos. Ele vem como nosso Sumo Sacerdote para nos liderar em
nossa adoração e ministração. Se a Sua autoridade for limitada para fazer isso,
a realidade espiritual de nossas assembleias serão afetadas de forma dramática.
Algumas coisas que podem atrapalhar ou confinar a liderança de nosso Senhor
são: reuniões pre planejadas, cultos dirigidos do “púlpito”, formalidades
religiosas e o controle do grupo pelo ministério de uma só ou algumas pessoas.
Tudo isso é muito comum na igreja de hoje em dia. E tudo isso serve apenas para
restringir a autoridade do Cabeça e sufocar a nossa experiência de igreja. Infelizmente,
muitos cristãos não reconhecem que Jesus, realmente, poderia dirigir reuniões
de igreja. Talvez a ideia nunca lhes tenha passado pela cabeça. Possivelmente,
estejam inseguros de que uma tarefa tão importante possa ser realizada por
alguém que é (...) ah, bem, invisível. Lamentavelmente, muitos acham mais
seguro organizar algo e deixar que alguém mais “qualificado” seja o líder. O
fato é que Jesus Cristo é infinitamente capaz de dirigir as reuniões de Sua
igreja. Simplesmente não temos dado a Ele oportunidade. Outra possibilidade é
que “nós”, coletivamente, temos tão pouco contato real com Ele que não sentimos
a Sua autoridade e, portanto, somos incapazes de seguir o Seu mover nas
reuniões. Se estamos falhando em deixar Ele conduzir nossas vidas particulares
é provável que não vamos confiar que Ele é capaz de liderar nossas reuniões. Uma
reunião na igreja, em conformidade com as escrituras, é dirigida pelo Espírito
Santo e fornece uma oportunidade para cada membro funcionar. Em 1 Coríntios
14:26 lemos que quando a igreja se reúne, cada um pode ter um salmo,
ensinamento, língua, revelação e interpretação. Efésios 4:16 ensina que é da
fonte de vida de cada parte que o corpo é edificado. Durante uma assembleia
genuína, o Espírito Santo flui entre Seu povo e induz cada um a ministrar sua
porção de Deus aos demais. Assim cada necessidade é suprida. Se apenas os
“talentosos” funcionam, a nossa experiência será grandemente limitada. Ao
contrário, quando todos têm oportunidade de compartilhar, podemos gozar
plenitude tremenda. Alguns talvez pensam que estou falando contra o ministério
de homens talentosos, mas não estou. Porém, muito do ministério ora realizado
em reuniões de igreja – como pregações e ensinamentos extensivos –
provavelmente deveriam acontecer em outro ambiente. Tempos e lugares separados
podem ser facilmente arranjados para esses propósitos. Claro que, às vezes,
precisamos de um tempo para pregação e ensino na igreja, mas deve ser limitado
para não ocupar o espaço dos demais ministérios (leia I Coríntios 14:30-31).
Ninguém deve dominar a assembleia com o seu ministério. Paulo, o apóstolo,
ensinou na sinagoga, numa escola, na sua casa alugada e em outros lugares (Atos
19:8-9; 28:30-31). Porém, nada nos indica que ele ocupava a maior parte de cada
reunião com as suas mensagens. A sua pregação em Trôade, que durou uma noite
inteira, deve ser entendida devido à circunstâncias excepcionais. Já que ele
estava de partida no próximo dia, ele queria aproveitar todo o tempo possível
para compartilhar com os irmãos (Atos 20:6-11). Sim, o ministério de pessoas
especialmente ungidas deve ser exercitado. Mas isso deve ser feito somente
reconhecendo o funcionamento normal das reuniões da igreja e não substituindo
para isso. Em conclusão, devo dizer que a igreja tem-se afastado muito da
intenção de Deus nesses anos todos. Uma comparação entre a situação da igreja
hoje e no Novo Testamento nos fornece evidências amplas deste fato. Porém, não
significa que a meta de reuniões genuinamente espirituais não seja alcançável. Estou
confiante de que, à medida que praticamos os princípios supracitados, a nossa
experiência de igreja será grandemente aumentada. Do contrário, à medida que
deixamos de implementar estas coisas estaremos limitando a nossa experiência de
Deus em nosso meio. Certamente a igreja é uma realidade espiritual. É certo
também que podemos e devemos experimentar essa realidade. Os fins que Deus tem
em mente só serão alcançados pelos Seus métodos. Tudo mais, que seja agradável
de aparência aos homens, é apenas madeira, palha e feno. Lembrem, por favor,
que o sucesso pelos padrões do mundo significa nada para Deus. Multidões,
sermões eloquentes, músicas dinâmicas e tantas coisas mais tão comuns em nosso
meio hoje em dia não O impressionam. Somente aquilo que Ele mesmo inicia
passará pelo teste no Dia do Juízo. Que Deus tenha misericórdia de nós para que
conheçamos e experimentemos a realidade espiritual genuína e a presença real do
Deus vivo em nossas reuniões da igreja. www.graodetrigo.com.br.
Abraço. Davi
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