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Texto de Samael Aun Weor (1917-1977). SEXTA CÁTEDRA – AS GLACIAÇÕES.
Inquestionavelmente, a humanidade terrestre passou por diversas fases de
desenvolvimento e isso é algo que temos de analisar judiciosamente. Fala-se da
evolução mecânica da natureza, do homem e do cosmos. Do ponto de vista
antropológico temos de compreender que há duas classes de evolução. A primeira
iniciar-se-ia obviamente com a cooperação sexual devidamente compreendida em
todos e em cada um de seus aspectos. A segunda é diferente. No princípio, a
raça humana multiplicava-se da mesma maneira que as células. Bem sabemos que o
núcleo divide se em dois dentro da célula viva, que especializa uma determinada
quantidade de citoplasma e matérias inerentes para formar células novas. As
duas novas células por sua vez dividem-se em outras duas e assim mediante este
processo fissíparo de divisão celular desenvolvem-se os organismos e
multiplicam-se as células. Se no princípio os andróginos dividiam-se em dois,
mais tarde tudo isso mudou. Houve necessidade de se preparar o organismo para a
reprodução mediante a cooperação sexual. Foi na Lemúria, continente outrora
situado no oceano Pacífico, onde se realizaram os principais eventos
relacionados com a reprodução. No início, os órgãos criadores, o lingam-yoni,
não estavam completamente desenvolvidos. Era necessário que esses órgãos se
cristalizassem e se desenvolvessem totalmente a fim de que mais tarde, no
tempo, a reprodução sexual pudesse ser realizada concretamente. Assim que,
conforme os órgãos masculino e feminino foram se desenvolvendo, o ser humano já
não era mais um andrógino e sim um ser hermafrodita. Então, aconteceram fatos
bastante interessantes do ponto de vista biológico e psicossomático. A
célula-átomo desprendia-se do organismo pai mãe para desabrochar e desenvolver.
Em consequência, através de processos delicados, surgia uma nova criatura. O
segundo aspecto dessa questão foi muito peculiar. Se bem que é verdade que no
início germes vivos desprendiam-se como radiação atômica para se desenvolverem
externamente e se converterem em novas criaturas, nesse segundo aspecto houve
certa mudança favorável. Poder-se-ia dizer que o ovo fecundado, o óvulo que o
sexo feminino elimina normalmente de seus ovários a cada mês, tinha certa
consistência extraordinária. Em si mesmo, em sua construção intrínseca, era um
ovo, um ovo fecundado dentro do organismo pai mãe, no interior do hermafrodita,
mas um ovo que ao sair para o mundo exterior podia se desenvolver ou ser
guardado; até que no fim se abria para que uma criatura emergisse dali uma
criatura que se alimentava nos seios do pai mãe. Isso por si só é muito
importante. Muito mais tarde, no tempo, foi se notando que certas criaturas
vinham à existência com um órgão mais desenvolvido que o outro. Por fim, chegou
o momento em que a humanidade se dividiu em sexos opostos. Quando isso ocorreu,
a cooperação sexual tornou-se necessária para criar e voltar novamente a criar.
As genealogias de Haeckel, com respeito à possível origem do homem e das três
raças primordiais, não encaixam com a antropologia materialista que hoje invade
o mundo. Infelizmente, na verdade, são motivos de riso para os antropólogos
oficiais, os inimigos do divino. Eles zombam igualmente tanto da genealogia de Ernst
Haeckel (1834-1919) como das genealogias em geral. Eles criticam as linhagens
de Homero, como a de Aquiles, o ilustre guerreiro filho de Marte, ou a de
Agamenon, filho de Júpiter, o que de longe manda, etc. Estas são frases ou
palavras poéticas daquele homem que em outros tempos cantou a velha Tróia e a
cólera do guerreiro Aquiles. Temos de falar claro nestes rigorosos exames
antropológicos. Os cientistas da época atual terão de se definir por Paracelso
(1493-1541), o pai da química, ou pelo mitológico de Haeckel. Em todo caso, é
muito o que temos para inquirir neste terreno exclusivamente antropológico. Se
se negasse a divisão da célula viva ou o processo reprodutor primitivo ou
primordial, teria de se negar também a reprodução da monera ou átomo do abismo
aquoso de Haeckel, o qual se dividiu a si mesmo para se multiplicar. Na
realidade, a ciência de modo algum poderia se pronunciar contra esse sistema
primitivo de reprodução celular, mediante o ato fissíparo. No entanto, damo-nos
conta de que estas duas teorias expostas, sobre a maneira como começou a
reprodução, seja por meio da cooperação sexual ou aquela outra em que os órgãos
criadores deviam se desenvolver antes da possível cooperação começar, são
discutíveis e espinhosas. Todas as teogonias religiosas desde a órfica, que é
bastante antiga, até a Bíblia cristã falam-nos de um começo através da
cooperação sexual, porém de uma forma puramente simbólica. Poderiam estar
fazendo referência à alquimia, mas jamais a um fato científico-antropológico.
Não se poderia começar um processo evolutivo com cooperação sexual, quando os
órgãos criadores ainda não tinham sido criados. É óbvio que deve ter havido um
período de preparação para a reprodução através da cooperação, um período
através do qual os órgãos criadores tiveram oportunidade de desabrochar e se
desenvolver na fisiologia orgânica do ser humano. As escrituras religiosas,
tanto do oriente como do ocidente, tem sido muito adulteradas com exceção das
do Vishnu Purana. Por exemplo, diz-se que Data depois de ter dado aos seres
humanos a capacidade de se reproduzirem através da cooperação, declarou: Muito
antes de que o ser humano pudesse ter essa capacidade, muito antes de que a
cooperação sexual entre homens e mulheres existisse, já haviam outros modos de
reprodução. Está se referindo às etapas anteriores à formação dos órgãos
criadores no ser humano. Ele não chegou ao ponto de afirmar que os sistemas
anteriores à cooperação não tivessem relação alguma com a energia criadora.
Penso que a energia sexual propriamente dita tem outras formas de manifestação
e antes de que os órgãos criadores tivessem se desenvolvido na espécie humana,
tal energia teve outros modos de expressão para criar. É uma lástima que as
sagradas escrituras de todas as religiões tenham sido adulteradas. É de nosso
conhecimento que até o próprio Edda não deixou de alterar um pouco o Pentateuco
da Bíblia hebraica. A todas estas, torna-se indispensável que sigamos
analisando e meditando: de onde se desenvolveram as diversas raças? Já dissemos
várias vezes que isso do Noé pitecóide resulta bastante absurdo, tanto quanto o
cinocéfalo com rabo, o macaco sem rabo e o homem arbóreo. São questões utópicas
que não têm qualquer embasamento. Já rimos bastante do sosura de Haeckel,
aquela espécie de macaco com capacidade de falar, algo assim como o elo perdido
entre o macaco e o homem. Mas, faz-se necessário saber de onde saíram as raças.
Em que cenários ocorreram essas evoluções e involuções da humanidade? É isso o
que precisamos realmente conhecer. Seria possível desligar as raças humanas do
seu meio-ambiente, de seus diversos continentes, de suas ilhas, de suas montanhas
e de seus cenários naturais? Chama-nos muito a atenção o fato de que a
humanidade ainda viva, enquanto que os animais do mesozóico tenham se
extinguido apesar da sua grande variedade. Como é possível que todos os
monstros antediluvianos tenham desaparecido e que a humanidade siga vivendo?
Temos posto muita ênfase neste aspecto e torna-se indispensável pensar nele. Que
o ser humano esteja relacionado com o seu ambiente não se pode negar! Quem
tenham havido outras formas de reprodução diferentes da cooperação sexual
também é inegável! Mas, convém conhecer o ambiente onde se desenvolveram as
diversas raças. Urge que pouco a pouco estudemos os vários cenários da
natureza. De modo algum negamos que há fenômenos que os astrólogos
verdadeiramente desconhecem. Que sabem sobre as mudanças ou modificações do
eixo da Terra em relação com a obliquidade elíptica? Laplace, aquele que
inventou uma famosa teoria que até hoje existe, afirma que todos os mundos saem
de suas correspondentes nebulosas, feito que nunca foi comprovado. Chega até a
dizer fanaticamente que o declínio do eixo da Terra em relação com a obliquidade
da elíptica é quase nulo e que sempre foi assim de forma secular. Inquestionavelmente,
a geologia está contra esses conceitos astronômicos até certo ponto. Claro que
o desvio do eixo terrestre dentro da obliquidade da elíptica, inclinação para
ser mais exato, indica períodos glaciais que se verificam através das idades. Se
negássemos os períodos glaciais, estaríamos afirmando coisas incoerentes porque
as glaciações estão completamente demonstradas e têm sua base justamente no
desvio do eixo da Terra, em sua inclinação dentro da obliquidade elíptica. Os
estudos geológicos demonstram categoricamente o desvio anterior negado pelos
astrônomos. Há provas de tremendas glaciações. Já Magalhães anotara
determinadas épocas de calor ou trópico no Ártico acompanhadas de glaciações e
frio intenso. Concluiremos dizendo que a geologia e a astronomia ocupam
posições opostas nesta investigação. Chegamos a um ponto especial: o das
glaciações. Parece incrível que no sul da Europa e no norte da África tenha
ocorrido em outros tempos as mais terríveis glaciações. Na Espanha, por
exemplo, pode se conhecer a época silúrica, na qual ocorreram glaciações
gigantescas e isso está demonstrado pelos estudos de paleontologia. Ninguém
poderia negar que foram descobertos cadáveres mumificados de animais
antediluvianos na desembocadura de certos rios da Sibéria como o Obi ou Ob e
outros. Isso significa que a Sibéria, que é tão fria, em outros tempos foi
região tropical de muito calor, da mesma forma que a Groelândia, a península
Escandinávia, Islândia, Noruega e Suécia, e toda essa ferradura que rodeia
totalmente o Polo Norte. Que houve calor nessas regiões; impossível, diria
alguém, mas a paleontologia o confirmou. Foram descobertas criaturas muito
interessantes justamente na embocadura do rio Obi. Isso nos convida a refletir.
Durante a época da Atlântida, os polos sul e norte não se achavam onde estão
agora. Naqueles dias, o pólo norte e o Ártico estavam situados sobre a linha
equatorial, no ponto mais extremo oriental, da África e da Antártida. O polo
sul estava situado exatamente sobre a mesma linha equatorial no lado oposto, em
um lugar específico do Pacífico. Houve pois grandes mudanças na fisionomia do
globo terrestre. Autênticos mapas daqueles tempos são do conhecimento dos
sábios desta época. Nas criptas antigas secretas dos lamas, nos montes
Himalaias, existe mapas das antigas terras; há cartas geográficas que
demonstrem ter tido o nosso mundo fisionomia diversa no passado. Pensemos na
Lemúria, nesse gigantesco continente situado no Pacífico e no Índico. Estava
unido à Austrália posto que a Austrália era parte da Lemúria, do mesmo modo que
a Oceania. O ártico estava localizado no ponto mais oriental, sobre a linha
equatorial, da África; tudo era diferente, distinto. Por aquela época,
aconteceu uma era glacial gigantesca. Essa glaciação projetou-se precisamente
desde o polo Ártico, situado na África, até a Arábia e sudoeste da Ásia,
cobrindo também a Lemúria quase completamente. Toda essa zona se encheu de
gelo, mas este não conseguiu passar o mar Mediterrâneo. Resulta inquietante
saber que há épocas em que nosso mundo passa por glaciações, em que o gelo
invade determinadas zonas onde morrem milhões de criaturas. Tudo isso se deve
realmente à inclinação do eixo da Terra em relação com a obliquidade da
elíptica. O ser humano teve de se desenvolver em diversos cenários e nós devemos
conhecer a fundo quais são esses cenários. Como surgiu a América? Como apareceu
a Europa? Como afundou a Lemúria? Como foi que desapareceu a Atlântida? A
Lemúria foi aceita por Darwin e ainda existe no fundo do oceano Índico. Obviamente,
os organismos passaram por um sem número de mudanças morfológicas em tais ou
quais ambientes. Se disséssemos que o animal intelectual equivocadamente
chamado homem tem por antepassado o famoso ratão, do qual tanto falam os
antropólogos, ou melhor diríamos, o runcho citado
pelos sul-americanos, estaríamos falseando a verdade. Esse enorme ratão ou
runcho da América do Sul vem, como já sabemos, da Atlântida de Platão. Sabemos
também que o homem já existia muito antes da Atlântida, logo o homem é anterior
ao famoso runcho atlante.
Se afirmássemos que o homem vem de certos primatas e, mais tarde, de certos
hominídeos da antiga terra lemuriana, tão aceita por Darwin, também estaríamos
torcendo a realidade, porque antes de os símios existirem, muito antes de os
tão cacarejados primatas e hominídeos aparecerem, o homem já existia. Ainda
mais, antes de que a reprodução das espécies se desenvolvesse por cooperação, o
homem já existia. O homem é ainda muito anterior à própria Lemúria aceita por Charles
Darwin (1809-1882). Temos de reconhecer que esta raça humana tem sido estudada
de forma superficial pelos antropólogos materialistas. Esta raça que passou
desde os tempos monolíticos pelas etapas do eoceno, mioceno e plioceno é mais
antiga que os continentes atlante e lemuriano. Porém, precisamos seguir estudando
os diversos cenários do nosso mundo para compreender melhor os vários processos
de evolução e involução que os gnósticos são firmes nos conceitos. Se se lhes
põem a escolher a um Paracelso, como pai da química moderna, e um Haeckel, como
famoso criador do mítico sosura, francamente se resolveriam pelo primeiro, pelo
grande sábio Paracelso. www.gnosisonline.org.br.
Abraço. Davi
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