quinta-feira, 18 de julho de 2019

II AS PROVAS DA NECESSIDADE DA PROFECIA


Islamismo. www.ibeipr.com.br. Texto traduzido do livro La Doctrina Del Slam Shi’ah. A luz de lãs enseñanzas de Ahl-ul-Bait. II. AS PROVAS DA NECESSIDADE DA PROFECIA. Sexagésimo terceiro artigo. A IMPECABILIDADE DOS PROFETAS A RESPEITO DE QUALQUER DESOBEDIÊNCIA OU PECADO. Os profetas e mensageiros de Deus são completamente imaculados do pecado e os erros, no referente às normas da shari‘ah. Fundamentam o propósito do envio dos profetas se materializa se estes gozam de tal impecabilidade, já que se não observam as normas divinas que lhes foi encomendado anunciar à gente, não teria confiança em suas palavras, e dessa maneira não se concretizaria o objetivo de seu envio. O Muhaqqiq At-Tusi assinala este argumento em resumidas palavras da seguinte maneira: “É imprescindível a impecabilidade no profeta para que se consiga a confiança e se atinja o objetivo”. [16] A impecabilidade dos profetas respeito da desobediência é um assunto enfatizado pelo Sagrado Alcorão em diferentes versículos, algumas das quais citamos a continuação: 1- O Sagrado Alcorão considera aos profetas como pessoas guiadas e eleitas por parte de Deus, Glorificado Seja: «… E lhes elegemos e lhes guiamos para o caminho reto…» [17] 2- O Sagrado Alcorão nos recorda que aquele a quem Deus guia, não poderá ser desviado por ninguém. Diz: «Aquele a quem Deus guia não terá quem lhe desvie» [18] 3- Considera a desobediência como extravio: «Extraviou a muitíssimos de vocês» [19] Destes versículos inferimos que os profetas são imaculados em respeito de qualquer tipo de extravio, e incólume de qualquer forma de desobediência. O argumento lógico que expusemos anteriormente sobre a impecabilidade dos profetas, indica também sua impecabilidade antes de seu envio como tais, já que o ser humano que passou parte de sua vida no meio do pecado e a desobediência, se depois hastear a bandeira da guia e a orientação, não lhe será possível conseguir a confiança das pessoas, a diferença daquele, cuja vida decorreu sem ter sido respingado por deslize algum, já que este pode facilmente atrair a confiança da gente. Ademais, em tal caso os denegridores da mensagem divina poderiam facilmente desautorizar ao profeta mediante o fato de teimar em seu passado e dessa maneira manchar sua pessoa e sua mensagem. Aquele que, por causa de ter podido ter uma vida pura e reta no meio de uma atmosfera corrupta, é chamado “Muhammad O Fiel”, é a única pessoa que, mediante sua elevada e pura personalidade, pode apartar os véus da maliciosa propaganda hostil, desbaratar as pretensões de seus inimigos e opositores à mensagem divina, e ilumina paulatinamente a escura atmosfera da ignorância pré-islâmica mediante sua surpreendente resistência. Ademais, é evidente que uma pessoa que foi imaculada desde o começo de sua vida, é melhor do que outra em quem se tem manifestado o atributo de imaculada só a partir do momento em que foi designado profeta; assim mesmo, é indubitável que seu papel orientador é bem mais forte, e a sapiência divina implica eleger ao melhor indivíduo e ao mais perfeito. Sexagésimo quarto artigo: Os profetas são imaculados de qualquer engano. Os profetas, além de sua condição de imaculados do pecado, são assim mesmo imaculados nos seguintes assuntos: 1- Ao julgar nos pleitos e ao solucionar as diferenças. Conquanto o profeta é comissionado para julgar de acordo às evidências apresentadas pelo demandante, ou em base ao juramento de negação do acusado, no caso que a evidencia esteja errada ou se tenha mentido no juramento, a ele não lhe é velada à verdade, apesar de que não lhe é opinado julgar em base a ela por causa dos benefícios sociais de atuar em conformidade aos critérios e regulamentações estipuladas divinamente. 2- Ao determinar os temas das normas religiosas, como por exemplo, no caso de um líquido que não se sabe se é um embriagante ou não. 3- Nas questões cotidianas da vida. A necessidade de que os profetas sejam imaculados em relação aos assuntos mencionados, surge do fato que se equivocar nestes âmbitos implica o erro no âmbito das normas religiosas, e, portanto, o erro em nestes assuntos vai a detrimento da confiança da gente na pessoa do profeta, e ao final isso menoscaba o propósito do envio dos profetas, conquanto a exigência da infalibilidade nos dois primeiros assuntos é mais óbvia que no último. Sexagésimo quinto princípio: Os profetas estão isentos das doenças que provocam aversão. Entre os níveis da condição de imaculados dos profetas está o fato de que eles não sejam objeto de assuntos que provoquem a aversão da gente e que lhes afaste dos mesmos. Todos sabemos que algumas enfermidades corporais, ou alguns estados anímicos indicam uma natureza depreciável e uma vil pessoalidade, o qual arca a aversão e o afastamento das pessoas. É por isso que os profetas devem encontrar-se livres desse tipo de defeitos corporais e psíquicos, já que a aversão da gente se contrapõe com o propósito do envio dos profetas, que é anunciar por seu intermédio às mensagens divinas. Assim também recordamos que aqui “juízo do intelecto” tem o sentido de descobrir uma realidade, e que neste caso é que, considerando a sapiência de Deus, Ele deve eleger para a profecia a quem se encontre isento deste tipo de defeitos. [20] Sexagésimo sexto artigo: Um estudo sobre os versículos que indicariam a ausência de infalibilidade. Familiarizamo-nos com o categórico juízo do intelecto e o claro ditame do Sagrado Alcorão com respeito à infalibilidade dos profetas, só que a este respeito existem alguns versículos que em aparência indicariam que alguns profetas cometeram pecado e desobediência, como por exemplo, as relacionadas ao profeta Adão (A.S.) e outros. Que se pode dizer sobre isto? Primeiramente devemos dizer que, por suposto, desde que não há contradição em absoluto no Sagrado Alcorão, devemos inferir o real significado dos versículos em base aos indícios existentes nas mesmas. É por isso que em estas questões, o aspecto linguístico superficial não pode constituir o critério para emitir um juízo apressado. Afortunadamente, os grandes teólogo e exegetas alcorânicos da Shi’ah procederam a explicar estes versículos, e inclusive alguns deles têm escrito livros que tratam este tema em forma independente. Desde que a explicação destes versículos implica que sejam tratadas uma por uma, isso escapa a este ensaio, pelo que delegamos aos leitores referir-se aos livros mencionados ao pé da página. [21] Sexagésimo sétimo artigo: A fonte e causa da Infalibilidade. É possível resumir a fonte da infalibilidade em dois pontos: 1- Desde que os profetas gozam de um amplo conhecimento sobre Deus, Glorificado Seja, nunca mudariam Seu beneplácito por outra coisa. Em outras palavras, a profunda percepção que possuem da grandeza de Deus e dos atributos de perfeição divinos, impede-lhes sentir-se atraídos para outra coisa fora da Verdade Absoluta, e de pensar em outra coisa fora dele. Este nível de conhecimento é esse mesmo destacado por Amir Al-Mu’minin ‘Ali (A.S.) ao dizer: “Não vi nada sem ter visto a Deus antes que isso, depois disso e junto com isso” [22]. A este respeito disse o Imam As-Sádiq (A.S.): “… em mudança eu lhe adoro por amor a Ele, e essa é a adoração dos dignos” [23]. 2- O fato de que os profetas estejam completamente informados dos resultados e frutos da obediência a Deus, e das funestas consequências da desobediência, é causa de que se encontrem incólumes de contrariar a ordem divina. Conquanto a infalibilidade absoluta é privativa de um grupo em particular de pessoas benditas por Deus, é possível que alguns crentes piedosos se vejam isentos de cometer desobediência em grande parte de seus atos, de maneira que o indivíduo temente de Deus, por exemplo, não proceda a cometer suicídio ou a matar a um inocente [24]. Incluindo algumas pessoas comuns estão incólumes da perpetuação de algumas faltas, a modo de exemplo, nenhuma pessoa em seu são juízo procede a tocar um cabo descascado de eletricidade pelo qual está circulando a corrente elétrica. É evidente que a incolumidade em casos como este, surge do conhecimento categórico do resultado de cometer esse erro. Se um conhecimento tal fora alcançado pela pessoa no discernimento às perigosas consequências dos pecados, isso seguramente ocasionaria que a pessoa estivesse incólume de perpetuar os pecados. Sexagésimo oitavo princípio: Não há incompatibilidade entre a infalibilidade e a livre eleição. Considerando a fonte da Infalibilidade, recordamos que esta não é incompatível com a livre escolha e vontade do imaculado, senão que a pessoa imaculada, com o conhecimento completo que possui de Deus e dos efeitos da obediência e a desobediência, é-lhe possível cometer desobediência, apesar de não utilizar nunca esse poder; é semelhante ao caso de um pai terno que tem a capacidade de matar a seu próprio filho, mas que jamais chega a fazer isso. Um exemplo mais claro é o fato de do que de Deus não surge nenhuma ação improcedente, e conquanto tem o poder absoluto para introduzir aos benfeitores e obedientes no inferno, ou de introduzir os desobedientes no paraíso, Sua Justiça e Prudência lhe impedem de realizar isso. Com esta explicação fica em claro que deixar de lado a desobediência e fixar à obediência a Deus e a Sua adoração conforma dois grandes orgulhos para os profetas, já que eles apesar de ter o poder para não atuar em base à obediência e de perpetuar atos de desobediência, não o fazem por própria vontade e arbítrio. Sexagésimo nono princípio: A condição de imaculado não necessariamente implica ser profeta. Ao mesmo tempo em que nós acreditamos em a condição de imaculados de todos os profetas divinos, não sustentamos que necessariamente uma pessoa infalível deva ser profeta, já que é possível que uma pessoa seja imaculada, mas não seja profeta. Eis que o Sagrado Alcorão diz o seguinte com respeito à Maria (A.S.): «Oh Maria! Allah te elegeu e purificou, e te preferiu a todas as mulheres da Humanidade» [25]. Desde que o Sagrado Alcorão utiliza a expressão “elegeu”, fica claro que ela era imaculada, já que o mesmo termo é utilizado com respeito aos profetas: «Por verdadeiro que Deus elegeu a Adão, Noé, à família de Abraão, e à família de Imrán ‘por sobre os seres do universo». [26] Ademais, no versículo mencionado se fala sobre a purificação de Maria (A.S.), e isso se refere à purificação com respeito a qualquer tipo de impureza e desobediência, e não somente se propõe negar aquilo com o que a acusaram os judeus por causa do nascimento de Jesus (A.S.), já que a exoneração de Maria respeito de tal pecado foi demonstrada nos primeiros dias do nascimento de Jesus (A.S.), ao falar o menino no berço, pelo que não teria novamente necessidade disso. Assim mesmo, o contexto do versículo da purificação de Maria (A.S.), indica que se refere à época em que Maria se encontrava enclausurada no templo, quando ainda não tinha a Jesus em suas entranhas, pelo que ainda não tinha surgido acusação que tivesse que refutar mediante o atributo de “purificação”.

Notas:
[1]Surata Al-Mulk; 67: 14.
[2]Surata An-Nahl; 16: 36.
[3]Nahjul Balagha, dissertação Nº 147.
[4] Surata Al-Júmu‘a; 62: 2.
[5] Surata Al-Hadid; 57: 25.
[6] Surata Al-Bácara; 2: 213.
[7] Surata An-Nissá’; 4: 165.
[8] Surata Ál Imran; 3: 37.
[9] Surata An-Naml; 27: 40.
[10] Surata Ach-Chu‘Ará; 26: 193-194.
[11] Surata Al-Bácara; 2: 3.
12] Al-Wahii Al-Mohammad (A Revelação de Mohammad), pelo Seiied Mohammad Rashid Ridá, p.66.
[13] Surata Al-Anbiyá; 21: 5.
[14] SurataAn-Najm; 53: 11 y 17.
15] Surata Al-Jinn;  72: 26-28.
[16] Kashf Al-Murád fi Sharh Tayrid Al-I‘tiqád, p. 217.
[17] Surata Al-An‘Am; 6: 87.
[18] SurataAz-Zúmar; 39: 37.
[19] Surata Yá Sin; 36: 62. [20] O juízo do intelecto neste caso categórico, é por isso que algumas narrações que se referem ao Profeta Job (Aiiub) (A.S.) e o fato de que ele foi perturbado com doenças que causam aversão, bem como contrariar a opinião categórica do intelecto, também contradizem outras narrativas, a este respeito do Imames da Ahl-ul Bait (A.S.). O Imam As-Sádiq (A.S.) narrou: “Por verdadeiro que Aiiub (A.S.), apesar de tudo aquilo com o que foi afligido, não provocava fedor, nem e afetou sua imagem, nem aflorou pus nem sangue de seu corpo, nem se sentia repelido ninguém que lhe observava, nem ninguém que lhe via se espantava dele, nem se apodreceu nenhuma parte de seu corpo. É bem como Deus, Imponente e Majestoso, procede com todo aquele que prova com a aflição de entre Seus profetas e distintos santos; e se a gente se afastou dele foi por sua pobreza, pela debilidade de seu aspecto, e por ignorar sua posição ante Deus, Elevada seja Sua menção” (Al-Jisál, t.1, Os sete capítulos, Hadiz nº 107). É assim que as narrações que contrariam esta questão, não têm base e são recusadas. [21] Tanzih Al-Anbiiá’ del Saiied Al-Murtadá. ‘Ismat Al-Anbiiá’ de Al-Fajr Ar-Rázi. Mafáhim Alcorão do Shaij Ja‘far Subháni, cap.: A Infalibilidade dos profetas. [22] Bihár Al-Anwár, t.70, p.22. [23] Ibid; t.70, p.18, Hadiz 9. [24] Disse o Imam Ali Ibn Abi Talib (A.S.) em referência a este grupo: “Eles são, com respeito ao Paraíso, como quem realmente o está vendo e se encontra gozando no mesmo; e são, com respeito ao Fogo, como quem realmente o está vendo e se encontra no mesmo sendo castigado” (Nahjul Balagha, Dissertação Nº 193, a qual foi pronunciada a pedido de seu colega Hamám). [25] Surata Ál Imran; 3: 42. [26] Surata Ál Imran; 3: 33.

Texto traduzido do livro
La Doctrina Del Islam Shi’ah
A luz de lãs Enseñanzas de Ahl-ul-Bait
(com ellos sea la paz)
Aiatul-lah  Ya’far Subhânî

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