Fraternidade
Rosacruz. www.fraternidaderosacruz.org.
Livreto Introdutório dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. ORA ET LABORA –
SOLVE ET COAGULA. AD ROSAM PER CURCEM: AD CRUCEM PER ROSAM. ORAR E TRABALHAR –
A GRANEL E COALHAR: CURA PARA AS ROSAS – ROSAS PARA A CURA. Por um
Probacionista. Segundo o axioma hermético, “como é acima, assim é abaixo”. Esta
analogia entre o macrocosmo e o microcosmos é uma das chaves através da qual é
possível desvendar os segredos da Bíblia e das demais Escrituras Sagradas de
todos os povos. Todavia devemos advertir que estas condições são relativas e as
características comparativamente estáticas do plano material são apenas um
pálido reflexo das condições dinâmicas dos planos suprafísicos ou internos. As
relações entre o corpo humano e o Cosmos estão presentes nos Mistérios Sagrados
de todos os povos. Tais relações foram elaboradas pelos antigos sábios na forma
de grandes dramas que reproduziam as funções do corpo humano, os atributos
mentais, as qualidades anímicas e a marcha do Sol no firmamento. Todas as
antigas religiões estavam fundamentadas no culto à natureza, o qual em forma
derivada, sobreviveu até os nossos dias como um culto fálico. A adoração das
partes e funções do corpo humano começou no último período da chamada época
Lemúrica. Nesta época o homem era representado pela letra T (Tao); pois a maior
parte da humanidade só possuía os corpos denso, etérico e de desejos. Somente
os precursores, que foram iniciados pelos Senhores de Mercúrio, teriam
desenvolvido a mente nesta época, vindo a ser os Irmãos Maiores da Humanidade.
Sob o ponto de vista meramente histórico, sabemos que Ordens místicas e
religiosas floresceram entre todos os povos antigos, e muitas destas tradições
e ensinamentos foram revividos na Europa durante a chamada Idade Média. Embora
os estudos históricos, rigorosamente falando, não registram o uso do nome
Rosacruz antes do Século XVII, época em que são publicados os primeiros
manifestos, sob o ponto de vista místico a emergência do rosacrucianismo se perde
na noite dos tempos. As Escolas de Mistérios são constituídas por doze Irmãos
em torno de um décimo-terceiro, chamado o Libertador. Este é o protótipo dos
Doze Discípulos em torno de Cristo. O Irmão décimo-terceiro representa a
Consciência Crística ou Cristão Rosa Cruz. O chamado culto ao Sol remonta à
Época Atlante, e também incorporava inúmeros símbolos e rituais do culto da
Época anterior. É interessante notar que esse culto vem sendo transposto, de
uma forma ou de outra, às principais religiões. Os antigos povos costumavam
construir seus templos na forma do corpo humano, ocupando o altar principal a
mesma posição relativa ao cérebro, localizado no extremo ocidental do templo,
enquanto o portal estava voltado para o Oriente, onde nasce o Sol, o doador da
luz. O Templo de Karnak, no Egito; o Tabernáculo no Deserto, dos judeus; as
estruturas religiosas dos sacerdotes havaianos e também a Catedral de São
Pedro, em Roma estão dispostas em forma de cruz. Os sacerdotes da antiguidade
conheciam as relações entre o macrocosmo e o microcosmo e sabiam que conhecer o
homem era conhecer o Universo. Cada estrela no firmamento, cada elemento na
Terra e cada função na natureza, estava representada no corpo humano. Tal
relação entre a natureza e a anatomia oculta do homem (oculta para as massas),
constituía os ensinamentos secretos do Antigo Sacerdócio, que controlava a
população. O simbolismo anatômico desenvolvido para perpetuar tal conhecimento
chegou à cristandade moderna, todavia perdeu a sua chave. A cruz cristã provém
do Egito e da Índia; a tríplice mitra deriva do culto de Mitra; o cajado provém
dos mistérios herméticos egípcios e eleusianos gregos; a imaculada concepção,
da Índia; a transfiguração, da Pérsia; e a trindade dos brahmanes. A Virgem
Maria, como a mãe de Deus, está presente em cerca de doze doutrinas diferentes.
Mais de vinte salvadores do mundo foram crucificados. O campanário da Igreja
descende das pirâmides e dos obeliscos egípcios, e o próprio diabo dos cristãos
lembra-nos o Tifón dos egípcios, com algumas alterações. Manly Palmer Hall
(1901-1990), que dedicou toda a sua vida ao estudo de Filosofia e das Religiões
Comparadas, chegou a afirmar: "Quanto mais nos aprofundamos nos
ensinamentos secretos de todas as épocas, percebemos que, realmente, não há
nada novo abaixo do Sol." Esta chave secreta, que permite decifrar os
mistérios dos símbolos antigos e as relações entre o macro e o microcosmos é o
cerne dos ensinamentos esotéricos, sendo o Rosacrucianismo o herdeiro desta
tradição milenar no Mundo Ocidental. Segundo a Ciência Oculta, toda Escritura
Sagrada está selada com sete selos; ou seja, seu pleno significado requer sete
interpretações completas. É importante compreender que uma Escritura não é
necessariamente redutível à História. Seu significado literal é apenas a ponta
do iceberg. Se nos detivermos neste aspecto avançaremos muito pouco na
compreensão das Escrituras. Um notável exemplo de "Escritura Leiga"
são os dramas atribuídos à William Shakespeare (1564-1616), onde o autor reúne
caracteres de indivíduos de diferentes séculos. O mesmo ocorre com a Bíblia e
as Escrituras Sagradas de todos os povos. Para o pensador profundo a História é
o que menos importa na interpretação de uma Escritura. Sob o ponto de vista
astronômico, Cristo representa o Sol, e seus discípulos os doze signos do
zodíaco. As cenas de seu ministério são descritas entre as constelações. O
relato de seu nascimento, crescimento, plenitude e morte pelos homens se
reporta a precessão dos equinócios. Sob o ponto de vista alquímico, a tempestade
no mar e a fúria dos elementos, nos revelam a vida do Mestre sob um novo
ângulo. A descrição da vida de Cristo, segundo os Evangelhos, coincide com as
vidas de cerca de doze salvadores da Humanidade, porque eles também
personificam mitos astronômicos e fisiológicos. A emergência de tais mitos se
perde na noite dos tempos, procede da mais remota antiguidade, quando os nossos
ancestrais utilizavam o corpo humano como a unidade simbólica, e os deuses e
demônios eram personificados nos órgãos e funções corporais. Alguns escritores
cabalistas representavam a Terra Santa delineada sobre a base do corpo humano,
e exibindo as diversas cidades como centros de consciência do homem. Tal
relação entre o Cosmos e o corpo humano constitui o fundamento dos Antigos Mistérios,
preservados ao longo dos tempos pela tradição Rosacruz. A Ordem Rosacruz é tão
antiga quanto o homem em sua aquisição de inteligência, em sua manifestação
como ser pensante. Ordem Rosacruz deriva das Escolas de Mistérios da Antiga
Lemúria, uma Idade de Ouro, quando os "deuses caminhavam sobre a
Terra". Neste período os precursores da Humanidade, que haviam
desenvolvido o elo mental, foram iniciados pelos Senhores de Mercúrio,
tornando-se os Irmãos Maiores da Humanidade e substituíram tal Hierarquia na
condução dos Mistérios Menores nos períodos posteriores. Desde que recebemos o
elo mental manifestou-se a Filosofia da profunda Ordem Rosacruz para que os que
se capacitavam a penetrar nos Templos. É fácil compreender-se que sendo tão
poucos os que podiam receber tão altos conhecimentos estes se mantivessem
reservados para poderem ser lançados mais tarde, de acordo com os processos
evolutivos da Humanidade. De longínquos tempos galgamos degraus, desde o
aperfeiçoamento da cadeia de veículos, e os que guardam o conhecimento da
evolução humana, do processo que se modifica dia-a-dia, vieram dar à Humanidade
os passos de conhecimentos mais altos e amplos para que cada um pudesse reger
sua própria vida. Se bem analisarmos veremos que a onda de vida humana que atualmente
evolui na face da Terra ainda divisa os primórdios da regência de sua vida,
dando os primeiros passos para chegar a tal conquista. A Ordem Rosacruz,
guardiã dos desígnios dos destinos humanos e do mundo, conhecedora dos passos
que seguimos tem trabalhado ao longo de várias Eras pela expansão de
consciência e desenvolvimento anímico da Humanidade. No passado, a Ordem
preparou o trabalho que se desenvolveria nas eras vindouras treinando aqueles
que haviam compreendido que a Terra é um grande laboratório de desenvolvimento
anímico e não um fim em si mesmo. Tais seres prepararam o advento do Cristo
Cósmico. A Eterna e Invisível Ordem Rosacruz é uma estrutura espiritual, e seu
campo de possibilidades transcende a compreensão a compreensão do homem comum.
Todavia ao se manifestar no plano físico sua esfera de atuação é demarcada
segundo determinados objetivos. A missão da Ordem não é perpetuar as formas de
suas manifestações temporais, mas conduzir à Catedral da Alma ou Santuário
Interno, que transcende as suas manifestações temporais. Coube a Ordem Rosacruz
a preparação do advento do Cristo Cósmico. No Egito surgiu Akhenaton, o Arauto
do Cristo Cósmico, que veio restaurar a cadeia de transmissão dos Ensinamentos
Secretos de Todas as Eras. Entre os Essênios o Mestre Jesus preparou os
veículos que serviriam ao Cristo Cósmico, a Encarnação do Verbo, o Supremo
Mestre dos Mistérios Maiores ou O Grande Libertador. Cristo salvou o mundo e
proporcionou-nos os meios com uma cadeia de doze veículos, desde o corpo humano
ao divino para que a Terra pudesse resistir ao impulso do materialismo. Nosso
mundo foi penetrado por Cristo Jesus. O Raio Cósmico de Cristo penetrou a
consciência do homem-santo Jesus. Assim o divino amalgamou o puro e formou uma
alquimia pela qual o mundo entrou no equilíbrio necessário. Durante o
ministério de Cristo, Hiram Abiff, Iniciado dos Mistérios Antigos, reaparece
como um dos caracteres bíblicos, recebendo a Suprema Iniciação Cósmica
atingindo a consciência crística e tornando-se C.R.C. Tal iniciação está
alegoricamente representada pela Ressurreição de Lázaro. Posteriormente
reaparece no Século XIV inaugurando um novo ciclo na História Oculta da
Humanidade. Nesta época reúne doze Adeptos de nossa própria onda de vida,
capazes de substituírem outras Hierarquias no trabalho das Escolas de Mistérios
inaugurado pelos Senhores de Mercúrio. Por isso é considerado o Fundador da
Ordem Rosacruz, embora o seu protótipo já existisse desde os tempos
pré-cristãos. Sua manifestação como C.R.C. é narrada na alegórica história do
Pai C.R.C., descrita na Fama Fraternitatis, o primeiro manifesto Rosacruz,
atribuído a Johan Valentin Andréas (1586-1654) e publicado em Kassel, Alemanha,
em 1614. Convém mais uma vez sinalizar que tal obra assim como os dramas atribuídos
a William Shakespeare e as Escrituras Sagradas não pertencem propriamente ao
registro da História, mas si m ao registro da Escritura. Isto não significa que
os personagens descritos nas Escrituras ou que o Fundador de Nossa Venerável
Ordem, não tenham existido ou se manifestado em forma física. III. O Nome da
Rosacruz O nome Rosacruz tem sido também objeto de controvérsias. Alguns
advogam que a palavra Rosacruz provém do símbolo da rosa e da cruz enquanto
outros sustentam que tal simbolismo seria apenas um símbolo velado para um
significado mais profundo da Ordem. A imagem à direita é o Símbolo da Alquimia,
matéria Rosacruz que será aqui focalizada, mais adiante). Godfrey Higgins
(1772-1833) acreditava que a palavra Rosacruz não derivava da flor, mas sim da
palavra Ros, que significa orvalho. Também é interessante notar que a palavra
Ras significa sabedoria , enquanto a palavra Rus é traduzida como dissimulação.
Não há dúvida que todos estes significados contribuíram para o simbolismo
Rosacruz. Arthur Edward Waite (1857-1942) concorda com Goddfrey Higgins que o
processo de formação da Pedra Filosofal com a ajuda do orvalho está relacionado
ao significado da palavra Rosacruz. Manly Palmer Hall acrescenta que “é
possível que o orvalho se refira a uma misteriosa substancia dentro do cérebro
humano, intimamente relacionada com a descrição dada pelos alquimistas do
orvalho que, caindo do céu, redimia a terra. A cruz é o símbolo do corpo
humano, e os dois símbolos juntos – a rosa e a cruz – significam que a alma do
homem é crucificada sobre o corpo, onde é presa por três pregos.” Isso tem
significado alquímico secreto, pois a Ordem Rosacruz tem função alquímica de
fundamental importância para a evolução dos seres pensantes animados,
individualmente e nesse processo como um todo. Falemos, portanto, algo sobre a
Alquimia, essa antiquíssima ciência mística. O significado etimológico do termo
árabe al-kimiya, provém do egípcio kême, que significa terra negra, e muitos
historiadores tentaram descobrir neste termo o significado da tão procurada
matéria-prima dos alquimistas. Da mesma forma tentaram encontrar analogias com
a derivação da raiz grega chymia, que significa fundir ou derreter. A Alquimia
também foi considerada como una espécie de proto ciência anterior à Química e à
Física. A Alquimia transcende o somatório de todas as interpretações que sobre
ela se dão. Seu esplendor remonta a época Atlante, passando dali antes do
dilúvio mitológico, a formar parte do conhecimento secreto de monges, eruditos e
escribas de diversas partes do planeta. As primeiras referencias escritas
devidamente documentadas nos conduzem a China. Segundo Mircea Eliade
(1907-1986), “a Alquimia chinesa originalmente foi de caráter mais espiritual
que operativo. Os místicos chineses a través de sua prática, buscavam alcançar
a iluminação e a imortalidade. Neste período o ouro não tinha realmente um
valor econômico, na China e a alquimia estava voltada à sacralidade”. Do Egito
procede a Doutrina Hermética sintetizada na Tábua de Esmeralda, cujas linhas se
converteram em axioma e fundamento de toda a herança esotérica do Oriente e do
Ocidente. É verdade, sem mentira, certo e muito verdadeiro. O que está abaixo é
como o que está acima, e o que está acima, é como o que está abaixo, para realizar
o milagre de uma só coisa. E como todas as coisas vieram e vem do Uno, por
mediação do Uno, assim todas as coisas nasceram desta coisa única por adaptação
(...). Este texto e outros tratados que circularam sob o título de "Corpus
Hermeticum" corporificaram entre os séculos II AC e IV DC., uma série de
ideias e ensinamentos com um princípio comum, que identificava o Bem com o
Conhecimento, convertendo em matéria religiosa a busca do supremo e verdadeiro
Saber que desvela os segredos do Universo. O "Mutus Liber", célebre
texto medieval, proclama o modus operandi do alquimista: "ora, lê, relê,
trabalha e encontrarás". O monge beneditino Basílio Valentin (1394-1450),
nos diz em seu tratado "As Doze Chaves da Filosofia" que " (...)
a pedra dos antigos, proveniente do céu, para a saúde e consolo dos homens
neste vale de lágrimas, é como o tesouro terrestre mais precioso e, a meu
parecer, também o mais legítimo”. O primeiro trabalho do alquimista
rosacruciano consiste em encontrar a Matéria Prima, formada de uma ou mais
matérias, as quais como todo ser vivo, estão compostas por três princípios
denominados simbolicamente Enxofre, Mercúrio e Sal. O trabalho físico do
alquimista se fundamenta no Solve et Coagula, ou seja, Separe e Una, porque
através da Grande Obra, o hábil operador separa suas matérias em seus
princípios essenciais para purificá-las e uni-las novamente dentro de seu ovo
filosófico (vasos químicos) em um ciclo de continua purificação e
aperfeiçoamento com a ajuda de seu Atanor (Forno Alquímico). Através deste
processo de aperfeiçoamento passa por diferentes fases identificadas
simbolicamente com os seguintes nomes: Trabalhos de Hércules, Mercúrio,
Saturno, Júpiter, Lua, Vênus, Marte e Sol. Durante esta grande cocção e a
medida que a matéria se transforma e purifica, se cumprem duas etapas
particularmente importantes, aquela do Diamante (Pedra Branca) e finalmente a
do Rubi (Pedra Roja) da qual sairá a Pedra Filosofal. Alquimista Rosacruz, por
J. A. Knapp O alquimista rosacruciano é um hábil assistente da natureza pela
Graça de Deus. Seu Laboratório, o lugar onde labora e ora, é um lugar de suma
importância e de caráter eminentemente místico. Através dos processos de
dissolução, putrefação, destilação, sublimação, conjunção, fixação e
lapidificação, reproduzem os ciclos e procedimentos da natureza. O Laboratório
tem três dimensões: O Universo, propriamente dito, o seu Corpo e o seu Sanctum,
onde se recolhe e realiza seus experimentos expandindo a sua consciência. A
Pedra Filosofal é elaborada no corpo físico do homem, o laboratório do Espírito
que contém todos os elementos necessários para produzir este elixir da vida. É
o próprio alquimista que se torna a Pedra Filosofal. O sal, o enxofre e o
mercúrio, emblematicamente contidos nos três segmentos da coluna vertebral que
controla os nervos simpáticos, motor e sensorial, são governados pelo Fogo
Espiritual Espinhal de Netuno, constituindo os elementos essenciais no processo
alquímico. Seguindo a antigas fórmulas herméticas os alquimistas da Idade Média
buscavam atingir as três metas desta magna ciência que eram: o elixir da vida,
a pedra filosofal e a transmutação dos metais. O elixir da vida era uma
misteriosa essência capaz de curar todas as enfermidades e conferir a
imortalidade. A pedra filosofal era o misterioso rubi -diamante ou o
sangue-diamante, a pedra do homem sábio, que conferiria conhecimento e regência
sobre todas as forças da natureza. A transmutação dos metais era o segredo da
regeneração, a transmutação de todos os valores corruptos da vida. É claro, que
a alquimia era uma química divina, o segredo do aperfeiçoamento da vida através
das disciplinas de sabedoria. A pedra filosofal simboliza a vida interna
purificada do indivíduo, sua própria alma diamantina. Aquele que aperfeiçoa sua
própria alma adquire a Pedra Filosofal. A luminosa aura anímica do ser humano
iluminado é o diamante simbólico. Aquele que o adquire alcança a sabedoria
divina. O laboratório é a vida, a retorta alquímica é o corpo do próprio
alquimista, e o misterioso processo que acontece neste forno representa a
transmutação dos elementos básicos da vida, mediante a vivencia da divina arte.
O forno dos alquimistas era o corpo humano. O fogo que ardia nele, estava na
base da espinha dorsal, pela qual ascendiam os "vapores" para reunir-se
logo e serem destilados no cérebro. Este foi um sistema secreto levado a Europa
do longínquo Oriente, onde se cultivou durante séculos a mais elevada forma de
religião. Manly Palmer Hall chama estas verdades ocultas de princípios da
espiritualidade operativa para distingui-las da moderna religião que está
formada inteiramente de teorias especulativas. Reportando-se a suas próprias
palavras, “As pessoas não imaginam que a religião é fisiológica, nem acreditam
que sua salvação depende inteiramente do uso científico dos elementos e forças
internas de seus próprios corpos; porém a despeito de tudo isso, pode ser dito
o contrário; tal é o caso.” “Segundo os Evangelhos, Pilatos colocou um letreiro
na cruz de Cristo com as palavras: "Iesus Nazarenus Rex Judaeorum" e
isto é traduzido normalmente como "Jesus de Nazaré, o Rei dos
Judeus". Mas, a iniciais INRI colocadas sobre a cruz representam os nomes
em hebraico de quatro elementos: Iam, água; Nour, fogo; Ruach, espírito ou ar
vital; e Labe Shah, terra. Esta é a chave oculta do mistério da crucificação,
pois ela simboliza, em primeiro lugar, o sal, enxofre, mercúrio e azoto, que
foram utilizados pelos antigos alquimistas para fazer a Pedra Filosofal, o
solvente universal, o elixir vitae. Os dois "is" (Iam e labeshah),
representam a água salina lunar: a - em um estado fluídico que contém sal em
solução; b - o extrato coagulado desta água: o "sal da terra"; em
outras palavras, os sutis veículos fluídicos do homem e seu corpo denso. N
(nour) representa o fogo em hebraico, e os elementos combustíveis, entre os
principais o enxofre e o fósforo, são muito necessários à oxidação, sem os
quais o sangue quente seria impossível. O Ego, sem esta condição de calor no
sangue não poderia funcionar no corpo, nem conseguiria uma forma de expressão
material. R (Ruach) é o equivalente a espírito em hebraico, isto é, o Azoth dos
alquimistas, que funciona na mente mercurial. Assim, as quatro letras INRI,
colocadas sobre a cruz de Cristo, de acordo com o relato dos Os Evangelhos representam
o homem composto, ó Pensador, no momento de seu desenvolvimento espiritual,
quando começa a se libertar da cruz de seu veículo denso. Ampliando mais a
elucidação deste ponto, notamos que INRI é o símbolo do candidato crucificado
pelas razões seguintes: Iam, a palavra hebraica para água, o fluido ou elemento
lunar, que constitua a maior parte do corpo humano (cerca de 87% ). Esta
palavra é também o símbolo dos mais sutis veículos fluídicos do desejo e da
emoção. Nour, a palavra hebraica para fogo, é a representação simbólica do
calor produtor do sangue vermelho, que está carregado de ferro, fogo e energia
do marcial Marte, e esse sangue é visto pelo ocultista como um gás circulando
pelas veias e artérias do corpo humano infundindo-lhe energia e ambição, sem as
quais não haveria progresso espiritual nem material. Também representa o
enxofre e fósforo necessários para a manifestação material do pensamento, como
já foi anteriormente mencionado. Ruach, a palavra hebraica para indicar o
espírito ou ar vital, é um símbolo excelente do Ego envolvido pelo ente
mercurial, que torna o ser humano homem, capacitando-o a controlar e dirigir
seus veículos corporais e suas atividades de uma forma racional. Labeshah, a
palavra hebraica para terra, representando a parte sólida, a carne do homem, e
forma o corpo terrestre cruciforme, cristalizado dentro dos veículos mais sutis
ao nascer e separado deles ao morrer no curso normal das coisas, ou em um
acontecimento extraordinário pelo qual aprendemos a morrer misticamente e ascender
às gloriosas esferas superiores por uns tempos. Este estágio do desenvolvimento
espiritual do Cristão Místico requer uma reversão da força criadora de seu
curso normal, donde normalmente desperdiça energia para satisfazer suas
paixões, uma corrente dirigida para baixo através do tríplice cordão espinhal,
cujos três segmentos são regidos, respectivamente, pela Lua, Marte e Mercúrio,
e donde os raios de Netuno acendem o Fogo Regenerador Espiritual da Espinha
Dorsal. Está consciente elevação coloca em vibração o corpo pituitário e a
glândula pineal, abrindo a visão espiritual. Isto golpeia o sinus frontal, o
que dá início aos efeitos da coroa de espinhos; o latejar da dor à medida que a
ligação com o corpo físico é consumida pelo sagrado Fogo Espiritual, que
desperta este centro de sua milenar letargia, começando a vibrar em direção a
outros centros na estrela estigmatizada de cinco pontas. Elas também são
vitalizadas e todos os veículos iluminam-se com o "Dourado Manto
Nupcial". Então, num arranco final, o grande vórtice do corpo de desejos
localizado no fígado fica livre, e a energia marciana contida nesse veículo
impulsiona para cima o veículo sideral (assim chamado devido aos estigmas da
cabeça, mãos e pés que estão situado s na mesma posição dos da estrela de cinco
pontas), o qual ascende através da caveira (Gólgota) enquanto o Cristão
crucificado lança o grito triunfante: "Consummatum est" (está
consumado), e começa a elevar-se às sublimes esferas siderais ao encontro de
Jesus, cuja vida ele imitou com pleno êxito e de quem, desde então, é
companheiro inseparável. Jesus é seu Mestre e seu guia para o Reino de Cristo,
onde todos estaremos unidos para aprender e praticar a Religião do Pai, onde a
Unidade fundamental de cada um com todos será vivenciada e reconhecida”. Max
Heindel (1865-1919) - Iniciação Antiga e Moderna. O Caminho Rosacruz é um
caminho de Alquimia Espiritual, onde se transmuta a natureza inferior em
superior, onde se tece a alma. O conhecimento que é compartilhado pela Escola
Rosacruz não é um fim em si mesmo, mas um meio do discípulo qualificar-se a
servir amorosa e desinteressadamente à Obra da Criação. Que a Paz seja convosco
e que as Rosas floresçam sobre a vossa Cruz. www.fraternidaderosacruz.org.
Livreto Introdutório dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Abraço. Davi
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