Budismo.
Texto Mestre Hsing Yun. OS CINCO PRECEITOS. A MORALIDADE é o ponto de partida
de todos os bons darmas e o alicerce do crescimento espiritual. Ela se baseia
no reconhecimento de que o eu não tem a primazia e que deve aprender a respeitar
os direitos, os sentimentos e as necessidades dos demais seres
sencientes. As principais obrigações morais ensinadas pelo Buda são os
chamados Cinco Preceitos, que constituem regras ou princípios para
orientar o comportamento. Suas finalidades básicas são:
- EVITAR QUE prejudiquemos outros seres;
- AJUDAR-NOS a criar bom carma, ou mérito, para nós mesmos.
O
CARMA NEGATIVO é invariavelmente gerado pelas más intenções. Sempre que,
proposital ou conscientemente, prejudiquemos outro ser, somos culpados
de agir com más intenções. O Buda ensinou os Cinco Preceitos para nos auxiliar
a superar o hábito de lesar os demais e a nós mesmos com as nossas más
intenções.
Fundamento
da moralidade budista e ponto de partida para o verdadeiro crescimento
do ser humano, os Cinco Preceitos são:
- NÃO MATAR.
- NÃO ROUBAR.
- NÃO MENTIR.
- NÃO TER MÁ conduta sexual.
- NÃO SE ENTORPECER com álcool ou drogas.
PARA
COMPREENDER OS CINCO PRECEITOS. OS PRECEITOS SÃO enunciados na forma negativa, porque o primeiro
passo para o crescimento moral é sempre deixar de fazer as coisas que
prejudiquem outros seres sencientes. Antes de sequer começar a pensar em
como ajudar o próximo, é necessário, antes, parar de prejudicá-lo.
Vamos detalhar, a seguir, cada um desses preceitos fundamentais.
NÃO MATAR. MATAR INTENCIONALMENTE um ser senciente é um modo muito grave de prejudicar alguém. Se possível, devemos evitar matar até mesmo camundongos, pernilongos, formigas e outros animais pequenos. Ao respeitar a menor e mais indefesa criatura, adotamos uma atitude de respeito por todos os seres. Esse tipo de respeito é a base de todos os méritos. Como o budismo é uma religião centralizada na vida humana e, uma vez que o Buda disse ser a vida humana particularmente preciosa, matar outro ser humano é a mais grave forma de matar. Matar um ser humano de propósito é ato gravíssimo, que resulta sempre em carma negativo também muito grave. O mau carma gerado pelo assassinato varia de pessoa para pessoa, pois as circunstâncias que levam à transgressão são sempre diferentes. Um indício da gravidade do homicídio pode ser percebido quando se analisa o que acontece com um monge ou monja budista que venha a matar um ser humano: essa pessoa será expulsa do monastério, não terá permissão para conviver com outros monges e monjas e, com toda a certeza, renascerá no inferno. Essa retribuição não pode ser abrandada, nem mesmo pelo mais sincero ato de arrependimento. Matar um animal ou um inseto também configura uma violação do primeiro preceito, apesar de não ser considerada uma ofensa tão grave quanto matar um ser humano. As sementes nocivas plantadas na consciência quando a pessoa mata animais podem ser erradicadas por meio de atos de sincero arrependimento. A proibição de matar figura em primeiro lugar entre os Cinco Preceitos porque é a menos sutil de todas e, portanto, consiste no alicerce das outras. Quem consegue perceber que matar é errado pode começar a ver que as outras formas de causar dano também são erradas. Observar o preceito que proíbe matar é algo que traz grandes benefícios espirituais, ensinando-nos a praticar a compaixão e a pensar com profundidade nas necessidades e nos direitos dos outros seres. Na verdade, todos os seres são apenas um. Se não conseguirmos respeitar os outros, como poderemos respeitar a nós mesmos? E, sem respeito próprio, como ser dignos de conhecer a nossa natureza búdica? Muita gente pergunta como as plantas devem ser consideradas à luz desse primeiro preceito. Sendo elas seres vivos, não seria errado matá-las? O Buda disse que os animais e os insetos, por terem consciência ou percepção, são muito diferentes das plantas. Em última análise, todas as coisas deste mundo são dotadas de natureza búdica e devem ser respeitadas. Contudo, uma vez que os animais têm consciência, devem ser tratados com especial respeito, pois, como nós, eles também estão em meio à jornada que só se conclui com o despertar completo. Os budistas chineses geralmente dão maior ênfase ao vegetarianismo do que os de outras tradições. O praticante que adota a dieta vegetariana se desassocia totalmente do ciclo de criar e matar animais. O Sutra do Grande Nirvana diz: “Aqueles que comem carne perturbam o desenvolvimento da grande compaixão. Onde quer que andem, parem, se sentem ou se deitem, o cheiro da carne que comeram pode ser sentido por outros seres sencientes, os quais, consequentemente, se amedrontam”. Pessoas que gostam de matar causam repulsa em outros seres vivos, ao passo que aquelas que não gostam de matar atraem para si os outros seres vivos.
NÃO MATAR. MATAR INTENCIONALMENTE um ser senciente é um modo muito grave de prejudicar alguém. Se possível, devemos evitar matar até mesmo camundongos, pernilongos, formigas e outros animais pequenos. Ao respeitar a menor e mais indefesa criatura, adotamos uma atitude de respeito por todos os seres. Esse tipo de respeito é a base de todos os méritos. Como o budismo é uma religião centralizada na vida humana e, uma vez que o Buda disse ser a vida humana particularmente preciosa, matar outro ser humano é a mais grave forma de matar. Matar um ser humano de propósito é ato gravíssimo, que resulta sempre em carma negativo também muito grave. O mau carma gerado pelo assassinato varia de pessoa para pessoa, pois as circunstâncias que levam à transgressão são sempre diferentes. Um indício da gravidade do homicídio pode ser percebido quando se analisa o que acontece com um monge ou monja budista que venha a matar um ser humano: essa pessoa será expulsa do monastério, não terá permissão para conviver com outros monges e monjas e, com toda a certeza, renascerá no inferno. Essa retribuição não pode ser abrandada, nem mesmo pelo mais sincero ato de arrependimento. Matar um animal ou um inseto também configura uma violação do primeiro preceito, apesar de não ser considerada uma ofensa tão grave quanto matar um ser humano. As sementes nocivas plantadas na consciência quando a pessoa mata animais podem ser erradicadas por meio de atos de sincero arrependimento. A proibição de matar figura em primeiro lugar entre os Cinco Preceitos porque é a menos sutil de todas e, portanto, consiste no alicerce das outras. Quem consegue perceber que matar é errado pode começar a ver que as outras formas de causar dano também são erradas. Observar o preceito que proíbe matar é algo que traz grandes benefícios espirituais, ensinando-nos a praticar a compaixão e a pensar com profundidade nas necessidades e nos direitos dos outros seres. Na verdade, todos os seres são apenas um. Se não conseguirmos respeitar os outros, como poderemos respeitar a nós mesmos? E, sem respeito próprio, como ser dignos de conhecer a nossa natureza búdica? Muita gente pergunta como as plantas devem ser consideradas à luz desse primeiro preceito. Sendo elas seres vivos, não seria errado matá-las? O Buda disse que os animais e os insetos, por terem consciência ou percepção, são muito diferentes das plantas. Em última análise, todas as coisas deste mundo são dotadas de natureza búdica e devem ser respeitadas. Contudo, uma vez que os animais têm consciência, devem ser tratados com especial respeito, pois, como nós, eles também estão em meio à jornada que só se conclui com o despertar completo. Os budistas chineses geralmente dão maior ênfase ao vegetarianismo do que os de outras tradições. O praticante que adota a dieta vegetariana se desassocia totalmente do ciclo de criar e matar animais. O Sutra do Grande Nirvana diz: “Aqueles que comem carne perturbam o desenvolvimento da grande compaixão. Onde quer que andem, parem, se sentem ou se deitem, o cheiro da carne que comeram pode ser sentido por outros seres sencientes, os quais, consequentemente, se amedrontam”. Pessoas que gostam de matar causam repulsa em outros seres vivos, ao passo que aquelas que não gostam de matar atraem para si os outros seres vivos.
Tratado sobre a Perfeição da Grande Sabedoria
Não
roubar. NÃO PREJUDICAR
OS OUTROS de nenhuma forma é o fundamento de todos os Cinco Preceitos. Quem
rouba lesa, porque viola o direito de propriedade e a confiança na
integridade do mundo ao redor. Define-se “roubar” como o ato de se apropriar
de qualquer coisa que não seja sua. O dano pode ser gerado por meio de fraude
ou engano, pela remoção física de um objeto pertencente a outra pessoa,
pela escamoteação das leis – seja como for, toda forma de apropriação configura
roubo. Também é roubo tomar emprestado e não devolver, ou devolver o objeto
avariado. Não entregar algo que foi confiado aos seus cuidados como portador,
também é um tipo de roubo. Exemplos disso variam do ato mesquinho de não
entregar um objeto de pouco valor até o ato grave de apropriação da herança
que alguém lhe confiou para que passasse aos herdeiros de direito. O código
budista de conduta moral considera o roubo uma transgressão tão mais
séria quanto maior o valor do objeto tomado. Caso o objeto seja de valor
irrisório, seu roubo é considerado apenas um comportamento “impuro”.
Sementes cármicas são plantadas mesmo pelos menores roubos, mas o comportamento
impuro não é tão sério como o roubo propriamente dito. Roubos menores, categorizados
como ações impuras, seriam, por exemplo, não devolver uma caneta esferográfica,
pegar um envelope sem pedir ou utilizar alguma coisa sem permissão do
dono. O preceito de não roubar é um dos mais difíceis de serem seguidos,
porque todos são tentados a pegar ou manter coisas que não lhes pertencem.
Ficar com o livro de um amigo, levar a toalha do hotel, carregar para casa
material do escritório, utilizar o telefone comercial inadequadamente
e assim por diante, queiramos ou não admiti-lo, são, também, roubo. O sábio
nunca se aferra a nada; portanto, nada se aferra a ele. As pessoas comuns
aferram-se a tudo; logo, ficam aprisionadas às suas ilusões pelo carma e
pela cobiça. De acordo com o Sutra Avatamsaka (Sutra da Guirlanda de
Flores), roubos graves levam ao renascimento em um dos três planos inferiores
da existência. Além disso, assim que o renascimento for como ser humano,
este se dará em condições de pobreza e atormentado pelas necessidades
materiais. O Buda disse: “Ananda, como ignoram a verdade, os seres sencientes
aferram-se aos seus desejos e ocultam sua sabedoria sob o véu de suas ideias
preconcebidas”.
Sutra do Grande Nirvana
NÃO
MENTIR. A DEFINIÇÃO MAIS
simples de mentir é não dizer a verdade. A mentira pode ser também qualquer
tipo de enganação, duplicidade, falsidade, distorção ou informação
errônea. Trata-se de ofensa muito grave, porque viola a confiança das pessoas
e as leva a duvidar de suas próprias intuições. Os principais tipos de mentira
são dois:
- MENTIRA POR OMISSÃO;
- MENTIRA INTENCIONAL.
A mentira
intencional é aquela inequívoca, praticada com o propósito de enganar
alguém. A mentira por omissão é a sonegação de informações com o intuito de
enganar alguém. Os dois tipos são muito graves e ambos geram sério carma negativo.
As mentiras podem ser classificadas em três categorias:
- GRANDES MENTIRAS;
- MENTIRAS MENOS GRAVES;
- MENTIRAS DE CONVENIÊNCIA.
Considera-se
que a pior mentira é alguém se dizer iluminado quando não o é, ou alegar
ter poderes paranormais que não tem. Se esse tipo de mentira for contado
por um monge ou uma monja, a ofensa é ainda mais grave. Mentiras menos graves
são todas as outras. Por exemplo, alguém dizer ter visto algo que não viu,
ou que não viu algo que viu, ou dizer ser falso o que é verdadeiro ou ser
verdadeiro o que é falso. Um exemplo de mentira de conveniência seria
não revelar a um doente terminal a gravidade de seu estado. Ou amenizar
uma verdade para evitar que uma criança sofra um trauma psicológico.
Na mentira de conveniência, importa levar em conta a intenção que nos
inspira e a avaliação que fazemos dessa intenção. Se tivermos certeza
de que causaremos mais bem do que mal com a mentira, não estaremos violando
o preceito. Aquele que mente ilude – primeiramente a si próprio e depois
aos outros. Trata a verdade como se fosse falsa e o falso como verdadeiro.
Confundindo totalmente o verdadeiro e o falso, não consegue aprender o
que é benéfico. Ele é como um recipiente tampado no qual água limpa não
pode ser despejada.
Tratado sobre a Perfeição da Grande Sabedoria
NÃO
TER MÁ CONDUTA SEXUAL.
ENTENDE-SE POR NÃO ter má conduta sexual a prática sexual que viole as
leis e costumes da sociedade. Paralelamente, o incesto e qualquer outra
conduta –sexual (estupro) que lese ou viole os direitos de outra pessoa são
também considerados má conduta sexual. Alguns exemplos de conduta abusiva,
mesmo para pessoas legalmente casadas: ter relações sexuais na hora errada,
no local errado, em excesso ou ter relações insensatas. Na hora errada
significa no fim de uma gravidez normal, em momentos de retiro ou
ocasiões em que estejamos doentes. Locais errados para relações sexuais são
templos, lugares públicos ou à vista de outros. Ter relações sexuais em
excesso significa devotar-se tanto ao sexo que a própria vitalidade se
esgota. Sexo insensato equivale a masturbar-se em excesso, vender o
corpo por dinheiro (prostituição) ou em troca de favores, adotar condutas
sexuais que despertem emoções desarrazoadas (ou seja, emoções que brotem
da cobiça, da raiva ou da ignorância).
NÃO ABUSAR DE DROGAS OU BEBIDAS
ALCOÓLICAS. UMA TRADIÇÃO MAIS literal deste preceito seria: “Prometo abster-me
do entorpecimento e da imprudência resultantes da utilização de drogas
ou da ingestão de bebidas alcoólicas”. Em poucas palavras, o preceito
diz: não se entorpeça. O propósito dele é evitar que façamos ou digamos
coisas estúpidas enquanto nossos sentidos estiverem alterados sob o
efeito de drogas ou bebidas alcoólicas. Os quatro primeiros preceitos
são em si violações morais lesivas, prejudiciais aos outros por natureza.
Já o consumo de drogas ou de bebidas alcoólicas não seria algo intrinsecamente
maléfico, uma vez que é um ato que prejudica mais diretamente o próprio
usuário. Entretanto, o Buda adverte que o consumo dessas substâncias altera
a consciência, tendo como resultado sérios lapsos de discernimento e a
consequente violação dos outros preceitos. O Shastra
Abhidharma-mahavibhasha conta uma história que ilustra como o consumo
de álcool pode levar à violação de todos os outros preceitos. Refere-se a
um budista que se embebedou e decidiu roubar uma galinha de sua vizinha.
Roubou, matou e comeu a ave. Quando a vizinha perguntou se ele tinha visto a
galinha, respondeu que não. A partir daí, o sujeito continuou a devotar-se
à própria ruína, lançando olhares lascivos à vizinha e utilizando com
ela linguagem sexualmente provocativa. A cadeia de eventos que o
levou a quebrar todos os Cinco Preceitos começou com o primeiro drinque.
Se não tivesse bebido, jamais teria plantado tantas sementes cármicas
negativas. Tenho certeza de que todo mundo conhece exemplos piores do
que esse no mundo atual. Ao considerar as consequências da violação do
princípio relativo a drogas e álcool, devemos levar em conta que o budismo
é uma religião de moralidade, autocontrole e sabedoria. Qualquer coisa que
anuvie a mente ou entorpeça a razão inevitavelmente diminui tanto nossa
sabedoria quanto nosso autocontrole. Quem quiser atravessar o grande
oceano do nascimento e morte deve observar os Cinco Preceitos de todo o
coração e com a mente por inteiro.
Sutra Upasaka-shila (Sutra sobre os Preceitos de Upasaka)
A
IMPORTÂNCIA DA MORALIDADE. Quem não dá muita importância à moralidade geralmente acha
que a observância de um código de conduta moral restringe a liberdade.
Nada poderia estar mais longe da verdade. A moralidade não cerceia nossa
liberdade – liberta-nos da ilusão. As correntes cármicas que nos aprisionam
à ilusão só podem ser destruídas por meio de uma vida moral. Em vez de ver a
moralidade como um fardo desagradável, deveríamos considerá-la uma
oportunidade para uma vida mais sublime. É apenas pela moralidade que
nos diferenciamos dos seres dos planos de existência inferiores. Assim
como a serenidade e a compostura são essenciais à meditação, a
moralidade é essencial ao crescimento do ser humano. O objetivo dos
Cinco Preceitos não é oprimir, eles simplesmente constituem uma das três
instruções básicas proferidas pelo Buda sobre a evolução rumo a uma
consciência mais elevada, que são:
- MORALIDADE;
- MEDITAÇÃO;
- SABEDORIA.
Em termos
gerais, a meditação baseia-se na moralidade, enquanto a sabedoria tem
por fundamento a meditação. A moralidade é o alicerce necessário
para a meditação e para a sabedoria. De acordo com o Buda, se seguirmos
os Cinco Preceitos, teremos uma melhora em nossa vida presente e nas futuras,
posto que estaremos plantando as sementes de nosso futuro. Naturalmente,
o êxito na observância dos Cinco Preceitos não é conquistado da noite para o
dia. Leva tempo para a mente iludida se abrir totalmente às grandiosas e
libertadoras expansões de sabedoria que se descortinam quando a mente
começa a compreender os níveis mais elevados. Raras são as pessoas que conseguem
seguir todos os Cinco Preceitos desde o momento em que tomam contato com
eles pela primeira vez. Por isso, o Buda recomendou que, no começo, os princípios
sejam observados de forma gradual. Primeiro, seguindo o princípio de não
matar; em seguida, passa-se a cada um dos outros três, terminando com o princípio
relativo a não abusar de drogas e álcool. A esse respeito, o Tratado
sobre a Perfeição da Grande Sabedoria diz: “Existem Cinco Preceitos. No processo
de aprendê-los, deve-se iniciar com o princípio de não matar e seguir daí
até aprender a seguir o princípio sobre não consumir bebidas
inebriantes. Quando um preceito é observado, diz-se que o primeiro passo foi
dado. Quando dois ou três são observados, diz-se que alguns passos foram
dados. Quando quatro princípios já podem ser observados, diz-se que a maioria
dos passos já foi dada. Quando todos os Cinco Princípios são seguidos, diz-se
que os preceitos foram cumpridos. Nesse processo, devem-se considerar as
inclinações pessoais para decidir a sequência em que se vão aprender os
preceitos”. Sendo a moralidade, a meditação e a sabedoria as três categorias
em que o Buda dividiu seus ensinamentos, são também três as classes de
transgressões contra os preceitos:
- TRANSGRESSÕES DO CORPO;
- TRANSGRESSÕES DA FALA;
- TRANSGRESSÕES DA MENTE..
Os preceitos
de não matar, não roubar e não ter má conduta sexual dizem respeito às
atividades do corpo, ao passo que o de não mentir se associa à fala. Todos os
preceitos têm a ver com a mente, é claro, pois todas as ações e intenções
nascem na mente. Corpo, fala e mente não guardam correspondência exata
com moralidade, meditação e sabedoria, apesar de estarem envolvidos com
as mesmas áreas. Com a moralidade, aprendemos a controlar os atos do
corpo. Com a meditação, aprendemos a controlar a linguagem e a
elaboração de conceitos. Com a sabedoria comum, aprendemos a utilizar a
mente para ajudar o próximo e, simultaneamente, a nós mesmos. No Sutra
do Grande Nirvana, o Buda diz: “Ananda, esses preceitos morais devem passar
a ser seu maior mestre. Observando-os e fundamentando neles a sua prática,
você conquistará o samádhi profundo e a sabedoria que transcende a
tudo neste mundo”. De acordo com o Sutra Sandhi-nirmochana (Sutra
Elucidativo da Profundidade do Irrevelado), levar uma vida moral, seguindo
os Cinco Preceitos, confere-nos dez bênçãos. O sutra diz que, em última instância,
a moralidade nos leva a conquistar o estado de onisciência; a ganhar a
capacidade de aprender como um Buda aprende; a nunca prejudicar os sábios; a
manter os nossos votos; a ter paz; a conquistar o não apego à vida e à
morte; a desejar o nirvana; a ter uma mente imaculada; a chegar ao mais
elevado samadhi, ou concentração; a ter fé firme e resoluta. O Buda sempre
pedia que seus monges se mantivessem calmos e se mostrassem calmos. A moralidade
pode ser concebida como um tipo de serenidade que é muito confortável
para aquele que a pratica. Vivendo de acordo com os Cinco Preceitos, começamos
a nos sintonizar não só com os ensinamentos do Buda, mas também com a pura
mente do Buda interior. A tranquilidade fundada na inspiração que
emana da mente búdica jamais pode ser abalada e sempre se mostrará correta.
Aquele que observa os Cinco Preceitos é sempre superior até mesmo que o
mais rico e poderoso que os viola. A fragância das flôres e da doce madeira
ao longe não pode ser sentida, mas a doce fragância da moralidade em
todas as dez direções será sentida. Aquele que observa os Cinco Preceitos
está sempre alegre e satisfeito e sua boa reputação à distância será conhecida;
seres celestiais amor e respeito por ele sentirão e sua vida neste mundo
será com doce êxtase preenchida. Livro Budismo Significado Profundo. www.templozulai.org.br.
Abraço. Davi.
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