quarta-feira, 19 de julho de 2017

I. CHAVES PRÁTICAS.

Espiritualidade. Texto Sri Prem Baba (1965-  ). Capítulo Sete. I. CHAVES PRÁTICAS. PARA AJUDAR NO APROFUNDAMENTO DOS CONCEITOS tratados neste livro (Propósito – A Coragem de Ser Quem Somos), quero sugerir algumas práticas que servirão para que o conhecimento possa ser realmente integrado ao seu sistema, de forma que os conteúdos presentes nesta obra não se tornem apenas um acúmulo de informações, mas sim uma sabedoria. Quando o conhecimento se transforma em sabedoria, ele deixa de ser um saber da mente e passa a ser um saber da alma, o que significa que ele se transforma numa virtude. De nada serve o conhecimento se não for colocado em prática. Obviamente, a vida proporciona as melhores oportunidades de aplicarmos esses conhecimentos, mas determinadas práticas podem funcionar como verdadeiras chaves que abrem portais para novas compreensões e insights sobre o seu processo evolutivo. A prática permite que você esteja mais preparado para atravessar os desafios da vida, além de acelerar o processo de purificação da personalidade e, consequentemente, de expansão da consciência. CHAVE PRÁTICA UM – IDENTIFICANDO INSATISFAÇÕES, CONTRADIÇÕES E CRENÇAS. COMO VIMOS, A IDENTIFICAÇÃO ou o reconhecimento das nossas insatisfações – e, em consequência, das nossas contradições internas – é o primeiro passo para a transformação daquilo que não queremos ou não gostamos em nossas vidas. Afinal, somente a partir da identificação da doença é que ela pode ser curada. Esse reconhecimento parece muito simples, porém nem sempre temos clareza em relação às nossas insatisfações, muito menos a respeito de nossas contradições, até porque acabamos nos acostumando com determinadas situações negativas. O objetivo deste exercício é justamente nos ajudar a ter uma maior clareza sobre aquilo que gostaríamos que fosse diferente nas nossas vidas, mas por alguma razão, não conseguimos mudar. Essa clareza nos leva ao reconhecimento das nossas contradições e, consequentemente, das crenças que dão sustentação a elas. EXERCÍCIO. PEGUE UMA FOLHA ou, de preferência, um caderno de anotações e um lápis. Recolha-se em um lugar tranquilo e silencioso. Se isso não for possível, pode ser em qualquer local, desde que você possa estar concentrado. SENTE-SE, FECHE os olhos e silencie por alguns instantes. QUANDO SENTIR-SE PRONTO, abra os olhos e comece a fazer uma lista das suas insatisfações, separando-as de acordo com as principais áreas da vida: relacionamento amoroso, amizade, família, profissão, dinheiro, saúde e espiritualidade. TORNE-SE CONSCIENTE dos sentimentos, emoções e pensamentos. Anote-os ao lado de cada insatisfação, usando apenas uma ou duas palavras. PROCURE LEMBRAR E anotar frases que seus pais ou familiares em geral costumavam dizer quando você era criança e que, por alguma razão, ficaram marcadas. Refiro-me a sentenças rígidas e generalizante sobre como a vida funciona, sobre você ou sobre como as pessoas são. Por exemplo: Você não vai dar certo na vida. Fazer o que gosta não dá dinheiro. Isso é coisa de vagabundo. Tais frases – que, normalmente, são reflexos dos comportamos e das atitudes dos adultos em questão – muitas vezes se transformam em crenças e condicionamentos na mente infantil e, na idade adulta, podem ainda funcionar como vozes internas que influenciam na forma como você age em relação ao mundo e a si mesmo. AO LEMBRAR-SE DE ALGUMAS dessas frases, procure identificar se existe ligação entre elas e as contradições que você pode reconhecer. Procure fazer uma relação de causa e efeito para perceber as crenças que podem gerar essas contradições. Se você conseguiu ter acesso a alguma crença limitante agindo no seu sistema, com base nessa identificação, aprofunde-se mais na observação dos sentimentos, das sensações e dos pensamentos que passam por você ao entrar em contato com isso. FECHE OS OLHOS E OBSERVE as sensações físicas que passam por você ao acessar essas memórias. O que você sente no corpo físico? Pode ser um amortecimento nos braços, um calor, uma aceleração nos batimentos cardíacos (...). Permita-se sentir e observar essa alteração. FAÇA O MESMO EM RELAÇÃO aos sentimentos e pensamentos. O que você sente no corpo emocional? Por exemplo, raiva, vergonha ou impotência (...). Permita-se sentir. O que você pensa nesse momento? Podem ser frases como: Eu não sou amado (a). Não sou bom o suficiente para realizar isso. Você pode apenas observar, mas se for possível  continue tomando nota de tudo e fazendo a relação disso com a insatisfação ou a crença em questão. Nesse ponto, podemos aprofundar mais um pouco: PROCURE SE LEMBRAR DO QUE VOCÊ  tem feito para mudar determinada situação que não lhe agrada. Observe se você está tentando fazer diferente. E se está, quanto esforço tem feito. OBSERVE TAMBÉM QUAIS são os amortecedores que você tem utilizado para manter –se afastado do contato com esses sentimentos. Se precisar, releia o capítulo que fala sobre os mecanismos de amortecimento. Tome nota. CHAVE PRÁTICA DOIS – LIBERANDO SENTIMENTOS GUARDADOS E PACTOS DE VINGANÇA. Conforme estudamos anteriormente, quando você percebe que existem contradições se manifestando através de um padrão negativo que se repete, gerando desconforto e sofrimento na sua vida, isso quer dizer que existe algum pacto de vingança inconsciente atuando no seu sistema. E o que dá sustentação a esse aspecto da natureza inferior são mágoas e ressentimentos – dores que foram anestesiadas e negadas. Cada sentimento suprimido, cada protesto não enunciado e cada lágrima não derramada é um obstáculo para a expansão da consciência, por isso precisamos nos permitir sentir e liberar esses conteúdos guardados. O melhor caminho para chegar a esse vale de sentimentos negados é aprofundar a prática da auto-observação focalizada. Inicie essa prática através de perguntas para si mesmo, como: Até que ponto eu quero me desenvolver? Até que ponto eu quero prosperar e ser feliz? Eu quero de verdade? As perguntas podem variar dependendo da situação e da área da vida em questão, mas a essência desse exercício é permitir-se ouvir as vozes internas (até então inconscientes) que estão o tempo todo dizendo não para aquilo que você conscientemente deseja. Se puder perguntar com honestidade e real disposição para saber a verdade, você verá o não atuando de forma muito concreta. EXERCÍCIO – COLOQUE-SE EM FRENTE A um espelho e olhe bem no fundo dos seus olhos. Permita-se ficar assim por alguns instantes e, em seguida, comece a falar consigo mesmo, dizendo tudo aquilo de bom que você quer para sua vida. Por exemplo: Quero ter um namorado. Quero ter um carro. Quero ter um ótimo cargo na minha empresa. Quero ter uma empresa. OBSERVE OS SENTIMENTOS que vão emergindo ao fazer essas afirmações. Você sente ânimo? Sente vontade de sair logo para realizar essa meta? Ou sente culpa, vergonha, impotência? CONVERSE CONSIGO MESMO dessa maneira por cinco minutos e em seguida feche os olhos e fique em silêncio por um minuto. REPITA ESSE EXERCÍCIO POR alguns dias, de preferência no mesmo horário, talvez pela manhã ou antes de dormir. Quando se aprofunda na prática da auto-observação, você tem a chance de conhecer e dialogar com o general comandante desse projeto de autodestruição, para então compreender o seu plano de vingança. Esse general pode ser o medo, o orgulho, a luxúria ou qualquer outra matriz do eu inferior. E ao identificar quem é esse general, que é um eu sabotador da felicidade em você, procure ouvir o que ele tem a dizer. Dialogue com ele, deixe-o contar por que não quer a felicidade. Ele tem suas razões. No momento em que você consegue ouvir essas vozes inconscientes, é possível que também entre em contato com os sentimentos que estão dando sustentação a elas. Então, um outro exercício poderá te ajudar a liberar os sentimentos que emergem dessa prática: ESCREVA UMA CARTA – em geral, esses sentimentos acabam sendo direcionados a alguma pessoa, seja ela do seu passado ou do seu presente. E, independentemente do que ela representa para você, tudo que sente e pensa – tudo que não disse no passado, tudo que não foi possível expressar naquela época. NÃO ENTREGUE A CARTA – isso poderá piorar a situação energética em questão, e esse não é o objetivo deste exercício. Ao termina-la, guarde-a por alguns dias até que você possa elaborar melhor os conteúdos que vieram à tona. Quando sentir-se pronto, ou seja, quando sentir que os sentimentos já foram liberados, você queima a carta. Esse exercício tem o objetivo de abrir os caminhos para um processo de cura, de forma que você possa ter um vislumbre do que está por trás de determinada situação negativa na sua vida. Trata-se de um exercício de fortalecimento do observador, aquele que vê as nuvens e as deixa passar, sem se identificar com elas. O foco é o momento presente. Você observa e não reage (não associa com o passado nem imagina como seria o futuro). Não importa-se o pensamento é negativo ou positivo. Você deixa ir. Você só assiste e se mantém atento e de coração aberto. CHAVE PRÁTICA TRÊS. TOTALIDADE NA AÇÃO: ASSUMINDO O COMANDO DO SEU VEÍCULO – A fase zero do processo do despertar da consciência diz respeito ao desenvolvimento do que chamo de totalidade na ação, que é a capacidade de estar presente a cada mínimo movimento – a cada pensamento, palavra e ação. É quando nos dedicamos ao desenvolvimento de habilidades como auto-observação e atenção plena, pois, através dessas habilidades, podemos ocupar o nosso veículo (corpo físico, mental e psicoemocional). Quando desenvolvemos a totalidade na ação, começamos a tomar as rédeas da nossa própria vida, pois é a ausência de nós mesmos na condução do nosso veículo que nos leva a agir de forma inconsciente e, por consequência, a cair em círculos viciosos de sofrimento. Somente quando ocupamos o nosso veículo podemos conduzi-lo de forma adequada. Caso contrário, somos levados por impulsos inconscientes. Tais impulsos são majoritariamente destrutivos, pois resultam de traumas e de sentimentos que foram negados e encontram-se congelados no nosso sistema. Portanto, eles refletem aspectos negativos da personalidade, o que também podemos chamar de maldade. Essa maldade ou negatividade, apesar de se manifestar na relação com as outras pessoas, acaba sempre se voltando contra nós mesmos. Isso acontece por causa da lei de ação e reação. Por isso, ao sermos conduzidos por impulsos inconscientes, somos levados a lugares desagradáveis – repetimos padrões negativos que se manifestam por meio de fracassos, perdas, conflitos e diversos tipos de perturbações. Trata-se de um auto sabotagem: traímos a nós mesmos justamente por nossos recursos e habilidades estarem sendo usados por tais impulsos destrutivos. E por não termos consciência de que nós mesmos nos colocamos em situações negativas,  nos sentimos indefesos e fragilizados e passamos a acreditar que somos vítimas e a procurar culpados para os nossos problemas. Assim se inicia o jogo de acusações, que é um dos aspectos que constituem a raiz do sofrimento humano. Isso é o que estamos chamando de círculo vicioso. Quando perceber-se enredado nesse círculo vicioso: ausência – ação inconsciente – negatividade – auto sabotagem – vitimismo – jogo de acusações – sofrimento – ausência – procure cessar qualquer atividade que esteja fazendo, mesmo que seja por apenas alguns instantes. Volte sua atenção para dentro, restabeleça a presença e retome o comando do seu veículo. Nesse caso, você pode fazer uso do anto questionamento: Quem está conduzindo o meu veículo? Quem está usando os meus recursos? Quem está pensando e agindo através de mim? Quem habita este corpo? Quem sou eu? EXERCÍCIO – À NOITE, ANTES DE DORMIR, faça uma revisão do seu dia, desde o momento em que você acordou até o momento em que você está novamente deitado na cama. Observe cada ação até que possa identificar o momento no qual você perdeu a presença, ou seja, o momento no qual você deixou de ocupar o próprio veículo e foi levado por impulsos inconscientes. REPITA ESSE EXERCÍCIO SEMPRE que se perceber ausente, tomado por impulsos. Assim, aos poucos, você vai trazendo para a consciência e identificando o que rouba a sua presença. Pode ser uma situação que te ameaça, um apessoa que te incomoda, uma cena que causa mal-estar, ou qualquer outra coisa. Tome consciência disso e procure identificar qual parte a sua personalidade se identifica e reage a determinado estímulo externo, pois é essa parte que está precisando de cuidado. Você verá que não é difícil discernir quem está no comando do seu veículo. A questão é querer ocupar o corpo e retomar a direção, mas isso envolve desapego. Para haver desapego, é preciso haver escolha consciente, ou seja, é preciso querer e decidir abrir mão do círculo vicioso. Para isso, antes de mais nada, precisamos conhecer os nossos pactos de vingança. O desapego é o que possibilita a escolha, e a escolha possibilita a liberdade. Só podemos ser livres quando temos a chance de escolher conscientemente. E só podemos escolher dessa forma quando estamos no comando do nosso veículo. Ao escolhermos abrir mão de círculo vicioso que se perpetua através da ausência de nós mesmos, invertemos o sentido da energia que estava voltada para a negatividade e criamos um novo círculo, um círculo benigno. Espiritualidade é sinônimo de desapego. Você se torna uma pessoa espiritual quando pode desapegar da história que criou para si mesmo; quando pode abrir mão dos pactos de vingança, da necessidade de fazer justiça com as próprias mãos e das crenças que criou sobre o que é a verdade. No mais profundo, espiritualidade é desapegar do sofrimento. O sofrimento é uma coisa que ninguém quer, mas da qual ninguém abre mão, porque ele gera um senso de identidade. O apego te envelhece, pois você fica preso no passado. A vida se torna muito previsível e sem graça, porque você se apega aos caminhos e às paisagens familiares. E, mesmo estando cansado de determinadas situações, você prefere deixar assim mesmo, porque isso te dá um senso de segurança. O desapego rejuvenesce, porque ele abre novos caminhos que geram a possibilidade de crescimento. Através do desapego, você se renova e expande. Quando perceber-se apegado a uma situação negativa, pergunte-se: Q uem sou eu sem esse impulso de brigar? Quem sou eu sem o ciúme e a insegurança? Quem sou eu sem esse nome e essa história? CHAVE PRÁTICA QUATRO – IDENTIFICANDO E REMOVENDO AMORTECEDORES. Os amortecedores são mecanismos que criamos para fugir do contato com a dor dos sentimentos negados no passado, porém esse é o aspecto mais direto da sua atuação. No mais profundo, os amortecedores são mecanismos de fuga de nós mesmos. Isso significa que através deles perdemos a presença e, consequentemente, o comando do nosso veículo. Por isso a retirada dos amortecedores também é fundamental no processo de retomada da presença. Vimos anteriormente que os vícios e as compulsões são os amortecedores mais óbvios, mas que qualquer coisa pode ser utilizada como amortecedores. Muitas vezes, você não percebe que está usando determinada coisa ou situação como amortecedor. Identificar os amortecedores não é difícil, basta querer. E ao optar por esse reconhecimento, você pode voltar a fazer uso da sua capacidade de auto observação. EXERCÍCIO – LISTA DE AMORTECEDORES: LISTE OS ELEMENTOS (objetos, situações, sentimentos ou emoções) que, no seu dia a dia, funcionam como distrações e roubam sua energia. Exemplos: conversar no WhatsApp, navegar nas redes sociais, falar ou comer demais, encontrar determinada pessoa, ter determinada mania, sentir ciúme de alguém (...). AUSTERIDADE INTELIGENTE: AO IDENTIFICAR ESSES elementos amortecedores, faça uso da austeridade para removê-los. Exemplos: experimente ficar duas ou três semanas sem comer açúcar ou sem tomar café. Caso você se sinta maduro o suficiente, experimente ficar sem nenhum amortecedor. Eu sei que nem sempre é fácil abrir mão de um vício ou hábito, ainda mais quando ele está mantendo uma dor escondida, por isso sugiro que você vá devagar. A remoção dos amortecedores precisa ser cuidadosa, porque muitos entram em desespero sem eles. Procure não impor a si mesmo metas impossíveis. Escolha um deles e remova-o da sua lista por um curto espaço de tempo. CHAVE PRÁTICA CINCO – RECONHECENDO POTENCIAIS. EXERCÍCIO UM: SONHOS INFANTIS – RECOLHA-SE EM um lugar silenciosos com seu caderno de anotações. Sente-se, feche os olhos e faça algumas respirações profundas. VISUALIZE A SI MESMO, quando era criança e procure se lembrar de como você era. SE TIVER VONTADE, coloque uma música que abra seu coração e remeta à sua infância, pois isso pode ajudá-lo a conectar-se com essa lembrança. Aos poucos procure trazer para a memória aquelas coisas que você gostava de fazer. Brincadeiras, jogos, diversões, amigos (...). Lembre-se dos sonhos e desejos que tinha quando era criança. O foco neste exercício são as coisas boas. COM BASE NESSA LEMBRANÇA, faça uma lista dos seus principais sonhos. O que você queria ser quando crescesse? O que você deseja realizar? Essa lista te dá pistas sobre os seus dons e talentos. Procure ver se os seus sonhos enquanto criança têm a ver com a atividade que você escolheu como profissão. Você ainda gosta de fazer determinadas coisas de que gostava antigamente? Você tem dedicado tempo às coisas que gosta de fazer? EXERCÍCIO DOIS – REALIZAÇÕES. LISTE TRÊS  REALIZAÇÕES que você considera sucessos na sua vida. LISTE AS VIRTUDES  que você utilizou para realizar isso. Exemplo: coragem, confiança, entrega, força de vontade, entusiasmo, alegria. LISTE SUAS HABILIDADES e conhecimentos, ou seja, tudo que você aprendeu e estudou. LISTE SEUS DONS E TALENTOS. O dom é o que você fa naturalmente, sem esforço, e o talento é um dom lapidado. CHAVE PRÁTICA SEIS – ORANDO PELO DESPERTAR DO AMOR. A ORAÇÃO É UM INSTRUMENTO muito poderosos que pode e deve ser utilizado por aqueles que estão em busca de cura e expansão da consciência. A oração de uma alma sincera tem um grande poder de cura, tanto individual quanto coletiva. Ao orar com verdade e pureza, você emana ondas de luz eletromagnética que podem ultrapassar os limites de espaço-tempo. Uma das práticas realizadas nos ashrams da linhagem espiritual à qual pertenço, a linhagem Sachcha, é o arati, uma prática de oração através da qual pedimos à divindade que desperte em todas as pessoas e em todos os lugares. Rezamos para que a luz da Verdade alcance o coração de todos aqueles que estão prontos. Estar pronto significa estar aberto e receptivo, ou seja, querendo receber, pois somente assim é possível ouvir o chamado do coração. Nos ashrams (comunidades espirituais) é realizada todos os dias, no início da manhã e no final da tarde, mas também pode ser feita dentro de casa, uma vez por dia ou quando você achar adequado. A principal oração utilizada nesses encontros diários é o seguinte mantra: PRABHU AP JAGO. PARAMITMA JAGO. MERE SARVE JAGO. SARVATRA JAGO. “Deus desperte! Deus desperte em mim. Deus desperte em todos e em todos os lugares”. EXERCÍCIO – REPITA O MANTRA DIARIAMENTE, por alguns minutos. Você pode cantá-lo, fazendo uso de algum instrumento musical, ou apenas usando a voz. Ou ainda pode repeti-lo internamente, em silêncio, enquanto realiza as atividades do seu dia. Ele também pode ser utilizado no início da sua meditação diária, para preparar o campo energético. REALIZE ESSA PRÁTICA por um período de tempo preestabelecido (no mínimo 21 dias) e veja o que acontece. O seu corpo é o seu laboratório. Faça suas experiência. Essas palavras em sânscrito têm um tremendo poder – um poder que não se pode descrever, pois é algo a ser experienciado. Não basta você  acreditar – é preciso experienciar esse poder. Algumas combinações fonéticas sons que ativam determinados núcleos energéticos do nosso sistema. Muitas pesquisas foram feitas nessa área, especialmente no que diz respeito aos antigos idiomas, como o sânscrito. Através da ressonância, esses sons agem sobre os nossos sistemas nervoso, endócrino e psicofísico. Assim como um som que, quando chega a determinada frequência, é capaz de quebrar um vidro, esses sons são capazes de dissolver bloqueios energéticos. Mesmo que não conheçamos o significado dessas palavras, elas agem no nosso sistema e nos levam a viver experiências que a mente não explica. Mas quando conhecemos o significado das palavras, além de ativar e transformar aspectos energéticos, o mantra também se torna uma oração, capaz de ativar e transformar aspectos emocionais. E para fazer essa oração, você não precisa acreditar em nada, nem mesmo em Deus, porque Deus é também uma palavra – uma palavra que procura explicar o Mistério cuja essência é o amor, o Mistério do amor. E talvez você não acredite nem mesmo no amor. Talvez você numa tenha amado. Talvez já tenha sentido uma brisa, algumas notas do perfume do amor, que se manifestou em relação a uma pessoa, alguém que despertou em você um sentimento que não se pode traduzir em palavras, mas que o eleva, lhe proporciona uma abertura e o faz viver coisas que até então não acreditava que pudessem existir. Ao sentir essa brisa, você fica feliz sem razão, você confia sem razão. Você quer ver o bem do outro e torce por ele, muitas vezes sem nem mesmo ter motivo para isso. É algo que desafia a lógica. Ao repetirmos esse mantra, estamos invocando o despertar do amor. No fundo estamos dizendo “acorde, amor”, pois sabemos que ele está adormecido. Quando nos permitimos viver essa experiência na qual entramos em comunhão com o Ser , o nosso coração se abre, e o amor flui generosamente, sem querer nada em troca. Essa experiência se dá num campo que está além da mente e que eu chamo de “Graça”. Sem que possa explicar, de repente você está amando. De repente você está feliz, saboreando a doçura de uma fruta que antes não conhecia. A paz nasce do amor. Ela é um fruto maduro da árvore da consciência. Mas essa árvore precisa ser plantada e cultivada. O silêncio e a repetição de mantras são instrumentos que podem ser utilizados para esse cultivo, porém a experiência da paz, que é o sabor da fruta, não é algo que se pode controlar. A mente não é capaz de controlar essa experiência – ela é um florescimento. Você prepara o campo, planta as sementes e segue cultivando, mesmo sem saber quando a árvores dará frutos. Livro Propósito – A Coragem de Ser Quem Somos. Abraço. Davi.

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