quinta-feira, 17 de março de 2016

Manifestações Populares (13/03 e 16/03) Brasileiras.



Colunista Dora Kramer. "Já começo pedindo licença para nadar contra a corrente. Seja qual for a quantidade de gente que vá às ruas hoje protestar contra o governo e o PT, não são os protestos o fator determinante para os destinos da presidente Dilma Rousseff e seu partido. Não se trata de excluir as manifestações do rol desses fatores, mas de ponderar que o peso é relativo.  De 2013 para cá, sempre que ocorreram protestos houve também a expectativa de que “as ruas” comandassem o rumo dos acontecimentos. O fato de a sociedade se manifestar pesou. Deu vozes e rostos à crescente insatisfação popular captada pelas pesquisas de opinião. Mas o tamanho ou a intensidade dos atos não foi o que determinou o desenrolar dos acontecimentos nesse período. O último deles, por exemplo, realizado em dezembro do ano passado, teve uma participação aquém das expectativas dos organizadores a despeito de já contarem com a adesão dos políticos e partidos de oposição. Interpretou-se, na ocasião, que a adesão menor que das anteriores significava um alento para o governo e sinalizava a perda de força da possibilidade de impeachment. Depois disso o que se viu foi uma verdadeira derrocada nas condições objetivas de sustentação do governo, pautada pelo avanço das investigações do Ministério Público, ações da Polícia Federal e decisões do Poder Judiciário. Nesse meio tempo, entre dezembro e março, não houve protestos de rua e o processo do impeachment esteve paralisado no Congresso por determinação do STF. No entanto, a situação se deteriorou. E pelo andar da carruagem continuará nesse ritmo de ladeira abaixo independentemente da vontade de quem quer que seja: detratores ou defensores do governo. O processo agora é completamente diferente daquele que levou à queda de Fernando Collor, de cunho eminentemente político e, portanto, dependente do respaldo da sociedade. Ainda que por hipótese absurda ninguém aderisse às manifestações convocadas para hoje, o Planalto nem de longe poderia sentir-se aliviado. As ruas, cumpre reiterar, são importantes. Mas hoje determinantes são as delações premiadas dos representantes de empreiteiras, o curso da Lava Jato de um lado e, de outro, as investigações que envolvem Lula da Silva, bem como as decisões que vier a tomar o ministro Teori Zavascki no Supremo. Seja em relação a determinações judiciais de primeira instância ou aos detentores de foro especial, dito privilegiado. Golpes de mão. Qualquer tentativa de mudar o regime de governo de presidencialista para parlamentarista como solução para a atual crise é casuísmo. Golpe de mão. Só há saída decente na lei em vigor: renúncia, impeachment ou cassação da chapa por abuso de poder econômico na campanha eleitoral. Vale lembrar as excelências adeptas dessa via meia-sola, a existência de uma decisão a respeito do assunto datada de 1993 e tomada em plebiscito popular que optou pelo presidencialismo. Fora de qualquer contexto razoável meia dúzia de parlamentares revogar posição assentada por milhões de cidadãos. Se for o caso de propor uma mudança de regime para melhorar o sistema que se faça direito, com rito e tempo previstos. Desse critério de legalidade estrita foge a excêntrica ideia de nomear Lula para um ministério com a finalidade de matar dois coelhos de uma vez: protegê-lo das decisões judiciais de primeira instância e abrir espaço para que ele assuma uma ofensiva governamental de recuperação. Em outras palavras, tomar a frente do governo deixando a presidente em papel decorativo. Um autêntico golpe de mão no mandato de Dilma. http://www.estadao.com.br. Bastante feliz o comentário da senhora Dora Kramer sobre as manifestações populares (13/03) deste domingo. Sem dúvida foram inequivocamente representativas de um país que adota o Estado Democrático de Direito. Mais de 4 milhões de pessoas nas capitais dos 23 Estados da Federação mais o Distrito Federal, além de moradores das cidades do interior saíram as ruas para protestarem. O perfil de ordem e liberdade demonstraram a responsabilidade civil do ato, e a insatisfação do povo com a crise econômica e política que se arrasta desde a última eleição presidencial em outubro de 2014. Implicitamente o desgosto com a condução da recuperação econômica que é  atrapalhada pelo desentendimento político, deu tom as manifestações, dividindo o ato com o desejo de mudanças na direção do país. Apesar de desagradar a maioria dos assinantes do jornal, que viam nas manifestações públicas uma ferramenta para justificar o impeachment, acabaram se decepcionando, pois a explicação dada pela colunistas pautou mais na racionalidade que na emotividade vista, sem desprezar é claro, o alcance das manifestações dos brasileiros. Eles não perceberam que os acontecimentos que decidirão os rumos desse processo já estão colocados na mesa sendo questão de tempo os resultados. O momento é especificamente diferente de (1992) quando do impeachment do ex presidente Fernando Collor. As regras do jogo político já estão colocadas e existem três possibilidades à que o impedimento (perda do mandato) se concretize. Primeiro, a iniciação (autorização) na Câmara dos Deputados do processo. Esse rito é o que tem juridicamente mais legitimidade perante a Constituição Federal. Sendo eminentemente político preenche todos os requisitos legais à deposição do cargo. Quem foi empossado pelo voto deverá, se for o caso, ser destituído pelo voto. Mas, é difícil ser aprovado no plenário da Casa. Para que isso aconteça será necessário o voto de 342 (dois terços) dos 513 parlamentares. Segundo analistas não há previsão à que isso ocorra, pois não existe unanimidade na Oposição para conseguir essa fantástica cifra. Mesmo que a principal sigla aliada o PMDB, forneça votos dos dissidentes à esse intento não chegará ao número requerido. Lembrando também que esse rito na Câmara é apenas para iniciar o processo e não para a (julgamento) impugnação do mandato, que será decidida, caso a Câmara autorize a abertura, pelo Senado Federal. Isso nos moldes da Casa Iniciadora, entretanto com maioria simples dos (41) votos dos 81 senadores da República, membros da Casa Revisora. Contudo, presumo, não será necessário o acionamento dessa Casa que representa os Estados da Federação, para definitivamente fazer o julgamento. Esse processo se findará na Casa que representa o povo brasileiro, não alcançando, prevejo, os 342 votos necessários. Segundo, o julgamento por abuso de poder econômico das contas de campanha da presidente Dilma na eleição passada pelo Tribunal Superior Eleitoral. A denúncia apresentada, é que houve irregularidades e uso de dinheiro das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, suspeitas de desvio de recursos públicos da Petrobras. É o chamado caixa dois (contas não declaradas e contabilidade adulteradas) que é considerado crime eleitoral. Contudo, essas mesmas contas, foram aprovadas pelos ministros do TSE com ressalvas em dezembro de 2015. Os sete magistrados da Corte Eleitoral (cinco homens e duas mulheres) usarão suas prerrogativas baseadas na atual legislação eleitoral vigente, que em alguns casos, suscitam dúvidas e questionamentos. Exemplo o “caixa dois” com legislação nova de 2014, previsto no Código Eleitoral como forma de delito de falsidade ideológica (prestação de declaração falsa). No campo eleitoral está previsto no artigo 350 do Código Eleitoral com pena de cinco anos de prisão (se o documento é público). A expectativa é que se repita o julgamento anterior, revalidando as contas, mesmo havendo elementos novos neste julgado. Juridicamente essa Corte comprovará se as denúncias procedem e se há elementos que sustentem sua ilicitude.  Terceiro, está relacionado a renúncia voluntária da presidente Dilma ao cargo de presidenta da República. Essa é a hipótese menos razoável das três apresentadas estando descontextualizada no momento. Esse ato imagino, seria desconsiderar os eleitores que a elegeram; além de criar um imbróglio político com o Vice Presidente Michel Temer, que nitidamente não tem condições de implementar um governo de conciliação nacional, para enfrentar os graves problemas econômicos que precisamos superar o quanto antes. Portanto, suponho, que a presidente Dilma concluirá o mandato presidencial até (2018) seu término. Nesse ambiente de ansiedade e expectativa surgiu a ideia entre alguns parlamentares de se mudar o regime político brasileiro. Passaria do presidencialismo para o parlamentarismo; isso se daria de maneira simples, sendo editada uma medida provisória que encaminhada ao Congresso Nacional seria apreciada pelo plenário. Esse expediente sugerido não tem base na doutrina e muito menos na jurisprudência brasileira. A mudança de sistema de governo passa por ritos elencados na Constituição Federal, requerendo tempo à sua implantação. É realizado primeiramente um referendum ou plebiscito (consulta popular) para saber a opinião dos eleitores quanto a (parlamentarismo) esse instituto jurídico. Isso é realizado através de um sufrágio universal (voto) onde a população dirá sim ou não à proposição para trocar o regime. Num caso afirmativo, a mudança ocorreria apenas num futuro governo que seria eleito em 2018. Portanto a urgente preocupação deve ser com a mudança dos rumos de nossa economia, trazendo-a novamente para os trilhos do progresso e desenvolvimento, dando assim, alívio e esperança para todos os brasileiros. A confirmação nesta (16/03) quarta-feira do nome de Lula para a Casa Civil do Governo da presidenta Dilma, muda radicalmente o quadro político nacional. A Oposição “enfurecida” se articula para barra seu nome na Justiça, argumentando que essa medida está relacionada a tentativa de impedir que o juiz Sérgio Moro, encarregado da Operação Lava Jato continue condenando os investigados, que tiveram atestadas contra eles denúncias de seus crimes formuladas pelo Ministério Público. O propósito, conforme os Oposicionistas, é pressionar e inibir, o juiz,  à deixar o cargo de condutor da Operação. Lula também, de acordo com a Oposição, se esconde de uma punição direta do juiz, já que adquirindo fórum privilegiado sua denúncia, agora, será levada a cabo pelo Supremo Tribunal Federal. Não sou analista nem pesquisador na área, mas a situação atual da política brasileira fugiu do controle. Parece uma completa desordem e falta de bom senso entre parlamentares e suas siglas. Pra complicar ainda mais, as delações premiadas incriminam desmedidamente políticos, empresários e administradores públicos nas esferas estadual e federal. As instituições representativas da Democracia: Executivo, Legislativo e Judiciário federais estão carcomidas pelas denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. O Judiciário uma instância que julgávamos imune as irregularidades, com as delações e colaborações recompensadas;  estão revelando nomes, supostamente implicados nesse esquema de devassidão política. O presidente do STF Ricardo Lewandowski foi hipoteticamente citado em depoimento do delator senador Delcídio Amaral; esse mesmo magistrado também foi referido pelo ministro Aloísio Mercadante quando esse delator se encontrava preso. É absurdo imaginar que tudo isso ainda são suspeitas que carecem de investigação e comprovação, e fazem um estardalhaço tão grande na mídia e opinião pública. Ontem (16/03) a mídia especulativa nos principais telejornais noturnos, mostrou sua falta de ética e descompromisso com um jornalismo profissional sério e confiável. Enfatizou-se, achei, de maneira desrespeitosa a indicação da posse do Lula como ministro da Casa Civil do Governo Lula. Mostrou-se de forma aberrantemente sensacionalista os antecedentes ocorridos à concretização dessa nomeação que ficou impossível continuar ouvindo. Era claro e evidente o “proselitismo” da maior Rede Televisiva de Comunicação que, contrária a esta atitude Governista; subliminarmente incitou a opinião pública à reação, que acabou se realizando. Ontem a noite em 18 capitais e várias cidades do interior, manifestantes novamente protestaram contra a nomeação do Lula como ministro. Não quero advogar pelo Lula, mas colocar no ar em cadeia de audiência nacional, ligação (grampo telefônico) do Lula à Dilma ocorrida naquela tarde, achei um absurdo descabido. Mesmo que o juiz Sérgio Moro tenha quebrado o sigilo das investigações em relação a denúncia que envolve o ex presidente. Considero desproporcional e arbitrário tal ato do magistrado que, a meu ver, expõe a privacidade de pessoas públicas importantes, criando um mal estar terrível em quem assistia a reportagem. Dá a impressão de que a mídia tem “superpoderes”, pois agindo sem critério razoável divulga informação ainda por ser apurada pelas autoridades judiciais responsáveis pelo caso. É lamentável o que foi visto ontem nos noticiários noturno. Uma noite marcada, penso, por um dos piores momentos do telejornalismo brasileiro. Tal a desconsideração com a vida íntima de pessoas públicas (ex presidente e a atual presidenta da República) ilustres da vida nacional. Um povo irreverente com suas autoridades, terá pouca deferência de outras nações. Lembro aqui o artigo 4º do Código de Ética do Jornalismo brasileiro. Da conduta profissional do jornalista. “O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade, no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação. É dever do jornalista resguardar o sigilo da fonte”. Não consegui terminar de assistir o telejornal, tal o “vandalismo” e tendencioso facciosismo no direcionamento das informações. Uma noite pra ser esquecida, tal o sentimento de vergonha que se deixou transparecer. Vivemos um momento delicado e complicadíssimo na vida política e econômica nacional brasileira, contudo, tenho esperança que superaremos essa crise e voltaremos a ser um país de oportunidades, respeito e amor pelo próximo. Conversando com um astrólogo, que ano passado fez uma palestra à um grupo de pessoas aqui em Brasília, referindo-se ao ano de 2016, disse que, os ânimos se acirrariam entre os Congressistas e Governo. E, nos meses subsequente uma situação de extrema gravidade viria a tona e, parece, que a aguardamos ainda. Situações que estão latente e que devem ser manifestadas. Só depois destes redemoinho, as coisas começariam a voltar a normalidade. Em 2017 teremos o equinócio do Sol com Saturno em Sagitário, e conforme mapas astrais analisados do Brasil, iniciaremos um período de superação e crescimento econômico. Alguns sugerem que um nome desconhecido no cenário político nacional despontará de maneira modesta, serena e firme. Quase imperceptível, mas corajoso e determinado em seu propósito de republicano, democrata e líder singelo. Uma evidência será sua cultura e facilidade em expressão verbal em três idiomas (um deles será o alemão). Temos boas previsões para nosso país, esperemos o desenrolar dos acontecimentos.  Abraço. Davi.

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