Teosofia. Um breve resumo da palestra com o título: A
Teosofia e a Sociedade Teosófica. No início da apresentação comentou-se
os princípios fundamentais da Teosofia. São basicamente quatro os
alicerces que sustentam o Pensamento Teosófico. A fraternidade, a
tolerância, o conhecimento e os mestres. Grosso modo caracterizou-se
esses aspectos. (1). A Fraternidade Universal que é a convivência
equilibrada e agradável entre várias pessoas através do amor demonstrado
pelo próximo e afeto revelado àqueles os quais não se conhece.
Associação ou organização com um objetivo determinado, geralmente
religioso, social, cultural é um dos sustentáculos da “doutrina”
Teosófica. Uma pessoa começando a fase de adepto da Teosofia não precisa
abrir mão de suas (crenças) princípios e valores. A lei do carma e o
sistema evolutivo dos renascimentos não são imprescindíveis nessa fase
de neófito (principiante). Mas há, uma relação simbiótica entre esses
dois sistemas e a fraternidade humana. Stricto Sensu
é difícil concebe-la (fraternidade universal) sem a praticidade e a
razoabilidade dessas duas "realidades" místicas. A Teosofia tem três
grupos de pessoas; os participantes, os iniciantes e os (adeptos)
membros. Pode-se vivenciar os "dois primeiros" estágios (ensinamentos
exotéricos), sem um compromisso de tornar-se um adepto. Inclusive
permanecer nessas fases sem nenhum constrangimento, esperando a evolução
pelo esforço do conhecimento teórico, e a espiritualidade meditativa e
contemplativa como busca do auto conhecimento para a unidade com o Logos
Divino. Um desenvolvimento democrático e de responsabilidade
individual. Um dos pontos altos da Teosofia é a liberdade de expressão
(opinião) e o livre pensamento nas relações e convivências. Existe total
liberdade quanto a prosseguir estudando os fundamentos da Ciência
Esotérica, num ambiente de conhecimento, opinião, aceitação ou rejeição
daquilo que se está propondo. Evidentemente o conhecimento deve conectar
com sua experiência, para de alguma maneira fazer sentido ouvir as
exposições, do contrário, fatalmente o ouvinte desistirá dos encontros,
mesmo que aparentemente demonstre algum interesse. Acho que o pensamento
Teosófico deve ser um entrelaçar da nossa experiência espiritual, com a
diversidade e o desconhecido que sempre estamos vivendo e tentando
compreender. (2). A Tolerância (disposição de admitir nos outros modos
de pensar, de agir e de sentir diferentes dos nossos. Uma das virtudes
mais úteis na vida social) em relação a todas as filosofias e religiões
(ocidentais e orientais) culturas, tradições e costumes de todos os
povos. Uma tarefa difícil pois, tendemos a sobrepor nossos dogmas e
"verdades" como supra valores, recusando confrontar nossa opinião, e não
aceitamos o "outro" em seus pontos de vistas. O olhar ao "desigual" é
de desconfiança e estranheza. Assim é necessário um desprendimento de
nossos (preconceitos) valores morais e éticos para aceitarmos como
normais os diferentes, aprendendo a harmonizar os desiguais (valores do
outro) com os iguais (nossos valores). Mahatma Ghandi
(1869-1948) diz: "A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua,
já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos
senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos". Ghandi
em sua sabedoria admiti, penso, que a verdade em sua totalidade, nunca
será propriedade de um indivíduo ou mesmo de qualquer instituição ou
organização. A verdade como valor absoluto no sentido de posse, é uma
irrealidade, estando num campo da abstração e transcendência. Ghandi
imagina uma verdade, que deve ser buscada não como uma (concepção
alquímica) pedra filosofal ou um elixir da juventude; ideia que os
medievais perseguiram obstinadamente, e segundo tradições supostamente
fidedignas, incluídas em relatos dedutivamente históricos foram
alcançados. Exemplos como Nicolas Flamel
(1330-1418) e Roger Bacon (1214-1294) foram bem sucedidos nessa busca
por riquezas e longevidade, e segundo consta os relatos históricos
ajudaram no que puderam os mais carente, dividindo com eles as riquezas
advindas do conhecimento que adquiriram transformando metais em ouro.
Mas Ghandi
postula a ideia de que todos temos a verdade, entretanto, alguns pagam o
preço espiritual para alcançá-la em sua experiência, e outros,
infelizmente preferem se enganar agindo descompromissadamente,
não querendo reconhecer que para atingir a evolução espiritual da
verdade, precisamos trilhar o caminho da abnegação e do altruísmo; o
desapego do material e terreno, lutando por encontrar o verdadeiro Eu
que se esconde dentro de nossa individualidade interior. Isso passa
inexoravelmente pela fraternidade universal. (3). O conhecimento é um
aspecto que as filosofias e religiões orientais dão prioridade. Procuram
relacionar os conhecimentos a experimentação e investigação científica.
Recorrem à lógica formal e modal (matemática, metafísica, ontologia,
epistemologia e ética) para explicar os fenômenos "ocultos". Nesse
âmbito promovem a análise dos poderes latentes do psiquismo humano e a
averiguação dos mistérios (mineral, vegetal, animal e espiritual) da
natureza. Nesses assuntos é indispensável ser um adepto da Sociedade
Teosófica, e de outras Escolas Modernas de Ciência Oculta. Nosso caso
como principiante é diferente, pois estamos fazendo um estudo a nível de
pesquisa e investigação, ainda sem a pretensão de acessar os poderes
micro e macro do universo, mas adquirindo um perfil e teorias
científicas para, quando chegar esse momento, possivelmente assumir a
posição de um candidato para tal propósito. Isso requer responsabilidade
e dedicação espiritual e mental, sendo sabatinado por um Guru ou
Mestre, que trará a orientação adequada para se percorrer essa Senda
Espiritual. Buda diz: "você é seu próprio Mestre", mas aqui a
admoestação vêm daqueles que estão adiantados no Caminho, com mais
vivencia cognitiva, emocional e sensitiva da espiritualidade, pois
ultrapassaram obstáculos e perigos, assim, evoluíram e fortaleceram seu
Eu Espiritual. É temerário e perigoso tentar acessar o mundo invisível
sem uma consagração pessoal renunciando ao materialismo e apego terreno;
do contrário corre-se riscos de danos irreparáveis na mente, no físico e
no intelecto do "explorador" desses mistérios. (4). Os Mestres são um
assunto que percebi ainda não ter uma unanimidade entre os adeptos da
Sociedade Teosófica. Parece como se diz na linguagem jurídica: falta
"jurisprudência" específica quanto à matéria. Minha opinião pessoal até
onde observei é que realmente "eles" existem. São seres espirituais que
vivem no mundo invisível, mas que recorrentemente manifestam-se no mundo
visível, quando surge alguma necessidade de se aplicar atitudes de
fraternidade e humanidade. Esses Mestre estão ocupados com a luta
espiritual contra os seres de regiões inferiores, que usam seus poderes
para desestabilizar o micro cosmo humano e o macro cosmo universal.
Também trabalham encorajando homens e mulheres que queiram evoluir suas
capacidades intelectual e mentais para o bem da humanidade, ajudando no
dom para desenvolveram todas as criaturas de todos os reinos, assumindo o
desejo pela paz, prosperidade e entendimento entre os povos. Esses
Mestres são espíritos desencarnados, que pedagogicamente se
aperfeiçoaram ao longo dos inúmeros renascimentos, poderiam passar
milhares de anos no Devachan,
ou assumir tarefas de voluntariado fraterno em outro mundo, mas
preferiram permanecer em nosso mundo visível e invisível cuidando da
natureza e incentivando humanos piedosos e dedicados no serviço da
filantropia universal. O livro da Helena P. Blavatsky (1831-1891), Carta dos Hamatmas,
é o ponto de partida para esclarecer e desenvolver este fenômeno. A
maioria das "cartas" contidas neste livro estão em exposição no Museu de
Londres. Se algum dia forem a Londres (Reino Unido) façam uma visita
para comprovar. Esta prova fidedigna traz um peso considerável para o
argumento da autenticidade dos Mestres. "Eles" são "indivíduos" que
passaram por várias encarnações. Foram aperfeiçoados (homens perfeitos)
pela lei (carma) da causa e efeito nos méritos humanos e estão
preparados para ajudar a humanidade em seus mais variados aspectos e
necessidades. Vivem num plano "astral" com aparições "físicas" e
"mentais". Os Mestres poderiam estar viajando pelo cosmo e ajudando
outros "seres" em outros mundos, mas abdicaram desta tarefa para
exclusivamente servirem aos humanos. Localizado ao norte da cordilheira
do Himalaia, o Tibete com suas montanhas, vales e gelo eterno em seus
elevados picos, estendendo-se por um planalto de altitude média de 4.900
metros. Era governado civil e administrativamente pelo Dalai Lama, Tenzin Gyatso (1935- ) até 1950, quando a Administração Central chinesa o destitui do cargo e tomou o controle da região. Fugindo para a Índia com alguns colaboradores e monges budistas, quando tinha 15 anos, encontrou abrigo e exílio para continuar sua nobre missão pela fraternidade e solidariedade entre os povos. Hoje o Dalai Lama mora na cidade hindu de Dharamsala com uma comunidade de budistas tubetanos leigos e vocacionados, onde exerce suas funções espirituais e viaja pelo mundo pregando a paz, tolerância e a compreensão entre os povos. O Tibete é um belíssimo lugar e possivelmente a morada desses Mahatmas, Avatares ou Mestres. Um filme (Seven Years in Tibet. Sete anos no Tibete) de 1998, estrelado por Brad Pitt, do diretor Jean Jacques Annaud,
mostra este cenário enigmático das montanhas deste território sagrado. Supostos relatos (Os Arquivos de Benzin) dão conta que oficiais nazistas estiveram em 1937 no Tibete. O Fuhrer sabia da potencialidade espiritual dessa região, e a grande luta que é travada no mundo invisível para o bem ou o mal da humanidade.
Penso que alguns Mahatmas estejam aqui na América do Sul, em lugares
exóticos de difícil acesso, como a Terra do Fogo, o Monte Roraima na
tríplice fronteira do Brasil, Guianas e Venezuela; o Monte Dedo de Deus e
outros sítios arqueológicos espalhados pelo mundo; auxiliando aqueles
que se dedicam às causas da fraternidade universal. Abraço. Davi.
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