Teosofia. Teosofia ou Sabedoria
Divina. Foi a aula inaugural do Curso de Introdução ao Pensamento
Teosófico ministrada pelo presidente da Sociedade Teosófica no Brasil
Ricardo Lindermann. Foram aulas dadas ao longo do ano de 2014. O expositor fez mestrado sobre Orígenes de
Alexandria (185-254) na Universidade de Brasília - Brasil. Tentarei recordar de
alguns pontos abordados, enumerando para facilitar o acompanhamento do assunto.
(1). A biblioteca de Alexandria no Egito foi (século III) no mundo antigo um
referencial de tradições, culturas e conhecimentos. Com seus mais de 700 mil
rolos de pergaminhos e papiros era fonte de pesquisa e estudos para sábios,
filósofos e cientistas da época. Um filme que sugiro assistam, retrata bem o
ambiente dessa famosa biblioteca. É do cineasta espanhol Alejandro Amenabar
(1973- ) que traz o título de Alexandria ou Ágora estreado no ano de
2009. Conta-se que Orígenes (182-254) de Alexandria foi um dos fundadores e incentivadores
dessa casa mundial dos saberes escritos. Ele era de tradição cristã e segundo
consta difundia os ensinamentos do Mestre Jesus em suas apologias e
dissertações. Orígenes estudou Platão (472 AC 347), Pitágoras (571 AC 497) e
Plotino (472 AC 347) entrando em contato com postulados sobre o Uno, o Logos, a
Consciência Universal, o espírito humano, a alma transcendente e
transmigradora, matéria, substância, forma, reencarnação e outros temas.
Orígenes era de ascendência latina e influenciou em seus estudos (filósofos e
religiosos) importantes "pais da igreja" como: Clemente de Alexandria
(150-215), Inácio (68-107), Policarpo (69-155), Justino (100-165), Irineu
(130-200), Cipriano (200-258) e Agostinho (354-430). A biblioteca de Alexandria
foi alvo de três tentativas de destruição. Primeiro no ano zero de nossa era,
depois no ano de 415 e finalmente o incêndio de 610. Todos estes números
são aproximados. A última investida foi fatal destruindo e dando cabo ao
celeiro das sementes dos saberes da humanidade quase que totalmente, pois seus
papiros e pergaminhos que representavam o acervo bibliográfico foram
pulverizados. O imperador romano do oriente Justiniano (483-565) foi o
responsável por esta abominável selvageria. Os cristãos até o século V tinham
tradições e rituais universalizados interagindo com a natureza e o cosmo onde
eram inseridos como conteúdo do TODO, O ETERNO, a CONSCIÊNCIA UNIVERSAL. Não
interessava para o Império dominante da época (O Romano) cultivar em seus
súditos conceitos contrários ao "monoteísmo" e a autoridade suprema
do Rei - deus. Mas um milagre aconteceu, pois dos milhares de livros escritos
por Orígenes apenas três foram preservados, conservados os princípios dos
academicistas (Platão, Pitágoras e Plotino) da Grécia Antiga comentado e
praticado pelos primitivos cristãos. Os livros remanescentes de Orígenes são
raríssimos, mas estão disponíveis na língua alemã e traduzidos para o português
em pouquíssimas versões atuais. (2). Pitágoras segundo algumas fontes, muito
provavelmente encontrou-se com Sidarta (Budha) Gautama (563 AC 483) ainda bem
jovem. Aprendeu com o "Iluminado" e aplicou estes conceitos em sua
filosofia. O Cristo teve um ministério de 3 anos e meio na região da Palestina.
O Budha pregou por 45 anos sua mensagem nos campos e montanhas da Índia.
Algumas tradições orientais dizem que o Cristo leu quando jovem os escritos do
Budha fazendo algumas ponderações recorrentes. O ensinamento dos dois coincidem
quando você lê o livro O Evangelho de Budha do Yogi Kharishnanda que foi publicado
pela Ed. Pensamentos, aqui no Brasil, em muitos pontos. (3). A Teosofia moderna
tem seu marco inicial estabelecido em 1875 na cidade de Nova Iorque (EUA) com a
Senhora Helena Blavatski (1831-1891). Um livro muito divulgado desta autora é a
Doutrina Secreta onde estar grande parte do arcabouço teórico do ensinamento
atual desta Sociedade. Alguns conceitos principais como a lei de retribuição
(ou carma) são tomados num aspecto científico, pois estão relacionados a
lei da ação e reação onde toda causa produz um efeito. Gálatas 6: 7 "Tudo
o que o homem semear isso também colherá". As beatitudes e os malefícios
em (palavras, obras e pensamentos) que praticamos serão recompensados ou
punidos, (com o atenuante de repará-los) nesta vida e nas outras vidas que
ainda passaremos. Interessante que nesta lógica não há lugar para a
"danação" (inferno) eterna que os cristãos tanto proclamam. Aqui os
delitos são quitados de forma justa para que o peregrino da Senda Espiritual
possa entrar no nirvana (o encontro com a Consciência Universal) em completa
pureza e santidade. A doutrina do inferno como a conhecemos literalmente é
logicamente refutada pela Teosofia. Marcos 7: 47, 48 "E, se o teu olho de
escandalizar. Lança-o fora, melhor é para ti entrares no reino de Deus com um
olho do que, tendo dois seres lançados no fogo do inferno. Onde o seu bicho não
morre e o fogo nunca se apaga". Um Deus que cobra juros eternos de pecados
temporais demonstra brutalidade e desumanidade. Cremos num Deus cheio de amor,
misericórdia e compaixão acima do bem e do mal. Assim a interpretação literal
do versículo não condiz com a compaixão divina, sendo o texto para melhor
compreensão entendido como uma alegoria ou metáfora, carente de um aprofundamento esotérico no panorama da evolução dos seres. (4). Dois pressupostos
definidos o "exoterismo" que é o ensinamento (exterior) tornado
público e aberto para interessados em geral, sendo evidenciados nas
doutrinas e preceitos gerais. Um exemplo do Mestre Jesus em Mateus 13: 13
"Por isso falo por parábolas, porque eles vendo não vêm, e, ouvindo não
ouvem nem compreendem". As multidões ouviam e não entendiam. O
“esoterismo” são os ensinamentos (internos) ocultos e hermético passados apenas
para os iniciados na Senda Espiritual. Daniel 2: 22 "Ele revela o profundo
e o escondido, conhece o que está em trevas e com Ele mora a luz".
Esses são para aqueles que tem compromisso e responsabilidade com aquilo que
ouvem, pois estarão vivendo num estágio mais apurado onde as formas e rituais
dão lugar aos mistérios maiores e comunhão profunda, íntima e transcendente com
o Mestre. Mateus 13: 11 "Porque a vós é dado conhecer os mistérios do
reino dos céus, mas a eles não lhes é dado". Neste ponto mostrou-se o
perigo de adentrar aos "mistérios" ocultos sem orientação adequada.
Há pelo menos 17 aspectos que podem levar o iniciando sem orientação a extremos
perigos como a magia negra, necromancia, espiritismo "barato" e
outras formas do gênero, coisas condenadas veementemente pela Sociedade
Teosófica onde a Senhora Blavatski diz que "estes que percorrem
esses caminhos escusos, aleatoriamente, estão sujeitos aos piores horrores
presentes e futuros tendo possíveis mortes terríveis e fustigamentos físicos e
psíquicos por demônios e seres inferiores malignos". Um alerta que deve
ser considerado com sobriedade. (5). Existe forte influência dos astros
(planetas) em nossas vidas. O princípio da origem encarnada da monada, um
fragmento de átomo cósmico evoluirá para um ser humano e essa, monada, sendo um
feixe de luz dar início através do mineral, planta, animal e o hominídeo a vida
orgânica do indivíduo. O filósofo alemão Gottfried Leibniz (1646-1716) foi quem
primeiro esboçou os postulados da monada. Segundo "ele" uma
substância simples (infinitésimo pequena) indissolúvel e indestrutível. Cada
corpo material localizado no quaternário inferior tem seu ego Inferior. O ego
Superior está em nossa alma localizada na tríade superior. Somos seres
setenários (7 partes) e esbocei somente 2 divisões. Nosso ego está ligado a um
dos astros (planetas) existentes. Isso no campo astral produzindo reações e implicações
em nossa vida presente e nas futuras vidas que teremos. (6). Os orientais
(hindus, budistas, brâmanes e confucionistas) não "entendem" a noção
de (antropomorfismo) um Deus Pessoal. Compreendem um Deus que está em tudo
(panteísmo) e em todos. Colossenses 3: 11 "Mas, CRISTO é tudo e em
todos". Numa partícula de poeira o Elemento Divino está presente, em uma
gota de água ELE se encontra. Num pigmento de uma asa de borboleta ELE é
achado. É contraditório e ilógico para os orientalistas uma redenção substitutiva
à procuração onde outra pessoa deve ser punida em lugar daquele que cometeu o
pecado quitando a dívida por ela, ao contrário os orientais teorizam que a
redenção é feita pelo próprio indivíduo através de um longuíssimo processo de
evolução onde os carmas negativos e positivos influenciarão as futuras
reencarnações. Abraço. Davi.
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