sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Teosofia ou Sabedoria Divina.



Teosofia. Teosofia ou Sabedoria Divina. Foi a aula inaugural do Curso de Introdução ao Pensamento Teosófico ministrada pelo presidente da Sociedade Teosófica no Brasil Ricardo Lindermann. Foram aulas dadas ao longo do ano de 2014. O expositor fez mestrado sobre Orígenes de Alexandria (185-254) na Universidade de Brasília - Brasil. Tentarei recordar de alguns pontos abordados, enumerando para facilitar o acompanhamento do assunto. (1). A biblioteca de Alexandria no Egito foi (século III) no mundo antigo um referencial de tradições, culturas e conhecimentos. Com seus mais de 700 mil rolos de pergaminhos e papiros era fonte de pesquisa e estudos para sábios, filósofos e cientistas da época. Um filme que sugiro assistam, retrata bem o ambiente dessa famosa biblioteca. É do cineasta espanhol Alejandro Amenabar (1973-  ) que traz o título de Alexandria ou Ágora estreado no ano de 2009. Conta-se que Orígenes (182-254) de Alexandria foi um dos fundadores e incentivadores dessa casa mundial dos saberes escritos. Ele era de tradição cristã e segundo consta difundia os ensinamentos do Mestre Jesus em suas apologias e dissertações. Orígenes estudou Platão (472 AC 347), Pitágoras (571 AC 497) e Plotino (472 AC 347) entrando em contato com postulados sobre o Uno, o Logos, a Consciência Universal, o espírito humano, a alma transcendente e transmigradora, matéria, substância, forma, reencarnação e outros temas. Orígenes era de ascendência latina e influenciou em seus estudos (filósofos e religiosos) importantes "pais da igreja" como: Clemente de Alexandria (150-215), Inácio (68-107), Policarpo (69-155), Justino (100-165), Irineu (130-200), Cipriano (200-258) e Agostinho (354-430). A biblioteca de Alexandria foi alvo de três tentativas de destruição. Primeiro no ano zero de nossa era, depois no ano de 415 e finalmente o incêndio  de 610. Todos estes números são aproximados. A última investida foi fatal destruindo e dando  cabo ao celeiro das sementes dos saberes da humanidade quase que totalmente, pois seus papiros e pergaminhos que representavam o acervo bibliográfico foram pulverizados. O imperador romano do oriente Justiniano (483-565) foi o responsável por esta abominável selvageria. Os cristãos até o século V tinham tradições e rituais universalizados interagindo com a natureza e o cosmo onde eram inseridos como conteúdo do TODO, O ETERNO, a CONSCIÊNCIA UNIVERSAL. Não interessava para o Império dominante da época (O Romano) cultivar em seus súditos conceitos contrários ao "monoteísmo" e a autoridade suprema do Rei - deus. Mas um milagre aconteceu, pois dos milhares de livros escritos por Orígenes apenas três foram preservados, conservados os princípios dos academicistas (Platão, Pitágoras e Plotino) da Grécia Antiga comentado e praticado pelos primitivos cristãos. Os livros remanescentes de Orígenes são raríssimos, mas estão disponíveis na língua alemã e traduzidos para o português em pouquíssimas versões atuais. (2). Pitágoras segundo algumas fontes, muito provavelmente encontrou-se com Sidarta (Budha) Gautama (563 AC 483) ainda bem jovem. Aprendeu com o "Iluminado" e aplicou estes conceitos em sua filosofia. O Cristo teve um ministério de 3 anos e meio na região da Palestina. O Budha pregou por 45 anos sua mensagem nos campos e montanhas da Índia. Algumas tradições orientais dizem que o Cristo leu quando jovem os escritos do Budha fazendo algumas ponderações recorrentes. O ensinamento dos dois coincidem quando você  lê o livro O Evangelho de Budha do Yogi Kharishnanda que foi publicado pela Ed. Pensamentos, aqui no Brasil, em muitos pontos. (3). A Teosofia moderna tem seu marco inicial estabelecido em 1875 na cidade de Nova Iorque (EUA) com a Senhora Helena Blavatski (1831-1891). Um livro muito divulgado desta autora é a Doutrina Secreta onde estar grande parte do arcabouço teórico do ensinamento atual desta Sociedade. Alguns conceitos principais como a lei de retribuição (ou carma) são  tomados num aspecto científico, pois estão relacionados a lei da ação e reação onde toda causa produz um efeito. Gálatas 6: 7 "Tudo o que o homem semear isso também colherá". As beatitudes e os malefícios em (palavras, obras e pensamentos) que praticamos serão recompensados ou punidos, (com o atenuante de repará-los) nesta vida e nas outras vidas que ainda passaremos. Interessante que nesta lógica não há lugar para a "danação" (inferno) eterna que os cristãos tanto proclamam. Aqui os delitos são quitados de forma justa para que o peregrino da Senda Espiritual possa entrar no nirvana (o encontro com a Consciência Universal) em completa pureza e santidade. A doutrina do inferno como a conhecemos literalmente é logicamente refutada pela Teosofia. Marcos 7: 47, 48 "E, se o teu olho de escandalizar. Lança-o fora, melhor é para ti entrares no reino de Deus com um olho do que, tendo dois seres lançados no fogo do inferno. Onde o seu bicho não morre e o fogo nunca se apaga". Um Deus que cobra juros eternos de pecados temporais demonstra brutalidade e desumanidade. Cremos num Deus cheio de amor, misericórdia e compaixão acima do bem e do mal. Assim a interpretação literal do versículo não condiz com a compaixão divina, sendo o texto para melhor compreensão entendido como uma alegoria ou metáfora, carente de um aprofundamento esotérico no panorama da evolução dos seres. (4). Dois pressupostos definidos o "exoterismo" que é o ensinamento (exterior) tornado público e aberto para interessados em  geral, sendo evidenciados nas doutrinas e preceitos gerais. Um exemplo do Mestre Jesus em Mateus 13: 13 "Por isso falo por parábolas, porque eles vendo não vêm, e, ouvindo não ouvem nem compreendem". As multidões ouviam e não entendiam. O “esoterismo” são os ensinamentos (internos) ocultos e hermético passados apenas para os iniciados na Senda Espiritual. Daniel 2: 22 "Ele revela o profundo e o escondido, conhece o que está em trevas e com Ele mora a luz".  Esses são para aqueles que tem compromisso e responsabilidade com aquilo que ouvem, pois estarão vivendo num estágio mais apurado onde as formas e rituais dão lugar aos mistérios maiores e comunhão profunda, íntima e transcendente com o Mestre. Mateus 13: 11 "Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado". Neste ponto mostrou-se o perigo de adentrar aos "mistérios" ocultos sem orientação adequada. Há pelo menos 17 aspectos que podem levar o iniciando sem orientação a extremos perigos como a magia negra, necromancia, espiritismo "barato" e outras formas do gênero, coisas condenadas veementemente pela Sociedade Teosófica onde a Senhora  Blavatski diz que "estes que percorrem esses caminhos escusos, aleatoriamente, estão sujeitos aos piores horrores presentes e futuros tendo possíveis mortes terríveis e fustigamentos físicos e psíquicos por demônios e seres inferiores malignos". Um alerta que deve ser considerado com sobriedade. (5). Existe forte influência dos astros (planetas) em nossas vidas. O princípio da origem encarnada da monada, um fragmento de átomo cósmico evoluirá para um ser humano e essa, monada, sendo um feixe de luz dar início através do mineral, planta, animal e o hominídeo a vida orgânica do indivíduo. O filósofo alemão Gottfried Leibniz (1646-1716) foi quem primeiro esboçou os postulados da monada. Segundo "ele" uma substância simples (infinitésimo pequena) indissolúvel e indestrutível. Cada corpo material localizado no quaternário inferior tem seu ego Inferior. O ego Superior está em nossa alma localizada na tríade superior. Somos seres setenários (7 partes) e esbocei somente 2 divisões. Nosso ego está ligado a um dos astros (planetas) existentes. Isso no campo astral produzindo reações e implicações em nossa vida presente e nas futuras vidas que teremos. (6). Os orientais (hindus, budistas, brâmanes e confucionistas) não "entendem" a noção de (antropomorfismo) um Deus Pessoal. Compreendem um Deus que está em tudo (panteísmo) e em todos. Colossenses 3: 11 "Mas, CRISTO é tudo e em todos". Numa partícula de poeira o Elemento Divino está presente, em uma gota de água ELE se encontra. Num pigmento de uma asa de borboleta ELE é achado. É contraditório e ilógico para os orientalistas uma redenção substitutiva à procuração onde outra pessoa deve ser punida em lugar daquele que cometeu o pecado quitando a dívida por ela, ao contrário os orientais teorizam que a redenção é feita pelo próprio indivíduo através de um longuíssimo processo de evolução onde os carmas negativos e positivos influenciarão as futuras reencarnações. Abraço. Davi.    

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