quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Palestra Espiritismo Segundo o Evangelho. Caio Fábio. Parte I.

O pastor Caio Fábio D Araújo Filho (1955-     ) é muito conhecido em nosso país (Brasil), pois não tem compromisso com o cristianismo organizado fazendo um trabalho espiritual independente baseado nos relatos dos quatro evangelhos que mostram a humana e divina pessoa do Cristo. Por esse motivo tem sido alvo de críticas e inveja de alguns líderes espirituais protestantes (evangélicos) conservadores. Também é psicanalista desse modo transita com seus comentários os aspectos freudianos do consciente e inconsciente humano, pulsão, complexo de Édipo, id, ego e superego, transferência, contra transferência. traumas, neuroses, psicoses, transtornos, compulsividades, a terapia psicanalíticas e outros enfoques; dando um embasamento científica ao seu trabalho espiritual de divulgação do evangelho. É iniciador de um movimento espiritual chamado Caminho da graça que tem atraído muitos cristãos cansados do peso da institucionalização sistemática religiosa, que não suportam mais financiar os grandes conglomerados econômicos  cristãos, que cada dia mais consomem fatias maiores de seus salário com os dízimos e ofertas, sem um retorno convincente da aplicação desses vultuosos recurso, seja na assistência fraterna ou na religiosa. Mas como têm um particular modo de fazer suas exposições confrontando o dogmatismo teológico acaba criando situações de animosidade com lideranças exclusivistas, principalmente entre os protestantes fundamentalistas e neo pentecostais. No entanto o assunto que é abordado nessa dissertação sobre o espiritismo parece ter consenso entre as várias facções do protestantismo cristão. Deixo claro aqui que discordo de alguns pontos que o autor pondera, não endossando em sua totalidade os argumentos que ele apresenta. Mas não vou discuti-los agora reconhecendo não ser o âmbito correto. Assim comecemos a análise do Caio Fábio sobre esse tema.   "Espiritismo, em sua essência, é fruto do desejo de se continuar em contato com entes queridos que já faleceram, e também de se alcançar salvação pela autonomia espiritual que as boas obras legam ao homem, numa evolução espiritual em direção à perfeição universal. É também a doutrina baseada na crença da sobrevivência da alma e da existência de comunicações, por meio da meduinidade, entre vivos e mortos, entre os espíritos encarnados e os desencarnados. As raízes históricas do Espiritismo são as mais antigas. Começaram em Gênesis 3: 1
onde houve a primeira sessão espírita do planeta, quando Satanás possuiu a serpente. A médium em questão, dona serpente, foi possuída pelo diabo que usou aquele corpo de animal irracional para compartilhar a sua intenção e o seu desejo, já que os únicos homens existentes tinham contato unicamente com Deus, não podendo, portanto, ser médiuns.
Em sua maioria, as religiões do mundo são basicamente espíritas em sua crença sobre a salvação e sobre o processo através do qual ela acontece. Espiritismo não é apenas um legado cultural africano que se tornou partícipe dentro da cultura brasileira, nem também somente uma religião tachada por esse nome, mas subjaz dentro do hinduísmo, do budismo e até mesmo dentro de algumas expressões do catolicismo romano medieval, e que se transferiu numa herança histórica para algumas doutrinas católicas romanas tais como o purgatório, salvação pelas obras, oração pelos mortos, que nada mais são do que subproduto do pensamento universal espiritualista. Por diversas vezes houve alguns reavivamentos no Espiritismo que foram golpeados de maneira quase mortal. Em Israel, vez por outra, levantava-se um rei, um monarca mais fervoroso, e resolvia extirpar os médiuns e adivinhos da nação. Mas, logo depois da morte daquele rei havia uma proliferação do fenômeno dentro de Israel. O mundo pagão antigo é, fundamentalmente, um mundo espírita e onde quer que não haja a luz do evangelho de Jesus, aí há uma religião espírita. Mas o reavivamento ocidental do Espiritismo, que deu lugar a todo esse crescimento, essa avalanche de pensamento espírita, aconteceu em 1847 com as irmãs Fox, nos Estados Unidos da América. Elas entraram em contato com entidades espirituais em uma casa velha que a família comprara. As duas, uma com onze e a outra com nove anos, brindavam em casa quando o fenômeno se deu. Começaram, então, a ouvir ruídos, vozes, uivos, gargalhadas, e quando deitadas na cama seus cobertores eram puxados. Certa ocasião uma delas sentiu o toque de mão fria em seu rosto, causando-lhes desespero. O fenômeno começou a ser estudado, sem que ninguém conseguisse explicá-lo. Um dia, Kate, a mais nova, resolveu entrar em contato com esse espírito a quem apelidou de “seu pé fendido”, dizendo:
- Seu “pé fendido”, se o senhor está me ouvindo, responda. Vou fazer um barulho e o senhor responde. Ela deu umas batidas e as ouviu de volta. Desse modo, ela criava um tipo de código em que duas pancadas correspondiam à letra a, três pancadas à letra b, e assim por diante. As duas, então, através desse código, começaram a conversar com esse espírito, que se explicou: Estou aqui perseguindo vocês, porque eu era o dono desta casa e me mataram no porão, há muito tempo atrás. Ninguém, nem sequer a polícia, fez nada, e até hoje o assassino não foi descoberto. Por isso, estou reivindicando meus próprios diretos. O nome desse pseudo espírito humano desencarnado era Charles Rosma. As garotas contaram aos pais, estes chamaram as autoridades, foram ao porão da casa, quebraram o cimento e de fato encontraram o cadáver lá, que foi identificado como esse tal de Charles Rosma. A pa rtir dessa descoberta, houve um reavivamento espírita nos Estados Unidos.
Surgiram as sessões e as pesquisas científicas do fenômeno; os médiuns começaram a receber espíritos e, em consequência, houve uma infiltração espírita na Inglaterra através destes médiuns americanos. Os espíritas diziam que o fenômeno do reavivamento na Inglaterra seria, ao mesmo tempo, religioso e científico.
Este reavivamento inglês se esparramou pela Europa e, em meio a tudo, surgiu, na França, Léon Hippolyte D. Rivail, que se tornaria famoso com o pseudônimo de Allan Kardec (1804-1869), dizendo-se a própria reencarnação do poeta celta. Allan Kardec começou então a receber espíritos e, um ano depois de estar trabalhando ativamente como médium, escreveu “O Livro dos Espíritos”. Em seguida fez excursões de propaganda pela Europa falando do Espiritismo. Suas outras obras vieram a partir de 1861, quando ele começou a publicar livros O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, O Inferno, Gênesis, todos escritos de acordo com a perspectiva espírita, é claro. Sendo um homem resistente física, mental e espiritualmente, desenvolveu suas ideias de maneira vigorosa. Fundou a Revista Espírita, um periódico mensal, e ele mesmo assentou as bases da Sociedade Continuadora da Missão de Allan Kardec.
No Brasil, encontramos o Espiritismo em várias facetas. Existe o espiritualismo relacionado à Umbanda, ao Candomblé, à Quimbanda, à Macumba, ou seja, áreas cujas raízes religiosas vieram diretamente dos navios negreiros, da África para o Brasil. Raízes e cultura religiosa que se miscigenaram às ameríndias encontradas aqui em nosso continente e em nosso país, fazendo um sincretismo que mais tarde se tornou tríplice. De início, percebia-se o sincretismo apenas do africano ao ameríndio, e depois à absorção da cultura e da religiosidade popular católica, que é o existente na Bahia, na Igreja do Senhor do Bonfim, e em muitas outras igrejas, onde cada “santo” cristão corresponde a um guia ou um espírito equivalente da própria Umbanda, do Candomblé e dessas religiões sincretizadas. Os seguidores do Espiritismo no Brasil podem ser definidos confessionalmente da seguinte maneira: Eles creem na possibilidade e conveniência de comunicação com entidades espirituais desencarnadas. Creem na reencarnação, doutrina esta que foi mais precisamente coordenada, sistematizada, pregada e ministrada por Allan Kardec. Creem na chamada lei de causa e efeito, que é o equivalente espírita da ideia tradicional hindu da lei do “karma”, isto é, aquilo que o indivíduo faz, ele paga, e se não pagar neste mundo, paga depois, em outras reencarnações. Nada é fortuito e, portanto, tudo quanto o indivíduo faz terá suas implicações em termos de karma - de causa e efeito -, de voltar para pagar suas atitudes. Suas reencarnações serão determinadas pelo bem ou mal que tiver feito, ou seja, serão determinadas no sentido de que o indivíduo viva uma vida melhor ou pior nas futuras encarnações. Admitem também a crença na pluralidade dos mundos habitados, onde cada mundo constitui uma etapa geral do processo espiritual, sendo a Terra considerada o planeta da expiação, ou, a curva da desgraça do próprio universo. Não há distinção entre o natural e o sobrenatural, nem entre religião e ciência. Também não há graça; não há favor. Ninguém pode dizer: “A graça me salvou e eu vou para o céu”, porque a lei do karma diz que tudo quanto eu fiz terá suas consequências, não havendo, por isso, nem perdão, nem misericórdia ou graça. Fica, portanto, desfeito o escândalo da cruz. A cruz que Jesus foi apenas o ato heroico de um homem bom, do espírito de luz mais evoluído que já passou por aqui, sem que houvesse qualquer sentido vicário, expiatório, salvífico. Serviu apenas como exemplo de altruísmo, de bondade, de iluminação. O processo relativo aos indivíduos depende exclusivamente do mérito pessoal acumulado por si mesmos nesta vida, ou em encarnações anteriores. A caridade é a virtude principal, talvez única, e se aplica tanto aos vivos quanto aos mortos, ou desencarnados como eles sempre preferem chamar. Deus, embora existente, é por demais longínquo e se perde na distância incomensurável de
um ponto espiritual que mal podemos vislumbrar. Mais próximos do que Deus, estão os guias, que são os espíritos que se incorporam nos médiuns, importantes nos cultos espirituais, e que os ajudam por amor. Eles, contudo, afirmam a existência de espíritos maus. Jesus Cristo, por sua vez, é visto como grande entidade encarnada, a maior que já veio ao nosso mundo, e o evangelho, na opinião deles, foi interpretado segundo o Espiritismo, no famoso livro de Allan Kardec. As manifestações do Espiritismo segundo os espíritas trazem enfatizam essa doutrina. Os espíritas admitem haver um tipo de espiritismo que eles mesmos chamam de fraudulento. Eusápia Paladino (1854-1918), a mais famosa médium espírita dos seus dias, foi descoberta enganando pelo menos duas vezes. Em suma original, a Sociedade de Pesquisa Psíquica Espírita, que consiste na junção de pensamentos e participação de muitos eruditos espíritas, tem investigado esses fenômenos desde 1882, tendo encontrado apenas dois ou três médiuns acima de suspeita durante um período de 40 anos. A isso, pode-se acrescentar que advogados tão eminentes do Espiritismo, como Sir W illiam Crookes (1832-1919) foi escritor e criador do famoso personagem Sherlock Holmes, Sir Conan Doyle (1859-1930) tenham admitido que não há teste conhecido pelo qual possamos determinar se uma informação vem dos espíritos falecidos e chega até nós realmente genuína, ou se vem através de um espírito maligno, ou ainda através apenas de um médium enganador, lunático ou paranoico. Apesar dessas evidências, eles acreditam haver também Espiritismo Genuíno. E os que postulam tal veracidade, afirmam que os médiuns que mantém contato com esses espíritos evoluídos, são homens essencialmente sinceros, e que esses contatos se dão ou através do fato de esses espíritos entrarem no médium, onde o ego dessa entidade o possui e fala por seu intermédio, ou do fato de serem os médiuns hiper sensitivos, captando assim as vibrações dos espíritos, vendo-os, ouvindo-os, sentindo-os, funcionando apenas como receptores das vibrações desses pensamentos, sem contudo receberem em si os espíritos. São duas as correntes espíritas divergentes. A primeira bastante simples e a segunda mais científica, mais para psicologizada. A meu ver, essas duas situações podem ser verdadeiras, não quanto à origem , mas quanto ao fenômeno, isto é, não que seja um ser humano desencarnado que está mantendo contato com o médium, mas, sim, um outro espírito, um anjo caído ou um demônio. Para mim, porém, é também inegável o fato de que há pessoas que são demoniacamente adequadas e desenvolvidas para receberem essas vibrações. São pessoas que não estão possuídas (estão em si mesmas), mas conseguem ver e ouvir coisas que seres humanos normais e não trabalhados, não operados pelo próprio diabo, não conseguem ver naturalmente. A Posição Bíblica em relação ao Espiritismo. O Espiritualismo, ou os chamados fenômenos espirituais, é visto da seguinte forma: 1. Meio pelo qual alguém consulta um espírito familiar, alguém possuído por demônio adivinhador de pitonisa, como é o caso descrito em I Samuel 28, daquela a quem Saul consultou, ou ainda o de Atos 16.16-18, daquela adivinhadora de Filipos, cujo espírito foi confrontado e expulso em nome de Jesus, por Paulo. 2.  Adivinhação é um outro aspecto do Espiritismo encontrado na Bíblia e é a arte de obter conhecimento secreto, especialmente aquele relacionado com o futuro, por meio quase que exclusivo dentro do alcance de classes especiais de homens. 3. Espíritos familiares são espíritos que supostamente atendiam à chamada daqueles que tinham poder sobre eles. Provavelmente foram chamados de familiares por serem servos, ou seja, fâmulos, pertencentes a famílias, a homens que tinham autoridade sobre eles. São, por exemplo, aqueles espíritos sobre os quais o Espiritismo diz que só baixam em determinado médium, só vêm quando o médium chama, e que só com aquele médium mantém contato. São esses espíritos que a Bíblia chama de familiares, uma expressão hebraica, que por outro lado também significa uma coisa ôca, porquanto se supunha que a voz do espírito talvez viesse do possuído tal qual vinda de uma garrafa, ou por causa do som cavernoso que caracterizava as declarações como se saíssem do chão. O texto em Isaías 29.4 serve como descrição desse tipo de fenômeno: “Então, lançada por terra, do chão falarás, e do pó sairá afogada a tua fala; subirá da terra a tua voz como a de um fantasma, como, como um cochicho a tua fala desde o pó". Li certa vez o livro de uma moça que, há muitos anos atrás em Hollywood, fora discípula de Charles Manson (1934-    ), o assassino de Sharon Tate. Nesse livro, ela conta como era demoníaca e como teve um encontro com Jesus na prisão, o que mudaria por completo sua vida. Descrevendo no livro como o diabo se manifestava através de Charles Manson, ela narra que houve ocasiões em que ele ficava possesso na cozinha de um trailler e sua voz saía do esgoto da pia, embora estivesse absolutamente calado. 4.  A necromancia, ou seja, a consulta aos mortos, é tentativa condenada nas Escrituras justamente porque o indivíduo não mantém contato com morto nenhum, mas, sim, com o próprio diabo. 5.  Encantador, é o sujeito que balbuciava encantamento ou falava sussurros de ventríloquo como se estivesse sob a influência dos espíritos de mortos. É o que normalmente fazem os pajés das tribos indígenas. 6. Bruxa ou bruxo, no hebraico, literalmente quer dizer “aquela ou aquele que sabe”, podendo significar também uma pessoa possuída de um espírito familiar, que mantém contato com um espírito único e a ela afeiçoado. Há muitas passagens nas Escrituras que nos ensinam que a busca aos mortos é proibida, que o Espiritismo causou a destruição de sete nações e que juntamente com outros pecados causou a própria morte de Saul. Através desses ensinos aprendemos que Israel causou a própria morte de Saul. Através desses ensinos aprendemos que Israel corria tanto perigo ao apelar para esse pecado quanto corre a cristandade de hoje. Certa ocasião, eu estava no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro em plena madrugada, andando de um lado para o outro, e enquanto esperava meu avião atrasado para Londrina comprei jornal, revista, lendo-os quase inteiramente. Abri a Bíblia, li bastante e nada de avião. Resolvi entrar numa livraria e vi então, o livro de um pastor a quem conheço de nome. O título era “Evidências Científicas de Que Há Vida Após a Morte”. Era um livro grosso e caro, mas a curiosidade foi maior e acabei comprando para ler no avião. Quase chorei de tristeza. Ele há muito vem caindo devagar, devagar, num liberalismo teológico. E agora, em seu livro cheio de parapsicologia, dizia ser incontestável o fenômeno da reencarnação, usando como justificativa a hipótese, pela qual se faz o indivíduo regredir até à vida intrauterina, e depois a uma existência anterior, e depois a isso, e depois àquilo... Realmente, quase chorei vendo os perigos dessas ideias. Pessoalmente, acho que a mente tem poder. Não sou desse tipo que considera o pensamento como algo indevassável. Os pensamentos que passam pelo nosso cérebro são correntes elétricas. Embora a causa do pensamento seja totalmente abstrata, espiritual, o código final do pensamento, ou seja, o que toca no meu cérebro e transforma o pensamento em palavras é energia, e é código tão legível quanto qualquer outro. Não devemos pensar em orar de boca fechada ou orar em línguas para o diabo não saber o que pensamos. O diabo tem mil maneiras de saber o que pensamos, e a mim não me preocupa o que ele pensa, e sim o que Deus pensa, pois estou coberto e protegido pelo sangue de Jesus. Louvado seja o nome do Senhor! Essa teologia que afirma que o diabo se torna impedido de conhecer nosso pensamento quando fechamos a boca não está em lugar algum das Escrituras. Ao contrário, vemos nelas, pessoas dizendo o que querem dizer. Quando não dizem o que gostariam, não o deixam de fazer por causa do diabo, mas por causa do temor ao Senhor, para não pecarem contra Deus. Devemos saber de uma coisa, no entanto: a mente tem poder. Não há dúvida de que a mente pode produzir alguns fenômenos, há, porém, um limite para isso. A parapsicologia, inicialmente, no interesse de pesquisar alguns fenômenos da mente, acabou tornando-se semi espírita. Como decorrência o que observamos hoje é a espiritualização da parapsicologia, ou a para psicologização do Espiritismo. É uma coisa terrível, pois nota-se que há um limiar perigosíssimo, uma fronteira entre a pesquisa parapsicológica e o Espiritismo de um modo geral, e, por isso, devemos estar muito atentos. A Bíblia também diz que o caráter do Espiritismo é pecaminoso e consiste em tentar descobrir coisas ocultas à parte da revelação divina. Afirma também que o Espiritismo rejeita Cristo, como lemos no Velho Testamento, no livro de Deuteronômio 18.10-15: “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro: nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança diante de ti.” Perfeito serás para com o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa. porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa.“O Senhor teu Deus te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim: a ele ouvirás.” Em outras palavras, Deus está dizendo ao povo que em vez de ouvirem ao Espiritismo, ouvissem ao Grande Profeta -Jesus-, aquele a quem Moisés se referiu. Neste contexto o testemunho dos próprios rabinos é unânime no que diz respeito a entender que ele estava falando do Cristo, do Messias. Então, a contra-proposta ao Espiritismo é fé em Cristo, é ouvir a Cristo, o Grande Profeta. Quem ouve ao Espiritismo não está ouvindo a Cristo, e quem está ouvindo a Cristo não está ouvindo ao Espiritismo. O moderno avivamento do Espiritismo parece ter sido claramente predito em I Timóteo 4.1: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns apostarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios...” Para uma aproximação maior da nossa realidade, colocarei o texto de I Samuel 28.3, descrito através da Bíblia Viva: “Nessa ocasião, Samuel já tinha morrido, e todo Israel tinha chorado a sua morte: Samuel foi sepultado em Rama, que era sua cidade: o rei Saul havia expulsado do país todos os médiuns e adivinhadores. Os filisteus se acamparam em Suném, e Saul e o exército de Israel se acamparam em Gilboa. Quando Saul viu o enorme exército dos filisteus, ficou tremendo de medo e perguntou ao Senhor o que deveria fazer, porém o Senhor não lhe deu resposta, nem por meio de sonhos, nem por Urim, nem por intermédio dos profetas. Então Saul deu ordens aos seus auxiliares que procurassem uma médium, de maneira que ele pudesse perguntar a ela o que fazer. Eles encontraram uma em Eri-Dor, Saul se disfarçou usando roupas comuns ao invés de usar suas vestes reais. Ele foi à casa da mulher, à noite, acompanhado por dois de seus homens. Quero falar com um homem que está morto, pediu Saul. Pode fazer subir o espírito desse homem? O senhor está procurando que me matem, perguntou a mulher. Sabe que Saul mandou matar todos os médiuns e os adivinhadores? O senhor está armando uma cilada contra mim, disse ela. Porém Saul fez um juramento muito sério, de que ele não faria traição contra ela. Finalmente a mulher concordou e disse: A quem o senhor quer que eu faça subir? Faça-me subir Samuel, respondeu Saul. Quando a mulher viu Samuel, ela soltou um grito; O senhor me enganou, o senhor é Saul. Não tenha medo, o rei disse a ela. O que é que você vê? Vejo algo como um Deus que sobe da terra, disse ela. Como é a aparência dele? É um velho envolto num manto. Saul entendeu que era Samuel e se curvou perante ele. Por que me perturbou trazendo-me de volta? Samuel perguntou a Saul. Estou numa dificuldade enorme, respondeu Saul. Os filisteus estão guerreando contra nós, Deus me abandonou e não me responde por profetas, nem por sonhos. Por isso eu chamei o senhor para que me diga o que devo fazer. Porém Samuel respondeu: Por que vem perguntar a mim, se é que o Senhor Deus abandonou a você e se tornou seu inimigo. Ele fez conforme disse que faria. Tirou o reino das suas mãos e o deu ao seu rival Davi. Tudo isto aconteceu a você porque não obedeceu às ordens do Senhor quando ele estava tão zangado com Ameleque. E ainda mais isto: o exército de Israel inteirinho está derrotado e destruído pelos filisteus. Será destruído pelos filisteus amanhã e você e seus filhos estarão aqui comigo. Então Saul caiu estendido no chão paralisado de terror por causa das palavras de Samuel. Também ele estava sem forças devido à fome, pois não tinha comido nada naquele dia. Quando a mulher viu o quanto ele estava perturbado, disse: “Senhor, obedeci as suas ordens com risco da minha própria vida. Agora faça o que eu digo e me permita dar-lhe alguma coisa para comer, de modo que o senhor possa aguentar a viagem de volta. Porém Saul não aceitou. Os homens que estavam com ele confirmaram o que a mulher havia dito. Por fim ele concordou”. Há muita confusão sobre esse texto. Lembro-me que, há muitos anos atrás, um homem era tido e havido por mestre nesse texto de I Samuel 28. Contudo, nunca alguém ouvira o tal homem falar. Ele apareceu na Igreja Betânia, num domingo de manha, e foi fazer um estudo bíblico para os jovens sobre o primeiro livro de Samuel. Quando o homem abriu a Bíblia e começou a expor, a primeira coisa que ele disse foi: “Meus irmãos, não resta a menor dúvida de que a aparição fora de Samuel. A Bíblia diz isso claramente; não há porque duvidar”. E começou a falar e a tentar provar que era Samuel. Rev. Antonio Elias ia passando,
quando ouviu aquilo; entrou, ficou por ali, esperou uma oportunidade para falar e desmentiu tudo quanto o homem havia dito. Depois que o homem saiu, reuniu o povo e esclareceu que não era Samuel, de jeito nenhum. Foi a partir desta ocasião que fiquei muito curioso e interessado em estudar esse texto, pois apesar de saber através de minha mãe que aquele não era Samuel, nunca soubera porque não era. Por sua vez, aquele homem dizia que era Samuel, e também não podia provar porque
era. Os espíritas, da mesma forma, afirmam que é Samuel e tentam provar, e a partir desse mesmo texto justificar sua doutrina da reencarnação e mais especificamente da mediunidade. Levado pelo desejo de conhecer a verdade, durante algum tempo li e reli com muita frequência, meditando sobre o texto". A partir de agora faço algumas ponderações sobre o texto. Os leitores atentos perceberam que o Caio Fábio apesar de não enfatizar em suas prédicas a religiosidade sistematizada do cristianismo, tem uma fala focada nas Escritura Sagrada Cristã. Assim foi nessa primeira dissertação sobre o tema do Espiritismo, e vejo como positivo criando uma expectativa não propriamente sua dos argumentos, mas assumindo contextos bíblicos para embasar seu ponto de vista. Poderia ter pensado o espiritismo num enfoque mais científico relendo-o a luz da psicanálise, não desejou usar também essa investigação pois se o fizesse imagino enriqueceria sua explicação sobre o assunto, fazendo uma ponte (ligação) com os conceitos teológicos que ele dispôs ao longo do texto. Disse na introdução que não concordava com alguns pontos que seriam abordados, e passo sucintamente sobre eles: 1. Senti uma leve crítica ao sincretismo religioso afro brasileiro, sem um momento de explicação. Há um forte preconceito entre os cristãos (protestantes e católicos) de que as religiões afro descendentes (Umbamba, Candomblé e Quimbamba e outras) são todas de Satanás uma mistura dos fetichismos africanos. Portanto expressam os demônios em suas práticas vistas supostamente como feitiçaria e magia negra. Evidentemente precisamos com bom senso discernir o trigo do joio, mas a generalização é temerária em todos os âmbitos. 2. Todas as Escolas de Mistérios  incluindo a Maçonaria, Rosa Cruz e Teosofia discordam que os chamados espíritos guias incorporam médiuns. Esse termo (mediunidade) é duvidoso pois apenas a doutrina espírita costuma mencioná-lo não havendo referência dele nas filosofias ocultas. Assim o que aparece nas sessões espíritas podem ser hierarquias subalternas dos mundos inferiores, enviadas por seres descarnados de outros mundos invisíveis (não humanos) que aproveitam a oportunidade para entrar em contato com aqueles que os invocam. A Teosofia não recomenda esse tipo de prática passiva, e nem que se consulte esses supostos espíritos guias que para todos os efeitos têm procedência incerta, então, inexiste espírito de pessoas mortas que transmitem mensagens para o mundo dos vivos. 3. Caio Fábio critica a doutrina da reencarnação coerente com seu ponto de vista que entende a salvação apenas pela via da redenção cristã (Cristo morreu para salvar toda a humanidade), não pensando que esse processo é realizado em todas as religiões com suas particularidades e doutrinas exotéricas. Interessante que o conceito da reencarnação foi aceito pelo cristianismo até o Concílio de Constantinopla II em 553 quando foi retirado do credo cristão. Como ele citou a lei da reencarnação e a lei do carma são fundamentais nesses outros sistemas de redenção principalmente nas (Budismo, Hinduísmo, Bramanismo, Zoroastrismo) espiritualidades orientais. O Judaísmo e o Islamismo monoteístas tem processos redentivos diferenciados do Cristianismo, não singularizando o sacrifício vicário realizado por Cristo na cruz. Portanto considero que também seja válido no contexto espiritual todos esses outros processo redentivo que buscam pela prática de boas obras e fraternidade humana sua evolução até chegarem a completude com o Eterno Pai. É isso amigos. Continuamos o Texto do Caio Fábio na parte II. Abraço. Davi.

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