quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Soneto da Felicidade.

Soneto da Felicidade.

De tudo ao meu amor serei atento.
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto.
Que mesmo em face do amor encanto.
Dele se encante mais o meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento.
E em seu louvor ei de espalhar meu canto.
E rir meu riso e derramar meu pranto.
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure.
Quem sabe a morte, angústia de quem vive.
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama.
Mas que seja infinito enquanto dure.

Poeta brasileiro Vinícius de Moraes ( 1913-1980)




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