terça-feira, 2 de setembro de 2014

A Tradição dos Mistérios. Parte I.

(C.041) Veremos nesse texto A Tradição dos Mistérios bem como A Ciência Sagrada e sua trajetória (a partir da Idade Antiga) ao longo do tempo. Os Mistérios usados nos primórdios da humanidade eram acessados de formas e maneiras diferentes produzindo conhecimento secreto e revelado. No passado as Sociedades Secretas eram percebidas com normalidade pela população das cidades onde elas se estabeleciam mas como alguns aspectos eram ocultos traziam um peso de coisa proibida. Jâmblico (245-325) em sua obras A Vida de Pitágoras fala desses detalhes pois passou 22 anos no Egito sendo versado pelos Mestres Hierofantes em Magia e Teurgia que eram alguns dos aspectos da ciência oculta. Ele aprendeu os mistérios de Deus com aqueles que estavam próximos dos Seres Superiores que detinham esses conhecimentos secretos. Como o Mestre Jesus disse: "Aquele que crer em mim fará também as obras que tenho realizado, Fará coisas ainda maiores do que estas". Nesses prelúdios uma geração de sábios em várias parte da terra (Egito, Babilõnia, Caldeia, Assíria, Suméria e outras regiões) cultivavam e preservavam esses mistérios. Iniciando nos mistérios aqueles que se dispunham a passaram pelos rigorosos testes e provas que os capacitariam a ingressar nesses grupos de estudos e pesquisas avançados da espiritualidade, religiosidade e ciência oculta. Galileu Galileu (1564-1642) era em sua época um dos frequentadores dessas Sociedades Secretas e contra o dogmatismo teológico vigente propôs com coragem e temor um novo paradigma para o mundo: A Teoria Heliocêntrica. Não era a terra o centro do universo (geocentrismo) como postulado pelo filósofo Aristóteles (384 AC 322) sendo aceito pela Igreja Católica e permanecendo essa teoria quase 2.000 anos até o novo modelo proposto por Galileu. Usou para esse objetivo cálculos matemáticos através da álgebra e geometria mais experimentos visuais com base em aritmética, exponenciais e funções logarítmicas. Galileu foi muito criticado por essa posição assumindo ônus com o Tribunal da Inquisição tendo que retratar-se  publicamente para fugir da prisão e condenação por infringir leis teológicas imutáveis quanto a esse assunto. O método científico moderno começa com René Descartes (1596-1650) que postulando o cogito cartesiano inaugura a ciência moderna dos experimentos e aferições com instrumentos de precisão. Essa ciência moderna é materialista sendo um tipo de fisicalismo que sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar é a existência da matéria. Assim todas as coisas são fundamentalmente compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado das interações materiais. Que a matéria é a única substância. Como teoria o materialismo pertence a classe da ontologia monista que era as teoria filosóficas que defendiam a unidade da realidade como um todo (em metafísica) ou a identidade entre mente e corpo (em filosofia da mente) opondo-se ao dualismo ou pluralismo. Assim as realidades eram separadas uma das outras. O reducionismo é também parte desse novo paradigma cartesiano que afirma grosso modo, que objetos, fenômenos, teorias e significados complexos podem ser sempre reduzidos, ou seja expressos em unidades diferentes, a fim de explicar suas partes constituintes mais simples. A ciência esotérica diferentemente é realizada por Seres Superiores através de métodos diretos vinculados a natureza e os poderes da consciência psíquica e Universal. Os Mestre Bíblicos (Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Josué, Samuel, Elias, Arão e outros) foram iniciados nos mistérios ocultos da Magia, Teurgia e Teofania. A Magia (não confundir com mágica ou truque) antigamente chamada de a grande ciência sagrada dos magos é uma forma de ocultismo que estuda os segredo da natureza e sua relação com os homens, criando assim um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas do homem, até que este tenha o domínio total sobre si mesmo e sobre a natureza. A Magia tem característica ritualística e cerimoniais que visam entrar em contato com aspectos ocultos do universo e da divindade. Teurgia é uma palavra grega que provem de Theoi (deuses) e Ergon (obra) significando não somente obra divina mas obra de Deus ou produzindo a obra de Deus. Foi utilizada em contraste com a Teologia que meramente discutia sobre os deuses, e com a teoria, a pura contemplação filosófica intuitiva promovida por Plotino (204-270). É uma forma de Magia ritual cerimonial com o objetivo de incorporar a força divina ou em um objeto material como em uma estátua, ou em um ser humano através de um estado de transe visionário. Busca a perfeita comunhão com Deus obtida pela técnica de rituais, preces, exercícios e estudos possuindo influência no cristianismo esotérico. Teofania é um conceito de cunho teológico que significa a manifestação de Deus em algum lugar, coisa ou pessoa. Tem sua etimologia enraizada na língua grega (theophaneia) sendo uma manifestação ou revelação sensível da glória de Deus, ou através de um anjo, ou através de manifestações impressionantes da natureza. A ciência esotérica trabalha com os chamados mistérios maiores que são a Magia, Teurgia e Teofania e os mistérios menores revelados na filosofia, ética e tradições religiosas. No passado as Escolas de Mistério eram mantidas por instituições públicas organizadas por governos, Estados, faraós e reis sendo chamadas de Grande Ciência Sagrada. O conceito de Ocultismo está  relacionado a numinoso. Carl Gustav Jung (1875-1961) diz: "o numinoso é uma instância ou efeito não causado por um ato arbitrário da vontade. Pelo contrário ele arrebata e controla o sujeito humano que é sempre antes sua vítima que seu criador. O numinoso - indiferentemente quanto a sua causa possa ter - é uma experiência do sujeito independentemente de sua vontade. O numinoso é tanto uma qualidade pertinente a um objeto visível com a influência de uma presença invisível que causa uma peculiar alteração da consciência. Jung percebia que a crença consciente ou inconsciente, isto é, uma disponibilidade prévia para confiar em um poder transcendente, era uma condição prévia para a experiência do numinoso. O numinoso não pode ser conquistado, o indivíduo pode somente abrir-se para ele. Porém, a experiência do numinoso é mais que uma experiência com uma força tremenda e compulsiva, sendo um confronto com uma força que encerra um significado ainda não revelado, atrativo e profético ou fatídico. Assim os poderes internos e externos do homem e da natureza são desenvolvidos. O mago era o sábio que precisava passar por uma depuração espiritual para entrar em contato com essas forças da natureza. A Teurgia era um dos requisitos dos iniciados nos mistérios para incorporar a presença divina tornando-se semelhantes a Deus como é dito nas Escrituras Sagradas "sois deuses e todos sois filhos do Altíssimo". Esse processo é análogo aos deuses gregos do monte Olimpo. O profeta hebreu Moisés teve uma experiência de Teofania onde é dito "E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meu de uma sarça. e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia". O Hierofante que significa literalmente aquele que explica as coisas sagradas. O revelador das ciências sagradas e chefe dos iniciados. Título pertencente aos mais elevados adeptos nos templos da antiguidade, que eram os mestres e preletores dos mistérios e os iniciados nos grandes mistérios finais. O Hierofante representava o Demiurgo Socrático (469 AC 399) e explicava aos candidatos a iniciação pelos vários fenômenos da criação que se expunha para seu ensinamento sendo o expositor das doutrinas e arcanos esotéricos. Era proibido pronunciar seu nome (o do Hierofante) para uma pessoa não iniciada. Ele residia no oriente e levava como símbolo de sua autoridade um globo de ouro penduro ao pescoço sendo também denominado de Mistagogo. Os mistérios são tradições das veneráveis ciências esotéricas trazidas ao mundo visível por Seres Superiores de hierarquias Celestes em épocas remotas tendo como objetivo alcançar os homem para fazê-los compreender a realidade da fraternidade universal e a interação com todos os seres na biosfera, atmosfera, troposfera, tropopausa e estratosfera, bem como os mundos invisíveis. A Saga da Ciência Sagrada começa na humanidade com a Idade do Ouro ou Era do Ouro termo derivado da mitologia grega e de lendas. Referindo-se ao mais antigo espectro das idades do Ferro, Bronze, Prata e Ouro ou ao tempo no início da humanidade que foi percebido como um estado ideal, ou utopia, quando o gênero humano era puro e imortal. A Era Dourada era conhecida como uma era de paz, harmonia, estabilidade e prosperidade. Nas obras literárias a Era Dourada geralmente termina com um acontecimento devastador, identificado como a Queda do Homem. Uma ideia análoga pode ser encontrada nas tradições religiosas e filosóficas do Extremo Oriente. Por exemplo o Védico, ou antiga cultura hindu, via a história como cíclica composta de yugas alternando com Idade da Escuridão e Dourada. A Kali Yuga (Idade de Ferro). A Dvâpara Yuga (Idade do bronze). A Têtra Yuga ( Idade da Prata). A Krita Yuga (Idade do Ouro) correspondem as quatro idades gregas. convicções semelhantes podem ser encontradas no Antigo Oriente Médio e por todo o mundo antigo. De acordo com Georgio Santillana (1902-1974)  ex- professor de história do Instituto Tenológico de Massachusetts e co-autor do livro Hamlet Mill disse que há mais de 200 mitos e histórias folclóricas em mais de 30 culturas antigas, que falam de um ciclo de idades vinculado ao movimento dos céus. Alguns utopistas, tanto políticos quanto religiosos, sustentam que a Era Dourada retornará depois que for concluído um período de bem aventuranças e progressiva decadência. Outros proponentes, incluindo muitos hindus dos dias modernos, acreditam que uma Era Dourada retornará gradualmente como uma consequência natural da mudança dos yugas. A alegoria cristã em Apocalipse do Reino Milenar pode ser incluída nesse conceito de decadência e prosperidade da humanidade um período de gozo e paz global. Assim é dito nas Escritura "Bem aventurado e santo aquele que têm parte na primeira ressurreição. sobre este não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com Ele mil anos". Com a corrupção da humanidade e posterior encarnação entre os menos cultos o orgulho assumiu proporções gigantescas sendo necessário um contra peso ou freio para restringir a ciência sagrada aos que viviam uma pureza moral e buscavam a santidade do espírito, encobrindo a verdade para evitar a profanação do conhecimento. Segundo essas tradições antigas O Mestre Jesus formou seu conhecimento filosófico e espiritual na Escola dos Nazarenos. Continuamos na parte II. Abraço. Davi.         

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