Judaísmo www.morasha.com.br. O
ETERNO D-US DE ISRAEL. O princípio fundamental da religião judaica é a
existência absoluta de D-s. O judaísmo revela que D-s é um Ser pleno de
propósitos, criador de um mundo no qual o homem tem uma razão de ser.
Maimônides (1138-1204), o maior de todos os filósofos judeus, inicia o seu
Código de Leis com a afirmação de que o fundamento de todos os fundamentos e o pilar
de todo o conhecimento reside em saber-se que existe um D's que dá vida a todos
os seres. Similarmente, o primeiro dos Treze Princípios de Fé Judaica, outra
obra de Maimônides, proclama que D's é o Criador Único e Senhor de todas as
coisas. O judaísmo se inicia e termina com a menção a D's - o D's de Abrahão,
Isaac e Jacob, que, ao longo de toda a Bíblia, se autodenomina "D's de
Israel". No entanto, quem é este D's de Israel? O que sabemos sobre este
D's que libertou o povo judeu da servidão no Egito e, a seguir, revelou-Se a
eles no Deserto do Sinai? D’us verdadeiro. Na Bíblia, o profeta Jeremias
proclama que "o Senhor D's é a Verdade; Ele é o D's Vivo..."
(Jeremias 10:10). O profeta assim nos dá os conceitos mais básicos acerca de
D's. Como o D's de Israel é um D's Vivo, Ele certamente é tão existente e
presente quanto qualquer outro ser. Portanto, D's não pode ser apenas
considerado como um "princípio universal" ou um "conceito
filosófico", como tentam apregoar alguns pensadores. Além disso, como o
D's de Israel é o D's verdadeiro, Sua existência é real e incondicional, não
sendo, portanto, sustentada ou definida pela fé ou imaginação de um ou outro
indivíduo. D’s oculto. E, no entanto, apesar de ser D's Vivo e Verdadeiro, o
D's de Israel nos parece, com frequência, misterioso e inatingível. A Torá
relata que nem mesmo Moisés, o maior entre todos os profetas, podia perceber
plenamente o alcance da Glória Divina (Êxodo 33:18-20). Em outra parte da
Bíblia, o profeta Isaías clama diante de D's: "Tu és um D's misterioso,
que te ocultas" (Isaías 45:15). E, em uma obra clássica do Zohar consta
que "Não há idéia ou pensamento que possa abarcar a plenitude de D's"
(Tikunei Zohar, 17a). O Rabi Shneur Zalman de Liadi (1745-1813), fundador do
movimento Chabad-Lubavitch, explica-nos que assim como fisicamente uma mão não
consegue agarrar um pensamento, tampouco consegue a mente humana captar a
plenitude de D's. Na Torah D's nos aponta que o homem jamais O entenderá
verdadeiramente, assim como não entenderá os Seus caminhos (Isaías 55:8-9).
Entretanto, D's também proclama que se verdadeiramente O buscarmos, com todo o
nosso coração e toda a nossa alma, certamente O encontraremos (Deuteronômio
4:29). De fato, apesar de nenhum ser humano jamais poder alcançar o Divino, nem
tampouco captar toda a Sua essência, há uma enormidade de noções acerca de D's
que nos são conhecidas. Criador do Universo. A Bíblia basicamente define D's
como o Criador de todos os seres vivos e inanimados. Não há absolutamente nada
no universo, quer seja espiritual ou material, que não se tenha originado de
D's. O verso de abertura da Torá nos relata: "No princípio criou D's os
Céus e a Terra" (Gênese 1:1). Adiante, afirma: "Eu sou o Senhor, que
faço todas as coisas" (Isaías 44:24). Claramente, por ter criado todo o
universo, D's criou todas as matérias físicas. No artigo intitulado "O que
sabemos acerca de D's", Aryeh Kaplan (1934-1983), renomado rabino e físico
norte-americano, utiliza a Teoria da Relatividade de Einstein para derivar algumas
definições básicas sobre D's. O Rabi Kaplan escreve que a Teoria da
Relatividade estabelece que espaço e tempo são atributos da matéria. Isto
significa que em tendo criado tudo o que é físico, D's simultaneamente criou as
noções de espaço e tempo. Como, obviamente, D's antecede Suas criações, Ele não
é afetado nem determinado pela matéria, espaço ou tempo. Tempo. E como D's está
além da noção de tempo, todas as estruturas temporais - início, período de
existência e fim - não se aplicam a Ele. As pessoas geralmente perguntam: se
D's criou o universo, quem, então, criou D's? A estas se responde que D's está
além da noção de tempo que Ele mesmo criou. Portanto Ele não teve início ,
nunca foi criado. D's sempre existiu. O judaísmo sempre afirmou que D's é
Eterno, não teve início, "não envelhece" e não tem fim. Como nos
explica o Rabino Aryeh Kaplan, o fato de D's manter-se apartado de qualquer
atributo de tempo nos revela ainda mais sobre a natureza de Sua existência. As
mudanças somente ocorrem dentro de uma estrutura de tempo e, portanto, D's não
vivencia mudanças. Este conceito também é mencionado na Bíblia: "Porque Eu
sou o Senhor, eu não mudo" (Malaquias 3:6). Matéria e espaço. Como os
atributos de matéria e espaço não se aplicam a D's, Ele naturalmente não possui
aparência nem forma. Em hipótese alguma D's pode ser um Ser físico, pois tudo o
que é físico é feito de matéria e ocupa espaço Basicamente, é esta a razão pela
qual D's não pode ser visto. Quando D's se revelou ao povo judeu no Monte
Sinai, o povo apenas O ouviu, não O podendo ver. E, de fato, a Torá diz que os
atributos físicos não se aplicam a D's: "Guardai, pois, cuidadosamente as
vossas almas, pois aparência nenhuma vistes no dia em que o Senhor vosso Deus
vos falou, em Horeb (Sinai)" (Deuteronômio 4:15). Surge, às vezes,
confusão, pois a Bíblia parece indicar, em algumas passagens, que D's tem
atributos físicos e humanos e que vivencia mudanças. Um exemplo clássico disto
é o verso da Torá que afirma que o homem foi criado à imagem de D's (Gênese
1:26). No entanto, tal afirmação é apenas uma figura de retórica. Pois, como
explicam nossos sábios, se a Torá deve ser compreensível ao homem - um ser
finito que vive em um mundo físico finito - precisa, então, falar a linguagem
dos homens (Berachot 31a). Portanto, a Bíblia utiliza uma linguagem
antropomórfica - atribuindo qualidades humanas a D's - para que o homem possa,
ao menos em parte, entender e relacionar-se com Ele. Assim sendo, ao invés de
falar da Infinita Onisciência Divina, a Bíblia diz que os "olhos" de
D's estão em toda a parte e veem tudo o que se passa no mundo. Quando D's se
contém em aplicar a justiça severa, a Bíblia afirma que Ele "se tornou
misericordioso", ou que "usou Sua mão direita". Quanto ao
conceito de ter o homem sido criado à imagem de D's, uma das inúmeras
explicações para esse verso é que o homem foi criado com uma alma Divina que,
como o Criador, é imortal e eterna. Unicidade Divina. Há ainda um atributo de
D's de importância capital. É revelado no verso mais enfatizado da Torá: "Escuta,
ó Israel, o Senhor é nosso D's, o Senhor é Um" (Deuteronômio 6:4). Tal
verso, conhecido como o Shemá Israel, é a mais sagrada de todas as preces
judaicas, porque revela o principal atributo Divino. O D's de Israel é definido
por Sua Unicidade. D's e apenas Ele é a Fonte e o Criador de todos os seres
animados e inanimados, espirituais e físicos. Não há outras divindades nem
fontes independentes de poder no universo. A Torá nos diz: "Por isso hoje
saberás, e refletirás no teu coração, que só o Senhor é D's em cima no céu, e
embaixo na terra; nenhum outro há". (Deuteronômio 4:39). Até mesmo a
Filosofia deixa claro que D's necessariamente é Único, e que não pode haver
dois Seres Onipotentes. Pois se um é mais poderoso que o outro, obviamente o
menos forte não é onipotente. E se ambos são absolutamente iguais em poder, um
pode refrear o outro, e, assim, nenhum dos dois é onipotente. Daí, pois, que só
pode haver Um Ser Onipotente. Todos os conceitos da moralidade dependem da
Unicidade de D's. Se D's não fosse Uno, não haveria código universal de conduta
e comportamento humano, nem um código único de Verdade e Justiça. É por este
motivo que a Torá afirma que a idolatria - a crença de que existe mais do que
um único D's - equivale à negação de toda a Torá. Os Mandamentos Divinos só
podem ser absolutos e supremos se Ele é reconhecido como sendo Uno e o Único
Senhor e Juiz do universo. A Bíblia assim se refere a D's: "Porque o
"Senhor Altíssimo é tremendo, é o grande Rei de toda a terra" (Salmos
47:2). Poderia parecer, como alguns indivíduos pensam erroneamente, que um D's
assim tão grandioso, que não pode ser visto e que é intemporal, fosse distante
e inatingível. Acreditam, erroneamente como explicaremos mais adiante , que um
D's que criou todo um universo não poderia ou " não se interessaria em
cuidar " dos seres humanos, muito menos de cada indivíduo em especial. Um
D's pessoal. O primeiro dos Dez Mandamentos é a revelação Divina ao povo judeu.
Está escrito: "Eu sou o Senhor teu D's, que te tirei da terra do Egito, da
casa da servidão" (Êxodo 20:2). Alguns comentaristas indagam por que teria
D's estabelecido a Sua existência através do Êxodo, e não através do fato de
que Ele criou e rege todo o universo. Por que D's não teria dito: "Sou o
Senhor teu D's que criou e rege todo o universo"? Estes comentaristas
respondem que se D's Se tivesse revelado como o Criador do Universo, poderíamos
pensar que D's criou o mundo e seus habitantes, retirando-se e afastando-se, a
seguir. O primeiro dos Dez Mandamentos revela que D's está profundamente
envolvido com a Sua criação. É um D's pessoal, como está escrito: "Perto
está o Senhor de todos os que O invocam, de todos os que O invocam em
verdade" (Salmos 145:18). Na Bíblia, o profeta Ezequiel fala contra
aqueles que clamam que "O Senhor não nos enxerga, o Senhor abandonou a
terra" (Ezequiel 8:12). Mas é natural que se pergunte como iria um D's que
criou um universo inteiro preocupar-se com os seres humanos. O Rei David
dirigiu esta mesma pergunta a D's: "Quando contemplo os teus céus, obra
dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste; que é o homem, mero
mortal, para que dele e lembres? E o filho do homem para que o visites? (Salmos
8:3,4 ). A resposta a esta e outras perguntas semelhantes é que D's é Infinito.
O Rabi Shneur Zalman (1745-1813) of Liadi escreve em sua obra-prima
cabalística, o Livro Tanya, que não há lugar algum no universo desprovido da
presença Divina. Na linguagem da Cabalá, D's é mencionado como o Ein Sof - o
Infinito, Aquele que não tem fim nem limite. D's não é limitado pela matéria,
espaço ou tempo; e por ser Uno e Infinito, Ele está em todas as partes a todo o
tempo. A infinidade é indivisível e sem dimensões nem limitações e, portanto,
para um D's Infinito, o grande e o pequeno são iguais em magnitude e
relevância. Este D's que olha por todas as galáxias e estrelas no firmamento é
igualmente consciente e atento aos detalhes mais ínfimos na vida de cada uma
das pessoas. D's vê o que fazemos, ouve o que dizemos e sabe de tudo o que
pensamos e sentimos. A Bíblia nos conta que: " O homem vê o exterior,
porém o Senhor vê o coração" (Samuel 16:7). D's alegra-se com nosso
feitos, partilha de nosso júbilo e sente nosso sofrimento. Pois está escrito:
"Ele Me invocará, e Eu lhe responderei; na sua angústia Eu estarei com
ele..." (Salmos 91:15). Os sábios do Talmud usam a linguagem
antropomórfica ao dizer que quando uma pessoa está em aflição, a Divina
Presença está em aflição (Sanhedrin 6:5). Apesar de D's só se ter revelado no
Sinai ao povo judeu, incumbindo-os de uma missão Divina, a Bíblia deixa claro
que D's é o Pai de todos os seres humanos (Malaquias 2:10). Juntamente com Sua
Unicidade, D's é definido, acima de tudo, por sua Bondade, Amor e Misericórdia
Infinitas. Como está escrito: "Com amor Eterno Eu te amei..."
(Jeremias 31:3). Em Sua Bondade Infinita, D's concede Sua Providência e Sua
Atenção a cada uma de Suas criaturas. Pois está dito: "Ele fez os céus e a
terra, o mar e tudo o que neles há, e mantém para sempre a sua fidelidade. Ele
faz justiça aos oprimidos e dá pão aos que têm fome" (Salmos 146:6-7).
Também está escrito: "O Senhor é bom para todos, e as Suas ternas
misericórdias permeiam todas as suas obras" (Salmos 145:9). Quanto ao povo
judeu, D's o chama o Seu primogênito, Sua glória, Seu tesouro, e uma nação de
justos da qual se orgulha. O Baal Shem Tov (1698-1760), fundador do movimento
Chassídico, ensina que D's ama cada judeu mais do que os pais amam seu único
filho, nascido em sua velhice. E este amor Divino é incondicional e se aplica a
cada judeu, sem distinção. Maimônides escreveu que uma pessoa pode passar a
vida em pecado, blasfemando contra D's, mas Este sempre está pronto a aceitá-lo
de volta e a lhe permitir um novo começo. Maimônides (1138-1204) inicia seu
Código de Leis afirmando que o fundamento de todos os fundamentos é a
existência de D's. Encerra este Código falando de uma era em que o mundo
inteiro estará ocupado apenas em conhecer os mistérios de D's. Diz que será a
época em que não haverá fome nem guerras, dificuldades nem sofrimento. A
bondade fluirá em abundância e todas as benesses estarão disponíveis como o pó.
Esta época, conhecida como a Era Messiânica, será a redenção suprema para toda
a humanidade. Falando desta era, dizemos ao término de nossas preces diárias:
"Naquele dia D's será Um e Seu Nome será Um" (Zacarias 14:9). Nossos
sábios fazem a seguinte pergunta: Não será D's sempre Um, como o proclamamos no
Shemá? Ao que respondem explicando que na redenção messiânica não veremos mais
diferenças entre às vezes D's que nos cobre de bondade e outras nos cobre de
tristeza. Naquele época ficará claro que D's apenas pratica o bem, e que tudo o
que ocorre no mundo - mesmo o que é visto pelos homens como sendo ruim e
doloroso - na realidade visa o próprio bem da humanidade. O Rebe de Lubavitch
(1902-1994) costumava proclamar que esta época deixará de ser um sonho
distante, e era uma iminente realidade. Perguntavam-lhe como ele podia antever
tanta coisa boa para o futuro de uma era marcada por tanta maldade,
especialmente com o povo judeu. O Rebe respondia que a hora mais escura é a que
antecede a aurora. O Êxodo foi precedido pela escravidão. A mais intensa
opressão de nossos antepassados no Egito ocorreu justamente antes de sua
libertação. Nossos sábios nos ensinam que a redenção suprema irá comparar-se à
redenção de nosso povo da escravidão no Egito. Na Bíblia, D's mesmo nos
promete: "Eu te mostrarei maravilhas, como nos dias da tua saída da terra
do Egito" (Miqueias 7:15). Será uma era de paz universal na qual a existência
e a presença de D's serão claras para todo o mundo. Não mais haverá idolatria
nem interpretações errôneas sobre D's Vivo e Verdadeiro. O mundo inteiro
reconhecerá que o D's de Israel é o Rei Único de todo o universo. E, naquele
dia, toda a humanidade perceberá e proclamará que D's é Um e Seu Nome
Santificado é Um. www.morasha.com.br.
Abraço. Davi
Nenhum comentário:
Postar um comentário