Gnosticismo. www.gnosisonline.com.br. Texto de
Samael Aun Weor (1917-1977). Falaremos sobre o que são a IMAGINAÇÃO E FANTASIA,
ou Memória Positiva e Memória Mecânica. Convém que façamos uma plena
diferenciação entre a imaginação dirigida voluntariamente e a imaginação
mecânica. Inquestionavelmente, a imaginação dirigida é imaginação consciente.
Para o sábio, imaginar é ver. A imaginação consciente é o meio translúcido que
reflete o firmamento, os mistérios da vida e da morte, o Ser, o Real.
Imaginação mecânica é diferente. É formada pelos resíduos da memória; é a
fantasia. Convém investigá-la profundamente! É óbvio que as pessoas, com sua
fantasia, com sua imaginação mecânica, não vêm a si próprias como realmente
são, mas sim de acordo com sua forma de fantasia. Existem várias formas de fantasia
e é inquestionável que uma delas consiste na pessoa não se ver a si mesma tal e
qual é. Poucos são os que têm o valor de verem a si mesmos no mais cru
realismo. Estou absolutamente seguro de que os aqui presentes nunca viram a si
mesmos tal e qual são. A imaginação mecânica faz com que confundam gato com
lebre. Com sua imaginação mecânica, ou fantasia, veem-se com uma forma que não
coincide com a realidade. Se eu na verdade dissesse a cada um de vocês como é
certamente, qual é sua característica psicológica específica, estou
absolutamente seguro de que se sentiriam magoados. É claro que vocês têm sobre
si mesmos um conceito equivocado; nunca viram a si próprios. Sua forma de
fantasia faz com que se vejam como não são. Falando de forma alegórica, simbólica,
vou tratar unicamente de fazer uma exploração psicológica, grosso modo, sem
citar nomes ou sobrenomes, usando nomes simbólicos, e que cada um dos aqui
presentes entenda e escute. Que diríamos de Cícero? Que grande varão! Lapidar
em suas Catilinárias (…). Inteligente, quem o negaria? Grandiloquente como
nenhum, apedrejador terrível (…). Mas, estamos seguros de que tudo nele é
benevolência? Reflitamos (…). Se expuséssemos a gravidade de suas fantasias, se
sentiria magoado. Se assinalássemos isso, protestaria violentamente (…). Nunca
assassinou Pompeia! Esse trabalho foi deixado para Nero (37-68), foi este que
com um estilete de madeira fez sangrar o coração de sua Pompeia (…). Mas ele,
de modo algum se sentiria realmente referido. Sente-se magnânimo, bondoso, e
essa é a sua característica fantástica: ver-se equivocadamente através do
prisma de uma benevolência extraordinária. Isso é óbvio. E que diríamos nós,
por exemplo, daquele que aspirando a luz do espírito falhasse em sua base? Não
dizem que Ícaro elevou-se até os céus com asas de cera? Como se derreteram, foi
lançado no abismo. No entanto, ele não pensa assim de si mesmo. Supõe ser
alguém fiel nas fileiras, está seguro de que segue o Caminho Reto, de que é
probo como nenhum outro. A continuar assim, por esse caminho, que restará a
Ícaro, depois de ter sido precipitado no Averno? Não dizem que Ganímedes subiu
até o Olimpo para beber o vinho? Mas Ganímedes também pode ser jogado ao fundo
do precipício. Chamemos agora simbolicamente o discípulo de Justiniano. Quantas
vezes justificou a si mesmo, convencido de que estava a andar muito bem? Talvez
nos últimos tempos tenha melhorado um pouco. Porém, por acaso, não protestou em
determinados momentos? Por acaso não protestou diante da ara do sacrifício? No
entanto, ele está seguro de que nunca protestou, de que sempre tudo fez em
favor da Grande Causa, sem nunca falhar. Em nome da verdade, ainda que lhes
pareça difícil de aceitar, são raros os que se viram como realmente são.
Aristóteles, uma e outra vez em sua filosofia, convencido de que sua sapiência
é formidável, de ser um consorte magnífico (…). Fez sofrer, mas ele vive
convencido de que jamais procedeu mal, está seguro de ser magnífico,
benevolente, doce etc. Em nome da verdade, poderia dizer a vocês o seguinte: só
há uma pessoa que viu a si mesma tal e qual é, nada mais do que uma entre todos
os aqui presentes, uma só. Todos os demais têm sobre si mesmos uma imagem
fantástica. Sua imaginação mecânica faz com que se vejam não como são, mas sim
como aparentemente são. Assim, meus queridos irmãos, convido todos a refletir.
Pensem se alguma vez, em verdade, se viram como realmente são. Os
historiadores, por exemplo, o que é que escreveram? Fantasias e nada mais. Que
dizem de Nero? Que era um homossexual e que chegou a se casar com outro homossexual.
De onde os historiadores tiraram isso? Têm provas por acaso? Em nome da
verdade, tenho a dizer que estive reencarnado na época de Nero, que de
homossexual não tinha nada. Muitas vezes o vi sair pelas portas da velha Roma,
sentado em sua liteira, sobre os ombros dos escravos. Homem de testa ampla,
robusto, corpo hercúleo, não era como os historiadores afirmam. Eles enfatizam
a ideia de um poeta abominável. Em vez de ser visto rodeado, como muitos
julgam, de homossexuais, eu o vi sempre rodeado de suas mulheres. Eu vivi na
época e dou testemunho disso. Os historiadores falsearam os dados a respeito
desse homem. Não acusam, por acaso, Maria Antonieta de prostituta, de adúltera
e não sei o que mais? Ninguém ignora que houve um grande escândalo por causa do
colar da rainha, jóia que ela havia dado para ajudar outros. Porém, entre isso
e a hipótese de que ela tenha sido infiel a Luís XVI (1754-1793) há uma grande
distância. Nós a submetemos à prova nos Mundos Superiores e ela revelou ser
terrivelmente casta, com todo o direito de usar a túnica branca. Eu a vi passar
por Paris, rumo ao cadafalso, heroica, com a cabeça erguida, nada devia, nada
tinha a temer, entregou sua vida pela França; nunca souberam apreciar realmente
seu valor. Muita coisa que foi escrita na História está bastante deformada, não
vale a pena ser estudada. Do que há ali, apenas as datas são úteis e, mesmo
assim, nem sempre. Vejam quão absurdo seria se aceitássemos a data de 1325
aproximadamente como a da fundação do Império de Anáhuac, para vê-lo lá pelo
ano de 1500 e tanto desaparecer sob a bota de Cortez e seus sequazes! Vocês
pensam que em dois séculos poderia ser levantada uma poderosa civilização como
aquela da grande Tenochtitlan? Se para levantar uma única pirâmide passaram-se
gerações inteiras… Vocês acham que uma poderosa civilização dessas pode se
levantar em dois séculos? Assim, os historiadores alteram as datas,
falsificam-nas… Por isso, em matéria de história, há que se andar com muito
cuidado. Entendam o que é a memória mecânica e o que é a Memória do Trabalho
Esotérico Gnóstico. A memória mecânica sempre leva alguém a conclusões
errôneas. Estão seguros de recordar realmente sua vida tal qual foi? Não estou
perguntando pelas suas vidas passadas, e sim pela presente. Impossível, há
coisas que surgem desfiguradas na memória mecânica. Se alguém, quando pequeno,
embora tenha nascido em plena classe média, vivido em uma casa limpa, asseada,
onde não faltou jamais pão, agasalho e refúgio, viu umas quantas moedas, pode
acontecer que, com a volta do tempo e dos anos, guarde em sua memória mecânica
lembranças deformadas: umas quantas notas de dinheiro podem parecer milhões,
uma pequena cerca ao redor do pátio ou perto da janela pode nos parecer um muro
colossal. Nosso corpo era pequeno, pois não seria estranho que, já adultos,
disséssemos: de pequeno, quando era criança, vivia em tal lugar, minha casa era
magnificamente arrumada, tinha grandes muros, que mesa tão bonita, quanto
dinheiro (…). É uma lembrança mecânica, infantil e absurda. Assim, pois, a única
memória real é a do trabalho Esotérico Gnóstico. Se através do Exercício
Retrospectivo recordássemos em parte, veríamos que essa casa de garotinhos da
classe média não era o palácio que antes pensávamos que fosse e sim uma humilde
casa de um pai trabalhador e sincero. As fabulosas somas de dinheiro que nos
rodeavam eram apenas pequenas quantias para pagar o aluguel da casa e para
comprar os alimentos. A memória mecânica é mais ou menos falsa. Vejamos o caso
dos famosos testes psicológicos; se um grupo faz uma excursão a Yucatán, verá
exatamente os mesmos fragmentos e pedras. No regresso para cá, cada um dará uma
versão diferente. Que prova isso? Que a memória mecânica é infiel. Quantas
vezes já lhes aconteceu o seguinte: contaram algum relato a um tal ou qual
amigo, o qual por sua vez contou a outro. Porém, ao contar, acrescentou alguma
coisa ou retirou um pouquinho. Já não é o mesmo relato, está desfigurado. Se
esse outro, por sua vez, conta a mais alguém, o relato segue se desfigurando e,
com o passar do tempo, nem vocês mesmos reconheceriam mais a narrativa. Ficou
tão desfigurada que em nada se parece ao que vocês relatavam. Assim é a memória
mecânica, não serve. Acontece que na memória mecânica existe a fantasia.
Memória mecânica e fantasia estão muito associadas. Como controlar então a
fantasia? Não há senão um modo de controlá-la: através da Memória do Trabalho.
A memória mecânica faz com que vejamos a nossa vida como não é ou como não foi.
Por intermédio do Trabalho, vamos dissecando a nossa própria vida e chegamos a
descobri-la tal e qual é. O que quero dizer com isto? Que com a memória que
guardamos depois do trabalho realizado é possível controlar a fantasia,
eliminá-la, e eliminá-la radicalmente. É então conveniente eliminar essa
imaginação mecânica, porque de modo algum permite o progresso esotérico. Vejam
a mulher que se enfeita diante do espelho, que pinta os seus grandes olhos, que
afina suas sobrancelhas, que põe enormes pestanas postiças, que tinge os lábios
com cores vermelhas … Vejam-na vestida de acordo com a última moda, como se
olha diante do espelho, enamorada de si mesma (…). Ela está convencida de que é
belíssima. Se lhe disséssemos que é espantosamente feia, sentir-se-ia
mortalmente ferida em sua vaidade. Ela tem uma fantasia terrível e sua forma de
fantasia faz com que se veja como não é, faz com que se veja com uma beleza
extraordinária. Cada um tem sobre si mesmo um conceito bem equivocado,
totalmente equivocado; isso é terrível! Alguém pode se considerar genial, capaz
de dominar o mundo, dono de uma brilhante intelectualidade. Está convencido
disso, mas, se visse a si mesmo com o mais cru realismo, se descobrisse que o
que tem em sua personalidade não é dele e sim alheio, que suas ideias não são
próprias, porque as leu em algum livro, que está cheio de chagas morais
terríveis… No entanto, poucos são os que têm o valor de se despirem ante si
mesmos para se verem tais como são. Cada um projeta uma forma de fantasia sobre
si mesmo e vê essa forma como a realidade; nunca, jamais, viram a si mesmos…
isso é terrível, espantoso. Pensando em voz alta, para compartilhar com vocês,
diremos que, enquanto a pessoa não vá dissolvendo essas formas da fantasia,
permanecerá muito longe do Ser, mas, conforme alguém for eliminando mais e mais
todas as formas da fantasia, o Ser irá se manifestando mais e mais nele. Quando
alguém se aprofunda nisso que é a vida, o mundo, descobre que francamente nunca
viu o mundo como é verdadeiramente; viu-o apenas através das formas da fantasia
e nada mais. Imaginação mecânica, quão grave é isso, esses sonhos da fantasia (…).
Algumas vezes, nos sonhos, permanece calada. Outras vezes, conversa, e noutras
quer nos levar à prática. Obviamente, no terceiro caso, a questão é séria.
Quando um sonhador quer converter seus sonhos em realidade, comete loucuras
espantosas, pois seus sonhos não coincidem com a mecânica da vida. O sonhador
silencioso gasta muita energia vital, mas não é muito perigoso. O que fala os
sonhos, sonhos fantásticos, pode contagiar outras psiques, outras pessoas. Contudo,
aquele que quer converter francamente seus sonhos em fatos práticos da
vida, está com a mente bem comprometida, está louco. Isso é óbvio. Continuando,
já vimos claramente que a imaginação mecânica ou fantasia nos mantém muito
longe da realidade do Ser, e isso é de fato lamentável. As pessoas caminham
pelas ruas sonhando, seguem com suas fantasias; trabalham sonhando, casam-se
sonhando, vivem uma vida de sonhos e morrem sonhando. Vivem no mundo do irreal,
da fantasia, nunca viram a si próprias, jamais, sempre viram uma forma da sua
fantasia. Tirar essa forma de fantasia de alguém é algo espantosamente forte,
terrivelmente forte. Naturalmente, há várias formas de fantasia. Cada um dos
aqui presentes tem um eu fantasia, uma pessoa fantasia que não coincide com a
realidade. A pessoa fantasia de cada um existe desde um princípio, existe agora
e existirá amanhã. E vocês estão convencidos de que essa pessoa fantasia é a
realidade e resulta que não é, eis aí o grave. Repito: como controlar a
fantasia? Não há senão uma maneira de controlá-la: a Memória do Trabalho.
Precisamos ser sinceros conosco mesmos e trabalhar para eliminar de nós os
elementos indesejáveis que temos. À medida que os formos eliminando, iremos
descobrindo uma ordem no trabalho. Quem vem a estabelecer essa ordem no
trabalho esotérico? O Ser. Ele estabelece essa ordem, e essa Memória-Trabalho
nos permite eliminar a fantasia. Porém, é necessário ter um grande valor para
romper o eu fantasia que possuímos, a pessoa fantasia. Vocês estão aqui escutando-me
e eu estou aqui lhes falando. E estou seguro de que, por exemplo, nosso irmão
Arce está convencido de ser o que ele é. Diz : “Sou Arce, sou um homem de
negócios, meu modo ser é este, e este e este”(…). Quem poderia dizer a Arce que
ele não é Arce? Quem poderia dizer-lhe que não é um homem de negócios? Quem se
atreveria a dizer-lhe isto? E ele, acreditaria? Poderia aceitar a ideia de que
não é homem de negócios, de que não é Arce, de que ele não é quem pensa que é?
– E tu, Arce, que dirias? – Venerável, ante vosso ensinamento não há lugar para
dúvidas. E que tal se um dos aqui presentes rompe esse Eu fantástico que tu
crês que és, está seguro que és, o destroça e lhe diz: “Esse não és tu”! Pode
ser que você aí me diga: “Se você diz assim, Mestre, estou de acordo. Mas quem
sabe se à parte, frente a frente com o interlocutor (…). quem sabe se não
contestaria fulano ou fulana, dizendo: “Bom, este é um conceito seu… Eu sou
Arce e sou como sou”. Isso é óbvio. Como sempre te conhecestes, não é? Pois
bem, eu te digo que esse que sempre conheceste, esse que tu crês que seja, não
é, não existe, é uma fantasia sua. Custa trabalho aceitar isso que estou
dizendo, é espantosamente difícil. Mas, mais tarde, quando te explorares
psicologicamente, verás que tinhas sobre ti mesmo um conceito equivocado. E
assim acontece com cada um dos aqui presentes, nunca viram a si mesmos, sempre
viram uma forma de sua fantasia. Cada um tem um Eu fantasia, uma pessoa
fantasia que não é a realidade. Há momentos terríveis na vida, bastante raros,
nos quais alguém consegue, por um instante, ver como é ridículo; são momentos
em que consegue perceber seu eu fantasia, sua pessoa fantasia. Quando
isto ocorre, verifica-se uma dor moral muito profunda. Porém, logo o sonho
retorna novamente e a pessoa busca uma maneira de endireitar a coisa. Por fim,
se autoconsola de 50 mil maneiras, esquece a questão e o mundo segue em paz
como sempre. São raros despertares, bem raros, mas todos já os tivemos alguma
vez. Vale a pena ser sinceros para conosco mesmo. Trata-se simplesmente de nos
autoconhecermos, se é que de verdade queremos manifestar o Ser que levamos
dentro, se é que de verdade aspiramos algum dia ter a realidade, nada mais do
que a realidade em nós, sem um Átomo de Fantasia. Precisamos ter o valor de nos
desgarrar, de romper com essa pessoa-fantasia que não existe. Os outros sabem
que ela não existe, porém nós acreditamos que existe. Claro que é necessário
utilizar o bisturi da autocrítica, do contrário não seria possível a
autocrítica de fundo, e não de superfície. Se procedermos assim, conseguiremos
quebrar o eu-fantasia, conseguiremos destroçá-lo, reduzi-lo a cinzas, a poeira
cósmica. Objetivo: descobrir o Ser. Mas o eu-fantasia eclipsa o Ser, mantém a
pessoa tão fascinada em si mesma com o que não é real que não a deixa descobrir
o Ser, o Ser que há nela mesma, em suas profundidades. Não se esqueçam,
queridos irmãos, de que o Reino dos Céus está dentro de nós mesmos e que tem
vários níveis. O reino da terra também está aqui em nós e o nível mais elevado
do homem da terra é ainda menor, não chega nem aos pés do menor que vive no
Reino dos Céus. Como sair dos diversos níveis do reino da terra para entrar ao
menos no nível inferior do Reino dos Céus? Na primeira escala do Reino dos Céus
que está dentro de nós e não fora? Como se dá esse passo do reino da terra ao
dos Céus? O reino da terra tem vários níveis, uns mais elevados, outros mais
refinados, porém o mais refinado dos níveis da terra ainda não é o Reino dos
Céus. Para passar do mais alto degrau do reino da terra para o mais baixo do
Reino dos Céus, precisa-se de uma mudança, de uma transformação, precisa-se
renascer da Água e do Espírito, precisa-se se desdobrar em dois: a
personalidade terrena e o homem psicológico, o homem interior. Como poderia
esse desdobramento se produzir? Um homem inferior terreno colocado no nível
comum e corrente e um outro numa oitava superior dentro de si mesmo? Como
poderia na verdade se produzir essa separação em nós, entre esses dois tipos de
homens? Julgam que isso seria possível se continuássemos fascinados com esta
personalidade fantástica que cremos ser a verdadeira e não é? Enquanto alguém
estiver convencido de que a forma como está vendo a si mesmo é verdadeira, o
desdobramento psicológico não será possível, não será possível que o homem
interior se separe do exterior, não será possível a entrada no primeiro degrau
do Reino dos Céus. Obviamente, é a fantasia que mantém a humanidade absorta no
estado de inconsciência em que se encontra. Enquanto existir a fantasia, a
consciência continuará adormecida. Temos que destruir a fantasia! Em vez de
fantasia, devemos ter imaginação consciente, imaginação dirigida. A fantasia é
imaginação mecânica … Em vez de memória mecânica, devemos ter em nós a memória
do trabalho esotérico, a memória consciente. Quem pratica o Exercício
Retrospectivo a fim de revisar sua vida, termina com a memória mecânica e
estabelece em si a memória consciente, a memória do trabalho. Aquele que,
mediante o Exercício Retrospectivo, pode recordar suas vidas anteriores, acaba
com a fantasia.Deste modo, a memória do trabalho e a imaginação consciente nos
permitirão chegar muito longe no caminho do autodescobrimento. Aqui termina
nossa conferência. Se alguém tiver algo para perguntar, pode fazê-lo com a mais
absoluta liberdade. PERGUNTAS E RESPOSTAS: Pergunta: Mestre, quais seriam os
melhores exercícios para desenvolver a imaginação? Resposta: Considerando que
imaginação consciente e imaginação dirigida, indubitavelmente temos de aprender
a dirigir a imaginação. Por exemplo, se relaxamos o corpo, e focamos nossa
imaginação no processo do nascer e morrer de todas as coisas, a imaginação
consciente se desenvolverá. Imaginemos a semente de uma roseira, como germina,
como depois vai crescendo o talo, as folhas, como vai soltando os brotos,
galhos, flores (...). Em seguida, ao inverso, o processo involutivo: como vão
murchando as pétalas da rosa, como vão caindo as folhas da roseira e como ela
no fim fica reduzida a um monte de galhos. Este é um exercício maravilhoso! Com
ele se consegue o desenvolvimento da imaginação de forma positiva, com ele se
consegue a imaginação consciente, que é a que vale. P: Como
eliminar a fantasia em nós? SAW: Simplesmente
dissolvendo primeiro de tudo o eu fantasia. Temos de começar por nos ver como
somos e não como aparentemente julgamos que somos. É difícil para alguém se ver
tal como é; normalmente as pessoas se veem como não são, de acordo com a sua
fantasia. Por aí é que se começa para romper a fantasia. Quando alguém se viu
de verdade como é, no seu mais cru realismo, geralmente sofre uma terrível
decepção com relação a si próprio, uma espantosa decepção, mas depois lhe resta
o consolo da sabedoria. Se alguém acaba com a memória mecânica e estabelece a
Memória do Trabalho, elimina a Fantasia, porque na memória mecânica mora a
fantasia. Já falei do caso dos historiadores e de seus escritos; são pura
fantasia. Por acaso eles estiveram presentes na Revolução Francesa? Conheceram
Carlos V (1500-1558) da Espanha? Felipe (1268-1314), O Belo? Eles escrevem
versões desfiguradas pelo tempo, mero produto da fantasia. Se nós, em vez da
memória mecânica, que é pura fantasia, estabelecêssemos a memória do Trabalho,
trabalhando sobre nós mesmos, dissolvendo os elementos indesejáveis que
carregamos, obviamente iríamos adquirindo memória consciente, Memória do
Trabalho. A memória consciente ou Memória do Trabalho é maravilhosa. Ao ser
aplicada à história universal, permitirá o estudo dos diferentes
acontecimentos, da crua realidade da Revolução Francesa, de Maria Antonieta (1755-1793)
ou de qualquer outra página da vida em geral.
Portanto, a memória consciente aplicada sobre nós mesmos nos levará
muito longe, e aplicada ao universo permitirá o conhecimento dos registros
akáshicos da Natureza. Então, à medida que se for eliminando tudo o que se tem
de fantasia, a imaginação consciente irá se tornando mais e mais ativa. www.gnosisonline.com.br.
Abraço. Davi
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