Umbanda. Livro A Proto Síntese Cósmica. Texto de Yamunisiddha Arhapiagha. Mestre Tântrico Curador. Médium F. Rivas
Neto. Capítulo IV. A LEI DAS CONSEQUÊNCIAS NATURAIS. Lei Kármica — Ação e
Reação — Karma Causal — Karma Constituído — Causas das Dores, Doenças e
Sofrimentos. Filho de Fé, sigamos avante em nossos estudos. No capítulo
anterior, embora seu título anunciasse os "Planos de Evolução do Ser
Espiritual", entramos propositadamente, e quase que o capítulo todo, no
tema que cita as causas e efeitos do rompimento do Karma Causal. Como dizíamos
no capítulo anterior, não fomos tabular, e também entendemos como Planos de
Evolução não somente os "locais de habitação" de nossa Realidade no
tempo-espaço. Citamos que o Ser Espiritual pode evoluir numa via independente
de energia-massa, naquilo que já definimos como Reino Virginal ou Cosmo
Espiritual. Também, fazendo uso de seu livre-arbítrio, pode evoluir nas imensas
regiões onde a matéria ou energia-massa, em seus diversos graus de densidade,
já interpenetrou, naquilo que também já definimos como Universo Astral ou Reino
Natural. Neste presente capítulo, ao falarmos da Lei das Consequências ou
Destinação Natural, também os Filhos sentirão que haverá profundo encadeamento
com o tema "Planos de Evolução do Ser Espiritual". Assim, deixemos
bem claro ao Filho de Fé, ao leitor estudioso, que em nossos capítulos temos a
liberdade de entrar em vários temas que estão encadeados, não ficando estanques
em prejuízo ao raciocínio básico central. Outrossim, a cronologia, ou tempo de
apresentação dos temas, como vimos, nem sempre é seguida, tudo visando a um
melhor entendimento e assimilação destes estudos pelos diversos Filhos de Fé.
Esperamos ter deixado claro que não queremos solução de continuidade em nossos
estudos, sendo, portanto, comum não ficarmos estáticos em nossos capítulos.
Afinal, o livro é um TODO, e somente para facilidade de manuseio e estudo é que
resolvemos dividi-lo em capítulos, os quais mais uma vez afirmamos não serem
estanques. As noções de Justiça, em toda a sua grandiosidade e plenitude, são
os pontos fundamentais da Lei Divina. Essa Lei Divina se expressa sob a forma
de LEIS REGULATIVAS, visando educar e aprimorar os Seres Espirituais,
fazendo-os ascender aos planos mais elevados da vida espiritual. Essa Lei é
chamada de Lei das Conseqüências ou da Destinação Natural. Muitos Filhos de Fé,
ainda ligados à vestimenta física, citam-na como LEI KÁRMICA. A palavra karma
tem sua origem, praticamente, na primeira língua falada pelos Seres Humanos, o
Abanheenga. No Abanheenga, tínhamos o vocábulo Kaarama. O fonema kaa, em
sentido hierático, significa Vida; rama, também em sentido hierático, significa
fluxo e refluxo ou ação. Assim, temos, na íntegra, a tradução como: VIDA EM
AÇÃO ou AÇÃO DA VIDA. É claro que essas "ações na vida" geram suas
reações, e entramos no ciclo incessante dos fluxos e refluxos da Lei para nós
mesmos, criado em virtude de termos Leis que viessem fiscalizar e orientar
nossas ações, em qualquer plano de manifestação do Ser Espiritual. Mais
recentemente, por corruptela do termo, vamos encontrá-lo nas margens do Ganges,
através dos brâmanes e sua língua sagrada, o sânscrito, como karma, onde também
lhe emprestam o significado de ação. No capítulo anterior, vimos que, quando o
Ser Espiritual se encontra PURO em suas Vibrações Virginais, isto é, isento de
qualquer veículo que expresse no mundo da energia suas Afinidades Virginais,
ele está na primeira Via Evolutiva ou Virginal, a qual é regida por Leis
consubstanciadas no Karma Causal. Chama-se Causal, pois está envolto em suas
origens, sendo de acesso exclusivo da Deidade e Seu Colegiado Divino, os quais,
como Senhores do "Tempo Eternidade", sabem o porquê de assim o ser.
Também entendemos, no capítulo anterior, que no Cosmo Espiritual ou Reino
Virginal, onde o Ser Espiritual evoluía segundo o Karma Causal, a não aceitação
dessa via, ou rompimento desse Karma, fez com que as Hierarquias Virginais
adaptassem LEIS E DIRETRIZES REGULATIVAS para essa nova situação, que era a do
Reino Natural, surgindo assim o Karma Constituído. Repisemos: quando o Ser
Espiritual desceu às diversas regiões do Universo Astral onde dominava a
Substância Etérica ou energia em vários níveis de condensação, com o objetivo
de regular essa descida e mesmo as ações nesse "outro modo de
evoluir", foi criado um conjunto de Leis Regulativas inerentes ao Universo
Astral ou Reino Natural, o qual foi chamado de Karma Constituído. Constituído,
pois a partir do rompimento do Karma Causal, objetivamente, o Ser Espiritual
começou a imantar sobre si certos fenômenos, gerando ou constituindo ações, as
quais precisariam ser reguladas; e o foram através do Karma Constituído,
gerando assim todo o séquito de reações conseqüentes às ditas ações. É a
propalada DESTINAÇÃO NATURAL ou KARMA. Para que venhamos a entender muito bem o
Karma Constituído, teremos que voltar ao Reino Virginal e estudar certas
particularidades que vieram se consubstanciar no Karma Constituído. Quando do
rompimento do Karma Causal por diversos Seres Espirituais, nem todos estavam em
um mesmo plano evolutivo. Os Seres Espirituais que, provenientes de planos
evolutivos diferentes, desceram ao Universo Astral, fazendo uso de seu
livre-arbítrio, foram direcionados a planos afins à sua evolução no Reino
Virginal. Com isso, afirmamos que certos Seres Espirituais foram enviados para
uma determinada galáxia, outros Seres para outras, e dentro delas, para os
sistemas solares afins. Em nosso caso, confinados no sistema solar em que
gravita nosso planeta, cumprimos, segundo as necessidades de cada um, nosso
Karma Constituído. Em verdade, devemos entender a "Lei de Ação e
Reação" ou das Conseqüências como se fosse uma "contabilidade"
aplicada pelos SENHORES DO KARMA a cada um de nós, vistos como
Individualidades, no Karma Constituído Individual, ou quando formos colocados
em um determinado grupo ou coletividade, no Karma Constituído Coletivo. A
contabilidade pressupõe "créditos e débitos", e é exatamente assim
que a Lei Kármica contabiliza nossos acertos (créditos) e erros (débitos) na
tão falada BALANÇA KÁRMICA, a qual penderá para um dos lados até o instante em
que, resgatando nossas dívidas, teremos os braços na horizontal, mostrando o
equilíbrio entre nossos débitos e créditos. Assim, como em uma instituição
lucrativa terrena, se nossos débitos forem intensos, não teremos mais créditos
e seremos levados à falência, situação essa dificílima perante os Tribunais
Kármicos, pois, se estamos na falência, isso se deve aos nossos próprios
desatinos, às "aquisições catastróficas" que fizemos, principalmente
relativas a nós mesmos, pois, quando a alguém ferimos, o primeiro a se
ressentir dessa violência somos nós mesmos. Assim, nossos gastos em ações
deletérias ou más aumentam nossos débitos, e a Balança Kármica penderá para o
pagamento deles. Tal qual a balança comercial que contabiliza os débitos e
créditos, a Balança Kármica, com seu fiel, contabiliza nossos acertos e nosso
erros. Os débitos deverão ser sanados ou eliminados através do resgate ou da
corrente de créditos. Muitas vezes, assim como na Terra, para saldarmos
determinados débitos, fazemos uso do empréstimo de verbas, as quais também são
contabilizadas em nosso passivo, para serem resgatadas após determinado tempo.
Seria como uma pausa para que, com nossa balança praticamente equilibrada,
conseguíssemos retornar à linha justa e acumular créditos, ou seja, acertos, e
nos desvincular do erro, do mal. Normalmente, quando recebemos empréstimos, os
mesmos são superiores aos nossos débitos, sobrando — nos algo. Após o pagamento
de nosso passivo, se soubermos espalhar bênçãos com essa sobra de nossos
empréstimos, teremos "rendimento de juros". Se soubermos guardar
esses juros, na forma de bem-estar a nós e a todos que nos cercam, teremos
condições de, na época aprazada, pagar ou saldar os empréstimos a nós
conferidos pela MISERICÓRDIA DIVINA e Sua Corte de Emissários do Bem. Em boa
hora é necessário frisar que nossos benfeitores, aqueles que nos fizeram o
empréstimo, se tornam nossos credores. Somos devedores pois, mas de amigos, e
não de Seres rigorosos, inflexíveis e implacáveis, quando não intensamente
cruéis. E melhor "dever" a um amigo do que a um estranho inflexível.
Mas se, por nossa vez, tivermos o beneplácito de ficar devendo a um amigo, isso
não nos dá o direito de não saldarmos nosso débito para com ele. Provavelmente,
aqueles que nos emprestaram não necessitam de nossos créditos. Mas não é da Lei
que não se pague o que se deve. Assim, no decorrer do tempo, sentiremos
necessidade de ressarcir o empréstimo. E necessário que fiquemos quites com
nossa consciência. E a nossa vez de saldarmos o empréstimo realizado pelos
nossos "nobres credores", os quais, mesmo não querendo ou não
sentindo-se mais credores, têm outros "amigos" que estão em débito e
necessitam de empréstimos. É a "grande família espiritual", que,
mesmo enleada ainda no mal, no próprio mal encontra oportunidades benditas de
ir de encontro ao infinito Bem, que a todos, indistintamente, mais cedo ou mais
tarde, aguarda serenamente. É, Filho de Fé, todos estão, bem ou mal, cumprindo
seu Karma, ou melhor, cada um é hoje o que quis ser, e será amanhã o que quiser
ser. Quem muito deve, muito terá de trabalhar, em situações até precárias, para
saldar seus débitos. Abençoada oportunidade estendida a todos os devedores, os
quais não foram condenados à falência insolvente. Todos podem equilibrar a sua
"balança", no decorrer do tempo-espaço. Ninguém é deserdado. Os
erros, faltas e culpas, com seus séquitos de arrependimento e remorso, são os
esquemas de que se serve a Lei Divina para fazer com que seus Filhos saldem
seus débitos uns com os outros e fortaleçam, por meio das qualidades
nobilitantes do Espírito, seus créditos. Antes de terminarmos este
despretensioso capítulo, não poderíamos deixar de citar os TRIBUNAIS KÁRMICOS.
Os TRIBUNAIS, no Reino Natural, iniciam-se pelos TRIBUNAIS KÁRMICOS GALÁCTICOS,
os quais supervisionam os TRIBUNAIS SOLARES (de cada sistema solar). Cumpre
salientar que os Tribunais Galácticos são regidos pelo Supremo Tribunal
Kármico, sob a égide do Glorioso ARCANJO MIKAEL, o qual é o Regente Kármico de
TODO o sistema de Leis que regulam os Seres Espirituais em evolução no Reino
Natural ou Universo Astral. No astral do planeta Terra, quem o representa são
as Santas Almas Guardiãs do Cruzeiro Divino, as quais têm Ordens e Direitos de
Ação e Execução sobre nossa humanidade terrena. Como dizíamos, os Tribunais
Galácticos estendem sua jurisdição sobre os Tribunais Solares; esses Tribunais
Solares, por sua vez, estendem sua poderosa vibração aos Tribunais Kármicos
Planetários, e esses aos Tribunais Kármicos Superiores e Inferiores. Por ora,
não nos ateremos a esse assunto, visto que, quando entrarmos no porquê da
"roda sucessiva das reencarnações", no próximo capítulo, voltaremos
ao tema, que, como vimos, Caboclo não pretendeu e nem pretende esgotar. Assim,
serenamente, vamos ao fim deste capítulo, que em seu ocaso anuncia outro que
lhe segue. Retomemos fôlego, e partamos para o CICLO DA VIDA (...). Livro A
Proto-Síntese Cósmica. www.escoladaluz.com.br.
Abraço. Davi
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