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I. MUHAMMAD O MENSAGEIRO DE DEUS. os anais da
história dos homens, não tem faltado aqueles que notadamente devotaram as suas
vidas à reforma sócio religiosa de seus povos, encontramo-los
em todas as épocas e em todas as partes. Na Índia, viveram os que transmitiram
ao mundo os Vedas, e também houve Gautama Buda; a China teve o seu Confúcio;
Zoroastro deixou o Zend Avesta, no Irã, a Babilônia deu ao mundo um dos maiores
reformadores, o Profeta Abraão (sem falar nos seus ancestrais), o povo Judeu
também merece orgulhar-se de uma série de reformadores, como Moisés, Samuel,
Davi, Salomão e Jesus entre outros. Todos esses
reformadores alegavam, ser portadores, cada um deles, de uma missão divina,
deixaram livros sagrados, que incorporavam códigos de vida para orientação de
seu povo. Mas, a isto, sempre se seguiram guerras
fratricidas, massacres e genocídios transformavam-se na ordem do dia,
ocasionando, uns mais, outros menos, a perda quase total das suas mensagens.
Dos Livros de Abraão, restaram-nos somente os nomes; e quanto aos livros de
Moisés, a história nos conta como foram repetidamente destruídos e só
parcialmente restaurados. 1.Conceito de Deus. A julgar
pelas relíquias do passado, já trazido à luz, do conhecimento do ''homo
sapiens'', descobrimos que o homem sempre esteve consciente da existência de um
Ser Supremo, Senhor e Criador de tudo. Os métodos e as abordagens podem Ter
sido diferentes, mas todos os povos, de todas as épocas, deixaram provas das
suas tentativas de obedecer a Deus, a comunicação com o Onipresente, porém
invisível Deus, também foi reconhecida como possível, por uma reduzida porção
de homens e por alguns espíritos nobres e exaltados. Se essa comunicação
assumia a forma de encarnação da Divindade, ou consistia, simplesmente, na
resolução de um meio receptor das mensagens divinas, através da inspiração ou
da revelação, o propósito sempre foi o de servir de orientação para o povo, era
mais do que natural que certas interpretações e explicações viessem a se provar
mais importantes e convincentes do que outras. No final do 5º século, após o
nascimento de Jesus Cristo, os homens já haviam alcançado grandes progressos,
em diversos campos da vida, nessa época, algumas religiões, que apregoavam
abertamente que se destinavam apenas a determinadas raças e grupos de homens,
está claro que não ofereciam remédio para os males da humanidade em geral.
Havia, também, algumas, que proclamavam a universalidade, mas declaravam que a
salvação do homem, residia na renúncia ao mundo, estas eram religiões para a
elite, e atendiam a um número limitado de homens. Não precisamos falar das
regiões onde inexistia qualquer religião, onde o ateísmo e o materialismo
reinavam absolutos, onde o pensamento se ocupava exclusivamente com os próprios
prazeres, sem qualquer ressalva ou consideração pelos direitos alheios. O exame
do mapa do maior hemisfério, nos mostra a Península Arábica, situada no ponto
de confluência dos três grandes continentes; Ásia, África e a Europa, nesse
período, esse extenso subcontinente arábico, composto, principalmente, Por
regiões desérticas, era habitado por povos sedentários, tanto quanto por
nômades. Não raro, membros da mesma tribo dividiam-se entre ambos os modos de
vida, e preservavam o seu relacionamento, apesar de seguirem tais caminhos
diferentes, os meios de subsistência, na Arábia, eram escassos, o deserto
oferecia inúmeras desvantagens, fazendo com que as caravanas comerciais tivessem
uma importância maior do que a agricultura e a indústria. Isto implicava em
viagens constantes, fazendo com que homens ultrapassassem a península, para
adentra a Síria, Egito, Abissínia, Iraque, Índia e outras terras. Pouco sabemos
a respeito dos Lihyanitas da Arábia Central, mas o Iêmen era justificadamente
conhecido como Arábia Felix, tendo outrora sido a sede das civilizações
florescente de Sabá e de Ma'in, antes mesmo da fundação de Roma, e tendo,
posteriormente, conquistado algumas províncias de Bizâncio e dos persas, o
grande Iêmen, que havia passado pelos melhores dias da sua existência,
encontrava-se, nessa altura, repartido em inúmeros principados, e em parte até
ocupado Por invasores estrangeiros. Os Sassânidas do Irã, que haviam penetrado
no Iêmen, já tinham se apossado da Arábia Oriental, na capital Madaín
(Ctesifonte), reinava o caos sócio-político, que se refletia nos demais
territórios, a Arábia do Norte havia sucumbido sob a influência Bizantina, e
enfrentava os seus problemas, somente a Arábia Central permanecia imune aos
efeitos desmoralizantes da ocupação estrangeira. Nesta área limitada, a
existência do triângulo; Makkah, Ta'if, Madina, parecia algo providencial,
Makkah desértica, carente de água e dos benefícios da agricultura, representava
por suas características físicas, a África e o escaldante deserto. A uns meros
oitenta quilômetros de distância, Ta'if; apresentava um retrato da Europa, com
suas geadas, Madina; situada mais ao norte, não era menos fértil do que os
países mais temperados, como a Síria, se é que o clima exercia alguma
influência na natureza do caráter humano, este triângulo, situado no centro do
maior hemisfério, era, mais do que qualquer outra região da terra, uma
reprodução miniaturizada do mundo todo. E foi aí que nasceu um descendente de
Abraão da Babilônia e da egípcia Hagar, Muhammad, o Profeta do Islam, natural
de Makkah por nascimento, mas relacionado consanguinamente, tanto a Madina como
a Ta'if. A Religião
Do ponto de vista religioso, a Arábia era idólatra, somente uns poucos
indivíduos haviam abraçado religiões como o cristianismo, o masdeísmo, entre
outras, os nativos de Makkah possuíam uma noção do Deus Único, porém
acreditavam, também, que os ídolos tinham poder de interceder junto a Deus.
Curiosamente, eles acreditavam na ressurreição e na outra vida, haviam
preservado o ritual da peregrinação ao Deus Único, à Kaaba, um costume
instituído por inspiração divina ao seu ancestral Abraão; entretanto, os dois
mil anos que os separava, do tempo de Abraão haviam degenerado essa
peregrinação, transformando-a num espetáculo de feira comercial e numa
oportunidade para a idolatria insensata, o que, longe de produzir qualquer bem,
servia tão somente para corromper o seu comportamento individual, tanto no
contexto social, como no espiritual. A Sociedade A despeito da relativa,
pobreza de recursos naturais, Makkah era o mais desenvolvido, dos três núcleos
do triângulo, dos três, somente Makkah se constituíra em cidade-estado, sendo
governada por um conselho de dez chefes hereditários, que desfrutavam de uma
nítida divisão de poderes. Gozando de boa reputação como caravaneiros os
nativos de Makkah conseguiam obter permissão dos impérios vizinhos, bem como
firmar tratados com as tribos que habitavam as rotas usadas por tais caravanas,
para transitar por seus territórios e negociar, no comércio de importação e
exportação. Eles também proporcionavam escolta para os estrangeiros que
passassem pelo seu país, bem como pelos territórios das tribos que eram suas
aliadas da Arábia. Apesar de não estarem muito interessados em preservar idéias
e registros escritos, cultivavam apaixonadamente as artes e as letras, como a
poesia, a oratória e histórias folclóricas. 2.O Nascimento
do Profeta Muhammad. No ano 570, nasceu Abulqasim
Muhammad ibn Abdala ibn Abd al-Mutalib ibn Hashim o Profeta Muhammad
(sallallahu 'alaihi wa sallam), seu pai, Abdullah, havia falecido algumas
semanas antes, e foi seu avô que se encarregou de criá-lo, de acordo com os
costumes da época, a criança foi confiada aos cuidados de uma ama de leite
beduína, com quem passou alguns anos no deserto. Todos os seus biógrafos
afirmam que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele), quando infante mamou somente de um seio da sua ama, deixando o outro para
o sustento do seu meio-irmão, quando a criança foi trazida de volta ao lar, sua
Amina, levou-a aos seus tios maternos, na cidade de Madina. Durante a viagem de
retorno, ele perdeu a mãe, que sucumbiu de morte repentina, em Makkah, outra
desolação o aguardava, o falecimento do seu afetuoso avô, submetido a tais
privações aos oito anos de idade, ele se viu finalmente entregue aos cuidados
do seu tio, Abu Talib, um homem generoso por natureza, mas cujos recursos
estavam sempre aquém até das necessidades da sua própria família. O jovem
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se viu portanto,
diante da necessidade de procurar imediatamente um meio de ganhar a vida;
serviu, inicialmente, como menino pastor para alguns vizinhos. Com Dez anos,
acompanhou o seu tio a Síria, quando este levou uma caravana para lá, não se
mencionam quaisquer outras viagens de Abu Talib, mas existem referências de que
ele teria aberto um negócio em Makka, e é possível que Muhammad (que a Paz e a
Bênção de Deus estejam sobre ele), o tenha ajudado também nesse empreendimento. Aos vinte e
cinco anos de idade, Muhammad
(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), havia-se tornado bem
conhecido na cidade, por sua integridade, disposição e honestidade de caráter,
uma viúva rica, Khadija era seu nome, ela o contratou a seu serviço e
determinou-lhe que levasse as suas mercadorias, para vendê-las na Síria. Feliz com os lucros incomuns que ele
obteve, bem como encantada com o carisma pessoal do seu agente, ela
ofereceu-lhe a sua mão, diz-se que na época ela tinha quarenta anos de idade, a
união foi feliz, mais tarde, vêmos às vezes
na feira de Hubacha (no Iêmen), e pelo menos uma vez no país dos Abd Al Kais
(Bahrain e Omã), como foi mencionado por Ibn Hanbal. Há motivos para acreditar
que esta referência diz respeito ao grande mercado de Dabá (Omã) onde, de
acordo com Ibn Al Kalbi, se reuniam, todos os anos, os mercadores da China, do
Hindi e Sind (Índia e Paquistão), da Pérsia, do Oriente. Um sócio comercial de Muhammad (que a
Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), em Makkah (Meca), de nome
Sa'ib relata: ''Revezávamos um ao outro; se Muhammad liderava a caravana, não
ia para casa, ao retornar, sem antes acertar as contas comigo, e se era eu que
liderava a caravana, quando voltava, ele perguntava sobre o meu bem estar, sem
nada dizer do capital que me estava confiado.'' 3.Início da
Conscientização Religiosa. Pouco se sabe sobre os
hábitos religiosos de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele), até seus trinta e cinco anos de idade, exceto que ele jamais adorou
ídolos, está afirmação é consubstanciada pelos seu biógrafos, pode se afirmar
que havia alguns outros poucos em Makkah que do mesmo modo, haviam se revoltado
contra a prática insensata do paganismo apesar de manterem a sua fidelidade a
Kaaba, como a casa dedicada ao Deus Único, por seu construtor Abraão. Aproximadamente no 605 da
era cristã, os panos que cobriam a parede externa da Kaaba se incendiaram, o
edifício foi afetado e não suportou o peso das chuvas torrenciais, que se
seguiram, a reconstrução da Kaaba foi então, empreendida, cada cidadão
contribuiu, de acordo com as suas posses; e só era aceitas doações,
provenientes de ganhos honestos. Todos participaram do trabalho de
reconstrução, e os ombros de Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam
sobre ele), ficaram feridos, de tanto carregar pedras, para identificar o local
onde se inicia o ritual de circungí-la, aonde
foi colocada a pedra negra, na parede da Kaaba que datava da época do próprio
Abraão. Houve rivalidade entre os
cidadãos pela honra de recolocar a pedra em seu lugar, ao surgir o de correr
sangue, alguém sugeriu que se deixasse o assunto por conta da Providência, e
assim, se aceitasse o arbítrio daquele que ali chegar primeiro.
Aconteceu que naquela
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) chegava para ajudar
no trabalho, como era normal, ele era popularmente conhecido pela alcunha de al
Amin (o honesto), e todos aceitaram o seu arbítrio. Sem hesitar, Muhammad (que
a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele) ele pediu um manto e colocou no
chão, colocou a pedra sobre ele e pediu aos chefes de todas as tribos da cidade
para juntos levantarem o manto, feito isto ele próprio colocou a pedra no seu
lugar certo, em um dos cantos do edifício, ficando assim todos satisfeitos,
eliminando assim a disputa. É desse momento em diante que encontramos Muhammad (que a
Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), cada vez mais absorvido em
meditações espirituais, como seu avô ele também costumava se retirar, durante o
mês inteiro de Ramadan, para uma caverna em ''Jabal an Nur'' (a montanha da
luz), essa caverna é chamada de Ghári Hirá, ali ele orava, meditava e
compartilhava as suas parcas provisões com os viajantes, que por ali viessem a
passar. 4.A
Revelação. Estava ele com quarenta anos de
idade, e era o quinto ano consecutivo que iniciará os seus retiros anuais,
quando, certa noite, próximo ao final do mês de Ramadan, um anjo veio
visitá-lo, e anunciar que Deus o havia escolhido, como seu Mensageiro para toda
a humanidade, e comunicou-lhe a seguinte mensagem Divina: '' Lê, em nome do teu Senhor Que criou;
Criou o homem de algo que se agarra. Lê, que o teu Senhor é Generosíssimo, Que
ensinou através do cálamo, ensinou ao
homem o que este não sabia.'' (Alcorão Sagrado 96:1 ao 5). Profundamente comovido, ele voltou para
casa e contou o acontecido à sua esposa, expressando o seu temor de que pudesse
Ter sido algo diabólico, ou feito por ação de espíritos malignos, ela o
consolou, dizendo que ele sempre fora um homem caridoso e generoso, que sempre
ajudou os pobres, os órfãos, as viúvas e os necessitados, e assegurou-lhe que
Deus o protegeria conte todo o mal. Sobreveio, então, um lapso na revelação
que duraria mais três anos, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus
estejam sobre ele), deve ter sentido inicialmente um choque seguido por uma
calmaria, um desejo ardente, e após um certo tempo de expectativa, uma
crescente impaciência, as novas da sua primeira visão haviam-se espalhado e,
diante do lapso, os cépticos da cidade começaram a escarnecer dele e a contar
piadas maldosas, chegaram ao ponto de dizer que Deus o havia abandonado.
Durante três anos de
espera, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), se
entregara mais e mais às orações e a outros hábitos espirituais, finalmente
reiniciaram-se as revelações e Deus assegurou-lhe que de modo algum o havia
abandonado; pelo contrário, fora Ele quem o guiara no caminho reto; que
portanto ele deveria cuidar dos órfãos e dos desamparados, e proclamar a
generosidade que Deus tivera para com ele. '' Pelas horas da manhã, E pela noite,
quando é serena, Que o teu Senhor não te abandonou, nem te odiou. E sem dúvida
que a outra vida será melhor, para ti, do que a presente. Logo o teu Senhor te
agraciará, de um modo que te satisfaça. Porventura, não te encontrou órgão e te
amparou? Não te encontrou extraviado e te encaminhou? Não te achou necessitado
e te enriqueceu? Portanto, não maltrates o órfão, Nem tampouco repudies o
mendigo, Mas divulga a mercê do teu Senhor, em teu discurso.'' (Alcorão Sagrado
93:1 ao 11). Na verdade esta foi uma
ordem para pregar, outra revelação, mandou-o alertar as pessoas contra as
práticas ilícitas, exortá-las a não louvar nenhuma outra divindade, além do
Deus Único, e a abandonar tudo o que desagradasse a Deus. '' Ó tu, emantado! Levante-te e
admoesta! E enaltece o teu Senhor! E purifica as tuas vestimentas! E foge da
abominação! E não esperes qualquer aumento (em teu interesse), Mas persevera,
pela causa do teu Senhor.'' (Alcorão Sagrado 74:2 ao 7). Ainda outra revelação
ordenou-lhe avisar aos seus próprios parentes mais próximos. '' E admoesta os teus parentes mais
próximos. '' (Alcorão Sagrado 24:214). ''
Proclama, pois, o que te tem sido ordenado e afasta-te do idólatras.'' (Alcorão
Sagrado 15:94). 5.A Missão. O Profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), começou anunciar a
sua missão, primeiro secretamente entre seus amigos mais íntimos, depois entre
os membros da sua própria tribo e dai por diante publicamente, pela cidade e
pelos seus subúrbios, ele insistiu na crença no Deus Único e Transcendente, na
ressurreição e no Juízo Final, conclamou os homens a caridade e a benevolência,
e tomou as providencias necessárias para preservar, por escrito as revelações
que estava recebendo, ordenando aos seus partidários que também as decorassem,
e isto continuou durante todo o resto de sua vida, uma vez que o Alcorão
Sagrado não foi revelado todo de uma só vez, mas em fragmentos, conforme surgia
a ocasião para tal. O número dos seus
seguidores aumentou gradativamente; mas diante da denúncia do
paganismo, a oposição também se tornou intensa, por parte daqueles que estavam
firmemente ligados às suas crenças ancestrais, essa oposição degenerou, ao
longo do tempo, na perseguição e na tortura física do Profeta Muhammad (que a
Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e daqueles que haviam abraçado o
Islam. Estes eram
estirados sobre a areia escaldante, cauterizados com feros em brasa e presos
com correntes nos pés, alguns deles morreram em consequência da
tortura, mas nenhum renunciou ao Islam, em desespero, o Profeta Muhammad (que a
Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), aconselhou os seus seguidores a
deixarem a sua cidade de origem e a se refugiarem no exterior, na Abissínia,
''onde governa um rei justo, em cujo reino ninguém é oprimido''. Dezenas de muçulmanos se
beneficiaram desse conselho, mas não todos, essas fugas em segredo incitaram
uma perseguição maior, por parte dos senhores de Makkah, à aqueles que ficaram
para trás. O Profeta Muhammad (que a
Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), denominou a sua religião de ISLAM,
isto é ; submissão à vontade de Deus. As características que a distinguem são
duas: 1º-
O equilíbrio harmônico entre as coisas temporais e espirituais (o corpo e
alma), que permite desfrutar por inteiro, de todas as graças criadas por Deus,
prescrevendo ao mesmo tempo, para todo, deveres para com Deus, o Islam veio
para ser a religião das massas e não apenas de uns poucos eleitos.
2º- A universalidade do
chamamento, para que todos os crentes se tornem irmãos e iguais, sem qualquer
distinção de classe, raça ou idioma, a única superioridade que ela admite é
exclusivamente pessoal, baseada no maior temor a Deus e na maior devoção. 6.Boicote
Social. Quando um grande número de
muçulmanos de Makkah emigrou para a Abissínia, os líderes do paganismo deram um
ultimato à tribo do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam
sobre ele), exigindo que ele fosse excomungado, declarado fora da lei, e
entregue aos pagãos, para ser morto, todos os membros da tribo, muçulmanos ou
não, rejeitaram a exigência. Em consequência dessa
recusa, a cidade decidiu impor um boicote total a tribo do Profeta Muhammad
(que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele); ninguém poderia falar, manter
relações comerciais ou matrimoniais com os seus membros, as tribos que
habitavam o subúrbio, que eram aliados dos senhores de Makkah, também aderiram
ao boicote, causando uma grande miséria entre as vítimas inocentes, crianças,
homens e mulheres, velhos doentes e fracos. Alguns sucumbiram, mas ninguém concordou
em entregar o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele)
aos seus perseguidores, após três anos, quatro ou cinco que não eram
muçulmanos, porém mais humanos que os demais e pertencendo a clãs diferentes,
proclamaram o seu repúdio ao injusto boicote. Ao mesmo tempo o documento promulgando o
pacto do boicote, que havia sido exposto no templo, foi encontrado, como havia
sido profetizado pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam
sobre ele), roído por formigas brancas, até que não lhe sobraram senão as
palavras; ''Deus'' e ''Muhammad'', o boicote foi suspenso, mas devido às
privações por que tivera que passar, a esposa e o tio do Profeta Muhammad (que
a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), faleceram em seguida, outro tio do
Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), Abu Lahab
que era inimigo declarado do Islam e do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele), assumiu então a chefia da tribo. 7.A
Ascensão.
Foi por esse tempo que o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de
Deus estejam sobre ele) teve concedida a ascensão (Mi'raj), ele se viu numa
visão, sendo recebido no céu por Deus, testemunhando as maravilhas das regiões
celestiais, ao voltar trouxe para a sua comunidade, como dádiva Divina, o culto
Islâmico, que se constitui em uma espécie comunhão entre o homem e Deus. A notícia desse contato
celestial levou a um endurecimento ainda maior da hostilidade por parte dos
pagãos de Makkah, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam
sobre ele), foi obrigado a deixar a sua cidade natal, em busca de asilo em
outro lugar, ele procurou os seus tios maternos em Ta'if, mas voltou
imediatamente a Makkah, pois as pessoas que habitavam aquele lugar o
perseguiram até os limites da cidade, atirando-lhe pedras e o ferindo
gravemente.
8.A Migração Para Madina. A
peregrinação anual à Kaaba trouxe a Makkah gente de todas as partes da Arábia,
o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), tentou
persuadir uma tribo após outra, a lhe conceder abrigo e permitir que
continuasse com a sua missão de pregar o Islam para toda a humanidade. Os contingentes de quinze tribos, que
ele abordou sucessivamente, recusaram-se a fazê-lo de modo mais ou menos
brutal, mesmo assim, ele não se desesperou, finalmente encontrou-se com meia
dúzia de habitantes de Madina (Medina), os quais,
sendo vizinhos dos judeus e dos cristãos, tinham alguma noção, das mensagens
Divinas e dos Profetas. Também sabiam que ''O Povo do Livro'' estavam esperando a
chegada de um profeta, por isso os de Madina decidiram um passo a frente dos
outros, e conseqüentemente abraçaram o Islam, prometendo aumentar o número de
seguidores e proporcionar-lhes o apoio necessário em Madina. No ano seguinte, uma dúzia de novos
cidadãos de Madina fez o juramento da aliança, com o Profeta Muhammad (que a
Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e pediu que ele lhes enviasse um
mestre missionário, o trabalho desse missionário que se chamava Muss'ab, teve
grande êxito e ele levou um contingente de setenta e três novos convertidos
para Makkah, na época da peregrinação. Estes convidaram o Profeta Muhammad (que
a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), e os seus companheiros de Makkah a
migrar para a sua cidade, prometendo abrigo para Profeta Muhammad (que a Paz e
a Bênção de Deus estejam sobre ele), e trata-lo a ele e a seus companheiros
como se fossem seus próprios parentes, secretamente e em pequenos grupos a
maioria dos muçulmanos migrou para Madina, diante disso os pagãos de Makkah não
somente confiscaram as propriedades dos migrantes, como também armaram um plano
para assassinar o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre
ele). Com
isto, tornava-se, agora, impossível , para ele, permanecer em sua casa, deve-se
notar que a despeito da hostilidade para com a missão do Profeta Muhammad (que
a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), os pagãos de Makkah continuaram a
Ter confiança sem limites na probidade do Profeta Muhammad (que a Paz e a
Bênção de Deus estejam sobre ele) tanto assim que muitos deles costumavam
deixar as suas finanças guardadas com ele. O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele), então, confiou esse depósitos a um primo, que se
chamava Ali, com instruções para devolvê-los, oportunamente, aos proprietários
de direito. Deixou a seguir secretamente a
cidade em companhia do seu fiel amigo Abu Bakr, depois de algumas aventuras,
eles conseguiram chegar em Madina em segurança, e isto aconteceu no ano 622, no
qual começa o calendário da Hégira. 9.A Reorganização da
Comunidade Para melhor reabilitação dos migrantes deslocados. O Profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), criou uma irmandade
entre eles e um número igual de habitantes de Madina abastados, as famílias de
cada par de irmãos contratuais trabalhavam juntas para ganhar o sustento, e
eles ajudavam-se uns aos outros na vida comercial. Além disso, ele pensava
que a evolução do homem, como um todo, seria melhor conseguida, se ele
coordenasse a religião e a política, como duas partes constituintes do mesmo
todo, com esse fim, convidou representantes, dentre os muçulmanos, como também
representantes dentre os não muçulmanos da região; pagãos, judeus, cristãos e
outros, e sugeriu uma fundação de uma cidade-estado em Madina. Com o consentimento deles, ele dotou a
cidade de uma constituição escrita, a primeira do gênero no mundo, na qual
definiu os deveres e os direitos, tanto dos cidadãos, como de chefe de estado. O Profeta Muhammad (que a
Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), foi proclamado como tal, por uma
unanimidade, e aboliu a habitual justiça particular, o cumprimento dos termos
desse documento tornou-se dai em diante, a principal preocupação da organização
central dessa comunidade de cidadãos. Esse sistema estabeleceu os princípios
de defesa e de política externa e organizou um sistema de seguro social, para
casos de obrigações extremamente onerosas, ele reconhecia que o Profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), teria a última
palavra em todas as divergências, e que não havia limites ao seu poder de
legislar. Reconhecia
também, explicitamente a liberdade de religião, especialmente para os judeus, a
quem o ato constitucional conferia igualdade com os muçulmanos, em tudo o que
se relacionava com a vida neste mundo. O Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção
de Deus estejam sobre ele), empreendeu diversas jornadas, com vistas a
persuadir as tribos vizinhas e a estabelecer, com elas, tratados de aliança e
de ajuda mútua. Com
a ajuda destas tribos, ele decidiu exercer uma pressão econômica sobre os
pagãos de Makkah, que haviam confiscado as propriedades dos muçulmanos
retirantes, e também causado incontáveis prejuízos, a obstrução do caminho das
caravanas de Makkah e o impedimento da sua passagem pela região de Madina,
deixou os pagãos de Makka desesperados, ensejando uma luta sangrenta.
Ao se preocupar, o Profeta
Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), com os interesses
materiais da comunidade, não foi negligenciado o aspecto espiritual, mal
passara um ano, desde a migração para Madina, quando a mais rigorosa das
disciplinas espirituais, o jejum de um mês inteiro, todo os anos, no mês de
Ramadan, foi imposto a todo homem e mulher, muçulmano. 10.A Luta
Contra a Intolerância e a Descrença. Não satisfeitos com a expulsão dos compatriotas muçulmanos, os
habitantes de Makkah enviaram um ultimato aos de Madina, exigindo a entrega ou
pelo menos a expulsão do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam
sobre ele), e dos seus companheiros, mas evidentemente todos esses esforços
foram em vão, alguns meses mais tarde, no ano 2 da Hégira, eles enviaram um
exército para combater o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam
sobre ele), que os enfrentou no que ficou conhecido como a A Batalha de Badr.
Os idólatras de Makkah sendo três vezes mais numeroso do que os muçulmanos, mesmo assim os idólatras de Makka foram derrotados. Depois de mais de um ano de preparativos, os idólatras de Makkah, novamente tentaram invadir Madina, para vingar a derrota de Badr, desta vez, eram quatro vezes mais numerosos do que os muçulmanos, após uma batalha sangrenta, em Uhud, que ficou conhecido como a, A Batalha de Uhud. Os idólatras se retiraram, não tendo o encontro sido decisivo, os mercenários não queriam arriscar demasiadamente, nem expor as suas vidas. Nesse meio tempo os cidadãos judeus de Madina começaram a criar problemas, na época da vitória de Badr, um de seus líderes Ka'b Ibn Al Achraf, seguiu para Makkah, para firmar a sua aliança com os idólatras de Makkah e para incitá-los a uma guerra de vingança. Após a batalha de Uhud, a tribo desse mesmo chefe tramou o assassinato do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), pretendendo jogar sobre ele uma pedra de moinho, quando fosse visitar a sua localidade, apesar disso tudo, a exigência que o profeta fez aos homens dessa tribo foi a de que saíssem da região de Madina, levando com eles todas as suas posses, após venderem os imóveis e receberem o que lhes devessem os muçulmanos. A clemência, demonstrada dessa maneira surtiu efeito contrário ao esperado, os exilados, não somente entraram em contato com os idólatras de Makkah, como com as tribos ao Norte, Sul e Leste de Madina, mobilizando-se em ajuda militar e planejando uma invasão de Madina, a partir de Khaibar, com forças quatro vezes mais numerosos ainda, do que as que foram empregadas em Uhud. Os muçulmanos prepararam-se para enfrentar um cerco e cavaram um fosso, para se defender do que previam ser a maior provação que teriam que enfrentar, mas a deserção dos judeus, que ainda permaneciam dentro de Madina, numa etapa posterior, transtornou toda a estratégia, porém usando uma diplomacia sagaz, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), conseguiu desarvorar a aliança inimiga e os diversos grupos retiraram-se, um após o outro. Foi nessa época que foi decretada a proibição, para muçulmanos, do consumo de bebidas alcoólicas e das apostas dos jogos de azar. www.ccib.org.br. Abraço. Davi.
Os idólatras de Makkah sendo três vezes mais numeroso do que os muçulmanos, mesmo assim os idólatras de Makka foram derrotados. Depois de mais de um ano de preparativos, os idólatras de Makkah, novamente tentaram invadir Madina, para vingar a derrota de Badr, desta vez, eram quatro vezes mais numerosos do que os muçulmanos, após uma batalha sangrenta, em Uhud, que ficou conhecido como a, A Batalha de Uhud. Os idólatras se retiraram, não tendo o encontro sido decisivo, os mercenários não queriam arriscar demasiadamente, nem expor as suas vidas. Nesse meio tempo os cidadãos judeus de Madina começaram a criar problemas, na época da vitória de Badr, um de seus líderes Ka'b Ibn Al Achraf, seguiu para Makkah, para firmar a sua aliança com os idólatras de Makkah e para incitá-los a uma guerra de vingança. Após a batalha de Uhud, a tribo desse mesmo chefe tramou o assassinato do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), pretendendo jogar sobre ele uma pedra de moinho, quando fosse visitar a sua localidade, apesar disso tudo, a exigência que o profeta fez aos homens dessa tribo foi a de que saíssem da região de Madina, levando com eles todas as suas posses, após venderem os imóveis e receberem o que lhes devessem os muçulmanos. A clemência, demonstrada dessa maneira surtiu efeito contrário ao esperado, os exilados, não somente entraram em contato com os idólatras de Makkah, como com as tribos ao Norte, Sul e Leste de Madina, mobilizando-se em ajuda militar e planejando uma invasão de Madina, a partir de Khaibar, com forças quatro vezes mais numerosos ainda, do que as que foram empregadas em Uhud. Os muçulmanos prepararam-se para enfrentar um cerco e cavaram um fosso, para se defender do que previam ser a maior provação que teriam que enfrentar, mas a deserção dos judeus, que ainda permaneciam dentro de Madina, numa etapa posterior, transtornou toda a estratégia, porém usando uma diplomacia sagaz, o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), conseguiu desarvorar a aliança inimiga e os diversos grupos retiraram-se, um após o outro. Foi nessa época que foi decretada a proibição, para muçulmanos, do consumo de bebidas alcoólicas e das apostas dos jogos de azar. www.ccib.org.br. Abraço. Davi.
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