quarta-feira, 13 de maio de 2020

OS ANALECTOS - LIVRO X


Confucionismo. www.https//rt.br. OS ANALECTOS – LIVRO X. 1. Na comunidade local, Confúcio era submisso e parecia inarticulado. No templo ancestral e na corte, embora fluente, ele não falava com leveza. 2. Na corte, quando falava com ministros de nível hierárquico mais baixo, ele era afável; quando falava com ministros de nível hierárquico mais elevado, ele era franco, embora respeitoso. Na presença do governante, sua atitude, embora respeitosa, era calma. 3. Quando ele era chamado pelo senhor para receber um convidado, seu rosto adquiria uma expressão séria, e suas passadas tornavam-se vigorosas. Quando ele curvava-se para os seus colegas, esticando os braços para a esquerda ou para a direita, suas vestimentas seguiam-lhe os movimentos sem se desalinharem. Ele avançava com passos rápidos, como se tivesse asas. Após a retirada dos convidados, ele invariavelmente relatava: “O convidado foi embora”. 4. Ao atravessar os portões externos até a corte do senhor, ele esgueirava-se para dentro, como se a entrada fosse pequena demais para admiti-lo. Quando ficava parado, não ocupava o centro do portão de entrada [115] ; quando caminhava, não pisava na soleira. Quando ele passava pelo trono do governante, seu rosto assumia uma expressão séria, suas passadas tornavam-se vigorosas, e suas palavras pareciam mais lacônicas. Quando ele erguia a bainha de suas roupas para subir até o salão de audiências, ele se inclinava para a frente e parava de inspirar, como se pudesse prescindir da respiração. Quando ele saía e descia o primeiro degrau, relaxando a expressão, ele não mais parecia tenso. Quando ele chegava ao final dos degraus, seguia adiante com passos mais rápidos, e suas mangas pareciam asas. Quando retomava seu lugar, sua atitude era respeitosa. 5. Quando segurava a tabuleta de jade [116] , ele se inclinava, como se o peso da tabuleta fosse demais para ele. Segurava a parte superior como se estivesse se curvando numa saudação; segurava a parte inferior como se fosse entregar um presente. Sua expressão era solene, como se tivesse medo, e hesitante, e seus passos eram contidos como se seguissem uma linha predeterminada. Quando fazia o discurso, sua expressão era plácida. Em uma audiência privada, mostrava-se descontraído. 6. O cavalheiro evitava usar seda tingida de roxo escuro e marrom para lapelas e mangas. Seda vermelha e violeta não eram usadas para roupas informais. Quando, no verão, ele vestia uma roupa simples, fosse feita de tecido fino ou grosseiro, ele invariavelmente a usava sobre uma roupa de baixo. Por baixo de um casaco preto, ele usava pele de ovelha; sob um casaco branco, ele usava pele de falcão; sob um casaco amarelo, ele usava pele de raposa. Seu casaco de pele de raposa para usar em casa era comprido mas com a manga direita curta. Ele invariavelmente usava uma roupa de dormir que era tão longa quanto a metade da sua altura. [117] Por serem muito espessas, a pele da raposa e do texugo eram usadas como tapetes. Uma vez terminado o período de luto, ele usava qualquer tipo de ornamento na cintura. A não ser pelo manto cerimonial, tudo mais era costurado a partir de pedaços de tecidos. Casacos de pele de ovelha e gorros pretos não eram usados em visitas de condolências. No dia de Ano-Novo, ele invariavelmente ia à corte em roupas formais. 7. Em períodos de purificação, ele invariavelmente usava uma roupa de ficar em casa feita do material mais barato. Em períodos de purificação, ele invariavelmente seguia uma dieta mais austera e, quando em casa, não sentava no seu lugar habitual. 8. Ele não comia toda a sua porção de arroz refinado, nem comia sua parte de carne finamente cortada. Não comia arroz que ficara azedo ou peixe e carne estragados. Ele não comia alimentos que tivessem perdido a cor ou que tivessem mau cheiro. Ele não comia alimentos que não fossem devidamente preparados, tampouco comia fora de hora. Não comia alimentos que não tivessem sido devidamente cortados, tampouco comia se o molho certo não estivesse disponível. Mesmo quando havia bastante carne, ele evitava comer mais carne do que arroz. Apenas em se tratando de vinho ele não estipulava para si um limite rígido. Ele simplesmente nunca bebia a ponto de ficar confuso. Ele não consumia vinho ou carne comprados em lojas. Mesmo quando o prato de gengibre não era levado embora da mesa, ele não comia mais do que o apropriado. 9. Depois de participar de um sacrifício nos domínios do governante, ele não guardava sua porção da carne sacrificial de um dia para o outro. Em outros casos, ele não guardava a carne sacrificial por mais do que três dias. Se tivesse sido guardada por mais de três dias, ele não mais a comia. 10. Ele não conversava durante as refeições; tampouco falava quando deitado na cama. 11. Mesmo quando uma refeição consistia de apenas uma porção de arroz e caldo de legumes, ele invariavelmente oferecia um pouco em sacrifício e invariavelmente o fazia de modo solene. 12. Ele jamais sentava sobre uma esteira que não estivesse bem esticada. 13. Ao beber em uma reunião da comunidade, ele ia embora na mesma hora que aqueles que usavam bengalas. 14. Quando os camponeses exorcizavam maus espíritos, ele punha suas roupas de corte e postava-se sobre os degraus do leste. [118] 15. Ao enviar uma mensagem para alguém de outro reino, ele curvava-se até o chão duas vezes antes de despachar o mensageiro. 16. Quando K’ang Tzu mandou-lhe remédios de presente, [Confúcio] curvou a cabeça até o chão antes de aceitá-los. Entretanto, disse: “Como não conheço as propriedades destes remédios, não ouso prová-los”. 17. Os estábulos pegaram fogo. O Mestre, ao voltar da corte, perguntou: “Alguém se feriu?”. Ele não perguntou sobre os cavalos. 18. Quando o governante o presenteava com alimentos cozidos, a primeira coisa que ele invariavelmente fazia era prová-los, após ajustar sua esteira. Quando o governante o presenteava com alimentos crus, ele invariavelmente os cozinhava e oferecia aos ancestrais. Quando o governante o presenteava com um animal vivo, ele invariavelmente passava a criar o animal. À mesa do seu governante, quando este havia feito uma oferenda antes da refeição, ele invariavelmente começava pelo arroz. 19. Durante uma doença, quando o governante lhe fez uma visita, ele ficou deitado com a cabeça voltada para o leste, com suas vestimentas de corte abertas sobre si e sua faixa colocada ao lado da cama. 20. Quando chamado pelo governante, ele partia sem esperar que cavalos fossem atrelados à sua carruagem. 21. Quando entrou no Grande Templo, ele fez perguntas sobre tudo. [119] 22. Sempre que morria um amigo que não tinha parentes por quem o corpo pudesse ser levado, ele dizia: “O funeral partirá da minha casa”. 23. Mesmo que o presente dado por um amigo fosse uma carruagem e cavalos, ele não se curvava até o chão – a menos que o presente fosse a carne de um sacrifício. 24. Quando na cama, ele não ficava deitado como um cadáver; tampouco sentava formalmente, como um convidado, quando sozinho. 25. Quando ele encontrava uma pessoa simples em trajes de luto, mesmo que fosse algum conhecido, ele invariavelmente assumia uma atitude solene. Quando ele encontrava uma pessoa vestindo um gorro cerimonial ou alguém cego, mesmo que fossem conhecidos seus, ele invariavelmente mostrava respeito. [120] Ao passar por uma pessoa vestida de luto, inclinava-se para fora da carruagem para mostrar respeito; agia de forma similar para com uma pessoa que carregasse documentos oficiais. Quando um suntuoso banquete era trazido, ele invariavelmente assumia uma expressão solene e punha-se de pé. Quando havia uma repentino troar de trovões ou um vento violento, ele invariavelmente assumia uma atitude solene. [121] 26. Quando subia em uma carruagem, ele invariavelmente punha-se ereto e segurava a maçaneta. Quando na carruagem, ele não se voltava completamente para o lado de dentro, tampouco gritava ou apontava. 27. Assustado, o pássaro levantou-se e volteou antes de pousar. Ele disse: “Como a fêmea do faisão sobre a ponte da montanha sabe o momento certo, como sabe o momento certo, como sabe!”. Tzu-lu juntou as mãos em um gesto de respeito para com o pássaro que, batendo três vezes as asas, voou para longe. www.https//rt.br. Abraço. Davi

Nenhum comentário:

Postar um comentário