Judaísmo. www.pt.chabad.org. Por
Roched Hotzkenner. DEUS E O FACEBOOK PODEM SER AMIGOS? Eis aqui algo para se
pensar: a tecnologia ajudou ou atrapalhou o comprometimento religioso? A
Ciência e religião há muito têm tido um relacionamento tumultuado. No Século 16
as descobertas de Copérnico e Galileu deram um arrepio na espinha dos
religiosos, e a ciência ameaçava substituir D'us pela razão. Mas a religião não
foi deixada de lado. Na verdade, as descobertas científicas com frequência
mostram o brilhante projeto de D'us para o universo. Vamos correr até o Século
21. A essa altura a ciência tem desvendado impressionantes desenvolvimentos que
alteraram radicalmente as nossas vidas, e o progresso continua a toda
velocidade. Os cientistas dizem que nos anos 1990-2000 houve mais avanços
científicos que em toda a história combinada! Aqui surge a pergunta
contemporânea: A tecnologia e a religião podem trabalhar em uníssono? Por um
lado, a alta tecnologia parece na maior das hipóteses uma distração para
aqueles que buscam o espiritual. Na pior, desvenda todo um mundo novo de
tentação. Um judeu tem algo de significativo a ganhar de uma página de
Facebook, o iPad com 3G, ou um smartphone Black Berry? Por mais vital que a
comunicação instantânea possa ser, ela realmente torna o mundo um lugar melhor?
O Zohar, escrito há quase dois mil anos, tem algo surpreendente a dizer sobre o
valor da tecnologia. Segundo o Zohar, o desenvolvimento da tecnologia leva ao
crescimento espiritual sendo na verdade um prelúdio para a vinda de Mashiach. O
Zohar vê esta previsão na descrição vívida da Torá sobre o dilúvio de Nôach:
“No ano 600 da vida de Nôach (…) todas as fontes da grande profundeza
irromperam, e as janelas do céu se abriram.” A água jorrou dos céus e brotou da
terra através de fontes naturais. Espelhando essa descrição, o Zohar prevê um
futuro dilúvio – apenas este dilúvio seria um derramar de sabedoria. (A água é
um símbolo cabalístico para sabedoria). Cada parte do futuro dilúvio está
previsto na Torá: “No ano 600 da vida de Nôach (…)” Os seiscentos anos da vida
de Nôach aludem ao sexto milênio da existência do mundo, mais especificamente o
ano seiscentos do sexto milênio. Transposto para o Calendário Gregoriano, é a
metade do Século 19, mais especificamente o ano 1840 EC. “As fontes da grande
profundeza irrompem (…)” – Isto, diz o Zohar, é uma alusão ao desenvolvimento
científico que vai emergir da engenhosidade humana e vai inudar a terra no
sexto milênio. “E as janelas do céu se abriram.” – Os céus também brotarão com
sabedoria esotérica e mística, uma referência ao profundo entendimento da Torá,
a Cabalá. O Zohar conclui: Tanto a sabedoria elevada como a inferior virão para
preparar o mundo para o sétimo milênio, a Era Messiânica, quando “o mundo
estará repleto com o conhecimento de D'us como as águas cobrem o leito do oceano.”
Mil e quinhentos anos após serem
escritas, as previsões do Zohar começaram a se desenrolar. Como um prelúdio
desta mudança cósmica, passaremos a conhecer alguns empolgantes avanços. O ano
1820 marcou o surgimento da Revolução Industrial, também conhecida como
Revolução Tecnológica. Os avanços tecnológicos começam a surgir num movimento
espiral ascendente. Estradas de ferro, eletricidade, telefone, e por fim
automóvel e avião mudaram a vida como a conhecíamos. O início do século 19
também assinalou uma reviravolta maciça na sociedade judaica. Um século antes o
Baal Shem Tov (1698-1760) tinha catalisado a Revolução Chassídica, e por volta
de 1800, os ensinamentos mais profundos da Torá, conhecidos como Cabalá e
Chassidismo, começaram a ser largamente estudados e disseminados. Os rituais
judaicos que tinham sido entendidos de maneira mecânica por milênios agora eram
ensinados com profundidade e amplitude inteiramente novas, vistos através da
lente do misticismo judaico. Os segredos do universo que antes eram
exclusividade para os místicos começaram a saturar a sociedade judaica na
Europa e em outros locais. Duas escolas de sabedoria tinham surgido
poderosamente. Assim como o Zohar tinha previsto, a metade do sexto milênio
trouxe um diluvio torrencial de conhecimento. O Zohar previu que tanto o
conhecimento elevado como o inferior viriam como um prelúdio da Era Messiânica.
Na verdade, há um antigo costume de provar a comida do Shabat na sexta-feira.
Da mesma forma, D'us está nos dando um sabor da sabedoria abundante que estará
disponível no sétimo milênio, a época de Mashiach, um pouco mais cedo, no sexto
milênio. Mas como a Revolução Tecnológica é parte de um prelúdio ao profundo
conhecimento de D'us que estará disponível nos tempos de Mashiach? Como a
tecnologia reforça uma realidade centrada em D'us? Como as “águas” superiores e
inferiores trabalham em uníssono? Talvez você não perceba que acaba de se
juntar à maior congregação virtual judaica do mundo. Bem-vindo ao nosso site
que você agora está visitando. Talvez você não perceba que acaba de se juntar à
maior congregação virtual judaica do mundo. Com milhões de visitantes por mês e
milhares de artigos de Torá, a tecnologia permitiu que a esfera de influência
da Torá se expandisse em proporções gigantes. Por muitos anos agora,
transmissões ao vivo de rádio e televisão e a internet têm sido usadas para
divulgar os ensinamentos da Torá e Chassidismo. Eles atingem pessoas que de
outra forma não teriam acesso ou interesse no estudo de Torá. A tecnologia é
como uma tela que avança em 3D criando uma rede enorme de influência sempre em
expansão para saturar o mundo com a vibração judaica; no celular, ipad, em
todas as formas e formatos possíveis sempre sendo redesenhados, ganhando sempre
mais velocidade e fácil acesso. Além disso, a tecnologia nos ensina sobre D'us
de maneira mais palpável do que poderíamos ter conhecido a partir de um texto
filosófico. Os livros dizem que D'us tem “um olho que vê e um ouvido que
escuta.”3 Ele é onipresente,
observando a todos ao mesmo tempo. Há cem anos aceitávamos a palavra dos livros
para isso, mas com o Google Earth, de repente não está mais tão longe de
procurar. Os livros dizem que D'us dá vitalidade contínua às Suas criações. Cem
anos atrás acreditávamos nisto. Agora entendemos isto. Se uma usina elétrica
energiza milhões de aparelhos elétricos com uma corrente consistente passando
através de cada aparelho, então o processo criativo de D'us se torna mais
compreensível. É claro, D'us não pode dublar Sua criação. Portanto em vez de
tornar óbvio que a principal função da tecnologia é espalhar o conhecimento de
D'us, Ele lhe deu uma fachada humana. Para manter o equilíbrio entre bem e mal
no mundo, D'us também deu às forças do mal a oportunidade de colocar seu dedo
negro na torta da tecnologia – daí a Internet, “crackberries”, (pessoas
viciadas em seus Black Berrys), e muita imoralidade para esconder a verdadeira
natureza do nosso diluvio tecnológico. A Cabalá, no entanto, é inequívoca em
sua declaração de que a tecnologia não apenas é boa, mas espetacular. Para isto
é só selecionar, filtrar e transformar o mundo para o bem. E a favor dele. www.pt.chabad.org. Abraço. Davi
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