segunda-feira, 30 de setembro de 2019

PREFACIANDO. NO LIMIAR DE UMA NOVA ERA


Religião Afrodescendente. Livro UMBANDA. A Proto-Sintese Cósmica. PREFACIANDO. Sim, Caboclo pede licença aos poderes das divindades, ou seja, aos Orishas Superiores, para expressar para a coletividade umbandista as verdades, ou melhor, levantar um pouco do véu dos arcanos, para reafirmar ou mesmo revelar muitas coisas que fazem o mistério da vida deste mundo e do outro. Esses ensinamentos que o leitor vai encontrar nesta obra foram transmitidos por intermédio dos canais mediúnicos de E Rivas Neto, filho do meu "Santé", ou seja, coroado em nosso Santuário de Itacuruçá. Ele é um Mestre de Iniciação de 72 grau, no grau de mago, e com a outorga do Astral Superior de promover a Iniciação de seus médiuns. Assim, desejamos que o leitor se conscientize de que esse "Caboclo" (Entidade Espiritual que usa a roupagem fluídica de índio), que pede agô (licença) para transmitir o que vai transmitir, traz ensinamentos da doutrina esotérica da Umbanda. Quando qualificamos de Umbanda Esotérica, queremos que fique bem claro que ela não tem nada em comum com o "Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento". É só o leitor abrir um dicionário e verificar o que significam os termos esotérico e exotérico, que são as coisas internas e externas, respectivamente. Assim é que, como Umbanda em seus aspectos externos, entendemos os rituais que são produzidos pelos atabaques ou palmas, quer seja nos terreiros, praias, cachoeiras, etc, alimentados por crenças, crendices e superstições, sem querermos apontar diretamente para o animismo vicioso que pode se manifestar nesses setores ditos dos cultos afro-brasileiros. Então, "Caboclo" vem através de seu médium autenticar os ensinamentos mais límpidos, que são eternais ou de todas as escolas esotéricas ou filosóficas de conceito da antiguidade. Assim é que ele fala primeiro da Divindade Suprema sem que com isso queira defini-la, e rasga os véus de certos mistérios que eventualmente foram ditos muito por alto em obras de outros autores conceituados. Assim é que fala do Além, isto é, "do outro lado da vida", das vivências grosseiras que existem e aguardam os Seres Espirituais imprevidentes que se mancharam de vícios, egoísmos, ódios, ambições, luxúria, e que são imediatamente atraídos para campos de teor vibratório de energias degradantes e morbosas após o desencarne. Eles são reconhecidos devido a aura de seus corpos astrais, ou seja, pela cor vibratória que modela suas características psicoastrais. Esta obra é de certa forma um pouco contundente, porque revela conceitos que podemos chamar até de inéditos. Em Umbanda — A Proto-Síntese Cósmica o leitor vai verificar como essa entidade fala das 7 fases da Umbanda no Brasil, como tem um ensinamento muito preciso sobre os Exus, como aborda a questão do desencarne, etc. Caboclo 7 Espadas, que é como se identifica essa Entidade, fala com muita propriedade da ancestralidade da Umbanda, vindo até a comprovar a sua origem no seio da Raça Vermelha, em pleno solo brasileiro. Faz o mesmo com a origem do termo Exu, coordenação precisa de termos que sofreram ligeiras alterações semânticas, mas que no fundo são a mesma coisa. Inumeráveis leitores de nossas obras vão encontrar semelhanças no que escrevemos e no que está nesta obra. Evidentemente, a verdade não são duas, é uma só. Uns alcançam-na até certo ponto e outros ainda vão além, dentro de sua relatividade. Finalizando este prefácio, queremos dizer aos nossos leitores que nos sentimos até certo ponto envaidecido com o que Umbanda — A Proto-Síntese Cósmica ensina. Portanto, leia-o leitor, atentamente, porque vai ficar plenamente satisfeito. Mestre Yapacany Woodrow Wilson da Matta e Silva. São Paulo 18 de dezembro de 1987. NO LIMIAR DE UMA NOVA ERA. Escrever um livro talvez não seja tarefa das mais fáceis, mormente em se tratando de assunto tão pouco aceito pela maioria das humanas criaturas, mesmo aquelas que se dizem umbandistas. Acreditamos que seja esta uma das raras oportunidades em que a Cúpula da Corrente Astral da Umbanda se predispõe a informar seus prosélitos e Filhos de Fé através de uma forma não-habitual que chamaremos dimensão-mediunidade. Propositadamente, deixaremos aqui o linguajar tão comum nos terreiros que atendem a grande massa de seres que, por motivos vários, se situam na faixa kármica afim à Sagrada Corrente Astral de Umbanda. Mas urge que esclareçamos que essa é apenas uma das formas de comunicação entre nós, "Guias" de Umbanda, e os inumeráveis Filhos de Fé que peregrinam por esses "terreiros". Assim, Filho de Fé, entregamos a ti, agora, um pequeno volume que outra pretensão não tem a não ser a de mostrar que Umbanda se agita e se expressa de mil formas e que, neste clarear de uma Nova Era, queremos tornar mais esclarecida e espiritualizada a nossa grande família umbandista. Claro que de inédito esta obra não terá nada. Outros já com louvor escreveram os reais fundamentos de nossa Doutrina, que ainda infelizmente custa a ser assimilada pelos melhores e mais entendidos Filhos de Fé. Nossa gratidão a todos aqueles que já escreveram, pela obra benemérita, pelo compromisso e pela missão. De nossa parte, queremos transmitir notícias-ensino de caráter bem abrangente, que possam preencher a lacuna de todos aqueles que esbarram logo de início nas lições mais simples desta nossa tão sagrada Umbanda. Assim, este pequeno volume visa ser informativo, buscar novos enfoques. Como dissemos, a Doutrina em seu bojo já foi descrita e esmiuçada por Filhos de Fé que ainda se demoram no plano físico em missão de esclarecimento e auxílio a essa grande coletividade universal, que hoje é denominada adepta dos cultos afro-brasileiros. Filho de Fé, que a Suprema Luz do Senhor Jesus inunde todo o teu ser em Paz, Amor e Harmonia, e que estas notas possam despertar-te para as coisas maiores da vida e de nossa Doutrina. Que este pequeno volume fale por si mesmo. Que suas letras, frases e capítulos sejam o rumo para uma vida de umbandista mais aberta, mais consciente e mais ligada aos nossos verdadeiros fundamentos. Nesta obra não estamos interessados, como dissemos, em grandes revelações, mas deixamos a critério do "Caboclo" que escreve o livro se aprofundar naquilo que achar necessário, e que o mesmo possa, como velho participante ativo desse Movimento, estender sobre todos seu entendimento e atenção. A esse nosso "mano" de Corrente, nosso sincero saravá e agradecimento. Assim Urubatão da Guia agradece a atenção de todos os que lerem esta obra. Queiram receber desse humilde Caboclo votos de assistência e paz de Oxalá em seus caminhos. Creiam que o Caboclo guardará no coração todos que, ao lerem este livro, fizerem-no por amor às coisas da Umbanda, ou mesmo por mera curiosidade. Assim, que o SENHOR JESUS te cubra com Seu manto de Luz, Paz e Amor. E vamos às palavras de Caboclo, que já pediu agô... Anauan ... Savatara ... Samany ... Urubatão da Guia. Arashamanan. CABOCLO PEDE AGÔ. O inabitual sempre traz espanto e quase sempre descrença! Por mais bem-intencionada que seja a maioria dos Filhos de Fé que se agrupam nos mais variados terreiros, raros deles podem crer que Caboclo deixe o terreiro, o charuto, a vela, e troque a pemba de giz pela pemba de lápis ou caneta. De fato não trocamos, apenas usamos, também, quando temos oportunidade, o lápis, em algum recinto do terreiro ou em qualquer local em que o "cavalo" (médium) sentir-se bem à vontade — vibratoriamente falando. Assim, sabemos que muitos de nossos "Filhos de Terreiro" não estão habituados a observar um Caboclo de Umbanda fazer uso do lápis. De fato, não nos é comum expressarmo-nos nesta modalidade mediúnica, que é a dimensão-mediunidade, que também pode ser traduzida como psicografia dimensional e sensibilidade psicoastral. A grande maioria dos Filhos de Fé, bem como a grande massa de crentes, está acostumada a ver Caboclos "montarem" em seus "cavalos" através da mecânica de incorporação. Não raras vezes, falamos de maneira que nem sempre quem nos ouve nos entende, precisando da ajuda imprescindível do cambono. Muitas vezes usamos este artifício visando nos tornar bem próximos do consulente, bem como permitir que o cambono aprenda e observe as mazelas humanas, e saiba como encará-las de frente, segundo nossas próprias atitudes perante cada consulente. Outros, menos ligados aos fenômenos da Ciência do Espírito, não conseguem entender como um Caboclo (Entidade Espiritual que usa a vestimenta fluídica de um Ser Espiritual da Raça Vermelha) pode escrever através de seu "cavalo" ou dizer coisas que só o homem civilizado conhece. Como pode um Caboclo escrever? No tempo em que ele vivia na Terra era analfabeto, nem sabia que tinha escrita, muito menos ciência, filosofia, etc. E, muitos Filhos ainda pensam assim! Pura falta de informação sobre as leis da reencarnação e sobre a lei dos ciclos e dos ritmos. Caboclo acredita que realmente à primeira vista, isto pode suscitar dúvida e descrença, tanto sobre o Caboclo como sobre o intermediário entre os dois planos — o médium ou cavalo. A grande maioria tem em mente que o Caboclo não fala português, é bugre da mata virgem; como, de repente, já vem ele ditando normalmente o português, ou, o que é mais estranho, escrevendo? Realmente muitos pensarão: Ou o cavalo é mistificador, ou essa Entidade que diz ser um Caboclo não o é. Pode até acontecer que algum cavalo seja mistificador e que algum Caboclo não seja Caboclo, mas palavra de Caboclo que o Caboclo que aqui escreve é o mesmo que baixa no terreiro, e que o cavalo é o mesmo que nos "recebe" nas sessões semanais, tanto no "desenvolvimento" mediúnico como nas sessões de caridade, onde atendemos grande número de consulentes, por meio da mecânica de incorporação. Os mecanismos são diferentes, mas as finalidades não, pois ambas visam direcionar os Filhos de Fé, dirimindo as suas dúvidas. Imaginem, como simples exemplo, se de repente, em todas as "giras", o Caboclo se apresentasse não na incorporação, mas completamente materializado, isto é, se todos os Filhos de Fé, sem precisarem fazer uso da mediunidade que lhes dilatasse os poderes de alcance visual, nos vissem em corpo astral densificado?! Provavelmente, de início, ficaríamos com pouquíssimos ou nenhum Filho de Fé no terreiro! Uns sairiam correndo apavorados e tresloucados. Outros ficariam extáticos, em profunda hipnose, tal o choque psíquico. Outros mais, peto estresse, teriam fortes descargas de adrenalina, podendo ter crises de arritmias graves e até espasmos coronarianos, distúrbios que poderiam levá-los ao desencarne. Com isso, afirmamos que tudo que foge do habitual traz espanto, traz dúvidas. Isso é naturalíssimo! Mas um dia teríamos que começar a nos manifestar sob outras formas não-habituais. E de há muito já começamos! Esta é mais uma dessas formas. Mas, com o decorrer do tempo, tudo tornar-se-á comum. Esperemos! Os tempos são chegados! Para muito breve, veremos que muitos dos Filhos de Fé se acostumarão a ver seu próprio Caboclo também ditando um livro, uma mensagem. Chegará o tempo em que as mensagens ditadas serão tão habituais como a importantíssima mecânica de incorporação em nosso ritual. Filhos de Fé! Entendam que o Caboclo que ora escreve é um desses mesmos Caboclos que "baixam no terreiro" e atendem aos Filhos de Fé, nas tão costumeiras consultas, conselhos, passes, etc. Este Caboclo é o mesmo 7 Espadas de Ogum, que "baixa" nas sessões de nossa humilde tenda, e que agora, nestas pequenas lições, vez por outra usará termos tão comuns em nossas "giras de terreiro". Os Filhos de Fé de nossa humilde choupana de trabalhos já estão acostumados com as variações da mediunidade e entendem que o ser espiritual pode usar a vestimenta astral que melhor lhe aprouver, tudo visando ser melhor compreendido quando se dirigir aos filhos da Terra, ainda presos a certos conceitos arraigados sobre Caboclos, Pretos Velhos, etc. Devemos entender também que a mediunidade é fruto do perfeito entrelaçamento vibratório entre o cavalo (médium) e a entidade atuante, através de sutis laços fluídico-magnéticos, e principalmente através da sintonia e dos ascendentes morais-espirituais. Quando queremos ditar, escrever ou levar o cavalo a certos transes mediúnicos (dimensão-mediunidade), emitimos certa ordem de fluidos que se casam com os do cavalo, tanto em seu mental como em seu emocional (corpo astral), fazendo com que ele sinta nossa presença, em forma de "um quê" que o emociona até as fibras mais íntimas de seu ser, e "um quê" que o deixa levemente ansioso, devido a vibrarmos com alguma intensidade em certas regiões de seu sistema nervoso central e nos centros superiores da mente, principalmente nos lobos frontais e temporais e em todo o complexo celular neuronal moto-sensitivo. Por processos astrais técnicos que regem o mecanismo mediúnico, e mesmo etérico físicos, que deixaremos de explicar por fugir da singeleza destas lições, o cavalo conscientemente sente-nos a presença e, como servidor leal, aquiesce de boa vontade à tarefa que irá desempenhar em comunhão conosco. Não raras vezes, nos vê através da clarividência, e a maior parte das vezes pela sensibilidade psicoastral. Pronto! Entidade e cavalo agora formam um complexo em perfeita simbiose espiritual, todo favorável aos trabalhos que irão ser desenvolvidos. Ativamos certas zonas em seu corpo mental e em todo o sistema nervoso periférico, para que não haja excessos de desgaste energético em sua economia orgânica. Desde a epífise, a glândula da vida espiritual, passando por complicada rede hipotalâmica, chegamos a promover esta ou aquela ativação ou inibição hormonal. Tudo é criterioso; não podemos lesar nem sobrecarregar tão abnegado cavalo que montamos e dirigimos. Em rápidas palavras, apresentamos resumidamente os cuidados e as técnicas para a execução deste livro. Foi dessa forma que surgiu este pequeno volume que agora está em suas mãos. Nele, procuramos um enfoque simplificado dos tópicos mais complicados, em que muitos Filhos de Fé desanimam em progredir em seus estudos e conclusões. Esperamos alcançar o objetivo. Já é alta madrugada, Caboclo falou demais... O dia já vai clarear e o galo vai cantar, anunciando um novo dia de bênçãos renovadas que vai chegar. Povo d'Aruanda, lá no Humaitá (plano do astral em que vibram as entidades de Ogum), já está me chamando... Antes de Caboclo "subir", ir a "oló", quer deixar fixado no papel as vibrações de amizade e simpatia por todos os Filhos de Fé. Que Oxalá os abençoe sempre. — Filho de Fé — Caboclo fala sussurrando para não te assustar. — Acorda, é novo dia. Os clarins estão tocando e a todos chamando. Abre os olhos. Abre os ouvidos. E muito principalmente o coração. Caminha trabalhando e aprendendo sempre. Um novo dia está surgindo. Vamos, desperta! Testemunha com trabalho o raiar da Nova Era... Filho de Fé, saravá... Estarei sempre contigo. Fica sempre comigo. Que TUPÃ nos abençoe a tarefa que temos de cumprir. Iremos cumpri-la. Vamos às lições de Caboclo, que espero serão bem assimiladas por todos, umbandistas ou não. Assim, Umbanda — Caboclo Pede Agô... Saravá Oxalá – Senhor do planeta Terra. Saravá Ogum. Yama Uttara ... Ogum ... E... Ê... OGUM. Caboclo 7 ESPADA (Orishivara). São Paulo, 28 de setembro de 1987. UMBANDA. Livro A Proto-Síntese-Cósmica. Abraço. Davi

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