Budismo.
Texto de Alexander Berzin. II. A ÉTICA SEXUAL BUDISTA – AS PRINCIPAIS QUESTÕES.
Comportamentos Sexuais Impróprios para Mulheres. Se nos interrogamos sobre a possível necessidade de adicionais
retificação à lista dos tipos de comportamento sexual impróprio, para irmos de
encontro ao Ocidente moderno, podemos aprender outra lição a partir da história
textual budista. De acordo com os textos vinaya sobre a disciplina monástica,
não é permitido aos monásticos agirem como intermediários para o arranjo de
casamentos com certo tipo de mulheres. As listas dessas mulheres correspondem
às listas de parceiras sexuais impróprias para as pessoas leigas. Entre os
textos vinaya que examinei, em cinco das dezoito escolas Hinayana, duas das
suas listas são exclusivamente elaboradas sob o ponto de vista masculino,
indicando apenas mulheres impróprias. Estes vinayas pertencem a duas das três
tradições Hinayana que ainda hoje existem – Theravada (seguida no Sri Lanka e
no Sudeste Asiático) e Sarvastivada (a filial de Mulasarvastivada, seguida
pelos tibetanos e pelos mongóis). Ora, esta omissão não significa que, de acordo com estas duas tradições,
apenas haja mulheres impróprias para homens, e que não haja homens impróprios
para as mulheres. Significa apenas que os códigos éticos foram escritos nestas
duas tradições apenas sob o ponto de vista dos homens. Contudo, as outras três
tradições do vinaya especificam listas de homens impróprios que correspondem às
suas listas de mulheres impróprias. Isto implica que a ética sexual é relativa
consoante as pessoas envolvidas – homens, mulheres e assim por diante – e que
precisa de ser especificada em termos de cada tipo de pessoa. Assim, com base
nesta evidência textual, acredito que seria muito razoável adicionar a qualquer
lista de parceiros sexuais impróprios aqueles que seriam impróprios sob o ponto
de vista das mulheres. A Homossexualidade. Seguindo a mesma linha de raciocínio, os textos em todas estas tradições
foram escritos sob o ponto de vista do homem heterossexual. Assim, se um homem
heterossexual já tiver uma parceira, mas devido à insatisfação e ao desejo
obsessivo, for explorar e fazer sexo não só com todo o tipo de mulheres
alheias, como também com homens, vacas e quem sabe o que mais, então, é obvio
que isso é destrutivo. Mas, além disso, penso que também podemos rever todo o
sistema e incluir o que seria comportamento sexual destrutivo ou construtivo
para os homens e mulheres homossexuais e também bissexuais, porque fazer sexo
com o parceiro de outra pessoa, e assim por diante, também seria destrutivo
para este tipo de pessoas. Afirmar que qualquer recomendação ética precisa de
ser formulada relativamente a cada grupo a que diz respeito, me parece estar
totalmente de acordo com o espírito dos ensinamentos budistas sobre o
surgimento dependente. É interessante que,
durante suas viagens, Sua Santidade o Dalai Lama se tivesse encontrado às vezes
com grupos homossexuais, particularmente em São Francisco e Nova Iorque nos
Estados Unidos. Estes grupos estavam extremamente perturbados pela usual
apresentação budista da homossexualidade como comportamento sexual impróprio.
Sua Santidade respondeu que ele, por si próprio, não podia reescrever os textos
mas pensava que este era o tipo de questão que precisava de ser discutida por
um Concílio de Budistas. Só um tal concílio poderia alterar questões a respeito
do vinaya e da ética. Sua Santidade recomendou o mesmo procedimento a respeito
da questão da igualdade das mulheres, particularmente em rituais e cerimónias
monásticas. Isto também precisa ser reconsiderado e revisado. Com efeito,
parece que Sua Santidade também pensa que pode haver algo problemático e aberto
à discussão no âmbito da tradicional apresentação budista sobre a ética
sexual. Orifícios Impróprios para Sexo. A inclusão da boca e do ânus como orifícios impróprios para o
intercurso sexual também foi feita indubitavelmente com os homens
heterossexuais que já tinham uma parceira feminina em mente. Sob o ponto de
vista budista, tais pessoas seriam impelidas a dar rédea solta ao sexo oral ou
anal por causa do enfadamento e da insatisfação com o sexo vaginal. Podiam
sentir que o sexo vaginal era uma forma deficiente de obter ou dar prazer, ou
um modo inepto de demonstrar amor e afeição. Em ambos os casos, a conduta é
motivada pela insatisfação que, por sua vez, é uma atitude que inevitavelmente
traz problemas. Contudo, isto torna-se uma questão muito mais complicada se
considerarmos estas formas de comportamento sexual no contexto de casais
homossexuais. A questão é a seguinte: estes orifícios são impróprios por
natureza ou são apenas especificados como impróprios para determinadas pessoas,
em determinadas situações? Se disséssemos que o problema com a boca e o ânus,
como orifícios sexuais, existe porque estes não são limpos, então essa objeção
também pertenceria igualmente à vagina. Não é um tópico assim tão simples. E o
sexo para alguém paralisado (tetraplégico) do pescoço para baixo? A única forma
de comportamento sexual que essa pessoa pode fazer é a oral. Assim, uma vez
mais, penso que precisamos de fazer a distinção entre o que é próprio e
impróprio em relação a grupos específicos de pessoas. Não penso que poderíamos
dizer que fazer sexo oral seria obsessivo para alguém paralisado do pescoço
para baixo. Masturbação. Penso
que um argumento semelhante pode ser feito a respeito da masturbação. Temos de
examinar a tradicional posição budista a respeito disto, no seu contexto social
original. Na Índia antiga, na época em que estas questões sobre a ética foram
formuladas, as pessoas casavam durante a puberdade ou até antes. Assim, se
formos casados mas estivermos tão obcecado pelo sexo de tal forma que o sexo
com o nosso parceiro não é suficiente e também precisamos de nos masturbar,
isso seria considerado obsessivo. No entanto, hoje em dia, as pessoas no
Ocidente não casam no início da puberdade e algumas pessoas permanecem
solteiras até bem tarde ou até durante toda sua vida. Precisamos de pensar
acerca da questão da masturbação sob a perspectiva das pessoas que não têm
parceiros ou que não têm um sério relacionamento sexual com ninguém. Se as
alternativas forem a promiscuidade, o uso de prostitutas ou o celibato total,
então a masturbação para as pessoas sem parceiros é completamente diferente do
que para as pessoas casadas. O mesmo é verdade a respeito da pessoa casada,
cujo parceiro esteja muito doente ou num hospital há meses. O que devem elas
fazer, ir a uma prostituta? Não. Então, acredito que é consistente com os
ensinamentos budistas que tudo deve ser considerado dentro do seu contexto,
porque o que torna um ato samsárico eticamente neutro (como a prática sexual)
num ato destrutivo é ele ser motivado por uma emoção perturbadora –
insatisfação, obsessão sexual e assim por diante. Isso é que irá causar
problemas. O comportamento sexual não influenciado pelas perturbadoras emoções
obsessivas não irá causar o mesmo tipo de problemas. Causará apenas o problema
generalizado de nunca estarmos completamente satisfeitos e de querermos sem
dúvida fazê-lo repetidamente. E nunca poderemos garantir como iremos sentir
após o ato sexual. Prostituição. Um dos pontos mais interessantes sobre a tradicional apresentação
budista acerca da conduta sexual imprópria, se a analisarmos tendo em vista a
sua alteração para o Ocidente moderno, diz respeito ao que não está incluído e
como isso pode ser culturalmente influenciado. Considerem, por exemplo, a
discussão sobre a prática sexual com prostitutas. Nos textos indianos e
tibetanos, o sexo com prostitutas é perfeitamente aprovado, mesmo para homens
casados, desde que paguem à prostituta. Uma prostituta é uma parceira imprópria
apenas se ela pertencer a outra pessoa e se você não pagar por ela. Mais perplexo
ainda é que se os pais não derem permissão à sua filha para fazer sexo com
alguém, então a filha é uma pessoa imprópria para a prática sexual. Mas se os
pais derem permissão – como acontece às vezes na Ásia quando pais pobres vendem
suas filhas para a prostituição – nem uma palavra é mencionada. Ademais, como
já disse, as traduções chinesas adicionaram as concubinas alheias como
parceiras impróprias. Isto implica que é perfeitamente aceitável que um homem
casado tenha sexo com as suas próprias concubinas. E entre os tibetanos, é
perfeitamente aceitável ter-se mais que uma esposa ou que um marido. De fato,
parece ser perfeitamente aceitável que qualquer homem casado tenha sexo com
quaisquer mulheres – tal como mulheres independentes e solteiras desde que não
sejam noivas nem monjas – e que não sejam abrangidas na categoria de parceiras
impróprias. Para nós, é difícil compreender a mentalidade que está por trás
disto. Das duas, uma: ou tudo isto é perfeitamente aceitável nestas sociedades
e todas as mulheres se sentem bem com seus maridos fazendo sexo com outras
mulheres, ou as mulheres casadas não se sentem bem com isso mas ficam caladas
acerca de tal. No mundo moderno, hoje em dia, não é certamente esse o caso. E
assim me parece que, uma vez mais, a lista de comportamentos sexuais impróprios
precisa de ser aumentada em vez de ser diminuída, de maneira a incluir todas
estas formas diferentes de relacionamentos sexuais problemáticos, destrutivos e
baseados na obsessão. Insatisfação
Sexual e Desejo de Variar. Então, as questões
acerca do comportamento sexual impróprio não são apenas a consideração
incorreta e a confusão, tal como considerámos em relação a determinados
orifícios do corpo, mas são mais sobre a insatisfação e a avidez. Queremos
explorar e experienciar mais e mais. Assim, a questão é a obsessão: o
descontentamento e a obsessão. Por causa disto, penso que precisamos de
aumentar a lista de comportamentos impróprios para incluirmos coisas como as
práticas sexuais de alto risco, em que podemos transmitir ou contrair doenças
sexualmente transmissíveis e assim por diante. Quando falamos sobre a questão
do descontentamento sexual, precisamos de ter em mente o contexto cultural. Por
exemplo, se analisarmos os indianos ou os tibetanos tradicionais, regra geral a
maioria deles se sente perfeitamente satisfeita comendo exatamente a mesma
coisa, todos os dias das suas vidas – tal como arroz e sopa de lentilhas ou de
massa. Os ocidentais modernos não estão inclinados para tal. As pessoas
ocidentais gostam da individualidade e da variedade. Fazem parte da nossa
cultura. Assim, é o mesmo tanto em relação à sexualidade como em relação à
comida. Se fosse normal, na nossa sociedade, comer a mesma coisa todos os dias,
então se quiséssemos comer outra coisa isso seria considerado um exemplo de
avidez e obsessão pela comida. Então, é compreensível que tal sociedade tenha a
mesma atitude em relação à sexualidade. Suponhamos que temos uma certa forma de
comportamento sexual com um parceiro, de mútuo acordo. É óbvio que a podíamos
expandir, tendo em vista a relatividade que já discutimos antes. Temos uma
certa maneira de fazer sexo com o nosso parceiro, quer o parceiro seja do sexo
oposto ou do mesmo sexo, quer estejamos paralisados, nós ou o nosso parceiro,
ou até se estivermos sem parceiro e a nossa forma de comportamento sexual for a
da masturbação. Se tivermos uma certa preferência quanto à prática sexual,
então, sob o ponto de vista da cultura asiática tradicional, querermos algo
diferente seria apenas devido ao desejo exagerado e à obsessão sexual. É claro,
se a nossa preferência sexual for uma que nos traga muita dor e que venha a
magoar a outra pessoa, ou se for qualquer tipo de prática sadismo masoquista –
os textos relatam práticas sexuais em terra fria e molhada, sobre rochas; mas o
Ocidente é mais imaginativo com o sadomasoquismo (perversão sexual) – então,
não é obviamente uma forma sexual saudável; é uma forma destrutiva. Mas, embora
possamos ter uma maneira preferida de praticar o ato sexual que não seja tão
prejudicial como tal, nós ocidentais, contudo, gostaríamos de alguma variedade
na nossa vida sexual. Isso não significa necessariamente uma variedade de
parceiros, mas uma variedade de maneiras de expressar nosso amor e afeição e
ter prazer com outra pessoa. Assim, me parece que precisamos de tomar isso em
consideração quando falamos sobre o que é destrutivo sob o ponto de vista
ocidental. Penso que precisamos de diferenciar entre o nosso normal desejo
cultural pela variedade e o desejo obsessivo de experimentarmos tudo e qualquer
coisa devido ao descontentamento e ao fastio. Embora o conjunto de práticas
sexuais deva ser decidido mutuamente dentro do relacionamento de cada casal, a
pergunta é: “Quais são os limites?” O conjunto de práticas sexuais pode incluir
sexo nos chamados “orifícios impróprios”? Mas, em qualquer caso, quaisquer que
sejam esses limites, quando nos sentimos completamente descontentes e
obsessivos e vamos para além deles, então começamos a entrar em áreas
problemáticas e em comportamentos sexuais destrutivos. Essa é a minha ideia
pessoal. As Recomendações de Thich Nhat Hanh sobre
o Comportamento Sexual Impróprio. Thich Nhat Hanh
(1926 - ), um atual mestre budista vietnamita, nos deu uma recomendação muito
interessante, e penso que útil, a respeito da ética sexual budista nos dias de
hoje. Ele disse que um parceiro impróprio seria alguém com quem não estaríamos
dispostos a passar o resto das nossas vidas, considerando que os nossos
casamentos não são arranjados pelos nossos pais, como ainda acontece com a
maioria das pessoas na Ásia tradicional, e considerando também que escolhemos
os nossos próprios maridos e mulheres, e que a maioria de nós tem relações
sexuais antes do casamento. Ou seja, se vamos ter relações sexuais com alguém,
esse alguém deveria ser uma pessoa com a qual estaríamos dispostos a passar o
resto da nossa vida se fosse necessário, digamos, se ela ficasse grávida e
assim por diante. E que seríamos felizes de o fazer e não apenas devido a um
sentimento de dever. Isso não significa que tenhamos de passar o resto da nossa
vida com esta pessoa. O exemplo da gravidez é meramente um exemplo, porque há
obviamente pessoas mais velhas e livres que já não podem ter filhos mas que têm
atividade sexual com parceiros. A mesma recomendação seria aplicável neste
caso. Embora eu não
conheça nenhuma referência escrita na qual está recomendação tenha sua base,
penso que ela é muito útil para os nossos tempos modernos. Significa que
precisamos de evitar o sexo ocasional motivado pela nossa obsessão de praticar
sexo com qualquer pessoa encontrada por acaso, sem nos importarmos nem estarmos
interessados em ter um relacionamento mais profundo com ela. Na maioria dos
casos, esta recomendação lida com a questão de se fazer sexo com uma
prostituta. Embora, é claro, possa haver casos em que se desenvolva um
relacionamento sério e de amor com uma prostituta. Não Sobrestimar o Sexo. É importante não sobrestimarmos o sexo. Por exemplo, suponhamos que a
nossa motivação é dar prazer e felicidade temporária a alguém, como uma
expressão de amor, e não apenas à outra pessoa como também a nós próprios.
Assim, desde que não neguemos ingenuamente os desconfortos que o acompanham e a
realidade do que está dentro do corpo de alguém – ou seja, se tivermos uma
visão realista das limitações do sexo – e, repito, desde que nos mantenhamos
dentro de certos limites mutuamente acordados com essa pessoa – então, penso
que este não é um ato brutalmente destrutivo, à exceção dele perpetuar o nosso
samsara. De fato, este tipo saudável de relacionamento sexual pode ser um
estágio positivo no desenvolvimento de alguém, relativamente ao cultivo de uma
atitude de generosidade, afeição e interesse. Mesmo a respeito da masturbação, muitos
psicólogos ocidentais dizem que isso faz parte do desenvolvimento saudável da
criança. Se um adolescente entrar em contato com a sua própria sexualidade e
puder demonstrar afeição a si mesmo de um modo descontraído e apreciativo, isso
ajudará o adolescente a apreciar e a ser capaz de se relacionar sexualmente com
os outros de uma maneira mais saudável. Esta é, naturalmente, uma perspectiva
ocidental, mas penso que tem uma certa validade, especialmente se tivermos em
consideração a nossa maneira de criar as crianças. Os bebês ocidentais não têm
o contato corporal quase constante que tradicionalmente os bebês asiáticos têm.
Por tradição, a maioria das mães asiáticas mantém os seus bebês nas costas
durante o dia, e dormindo com eles durante a noite. Por outro lado, como os
bebês ocidentais são normalmente deixados sozinhos no berço ou numa cadeirinha,
muitos de nós nos sentimos alienados dos nossos corpos. A masturbação, então, é
possivelmente um passo para superar essa alienação. Mas, repito, o importante é
não sobrestimarmos toda esta área da sexualidade. Medo do Sexo. Agora, uma pergunta pode ser feita: e se formos obsessivamente contra o
sexo? Ou seja: e se a pessoa tiver medo do sexo ou se for frígida? Esta atitude
também é doentia, penso eu. Também causa problemas. Mas aqui precisamos
de fazer uma distinção: ter medo de matar e ter medo do sexo não é a mesma
coisa. Se, por exemplo, alguém estiver com medo de matar, isso não implicaria
que matar fosse mais saudável para essa pessoa. Assim, penso que precisamos de
fazer uma distinção entre o medo obsessivo do desejo sexual biológico e o medo
da compulsão sexual. O medo do impulso biológico é que é doentio, penso eu. Este é um tópico
importante para as pessoas que decidem fazer votos de celibato total, como os
monges e monjas. Se abandonarmos o sexo por acharmos que qualquer forma de sexo
é destrutiva e por termos medo dele, então isto sem dúvida produzirá muitos problemas.
Penso que podemos observar isto. Esta atitude, não só quanto aos monges e
monjas da tradição budista como também das nossas tradições cristãs,
frequentemente os torna muito, muito tensos, cheios de sentimentos de culpa e
de todo esse tipo de coisas. Ficam com sentimentos de culpa devido aos seus
desejos sexuais biológicos. Mas, sob o ponto de vista budista, o mais adequado seria o medo da
própria obsessão sexual. Aqui, “medo” não é a palavra correta.
O medo também não é a motivação mais saudável, dado que implicaria fazermos da
obsessão um grande drama e algo sólido. “Receio” é uma palavra melhor porque
implica simplesmente um forte desejo de não se ter essa obsessão. Se quisermos
superar essa obsessão pelo sexo e se decidirmos subsequentemente nos tornarmos
monges ou monjas, isso é algo completamente diferente. Essa é uma atitude mais
saudável. Tais pessoas se tornam monges e monjas porque não querem ser
desviadas por obrigações familiares, e assim por diante, e querem estar numa
situação em que seu desejo sexual seja minimizado. Não querem à sua volta
circunstâncias externas que sexualmente os estimulem. Aborto. Agora ainda queria falar um pouco sobre outros tópicos relacionados com
o sexo: a contracepção e o aborto. Quando falamos sobre o aborto a partir de um
ponto de vista budista, o aborto estaria na categoria da ação destrutiva de
matar. Não há que negar isso; é terminar a vida de um outro ser. No entanto,
poderá haver várias motivações para terminar essa vida. Se a motivação for a
preocupação egoísta, como a de não querermos ter a obrigação de tomar conta de
um bebê ou a de não querermos perder a nossa aparência física ou qualquer coisa
assim, ela torna este ato num pesado ato destrutivo de matar, porque tanto a
motivação como o próprio ato são destrutivos. Assim, precisamos de examinar a motivação
causal. Que motivo nos levaria a abortar? A nossa motivação pode ser de
ingenuidade, pensando que não podemos dar ao bebê uma boa vida ou que não temos
recursos para ter mais um bebê. Mas talvez os nossos pais ou outros familiares
possam dar ao bebê um bom lar, ou poderíamos dar o bebê para adoção. Por outro lado, a
nossa motivação pode ser positiva e compassiva. Se o bebê for grandemente
deformado ou mentalmente deficiente, então, desejando que a criança evite todos
os problemas e sofrimentos futuros, podemos pensar no aborto. Afinal, há o voto
secundário de bodhisattva de se não evitar cometer uma ação destrutiva quando a
motivação é o amor e a compaixão. No entanto, nestes casos, precisamos de estar
totalmente dispostos a aceitar quaisquer consequências a nível de sofrimento
que possamos vir a experienciar nas nossas futuras vidas, a fim de salvar do
seu sofrimento a criança ainda não nascida. Com tal atitude, as consequências
negativas dessa ação destrutiva, de terminar uma vida, serão menos intensas. Contudo, isto é
complicado, dado que não sabemos se a criança será feliz ou não, nem fazemos
ideia do quanto a criança poderia vir a ser capaz de superar as suas
dificuldades. Ademais, é muito difícil termos unicamente a compaixão e o amor
como motivação; eles podem estar facilmente misturados com o desejo egoísta de
evitarmos todos os problemas e sofrimentos que teríamos como pais de uma
criança tão deficiente. Outra situação muito difícil se verifica quando temos de escolher,
enquanto mulher grávida, entre salvar nossa própria vida ou a do feto. Se a
opinião médica for a de que a continuação da gravidez, ou o próprio processo de
dar à luz, irá resultar na nossa própria morte, a motivação causal para fazer um
aborto pode ser a de salvar a nossa própria vida. Embora, por definição, tal
motivação seja de auto preocupação e não de interesse pela criança não nascida,
cada caso é ligeiramente diferente. Muitos fatores e circunstâncias afetariam a
decisão e o peso das consequências cármicas subsequentes. Embora várias
motivações causais possam estar envolvidas, os ensinamentos budistas dizem que
o que realmente afeta o peso das consequências cármicas é a nossa motivação
contemporânea. Consequentemente, se por qualquer razão decidirmos fazer um
aborto, precisamos de ter cuidado com o que se está passando na nossa mente e
coração durante o início da operação. Isto é mais crucial do que aquilo que nos
motivou a ida à clínica. Considerem, por exemplo, o caso de uma menina de 13 anos que ficou
grávida por ter sido abusada sexualmente pelo seu pai. A menina e a família
podem decidir, por vários motivos, interromper a gravidez. O que estou tentando
salientar é a atitude da família, e especialmente a da menina, na altura do aborto.
É muito importante que não seja uma atitude de ódio ou hostilidade,
especialmente para o bebê que está sendo abortado. A culpa não é dele. Deste modo, é muito
importante que no momento do aborto tenhamos pensamentos afetuosos para com o
bebê que está sendo abortado. Precisamos de desejar o bem para as suas vidas
futuras e, num certo sentido, pedirmos desculpa por esta situação. Isto não
torna o aborto num ato construtivo. Afinal, matar é matar. Mas certamente
minimiza as consequências negativas subsequentes. No mínimo, penso que é quase
impossível para as mulheres que fazem abortos não virem a sofrer mais tarde por
quererem saber “como teria sido esse bebê? Se estivesse vivo teria agora
quantos anos?” Penso que quase todas as mulheres que fizeram abortos têm esse
tipo de sofrimento. Assim, mesmo nesta vida, podemos ver que o aborto é um ato
destrutivo porque causa sofrimento. Afinal, a definição de uma ação destrutiva
é uma ação que amadurece em sofrimento para a pessoa que a cometeu. Algumas tradições budistas
realizam cerimónias para o feto abortado, numa espécie de serviço funerário.
Isto é extremamente útil para a mãe, para a restante família e certamente para
a criança abortada. É baseado no respeito para com este ser, enquanto ser
senciente. Dá-se-lhe um nome e são rezadas preces para seu bem em suas vidas
futuras. Mulheres que assistiram a este tipo de serviço funerário acharam-no
muito terapêutico e muito útil. Contracepção. A questão do aborto está relacionada com a questão da contracepção.
Aqui, a pergunta importante é: “quando é que a vida começa?” Sob o ponto de
vista científico ocidental, só quando o embrião tem cerca de vinte e um dias é
que a sua matéria física está suficientemente desenvolvida para a transmissão
de informação neural. Poderíamos argumentar que este é o começo da vida porque,
em certo sentido, é o começo da atividade mental. Por outro lado, sob o ponto
de vista budista, depois do continuum mental mais sutil, de
alguém que morreu, ter passado pelo período intermédio (bardo), sua vida
seguinte se inicia quando se conecta com a substância física do seu corpo
seguinte. A pergunta seguinte
é: “de acordo com o conceito budista, quando é que acontece essa conexão?”
Segundo a tradição budista, a consciência do ser bárdico, antes de renascer,
entra pela boca do futuro pai, segue para baixo pelo corpo do pai, entra no
esperma e com ele passa para o corpo da futura mãe. Agora, isto é algo que
obviamente precisa de ser analisado. Esta explanação deriva do Tantra
Guhyasamaja e é dada para que o processo de gerar a mandala das deidades no
útero da consorte visualizada seja análogo ao processo do renascimento. Mas
será que esta descrição deva ser literalmente interpretada como a explanação de
como começa a vida? Como Sua Santidade
o Dalai Lama, Tenzin Gyatso (1935 - ) tem dito muitas vezes, se os
cientistas conseguirem provar que certas explanações budistas estão erradas,
ele não terá quaisquer problemas em as abandonar e em adotar a explanação
científica. Deste modo, precisamos de examinar com lógica a apresentação
budista tradicional de como e quando começa a vida. A forma como decidirmos
estas questões terá implicações éticas de vasto alcance. Obviamente, se a
consciência da futura criança já estiver no esperma antes mesmo da concepção,
então seria aborto qualquer forma de contracepção. Mas, então, e no caso do
óvulo não vir a fertilizar? E mesmo se fertilizasse, poderia não se implantar
na parede uterina. Será que de algum modo a consciência já sabe o que irá
acontecer antes de entrar na boca do pai? Ou será que há uma espécie de
mecanismo cármico através do qual a consciência não entraria na boca do pai, a
menos que houvesse uma certeza cármica de que iria ocorrer uma concepção bem
sucedida? E a inseminação artificial, os bebês do tubo de ensaio e a clonagem?
Estes, com a teoria budista, são difíceis de explicar a menos que os
classifiquemos sob as categorias do nascimento através do calor e da água. Quanto mais
investigamos quando começa a vida, mais complicado se torna. De acordo com a
explanação budista dos doze elos do surgimento dependente, quando a consciência
do futuro-ser entra na base física do seu futuro corpo, ela apenas detém o
potencial para a atividade mental. Essa atividade ainda não está funcionando.
Só com o elo seguinte, o das faculdades nomeáveis com ou sem forma, é que as
potencialidades da consciência começam, passo a passo, se ativando e
funcionando. Isto quer dizer que todos os óvulos fertilizados têm o potencial
de se tornarem crianças, ou só alguns? Se apenas alguns, então, sob um ponto de
vista científico, o que será preciso estar presente para diferenciarmos entre
aqueles que têm o potencial de se transformarem em crianças e aqueles que não o
têm – por exemplo, aqueles que não se implantam na parede uterina? Podemos assim ver
que é muito difícil responder à pergunta: “quando é que a consciência entra
realmente na substância física do renascimento seguinte, de modo a que, se você
terminasse o renascimento depois desse momento, isso seria matar?” E sob o
ponto de vista budista, se a contracepção ocorresse de forma a não permitir que
a consciência entre na substância física do seu renascimento seguinte, então
não seria uma questão de matar. A questão ética de matar, então, não teria nada
a ver com a contracepção. Só precisaríamos de ter cuidado com o comportamento
sexual impróprio. Em termos de
comportamento sexual impróprio também precisamos de evitar a possibilidade de
transmitir ou contrair doenças sexualmente transmissíveis. Isto significa que
todas as pessoas portadoras dessas doenças devam permanecer celibatárias para o
resto das suas vidas, mesmo pessoas com herpes? Se o uso de preservativos fosse
não-ético, mesmo para tais pessoas, então a única alternativa seria a de
permanecerem celibatárias. Como Sua Santidade o Dalai Lama disse, estas questões sobre o aborto e a
contracepção requerem, antes da tomada de qualquer decisão, uma vasta
investigação adicional. Assim, quer usemos contraceptivos ou não, voltamos à
mesma questão de antes. Qual é a motivação? Estamos usando a contracepção para
darmos rédea solta à nossa obsessão pelo sexo? Então, certamente, o nosso
comportamento sexual é destrutivo. Mas, nesse caso, é destrutivo por causa da
obsessão e não por causa da contracepção. A
Ilegalidade do Aborto. Aqui no México, o aborto é proibido por lei de igual modo no
Brasil. Contudo, milhares e milhares de abortos são feitos diariamente, e
várias dezenas de milhar de mulheres morrem todos os anos por causa da má
prática durante o aborto. Assim, aqui, o aborto não é apenas uma questão ética,
é também uma questão legal. Como podemos lidar com isso? Como tentei
explicar, sob um ponto de vista budista, se alguém decidir por qualquer razão
fazer um aborto, a principal coisa a fazer é tentar minimizar o nível de
destrutibilidade da ação como um todo, trabalhando com a motivação. Por
exemplo, tentando fazer com que a motivação na altura do aborto não seja de
hostilidade para com o feto e, depois do aborto, lhe dar um nome e um funeral
adequado. Isto ajudará a minimizar o sofrimento causado pelo término dessa
vida. Se decidirmos fazer
um aborto, o mesmo princípio é verdadeiro em relação ao modo como fazemos o
aborto. Obviamente, precisamos de tentar fazê-lo de uma maneira que minimize
perigos de saúde e consequências legais à mãe. Precisamos de investigar muito
bem qual a maneira mais segura, em termos de saúde, de se fazer o aborto, e
dentro do nosso orçamento. Naturalmente, em casos de extrema pobreza, métodos
científicos e higiênicos podem não estar disponíveis, mas certamente alguns métodos
são mais seguros do que outros. A questão legal é um assunto diferente e bastante complexo. Precisamos
de diferenciar entre o nível de destrutibilidade do ato do aborto em si e o
nível de destrutibilidade ao se quebrar a lei de um país. Aqui há dois casos a
considerar: um, quando a ação ilegal é destrutiva sob o ponto de vista budista;
outro, quando a ação ilegal é construtiva ou éticamente neutra. O aborto não só
é ilegal como também é eticamente destrutivo, enquanto que ensinar o budismo
numa ditadura comunista ou estacionar nosso carro numa zona de estacionamento
proibido podem ser atos ilegais mas não são eticamente destrutivos. Em ambos os
casos a pergunta é: ao quebrarmos uma lei civil, acumulamos tendências e
hábitos negativos nos nossos continuums mentais que amadurecem
em sofrimento nas vidas futuras? Quebrar uma lei civil pode nos trazer sofrimento nesta vida se formos
apanhados, presos e punidos. Isto é chamado o “resultado artificial”. Mas
podemos não ser apanhados e, assim, não é certo que iremos experienciar
quaisquer problemas legais ou penais. E como qualquer ação, pode criar um
hábito que nos fará quebrar repetidamente uma lei em particular, embora também
não haja certeza quanto a isso. Podemos quebrar certa lei apenas uma vez. Não
obstante, quebrar uma lei civil não cria o tipo de tendência e de hábito que
amadurece em vidas futuras como experiência de infelicidade. No exemplo do ato
ilegal eticamente construtivo, não é assim tão difícil a escolha entre o
possível castigo nesta vida e a experiência de felicidade nas vidas futuras.
Nos casos de atos eticamente neutros, podemos pensar no voto secundário de
bodhisattva de não se evitar as preferências dos outros, desde que suas
preferências não sejam destrutivas. Se uma sociedade fizer as coisas de uma
determinada maneira, não há necessidade de se causar perturbação insistindo em
se fazer as coisas à nossa própria maneira, especialmente quando motivada pelo
auto-interesse e pela falta de consideração pelos outros. Agora, no caso de
se fazer um aborto, que não só é uma ação destrutiva como também ilegal neste
país, repito, penso que a recomendação tem de ser a de evitarmos a ingenuidade
e tentarmos minimizar as consequências negativas. A decisão de se fazer ou não
um aborto cabe basicamente à mulher grávida, embora o pai e a família do feto
possam desempenhar um papel na decisão. Se a decisão for a de se fazer um
aborto, então, sem se ser ingénuo sobre as possíveis consequências legais,
tentem fazê-lo de tal maneira que os riscos de infelicidade e sofrimento sejam
minimizados em todas as áreas – médicas, legais e éticas. Depois, se
desejarmos, podemos trabalhar para mudar as leis se elas nos parecerem
excessivas. Contudo, quando uma lei é influenciada por um outro sistema
religioso, então é muito delicado. Castidade. Qual é a sua opinião pessoal sobre os votos
monásticos de castidade? Manter a castidade não vai contra a natureza? Não
devíamos ter já ultrapassado isso como uma sociedade? Mantermos a
castidade é certamente irmos contra o samsara. Mas, quanto ao irmos contra a
natureza, precisamos de examinar mais detalhadamente o que é “natural sob o
ponto de vista budista”. Embora fazendo parte do que no Ocidente chamaríamos de
“natural”, os impulsos biológicos, na perspectiva budista, fazem parte do
mecanismo do samsara. No budismo, o que pretendemos fazer é superar o controlo
destes impulsos instintivos que perpetuam o sofrimento e os problemas da nossa
existência samsárica incontrolavelmente recorrente. Ao longo do caminho em
direção à liberação destes impulsos biológicos, queremos nos tornar cada vez
menos deles dependentes e não ser governados por eles. Apesar dos nossos
impulsos biológicos, podemos ser prestáveis aos outros desde que não sejamos
governados por eles. No Ocidente, muitas
pessoas não pensam em Deus como sagrado mas, em vez disso, consideram a
natureza como sagrada. Isso significa que consideram a biologia como sagrada.
Pensam que o que é natural é automaticamente bom. Por outro lado, o budismo
questiona o que surge naturalmente, visto que muitas emoções e atitudes
perturbadoras surgem automaticamente, tal como os impulsos que nos levam a
agirmos destrutivamente. Precisamos de distinguir com cuidado. Geralmente, os que
se tornam monges e monjas ou são pessoas com baixo desejo sexual que o celibato
não é para elas nada de especial, ou são pessoas obcecadas pelo sexo que
desejam superar o sofrimento que a sua obsessão lhes tem causado. Mas, mesmo no
último caso, não querem apenas suprimir os impulsos biológicos, tal como o
sexo. Ao tentarem fazê-lo, existe sempre o perigo de que em qualquer momento
possam explodir descontroladamente. Esses monásticos trabalham com o apego e a
ânsia do desejo que tornam seus impulsos sexuais compulsivos e obsessivos. Com
os métodos tântricos de transformação das energias sutis, pode-se transformar
essa energia sexual e canalizá-la para algo mais construtivo; para a promoção
do caminho espiritual. No entanto, isso não é assim tão fácil de se fazer. Penso também que
precisamos de ter em mente que os tibetanos e os indianos, por exemplo,
demonstram afeição física por pessoas do mesmo sexo sem que isso tenha qualquer
conotação sexual. Como os monges e as monjas normalmente se abraçam e andam de
mãos dadas, este tipo de contato físico ajuda-lhes a satisfazer as suas
necessidades de afeição e de contato físico. O celibato total não lhes coibe de
todo o contato físico nem de demonstrações afetivas. Quando decidimos ter contato sexual com alguém, isso gera karma.
Assim, na perspectiva budista, depois de termos tomado essa decisão, que
consequências surgem na corrente de eventos cármicos? Quais são as vantagens do
celibato? Se decidirmos ter
sexo com alguém e manter depois relações sexuais com essa pessoa, estabelecemos
uma ligação forte com ela que continuará em vidas futuras. Mas o tipo de
ligação e de relacionamento que seguirá depende do tipo de relacionamento
sexual que temos com essa pessoa, das nossas próprias motivações e atitudes, da
motivação e das atitudes dos nossos parceiros e assim por diante. Muitos
fatores irão afetá-lo. E lá por sermos
celibatários isso não significa que evitamos todo o tipo de consequências
cármicas no que diz respeito à sexualidade. Um celibatário pode perder uma
enorme quantidade de tempo e energia pensando em sexo com grande desejo e
apego. Tal celibatário pode pensar em fazer sexo com alguém mas não realizar o
ato. Isto não cria as mesmas consequências cármicas que o ato físico, mas cria
as consequências cármicas do ato mental. Tudo depende do estado mental; do
nível de emoções e atitudes perturbantes que a pessoa tem, ou do nível de
liberdades que delas a pessoa tem. Dedicação. Vamos acabar com uma dedicação. Pensemos que qualquer compreensão ou
entendimento, que possamos ter obtido e que qualquer força positiva resultante
de termos escutado esta palestra e pensado sobre ela, possa crescer cada vez
mais de modo a que possamos superar a nossa confusão sobre o sexo. Que possamos
usar a nossa sexualidade de uma maneira saudável, sem fazermos do sexo a coisa
mais importante da vida, mas apenas parte dela. Que possamos superar quaisquer
eventuais obsessões pelo sexo, por forma a usarmos os nossos potenciais e
talentos mais inteiramente e evitarmos problemas desnecessários e de modo a
melhor ajudarmos a nós próprios e aos outros. Obrigado. Conclusão. Toda discussão sobre sexualidade no budismo gira em torno de atitudes e
motivações, e de quais são destrutivas, e trazem infelicidade e problemas. Se
queremos evitar os problemas, precisamos evitar essas atitudes destrutivas.
Algo que pode ajudar bastante é ter uma atitude realista sobre sexo e não dar
uma importância demasiada ao assunto. Fazer sexo não é a mesma coisa que se
alimentar. Existe algo mais do que simplesmente uma necessidade biológica. É
uma forma de mostrarmos afeto, amor, preocupação, conforto e assim por diante.
Mas, novamente, é ingenuidade acharmos que uma boa vida sexual é a solução de
todos os problemas. Por outro lado, também é ingenuidade acharmos que existe
algo inerentemente “mal” sobre o sexo. Apenas seja realista. www.studybuddhism.com.
Abraço. Davi.
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