terça-feira, 2 de outubro de 2018

II. O DEVER E O CARÁTER IDEAL DE UM POLÍTICO


Hare Krishna. www.voltaaosupremo.com. Texto de Sri Nandanandana. II. O DEVER E O CARÁTER IDEAL DE UM POLÍTICO. Lidando com um Inimigo. Uma vez que um inimigo tenha sido reconhecido, há maneiras específicas de lidar com ele, segundo a sua posição. “É apropriado amigar-se com um inimigo reconciliando-se com ele com um falso ar de amizade, mas se deve temê-lo constantemente, assim como se teme uma cobra dentro de casa”. (Mahabharata 12.140.15). “Deve-se falar [com um inimigo] brandamente, mas, interiormente, deve-se ter uma postura insensível. Deve-se falar com um sorriso, e a verdadeira natureza jamais deve ser revelada através de um ato rude”. (Mahabharata 1.140.66). “Alguém tolo o bastante para menosprezar um inimigo em ascensão será completamente aniquilado por ele, assim como faz uma doença em seu estágio terminal”. (Mahabharata 2.55.16). “O indivíduo não deve deixar que o inimigo se dê conta de suas fraquezas. Em contrapartida, deve certamente buscar as fraquezas do inimigo. Assim como uma tartaruga mantém todas as partes de seu corpo escondidas sob o casco, o rei deve manter todas as estratégias da nação em segredo e deve ser cuidadoso quanto às suas fraquezas”. (Mahabharata 12.140.24) “Quem confia em um inimigo e dorme pacificamente após estabelecer trégua com o mesmo é como um homem que dorme no topo de uma árvore e acorda apenas após sua queda”. (Mahabharata12.140.37). “Assim como uma dívida continua crescendo mesmo se apenas uma fração dela não foi paga, se a vida de seu inimigo for poupada, então, porque foram insultados, eles, no futuro, gerarão grande terror, tal qual uma doença negligenciada que mais tarde se torna formidável”. (Mahabharata 12.140.59). “O rei deve primeiramente conquistar sua própria mente, após o que se torna mais fácil conquistar seu inimigo. Como alguém que não domina a própria mente poderá aniquilar seu inimigo?”. (Mahabharata 12.69.4). Espera-se que o rei tenha autocontrole sobre sua mente e sobre seus sentidos se ele pretende controlar seus inimigos e cidadãos. Ele tem que se elevar acima da influência dos seis defeitos, a saber, desejo, ira, cobiça, orgulho e avidez por fama e felicidade. De outro modo, tanto o rei quanto seu reino estarão condenados. Vemos com frequência governantes que exibem fraquezas voltadas a mulheres, bebidas, jogos ou caçadas e outros vícios provenientes de desejos, bem como outros desequilíbrios baseados em crítica, apropriação indevida de dinheiro, crueldade excessiva nas punições etc., tudo o que se origina de ira e orgulho em excesso e conduz a uma queda ou desastre. Assim, tem que evitar essas questões e fraquezas a fim de reinar prazerosamente sobre seus cidadãos. Nesta era de Kali-yuga, os governantes em qualquer parte do mundo não conseguem liderar apropriadamente em razão de que estão cheios de fraquezas pessoais e não são capazes de controlar a própria mente e os sentidos. Foco é fundamental ao líder, que não deve se distrair com os sentidos ou ter a tendência a conferir privilégios a grupos políticos devido a estar atraído pelo dinheiro que oferecem. Quando os sentidos de um governante estão controlados, o Estado pode prosperar sob todos os aspectos e, como resultado, enriquecer. Quando o governante não é capaz de controlar seus sentidos, os cidadãos sofrem as consequências de ter um líder muito facilmente influenciável e propenso à distração – o resultado disso é falta de justiça e falta de liderança imparcial. Assim, o próprio governo se torna uma casa de corruptos e ladrões. Quando o líder se torna ladrão, os cidadãos se tornam mendigos. O que segue também explica que qualquer resposta de um rei a um inimigo ou a alguém no mundo que deve ser detido tem que ser dada após um plano perfeitamente elaborado, e não por uma reação meramente baseada em emoções, o que frequentemente tem por motivação a impulsividade e o orgulho em vez de sabedoria e objetividade. Bhisma disse a Yudhisthira: “Homens grandiosos não expressam hostilidade de imediato contra aqueles que os insultam. Não obstante, exibem sua bravura gradualmente, no devido tempo”. (Mahabharata 12.157.10). Em outras palavras, fazem um plano para lidar com isso posteriormente de uma maneira mais eficaz. O EXÉRCITO. O exército, é claro, é o principal agente pelo qual o rei lida com os inimigos. Aqui estão algumas declarações pertinentes à como o exército deve ser guiado, não necessariamente pelo próprio rei, mas por líderes militares sagazes. “Uma organização militar funciona melhor se é bem guiada. O exército é cego e ignorante. Diante disso, líderes sagazes devem guiá-lo apropriadamente”. (Mahabharata 2.20.16). “Soldados cheios de entusiasmo para a batalha é o primeiro sinal de vitória”. (Mahabharata 6.3.75). Muito embora houvesse conflitos entre tribos e reinos, princípios estritos eram seguidos nos tempos védicos, como os princípios de que a guerra era travada apenas em áreas específicas, os guerreiros paravam de batalhas à noite e retomavam apenas na manhã seguinte depois que um búzio houvesse sido tocado por ambos os lados. Nenhum civil era incentivado a batalhar, e mulheres e crianças jamais eram atacadas. Pessoas ocupadas em atividades de fazenda e comércio, artesãos, manufatureiros e outros em profissões similares não eram forçados a se dedicar a campanhas militares. Não-combatentes jamais eram mortos, e habitações diferentes de fortes jamais eram atacadas. Os civis jamais eram saqueados, tampouco se violava a castidade das mulheres ou se tocava nos brahmanas, sacerdotes, templos e vacas. Muitas dessas regras ainda são utilizadas por organizações internacionais e pela Cruz Vermelha. Infelizmente, nestes dias de terrorismo, e quando crianças são forçadas por tiranos a prestar serviços militares brutais e mulheres e moças são estupradas rotineiramente, podemos ver o quanto a sociedade se afastou dessas disciplinas e desse código de honra e se perdeu em uma mentalidade genuinamente demoníaca. O REI DEVE BUSCAR ACONSELHAMENTO. O poder do governo deve ser supervisionado e monitorado por diferentes pessoas ou organizações uma vez que, se apenas uma pessoa ou classe o controla, será criado um monopólio que gera medo e suspeita no povo em geral. Além disso, um governante jamais se destina a tomar decisões unilaterais sem conselho, haja vista que isso conduz à tirania e à ditadura. Rama perguntou a Bharata: “Tomás decisões por ti mesmo ou consultas o conselho de muitos outros? Tua política é publicada muito antes de ser implementada?”. (Ramayana 2.100.18). Um governante, independente de quão arguto ou inteligente possa ser, jamais deve tomar decisões sozinho, sem consultar seus ministros. A História nos mostra repetidamente que qualquer líder que projeta seus planos sem consultar seus conselheiros logo se dá com a ruína. Comenta-se sobre a escolha de um ministro: “O rei deve ser proficiente na arte de escolher homens honestos para a ocupação de ofícios importantes”.  “Aquele que julga a força do inimigo em comparação com a de sua própria nação, que contempla com inteligência o estado atual, crescimento e destruição de seu exército e do exército do inimigo e sugere as medidas necessárias para o bem-estar de seu mestre pode ser verdadeiramente chamado de ministro”. (Ramayana 6.14.22).  O CARÁTER DOS LEGISLADORES. Yudhisthira perguntou: “Quais devem ser as características dos legisladores, dos ministros de guerra, dos cortesãos e dos conselheiros de um rei?”. Bhisma respondeu: “Os legisladores devem ser homens que são modestos, autocontrolados, verazes e sinceros. Devem também ter a coragem de falar o que é apropriado. Os ministros de guerra devem ser aqueles que estão sempre ao lado do rei e devem ser muito corajosos. Devem ser eruditos e afáveis no tocante a defeitos do rei. Um cortesão deve sempre ser honrado pelo rei. Deve ser um homem que tem sempre no coração os interesses do rei. Jamais deve abandonar o rei, independente de qual sejam as circunstâncias. Os oficiais do exército devem ser conterrâneos do rei, possuidores de sabedoria, grande aprendizado e beleza física e de caráter. Devem ser de excelente comportamento e devem ser devotados ao rei”.  A NECESSIDADE DE SIGILO. “Venenos e armas matam apenas uma pessoa por vez, mas alguma discrepância nos planos de um rei torna-se a causa da destruição de todos os cidadãos junto do rei”. (Mahabharata 5.33.45) “Assim como os pavões mantêm-se em silêncio no outono, o rei deve sempre manter em segredo suas políticas”. (Mahabharata 12.120.7). O sábio Narada explica a Yudhisthira: “O principal caminho para a vitória de um rei é o aconselhamento sigiloso”. (Mahabharata 2.5.27). ESPIÕES. Um governante deve ouvir as intenções das pessoas e saber de seus atos, tanto dentro quanto fora de seu reino e tanto de pessoas honestas quanto desonestas. Com isso não se intenta a violação dos direitos do povo, mas se trata apenas de uma medida para que o rei compreenda como as coisas estão funcionando entre seus dependentes. Compreendendo as intenções dos cidadãos, o rei pode propor planos apropriados para que seus legisladores levem ao conselho. “O rei observa seus cidadãos através de seus espiões”. (Mahabharata 5.34.34). “É dito que os espiões são o suporte de um Estado, e que o conselho secreto é sua força”. (Mahabharata 12.83.51). O REI DEVE COMPREENDER AS CARACTERÍSTICAS DE UM SÁBIO E DE UM TOLO.Mahabharata também explica como o rei deve compreender as características tanto de um homem sábio quanto de um homem tolo. Isso também tem um efeito sobre o caráter do rei. Isso se encontra na seção vidura-niti do Mahabharata, na qual Vidura dirige a palavra ao rei Dhritarastra. Vidura disse: “Falar-te-ei como deve ser um homem sábio. Deve aspirar às coisas e ideais superiores na vida. Os atributos de semelhante sujeito são o autoconhecimento, a aplicação, a paciência e a constância na virtude. Eis o sábio. Nem ira nem júbilo nem orgulho nem falsa modéstia ou vaidade pode distraí-lo de seu propósito. Suas ações são feitas sempre com o pensamento de que deve servir a ambos os mundos. O desejo não macula suas ações. Atos honestos deleitam-no, e ele ama o que é bom. Ele não é afetado nem por honrarias nem por menosprezo. Como um lago no curso do rio Ganges, é ele calmo, tranquilo e livre de agitações”. “Em contraste”, disse ainda Vidura, “as qualidades de um tolo são igualmente fáceis de serem enumeradas. A escritura é um livro fechado para ele. É vaidoso e convencido e, quando quer algo, jamais hesitará em recorrer a meios injustos. É propenso a desejar o que não é de seu direito desejar. Aqueles que são poderosos despertam-lhe inveja”. LIDANDO COM OS CRIMINOSOS. Definitivamente é necessário haver um rei ou governante para, em qualquer posição, assumir uma postura severa contra os criminosos. Criminosos e malfeitores são uma fonte primária de medo e perturbação para a vida de cidadãos honestos. Assim, é preciso lidar com eles firmemente. Entretanto, o rei também precisa ter um caráter sólido, ou não terá a disposição mental em que será capaz de afrontar tais criminosos com o rigor exigido. Eis porque, desde o começo, deve-se escolher um rei apropriado para o trono, e não alguém incompetente. “Depois de punido ou perdoado, o ladrão fica livre do [karma do] roubo. Se o rei, porém, não o pune, toma para si a culpa do roubo”. (Manu-samhita 8.316). “Os homens que cometeram crimes e foram punidos pelo rei, vão para o céu, estando purificados como aqueles que executaram feitos piedosos”. (Manu-samhita 8.318). “Se alguém que agiu de maneira iníqua é morto, seu ato inapropriado não é contabilizado”. (Ramayana 2.96.24). “Não há nenhum pecado em matar um inimigo aterrorizante”. (Mahabharata 5.3.21). “Aquele que tem que proteger seus cidadãos não deve hesitar se, algumas vezes, veja-se compelido a ser um pouco cruel ou a realizar ações ligeiramente erradas a fim de protegê-los”. (Ramayana 1.25.18). O PROPÓSITO DA PUNIÇÃO. “Sem punição no universo, os cidadãos teriam se extinguido. Assim como um grande peixe na água engole os pequenos, homens poderosos teriam destruído os fracos”. (Mahabharata 12 15.30). “É somente a punição que disciplina todos os cidadãos e protege a todos. A lei permanece vigilante até mesmo quando todos estão dormindo. Eis porque os eruditos opinam que são as punições o que mantém o dharma”. (Mahabharata 12.15.2 “Todos se mantêm sob controle por temor à punição. Um indivíduo basicamente puro é muito raramente encontrado. É o medo de ser punido que faz alguém agir apropriadamente e cumprir as obrigações que lhe são atribuídas”. (Mahabharata 12.15.34). “As punições a que são submetidos os ofensores devem ser proporcionais à ofensa”. CONSEQUÊNCIAS PARA O REI. “O rei arrogante em cujo reino pessoas inocentes são atormentadas por malfeitores perde sua fama, sua longevidade, sua fortuna e um local meritório após a morte”. (Bhagavata Purana 1.17.10). “Indubitavelmente, o rei que não cumpre seus deveres para com seus cidadãos regularmente tem o inferno por destino, um local destituído de ar”. (Ramayana 7.53.6). “O rei que protege recebe de todo cidadão um sexto de seus méritos espirituais. Caso não os proteja, um sexto de seus deméritos também [recebe]. Quaisquer [méritos decorrentes de] leitura dos Vedas, prática espiritual, presentes caridosos e adoração a Deus que aconteçam em seu reino beneficiam o rei em um sexto em consequência do reino estar sob sua devida proteção”. (Manu-samhita 8.304-5). “Um rei que protege os seres criados de acordo com a lei sagrada e golpeia aqueles merecedores de punições corporais é como se oferecesse diariamente sacrifícios em que são dadas cem mil joias”. (Manu-samhita 8.306). “O rei que não confere proteção, apesar de receber sua cota de afeição, impostos, taxas, reverências, presentes diários e multas, logo cairá no inferno. Declara-se que um rei que não confere proteção, apesar de receber um sexto da produção, toma para si toda impureza de todo o seu povo. Tem por certo que semelhante rei deslizará lentamente [para o inferno]”. (Manu-samhita 8.307-9). “Os cidadãos rejeitam um rei cuja administração seja defeituosa”. (Yogavasistha 6.84.27). Ninguém nem mesmo seus parentes, resgatam um rei que procede com crueldade, que paga pouco a seus ministros e outros homens, comporta-se arrogantemente, é presunçoso e que prejudica pessoas em segredo em tempos de calamidade”. (Ramayana 3.33.15). “Mesmo se alguém que atormenta seres vivos e é deveras cruel e pecador se torna mestre de todas as três regiões, ele não permanece no poder por muito tempo”. (Ramayana 3.29.3). “O rei que não organiza uma rede de espiões [para ter notícias do reino] ou que não propicia aos cidadãos oportunidades de expressarem a ele suas queixas e que é controlado por outros é rejeitado pelo povo assim como elefantes abandonam um rio ao verem lama na água”. (Ramayana 3.33.5). A Manu-samhita (7.46-52) também explica: “Um rei apegado aos vícios decorrentes do amor ao prazer perde sua riqueza e sua virtude, ao passo que aquele dado aos vícios nascidos da ira perde até mesmo sua vida. Caçar, jogar, dormir de dia, censurar excessivamente, apego excessivo a mulheres ou apego em qualquer grau a sexo ilícito, bebedeira, afeição desordenada por dança, canto e música, e viagens inúteis são os dez vícios nascidos do amor ao prazer. Contar histórias exageradas, violência, traição, inveja, caluniar, difamação, injusta confiscação de bens, insultos e ataque são os oito vícios produzidos pela ira. A ganância, a qual todos os sábios dizem ser a raiz de ambos os conjuntos de vícios, conquista cuidadosamente. Bebedeira, jogar dados, conexões ilícitas com mulheres e caçada – estes quatro devem ser entendidos como os mais perniciosos no conjunto de vícios que surgem do amor ao prazer. Causar ferimentos corpóreos, insultar e privar dos bens – estes quatro devem ser entendidos como os mais perniciosos no conjunto de vícios produzidos pela ira”. CONCLUSÃO: POLÍTICA E LIDERANÇA NO CAMINHO VÉDICO. Na aplicação dos princípios védicos em nossa vida, também mudará como vemos a política e o sistema de liderança que escolhemos. Haverá certos padrões, no entanto, que quereremos manter. Muitas civilizações no planeta que se orgulham de serem avançadas não são civilizações genuínas. Isso significa que não são tão civilizadas quanto pensam. Uma sociedade verdadeiramente civilizada terá como sua base e fundação o amor, a compaixão, a cooperação, a sabedoria e a liberdade, e não mera superioridade tecnológica, econômica ou militar para dominar os fracos. A sociedade tem que selecionar um líder de verdade, e não meramente eleger “o menos ruim” entre os candidatos. Contudo, é preciso saber o que é um verdadeiro líder. Um líder de verdade tem também que ser conhecedor das verdades espirituais universais. Semelhante líder, então, poderá fazer programas que têm como fundação o que é universalmente aplicável a todos. Deste modo, o líder deve se valer de uma filosofia completa para suas convicções políticas. De outro modo, um líder imperfeito não será capaz de criar uma ideologia que seja aceitável a todos, senão que continuará especulando sobre o que talvez funcione e continuará sugerindo ideias não experimentadas, falsas e que seguem desorientando. Isso se dá enquanto os verdadeiros objetivos são ocultados, os quais, em geral, consistem em enganar as pessoas de modo que trabalhem duro para pagar impostos elevados que não serão utilizados para beneficiar verdadeiramente as pessoas e o planeta. Se o líder é tolo, o governo é o paraíso de um tolo. Se o líder é ladrão, os cidadãos se tornam indigentes. Um líder tem que ser ético e forte a fim de subjugar apropriadamente as perturbações. Antes que um líder possa afetar o mundo, tem que cuidar dos assuntos locais, em seu próprio domínio. Tem primeiramente que refrear quaisquer sofrimentos experimentados por seus próprios cidadãos. Eles o estão apoiando, são os impostos deles que ele está administrando. Diante disso, devem ser os primeiros a receber as recompensas da liderança apropriada e dos fundos governamentais. A primeira medida, portanto, é que todos os ladrões, estupradores, sequestradores, assassinos e violadores da lei em geral sejam detidos e presos. Isso ajudará a criar uma situação de paz para todos os cidadãos honestos. Além disso, os programas que beneficiam as pessoas, como garantir oportunidades de emprego e proteger os recursos naturais e o meio ambiente, devem ser estabelecidos a fim de que as pessoas não percam as esperanças em relação ao futuro. Criminosos e sujeitos desonestos na sociedade abundam em virtude de líderes covardes e impotentes. Se tais líderes não sabem exercer sua posição devidamente, os criminosos se valem da situação para aterrorizar os cidadãos de bem. Entretanto, quando os líderes são poderosos o bastante para deter toda sorte de infratores em qualquer parte da nação, não serão capazes de crescer tais ameaças. Quando os indivíduos perversos são punidos de maneira exemplar e imediata, a boa sorte reina. Os crimes decaem, os custos para imposição da lei decrescem. Ademais, os cidadãos em geral não precisam viver com medo. Isso afetará a confiança que têm no governo e a maneira como contribuem com o país. Em contraste, quando as leis protegem os criminosos e tornam os cidadãos honestos incapazes de se defender, ou quando a imposição da lei é lenta e ineficaz, os ladrões se tornam proeminentes na sociedade em virtude de um governo inapto. Semelhante governo logo se torna um local perigoso para se viver. Infortúnios, destarte, certamente decorrerão. Assim, a prioridade de um líder é sua terra e os cidadãos da mesma. Apenas depois que sua própria área está segura e nela tenham sido estabelecidos firmemente programas de bem-estar deve haver algum arranjo para grandes gastos ou expedições militares fora da defesa da própria jurisdição, além das próprias fronteiras, e somente se tais ações militares não comprometam desnecessariamente a economia. Uma vez que os problemas locais tenham sido solucionados e corrigidos, os líderes e o povo terão uma base mais forte para tentar ajudar em desafios e dificuldades em outras partes do mundo. Se um governante ou governo é efetivo em refrear a criminalidade em seu país, manter os cidadãos livres das perturbações de homens de negócios enganadores, políticos corruptos, terroristas, ladrões etc., ele poderá, por revelar-se como tão forte líder, cobrar impostos mais facilmente, pois mais cidadãos serão honestos e dispostos a pagar. Todavia, se um líder ou governo não é capaz de proteger os cidadãos de ladrões em público ou de abusos no governo, tal líder ineficaz não deve pensar que tem o direito de continuar cobrando pesados impostos de seus cidadãos, ou mesmo o direito de continuar em sua posição. Se o líder é ineficiente e permite que criminosos ocupem sua jurisdição, recairá sobre ele parte das reações pelos atos malfazejos que são conduzidos dentro de seu regime, e seu futuro será muito trevoso. Assim, um governante ruim perpetua a degradação de toda a nação. Ainda pior é a situação em que os próprios ladrões são eleitos para o governo. Tais enganadores, então, tirando proveito de sua situação ou posição, desfrutam da vida assenhoreando-se dos elevados impostos pagos pelos cidadãos. Ou, então, dedicam-se a intrigas políticas ou financeiras que resultarão em grande lucro em seus bolsos a custo dos contribuintes. A consequência disso é que as pessoas se tornam mais desonestas ao tentarem esconder sua renda, sabendo que os cobradores de impostos servem políticos corruptos. Então, conforme essa mentalidade criminosa se difunde, partindo dos políticos, todo o país se torna cada mais corrupto. As hierarquias e os regimes que operam de acordo com métodos egoístas que são, em verdade, viciosos e injustos, especialmente em relação às pessoas honestas, não podem ir adiante. A força última da Verdade no mundo os verá cair cedo ou tarde. Temos que trazer à tona o poder da transformação, não pela força ou pela manipulação, mas por nos opormos ao que não é certo através de preocupação genuína e amor espiritual. Todavia, não é o bastante que líderes tentem propiciar a paz por meio de dominação militar e força. É preciso que haja fundos que apoiarão projetos educacionais que difundirão o conhecimento espiritual genuíno. Tal conhecimento pode invocar uma verdadeira mudança de consciência na humanidade em grande escala. Isso não significa simplesmente propagar uma religião em particular, mas propagar a informação espiritual que possa ser aplicada por todos e em todo lugar independente de afiliações religiosas. Providenciando os meios para uma mudança genuína de consciência, e um crescimento em percepção de nossa unidade espiritual, pode haver paz através de escolha deliberada da sociedade em vez de mero temor da força militar. Pode haver harmonia através de crescimento intelectual e espiritual. De outra maneira, paz verdadeira não será possível, senão que haverá apenas paz forçada, haja vista que a causa por trás da desunião e dos problemas persiste, aguardando por uma oportunidade para os conflitos recomeçarem. Naturalmente, pode haver momentos em que a força militar seja insubstituível para colocar fim a um conflito desnecessário ou para subjugar os criminosos, mas jamais será um meio para a paz duradoura. Um governante deve ser o representante da moralidade perfeita. Deve exibir uma conduta exemplar em suas ações, ordens e fala. Assim como é absolutamente benéfico para a sociedade em geral trabalhar para o avanço espiritual, também é benefício para um governante trabalhar de maneiras que aprimorem seu próprio desenvolvimento espiritual. Ele deve buscar soluções para que todos tenham as mesmas oportunidades para fazer isso. Isso é verdadeira liderança. www.voltaaosupremo.com. Abraço. Davi

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