Fraternidade
Rosa Cruz. www.fraternidaderosacruz.org.
Livreto Introdutório aos Ensinamentos da Sabedoria do Ocidente. EXPLORANDO AS
ORIGENS DO ROSACRUSIANISMO. No ano de 1614, apareceu na cidade de Kassel um
livro com o extenso título: «Reforma Geral da Fama Fraternitatis da Conceituada
Ordem dos Rosacruzes". E logo no ano seguinte, 1615, apareceu uma Segunda
edição da mesma obra; e mais tarde, em 1652, a obra fora entregue ao povo
inglês pelo adepto Thomas Vaughan, sob o título: «Fame and Confession of
Rose-Cross". Essa obra é atribuída ao filósofo e teólogo Joahann Valentin
Andreae que declara, conforme M. C. Hirschen, que a «Fama Fraternitatis», além
de outras 30 obras, fora entregue ao público a fim de que os verdadeiros
amantes da sabedoria, uma vez desvendados os segredos nelas contidos, pudessem
dar prosseguimento à mesma. Andreae faz nessa obra o seguinte comentário sobre
a vida e as aventuras de Christian Rosenkreutz, que fundara a Organização dos
Rosacruzes: No século XIV surgira na Europa um indivíduo de família, nobre, que
adotara o nome de Christian Rosenkreutz (1378-1484). Apesar de sua ascendência
fidalga era pobre, havendo, por essa razão, ingressado muito jovem num mosteiro
onde, graças ao grande talento, estudara Filosofia, Arte, Religião e Ciências
em geral. Não obstante possuir tão valioso atributo, continuou no mosteiro,
dedicando-se com afinco à Religião e às Ciências Ocultas, esforçando-se
sobremaneira para que a união entre ambas se realizasse. Com a idade de 10
anos, aventurou-se, em companhia de um monge, a uma viagem de peregrinação ao
Santo Sepulcro. Ao chegarem a Chipre, falecia o seu companheiro, mas o jovem
rosacruz continuou a sua viagem. Estudou até aos 16 anos com Mestres da Arábia
e chegando depois à cidade de Damasco, submeteu-se aos estudos das Ciências
Ocultas que ali eram ministrados. Depois de permanecer três anos em Damasco,
velejou para o Egito, a fim de continuar os seus estudos. Depois de uma viagem
pelo Mediterrâneo, alcançou a cidade de Fez, em Marrocos, para a qual seus
Mestres de Damasco o enviaram, e onde permanecera cerca de dois anos, recebendo
dos Filósofos da África outros ensinamentos valiosos. Passou depois para a
Espanha; e como fora bem recebido nesse país, resolveu decididamente regressar
à Alemanha, para que pudesse entregar aos seus compatriotas os estudos e
ciências obtidos, o que, aliás não fizera tão somente aos seus patrícios, mas
também ao mundo inteiro, formando, nesse ínterim, uma organização para essa
nobre finalidade. Logo a seguir, escolheria cinco monges do velho convento em
que fora educado, incluindo depois mais sete com inteligência de elevada
qualidade, credenciando-os mediante a solene promessa de não divulgarem ao
mundo exterior os seus conhecimentos, mas conservando-os em absoluto segredo,
devendo constituir-se num Vocabulário Mágico para ser decifrado pelos futuros
estudantes. Foram-lhes transmitidas assim as necessárias instruções sobre
ciências, arte, medicina e religião. Prestavam auxílio gratuito a todos os
enfermos que a eles se dirigiam, e o número destes aumentara de tal forma, que
pouco tempo lhes restava para a execução de outros serviços. Sob a direção do
Pai Christian, que era o décimo-terceiro e o Supremo da Ordem, principiarem a
construir um Templo, e uma vez concluída essa obra, os 12 Irmãos que já estavam
muito bem instruídos, resolveram separar-se, permanecendo apenas cinco com o
Pai Christian, no Templo, e os outros sete peregrinaram pelo mundo. No fim de
cada ano, deviam estar de volta ao Templo, e caso houvesse qualquer impedimento
neste sentido, tinham de escrever, apresentando as razões. Essa Organização
assim constituída foi regida por um Código de Leis que exigia de seus membros
completa subordinação à Ética. Estes sete, dos 12 Irmãos, deveriam viver como
homens entre os homens, e assim se apresentarem, não se distinguido jamais nem
sequer por um traje diferente do dos habitantes do mundo exterior. Trabalhavam
não só em seus corpos invisíveis, mas também com os outros, conforme a ocasião
o exigisse. Jamais lhes fora outorgado o direito de influenciar a quem que
fosse contra a sua vontade, deixando-os sempre agir por força de seus próprios
desejos. Mesmo assim, competia-lhes estimular as suas benéficas inclinações. Quanto
aos cinco irmãos que permaneceram com o Pai Christian, estes jamais se
afastaram do Templo do Espírito Santo e passaram a executar a obra no mundo
invisível. O décimo-terceiro Membro, o Superior e Fundador da Ordem Rosacruz, é
invisível ao mundo exterior, sendo o intermediário do mais alto Conselho
Central que é composto pelos Hierofantes dos Mistérios Mais Elevados. A Sua
presença é sentida, porém nunca vista, e ao entrar no Templo, assinala o início
da Cerimónia. As letras C.R.C. constituíam-se na palavra Chave e Título, e a
Fraternidade devia permanecer cem anos em segredo. Em idade bastante avançada,
Pai Christian Rosenkreutz abandonou o seu corpo físico, que fora sepultado pelo
cinco Irmãos que haviam permanecido com ele. Para os outros, o local do
sepultamento tornara-se secreto, continuando a Sociedade a ficar velada para o
mundo exterior. A tradição entre eles consistia em que o túmulo do Pai
Rosenkreutz seria descoberto 120 anos depois e que a Fraternidade não seria
mais uma Organização Secreta. Por essa razão, os Fratres deram início a uma
transformação no Templo, colocando a placa comemorativa, contendo os nomes dos
congregados, em um lugar mais adequado. A placa comemorativa era de latão,
tendo sido colocada na parede com um prego que passava pelo seu centro; e tão
fortemente estava fixada, que na sua retirada uma parte do reboco caíra e, em
seguida, uma porta secreta ficou à vista. Depois de ter sido retirado
completamente o reboco que encobria a porta, ficou a descoberto a seguinte
inscrição, em letras grandes: POST CXX ANNOS PATERO (depois de 120 anos eu
serei aberta). Depois de haver esperado a aurora do Sol nascente do dia
seguinte, recomeçaram de novo com as suas pesquisas. Ao abrirem a pesada porta,
descobriram uma abóbada septagonal, tendo cada um dos sete lados, 5 pés de largura
e 8 pés de altura, e neles pintados conhecidos símbolos. No teto via-se um Sol
artificial, cuja luz, era tão forte que chegava quase a ofuscar os olhos. Foi
com a maior surpresa que, em vez de um túmulo, se encontrou no meio do recinto
um altar redondo, com uma inscrição onde se dizia ter sido edificado por
Christian Rosekreuz como Símbolo do Universo. Muitas outras inscrições
existiam, tais como: JESUS MIHI OMNIS, LEGISJUGUM, LIBERTAS EVANGELII (Jesus
todo meu, o rigor da Lei, a liberdade do Evangelho), o que dá perfeito
testemunho do carácter Crístico do Construtor. Em cada um dos sete lados estava
uma porta que conduzia a uma câmara na qual foram encontradas coisas raras e de
grande valor, tais como a biografia do fundador; o vocabulário de Paracelso
(1493-1541); os segredos da Ordem; sinos, espelhos, lâmpadas e vários outros
objetos estranhos. Ao removerem o Altar e a placa de latão, ficaram
surpreendidos ao depararem com o corpo de Christian Rosenkreutz, cujo estado de
conservação era perfeito. Essa é a narração do caso, tal como foi descrito por
Johannes Valentius Andreae (1586-1654), em sua famosa obra sobre os antigos
Rosacruzes, intitulada «A Fama Fraternitatis». Muitos cientistas supõem ser uma
poesia a história de Andreae; entretanto, outros aplaudiram a teoria de
Nicolai, que dizia ser Andreae, naquele tempo em que surgira o seu livro, um
jovem cheio de entusiasmo e de ambições. Conhecia muito bem as falhas de
teologia e das ciências, e esforçava-se por reformá-las; e para poder realizar
o seu intento, procurou a fusão de quantos fossem admiradores da virtude, assim
como ele o foi, para que pudessem unir-se numa única Organização. Outros
afirmam haver Andreae escrito essas coisas tão somente para que o
Rosacrucianismo pudesse crescer e desenvolver-se, pois tinha que demonstrar, em
separado o seu conceito sobre a moral da religião. Seja como for, o importante
é que essa suposta poesia conquistou terreno através dos séculos e foi aceita
como verossímil; e tanto isto é verdade que a Invisível Organização dos
Rosacruzes está sendo hoje ansiosamente procurada e com ela se procura
compartilhar e levar avante os seus nobres e dignificantes ideais. Essa obra de
Andreae alcançou na Alemanha um êxito sensacional, pelo que, de todos os
rincões chegavam cartas dos que se sentiam habilitados nas Ciências de Kabala e
da Alquimia, para serem provados em suas capacidades. Outros, atrevidamente,
afirmavam e de maneira fraudulenta, pertenceram à Ordem Rosacruz iludindo
aqueles que de boas fé neles acreditaram. Muitos comentários houveram, segundo
os quais esses charlatães extorquiam dinheiro, tendo sido, finalmente,
castigados severamente pelos Magistrados de Namburg, Augsburgo e de outras
cidades. No ano de 1772, surgiu na Holanda uma sociedade que se intitulou de Alquimia
e Rosacruzes, afirmando ser Christian Rosenkreutz o seu fundador e que muitas
organizações na Alemanha a ela se ligaram. Completamente ao contrário da
irregular situação dessas fraudulentas organizações, a Filosofia Rosacruz
aprofundou tanto as suas raízes, que cresceu de maneira vertiginosa, conforme
se verifica pelas Escolas Modernas do Rosacrucianismo. Durante o século XVII
existiram na Alemanha, França e Inglaterra muitas Escolas dessa natureza, das
quais fizeram parte pessoas de renome, como: Michael Meier (1568-1622), Robert
Fludd (1574-1637) e Elias Ashmole (1617-1692). Nicolai acredita haver
encontrado suficiente comprovações segundo os quais Lord Bacon (1561-1626) se
inspirara nas obras da Ordem, inclusive Jacob Boehme, Goethe e Richard Wagner
teriam recebido inspirações de Christian Rosenkreutz. As suas obras são
espirituais, solenes e duradouras. Thomas Vaughan (1621-1666), em seu livro
intitulado: «Horas com um Místico», menciona que o Rosacrucianismo se tem
convertido, paulatinamente, num tal conceito que engloba a «Pedra Filosofal». É
digno de registro igualmente o fato de Hichcok e outros autores modernos terem
provado que os trabalhos dos verdadeiros Filósofos do Hermetismo, no plano
espiritual não simbolizam apenas aquisição indestrutível da saúde e do
prolongamento da vida material, mas também a renovação do Homem e a
imortalidade da alma. www.fraternidaderosacruz.org.
Abraço. Davi.
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