quarta-feira, 11 de julho de 2018

A BOA CONDUTA SEXUAL


Budismo Soto Zen. www.jardimdharma.org. Texto de Taizen Deshimaru (1914-1982). Quando um mestre dava uma conferência sobre sexo, se um discípulo risse, era expulso do templo e os demais discípulos deviam incomodá-lo e se separar dele. A maioria dos grandes mestres e sábios respeitavam estas conferências, as quais consideravam muito importantes! Em um Sutra está escrito: se a via do sexo entre um homem e uma mulher é justa, o clima, o tempo também são justos. Se a prática sexual é desordenada, o clima, o tempo e a ordem cósmica são afetados e perturbados. Isto origina a decadência da civilização e sua ruína. O amor é uma coisa boa e necessária para os seres humanos. Numerosas religiões o proíbem para os monges, como o Budha o proibiu a seus discípulos vocacionados, mas não aos leigos. Isto possui um significado muito profundo. De maneira geral, porém, o Budha não praticava o ascetismo. No entanto, devemos rejeitar uma má vida sexual. O que é uma má vida sexual? Você mesmo deve analisar e compreender através deste Sutra. Por que o homem e a mulher existem como entidades separadas? Isto está em completa harmonia com a ordem cósmica. Os que praticam meditação podem compreender isto. Todos os sábios e todos os mestres sempre respeitaram este Sutra. Muitas pessoas pensam que a sexualidade é uma ilusão, em particular nas religiões tradicionais. Isto é um erro! Se, ao olharmos uma corda, enxergarmos uma serpente, o erro não está na corda, e sim na visão errada. Nossa verdadeira natureza pode converter-se de novo em cosmos. No céu encontra-se o aspecto do céu e, na terra, o aspecto da terra. Da mesma maneira existem o sol, a lua, as estrelas, os planetas, o arco-íris, as estações, etc. Sobre a terra estão a geografia, a topografia, as montanhas, os rios, os mares e os oceanos. Estão os pobres e os ricos, as capitais e as províncias. Nossa verdadeira natureza original tem sido a de entidades separadas, homens e mulheres. O homem incorpora as virtudes do céu, a mulher produz e realiza as virtudes da terra. Quando os princípios Yin e Yang, o negativo e o positivo estão em harmonia e a ordem cósmica não está em mutação, todas as existências e todas as mutações podem se desenvolver na serenidade. Ninguém possui o direito de ir ver o que se passa na cama de um homem e de uma mulher. As relações entre um homem e uma mulher devem guardar sua estrita intimidade. Porém, em nossos dias esta intimidade é violada em grande medida. Temos os que olham e os que ensinam. Por exemplo, os espetáculos pornográficos. Se o sexo entre o homem e a mulher é justo, a atmosfera, o clima e a ordem social também são. Se o sexo é errado, o clima, a ordem social e a atmosfera se degradam. Em nossa civilização moderna cometem-se muitos erros no relacionamento homem-mulher. Se a mulher muda constantemente de parceiro, sua fisiologia se vê afetada por eles, e seu psiquismo também sofre a influência. Seu sangue se mancha, seu carma se complica e influencia seus filhos, sua família. As consequências não se encontram somente no nível genético – afetam, também, o ambiente social, o clima, o país e a ordem cósmica. Em nossa época, toda a humanidade, toda a civilização está afetada pela sexualidade errada que se pratica na maioria dos países “desenvolvidos”. Este ano, o inverno está muito longo; hoje faz frio ainda. A causa não é somente meteorológica. O mau carma de nossa civilização também é influenciado. As bases fundamentais da moral estão soçobrando e as consequências disto são pesadas para todos os países, para todas as famílias, para todos os meios, sejam quais forem. O parceiro mais pobre, mais mísero do universo poderá receber imensos méritos celestes se observar este preceito e segui-lo com retidão. Se os ministros e governadores cometem erros nesta vida com relação a este preceito, grandes consequências recaem não somente sobre eles, senão sobre o país e sobre o povo governado também, resultando em numerosas calamidades, assim como acidentes, poluição e fome. É o caso de nossa civilização moderna, na qual os preceitos são esquecidos pela maioria dos políticos. Os políticos mentem, assassinam, possuem costumes depravados. A crise aparece quando o ser humano se opõe à ordem cósmica. A ordem cósmica, então, manifesta sua cólera (...). Antigamente, ninguém podia olhar a cama do imperador. Porém, dizia-se que a prática sexual justa deste influenciava a ordem cósmica, o sol, a lua, o movimento dos planetas, as montanhas, os rios, as estações. Antigamente na Índia, na época do Budha Sakyamuni, o rei Bimbashara e a rainha Idaike viviam no Palácio de Makada, onde o Budha obteve a iluminação. Eram um bom rei e uma boa rainha; porém, não tinham filhos. A rainha Idaike era bela e, em sua juventude, havia tido muitos amantes. Agora não podia conceber. O rei lhe disse: - É necessário que tenhamos um sucessor. Nosso país necessita disto. Pediram conselho a um célebre adivinho, que lhes respondeu: - Majestade, em você não existe semente para ter filhos. Suas sementes são possuídas por um ermitão que vive na montanha profunda. Ali, ele pratica meditação entre as rochas. Se este homem santo morrer sua majestade poderá conceber, porque ele possui a semente. Enquanto ele estiver vivo, Sua Majestade não poderá ter nenhum filho. O rei dirigiu-se à montanha, acompanhado de seu séquito. Lá encontraram um homem de cabelos longos e grande barba branca. Parecia muito forte. Um verdadeiro ermitão, sábio, imortal, de mais de cem anos. O rei ordenou a seus seguidores que matassem o santo. Um dos cortesãos atravessou imediatamente com sua espada o ermitão que estava em meditação e o matou. Neste mesmo instante, o ventre de Idaike começou a crescer (...). Voltaram ao palácio e consultaram de novo o adivinho, que, depois de olhar o ventre da rainha, disse: Por que você o matou, Sua Majestade? Bastava vê-lo, encontrá-lo, para que a rainha pudesse ter um filho. Matá-lo foi inútil. Porém, o assassinato já foi cometido; por isto, quando este bebê crescer, ocorrerá um acidente. Porém, se você matar este menino, um acidente ocorrerá igualmente. No entanto, se a rainha der à luz em cima de uma espada, a falta será menos grave. Dez meses mais tarde, a rainha deu à luz a um bebê em cima de uma espada. O recém-nascido não morreu, mas um dedo de seu pé foi cortado. Este bebê se converteu no Príncipe Ajase, muito célebre na história do Budismo. Ele era um bebê muito gracioso. “Um menino tão lindo não pode provocar nenhum acidente”, pensavam o rei e a rainha. O menino foi educado com amor e cresceu com grande inteligência. O rei a rainha eram grandes devotos do Budha Sakyamuni. Nesta época, Devadata, um primo de Budha, homem malvado, tinha enorme inveja do Budha Sakyamuni e opunha-se continuamente ao seu ensinamento. Naquela época, estava organizando um movimento anti-Sakyamuni. Foi então que encontrou o Príncipe Ajase e disse: Você deve matar seu pai e à sua mãe e se transformar no Rei de Makada. Eu matarei o Budha Sakyamuni e tornar-me-ei o verdadeiro Budha. Você e eu dirigiremos este país. - Você está louco! – retrucou o príncipe. - Sua Majestade, o príncipe é demasiado honesto, disse Devadata. Olhe seu pé e diga porque falta um dedo? Não sabe? Porque seus pais não são seus verdadeiros pais, e sim seus inimigos. O príncipe, que já suspeitava sobre a causa da falta de seu dedo, acreditou, então, em Devadata e pensou: “Meus pais são meus inimigos.” Prendeu seu pai em uma masmorra escura do palácio. Sakyamuni Budha compreendeu que Ajase estava agindo sob a má influência de Devadata. Propôs-se a socorrer o rei e, para tanto, enviou para a prisão do palácio Mokuren, que possuía grandes poderes mágicos, seu discípulo Purna, muito hábil e inteligente nas conferências, assim como a mais bela de suas monjas, a jovem discípula Renge, Flor de Lotus. Mokuren lhes fez penetrar na prisão graças a seus poderes mágicos. Purna o reconfortou com belas histórias, e Renge, sempre ao lado do rei, o aliviava com sua beleza. Às vezes, a rainha Idaike visitava-o e trazia-lhe mel e queijo, que depositava em sua boca quando lhe beijava. Assim o rei era alimentado boca-a-boca. Não adoecia nem estava fatigado. Enquanto isso, o príncipe havia se convertido em rei. Um dia pensou: “Com certeza, meu pai morreu.” Foi à prisão e viu que ele se encontrava em perfeito estado. Pensou que sem dúvida alguém o ajudava. Perguntou ao guarda qual era a razão do bom estado de seu pai. Sakyamuni Budha o ajuda e envia seus discípulos. Mokuren os ajuda a entrar na prisão com seus poderes mágicos e a rainha Idaike lhe traz alimentos. O rei não morrerá. Vermelho de raiva, ele matou seu pai e prendeu sua mãe em um calabouço. Passavam os dias, e o rei, transformado em rei absoluto, encontrava-se cada vez mais enfermo. Nenhum médico conseguia curá-lo. Nenhum sábio encontrava a causa de sua enfermidade. Um dia, uma voz interior falou a Ajase: Tua enfermidade é o castigo pela morte de seu pai e pela prisão de sua mãe em uma masmorra escura. Ajase se encerrou durante vários dias em seu quarto. Não comia nem falava com ninguém. Observou seu karma, refletiu profundamente e afinal se converteu em um devoto de Budha e o respeitou profundamente até a sua morte. Mais tarde Ajase publicou os sutras de Budha, preparou a cerimônia funerária da morte de Budha, protegeu o Budismo, os monges e a Shanga. O Sutra da observação da vida infinita relata esta história. Ele conta, além disso, as palavras de Budha a Idaike quando esta está presa. Sakyamuni a visitou na prisão do palácio e lhe deu um sermão. Tempos atrás, em sua juventude, Idaike teve uma má vida sexual, e este karma havia influenciado toda a sua vida. O Budha observou a maneira de observar este carma. A felicidade de Idaike um dia se converteu em desgraça, e mais tarde sua desgraça se converteu em felicidade. Tal é a lógica do carma. Assim acontece com a maioria das pessoas. A felicidade se torna desgraça e a desgraça, felicidade (...). Assim é o carma da má conduta sexual. Todos os modos e comportamentos se deduzem deste preceito: a sexualidade justa. Devemos ter órgãos sexuais fortes. Se não se é completo, não é possível ser monge ou monja. Antigamente, antes da ordenação, o mestre observava os órgãos sexuais do discípulo tomando um banho com ele. Se o discípulo não conseguia ter uma ereção, não podia receber a ordenação. O mesmo acontecia com as monjas frígidas. Uma monja anciã examinava as monjas. Esta era a cerimônia mais importante, junto à da ordenação. Somente um homem completo e uma mulher completa podem ser monges ou monjas. Se você refletir profundamente sobre o seu carma, particularmente durante a meditação, este diminui. Não é necessário pensar muito. Quando o seu subconsciente aparece como um sonho, você deve deixar passar, deixar passar. O que é o mau carma? O que é a má vida sexual? O sexo sem amor, a violência sexual, a prostituição (...), todas estas são más formas de se usar a sexualidade. O livro dos koans, o Mumokan, conta uma história célebre, “O Ermitão e a Anciã”: Havia uma senhora anciã que protegia um monge jovem, muito belo, de traços finos. Vivia como um ermitão, entregue dia e noite à prática de meditação em um eremitério que ela havia construído para ele em um canto de seu jardim. Já fazia muitos anos que vivia com ela. Um dia, chegou à casa da anciã uma menina jovem e muito bela. A senhora lhe disse: Vá ver o ermitão. Certamente está meditando neste momento. Vá e beije-o. Assim o fez. Quando viu o jovem monge em meditação, ela lhe disse: O que você acha disso? Quero você. Quero que pare de meditar e faça amor comigo. O monge respondeu: Sou como uma árvore seca, como uma rocha fria. Ainda que você me beije, não sentirei nada por você. A jovem voltou para a anciã e contou-lhe o que havia ocorrido. Como pude perder tantos anos protegendo este monge estúpido! Gritou, furiosa, após ter ouvido o relato. Imediatamente depois, ateou fogo ao quarto do monge. Como deveria ter agido este monge? Este é um koan! Ter uma vida sexual muito cedo, quando se é demasiado jovem, ou violentar crianças é um carma muito ruim. Os jovens com menos de quinze anos que fazem amor possuem e criam um mau carma. A pouco tempo de minha chegada a Paris, uma atriz veio me ver e fez-me a seguinte confissão: Depois da morte de meu pai, tinha ao redor de dez anos, fui à igreja para pedir conselhos a um sacerdote. Era um sacerdote jovem. Depois de ter me escutado por um momento, fez-me entrar em um confessionário e ali violentou meu corpo de menina. A partir deste momento, odiei o cristianismo. Minha vida mudou completamente. Meu pai estava morto, meu corpo estava manchado. Queria me suicidar! Este é um carma muito ruim para o sacerdote e também para esta atriz. Para ela, contudo, é um carma passado, pois ela era jovem. Este é um arma muito ruim para uma menina. Fazer amor a partir dos dezesseis, dos dezoito é menos grave; antes desta idade, porém, é deplorável. Os seres humanos que fazem amor sem haver santificado sua união agem como animais. Também recebi a seguinte confissão de outra mulher jovem: Eu tinha uns doze anos. Um dia, quando jogava com meus colegas, um pouco antes da caída da noite, começou a chover a cântaros. Todos nós nos refugiamos debaixo de uma pequena cobertura. Estávamos perto de Paris. Logo chegou um homem, e todos os meus amigos se foram. Fiquei sozinha. O homem começou a me beijar, seduziu-me à força e me violentou. Tinha doze anos e recebi um grande choque. A partir de então, minha vida mudou totalmente. Esta forma de se utilizar o sexo é execrável. Ela também possuía um mau carma; o homem, porém, era realmente demoníaco. Sem sombra de dúvidas, esta ação originará uma grave enfermidade, a loucura, um acidente ou a morte, ou inumeráveis sofrimentos para sua família por causa deste destino perverso. Mudar constantemente de parceiro equivale a ter uma má vida sexual. Podemos ver um exemplo nos romances, onde as prostitutas representam o exemplo vivo deste mau carma, pois sofrem por causa de seu passado, pelo que elas mesmas engendram por causa de suas vidas. Contudo, há mulheres que mesmo tendo este mal carma, querem mudar, querem se converter e tornar-se bodhisattvas. Maria Madalena no Evangelho, por exemplo, ou a heroína do romance de Fiodor Dostoievski (1821-1881), Sônia, em “Crime e Castigo”. Todas as pessoas que têm um mau carma, mas que se confessam profundamente, que se arrependem sinceramente podem conseguir florescer e sair da terra lamacenta, igual à flor de lótus. Aqueles que possuem maus costumes ou uma vida depravada e não o confessam, não se arrependem, por fim são jogados à solidão e ao desespero. A família e os amigos se separam dele. as enfermidades e os acidentes os assaltam. A natureza, o clima, a atmosfera sentem sua influência. As calamidades naturais aumentam. Você deve conhecer a história de “Crime e Castigo”: Sônia é uma prostituta. Raskolnikov assassinou uma velha avarenta e diz uma frase célebre no romance: “Até em um lugar sujo pode brotar uma flor”. Está enamorado de Sônia, porém ela não sabe que ele é o autor do crime da velha. Sônia recebeu uma educação muito religiosa, estando familiarizada com o estudo da Bíblia. Um dia, Sônia e Raskolnikov têm uma discussão sobre temas bíblicos. No fim da discussão, ele confessa ter assassinado a velha. Apesar do amor profundo que a une a Raskolnikov, ela pede que se entregue à polícia e que se confesse perante Deus. Você é o homem mais desgraçado do mundo, diz ela. Raskolnikov era um intelectual idealista. Queria mudar as leis do mundo, fazer a humanidade feliz. Esta foi a razão pela qual matou a velha avarenta. “Fazer a revolução e transformar-se em herói, matar para mudar as leis da sociedade”, assim pensava Raskolnikov, o terrorista. No final do romance, ele é condenado a oito anos de prisão na Sibéria. No entanto, Sônia segue seu amor e decide viver nas proximidades da prisão esperando por sua liberação, oito anos mais tarde. É uma bela história de amor! Leon Tolstoi (1828-1910) escreveu um romance parecido, “Ressurreição”. Li-o quando era jovem e a história me impressionou muito. Este romance também se trata de uma prostituta, Katiucha. Os papéis, porém, estão invertidos – ela é feita prisioneira. O herói da novela, seu amante, o Príncipe Nakhliudov, segue-a até a Sibéria e espera por ela. É uma história trágica, mas a tragédia agrada as pessoas quando se trata de amor! Stendhal (1783-1842) analisou as diversas formas de amor e classificou-as em quatro categorias: o amor preferencial, o amor passional, o amor físico e o amor da futilidade. Porém, quero incluir outra forma: o amor sem meta. Este é o verdadeiro amor, criador de bom carma. O amor e o sexo são necessários na vida. Mas, que amor? A maioria das pessoas fala do amor, busca o amor, mas são como fantasmas procurando fantasmas. Na Shanga, quando uma pessoa se separa de sua família, quando recebe a ordenação de monge, na medida do possível deve viver sozinho. Manter a castidade é melhor, estar só também; porém, o mais importante é não possuir uma má vida sexual. O pior de tudo é o sexo sem amor, a violência, ou fazer amor com alguém muito jovem, ou sob o efeito de drogas. No Islã, na Indonésia, a religião autoriza um homem a ter quatro mulheres. Uma senhora de Abijan me contou que, neste país, uma mulher pode ter quatro homens. É o costume. Diz um sutra que, na China e no Japão, um homem podia ter uma segunda mulher. Porém, hoje em dia, somente um homem e uma mulher. É o costume (...). O narcisismo, o fetichismo, o masoquismo e a homossexualidade são más práticas e originam mau carma, tal qual o exibicionismo, a coprofilia, a sodomia, a necrofilia, o travestismo, o voyeurismo (...). Em um Sutra está escrito: “A época e o lugar para se fazer amor são muito importantes. O parceiro também”. Em um templo, não é possível fazer amor. Nem em um carro, no meio da rua. Há lugares em que o sexo é proibido. A forma também é muito importante. No Japão, após a guerra, havia quartos disponíveis para os amantes, porque muitas pessoas faziam amor nos cemitérios. Os ladrões profissionais se escondiam atrás das tumbas, observavam, e, com um pedaço de bambu, roubavam-lhes os bolsos. Esta ação também origina crimes. A boa vida sexual é origem da iluminação, é a semente da verdadeira felicidade e de uma vida longa. A má prática sexual produz enfermidades e encurta a vida, provoca numerosos acidentes e tem uma má influência genética sobre os descendentes. Na humanidade, cada pessoa possui um carma diferente. E o amor aparece. Se todo o mundo tivesse o mesmo aspecto, ou seja, o mesmo caráter, o mesmo espírito, os mesmo cabelos, ninguém amaria, o amor não existiria, não haveria necessidade de escolher. O amor aparece por causa do karma, do grande karma da humanidade. Li muitos romances. As obras de Shakespeare (1564-1616) – “Hamlet”, “Otelo”, “O Rei Lear” e “Macbeth” – explicam o carma dos seres humanos. São tragédias. Meditei a respeito de “O Rei Lear”. É uma tragédia. Contudo, se lemos esta obra do ponto de vista objetivo, como se fosse Deus que observasse, ela se transforma em uma comédia. O mesmo acontece com “A Tempestade”, ou com “Henrique VIII”. Na maioria das vezes, é o carma do amor o que se escreve. Em “Fausto”, de Goethe, também. Quando era jovem, fiquei impressionado com “As Desventuras do Jovem Werther”, de Goethe (1749-1832): “Por fim, a mulher quer ser a última amante do homem. O homem quer ser o primeiro amante da mulher”. O amor dos jovens diminui com o tempo, torna-se pequeno, transforma-se em uma sombra – a sombra do sol nascente. Porém, o amor espiritual, o verdadeiro amor, aumenta sem cessar quando envelhece, quando se experimentam as dificuldades, como a sombra do sol poente. http://www.jardimdharma.org.br.


Editor Mosaico Espiritual. "O narcisismo (...) e o homossexualismo não são práticas erradas". A afirmação primeira deve ser entendida no aspecto da não veneração pessoal como um auto ídolo. Evidente que toda situação excessiva e extremista tende a um comportamento doentio e socialmente estereotipado. Tudo deve ser realizado numa normalidade cultural, sem o zelo próprio duma ideologia partidária proselitista, que corrompe a esfera do saudável e aceitável. Na segunda afirmação, suponho, circunstâncias sem a apologia empregada pelas mídias sociais atualmente. Essas aderindo ao discurso sexista do gênero, tentam coagir a mente das pessoas culturalmente hétero, para aceitar, pela propaganda barata e dissonante as ideias homo afetivo. Quando a sociedade começar a perceber, sem a interferência de qualquer suposto líder, corrente ou instituição que fomente estas novas condutas sexuais. Iniciará a tão esperada mudança de paradigma, que os protagonistas aguardam. Enquanto isso não acontece, continuaremos no campo da indiferença e discriminação colocando os liberais de um lado e os conservadores de outro.  A tradição budista Soto Zen não acompanha a maioria das espiritualidades dessa filosofia quando trata a questão dos homo afetivos. Grande parte dessas Escolas usam uma linguagem neutra e imparcial, sem rotular esse tipo de gênero sexual como prática negativa. Os ensinos do Budha, como temos visto aqui no Mosaico, não trazem um juízo definitivo quanto ao assunto. Não há uma aquiescência nem uma reprovação, entretanto os estudiosos das palavras do Iluminado dizem que a sexualidade como comportamento e prática devem ser realizados com responsabilidade e afeto mútuo. Um comprometimento do casal homo ou hétero na cumplicidade, respeito, civilidade, legalidade e moralmente sociável. Nenhum dos textos apresentados no Mosaico relacionou a homossexualidade com carmas negativos. Algo que mostra maturidade, sabedoria e amor pelo próximo não importando sua condição. Mesmo quando fazemos juízo de valor, algo não recomendado nessas situações, ao comportamento sexual do indivíduo. Em fevereiro de 2014 Sua Santidade o Dalai Lama, Tenzin Gyatso (1935- ), disse durante sua visita aos USA, numa entrevista ao apresentador de TV americano Larry King (1933-  ) da emissora CNN, “não ver qualquer objeção ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, considerando que se trata de uma questão pessoal. Se duas pessoas, um casal, sentem que essa forma é a mais prática, a mais satisfatória, se os dois concordam, então OK”.  Disse sua Santidade e líder espiritual do povo Tibetano no exílio. Assim as palavras quanto ao comportamento das pessoas de gênero sexual igual, da tradição Soto Zen Budismo, não encontram ressonância na pluralidade das Escolas budistas.     Abraço. Davi.

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