Espiritualidade.
Texto de N. Sri Ram (1889-1973). Tradução de Cássia Mesquita. O SIGNIFICADO DE
CADA MOMENTO PRESENTE. Todo objeto que existe possui uma extensão. Essa
extensão pode ser infinitesimal ou vasta e imensurável. Mas se não houver
nenhuma extensão, o mesmo se tornará um ponto sem dimensão. Similarmente, se
algo simplesmente existe, o faz por um período de tempo. Mesmo que seja uma
partícula elementar que faz uma aparição por apenas um bilionésimo de segundo,
esse período constitui sua duração. Grande ou pequena são termos relativos de
medição na escala de nossa experiência. Nada é grande ou pequeno em si mesmo. É
apenas o que é. Nosso pensamento tem com base nossa experiência das coisas.
Somos conhecedores do munda acerca de nós. Das coisas que são sentidas e
percebidas por nós de determinadas maneiras. Também as vemos relacionadas entre
si. Mas isso só tem alguma validade quando nosso pensamento está de acordo com
tudo isso. Se pensarmos de uma maneira que contraria os fatos de nossa
experiência e do mundo em que vivemos, ao qual estamos relacionados, seremos
então como a Alice no País das Maravilhas. Pois assim como as COISAS que nos
circundam estão no espaço e no tempo, estão também em nosso pensamento. Uma
imagem em nossa mente possui uma extensão como qualquer objeto no mundo exterior,
e ela existe por um período de tempo, mesmo que esse período seja uma fração de
segundo. Não é possível efetivamente imaginar um ponto sem dimensão, mesmo se
falarmos sobre ele. Quando quisermos imaginar tal ponto, temos que começar com
uma linha ou um círculo, diminuindo-o progressivamente. O processo de
aproximação torna-se um substituto para o ponto. Também não podemos formar uma
imagem do nada, apesar de acharmos que podemos. Esta é uma das ilusões de nossa
mente. Digo isso porque o MOMENTO que descrevemos como o MOMENTO PRESENTE é
este ponto que existe impalpável na linha que represente o PASSADO, o PRESENTE
e o FUTURO. Também podemos pensar no PRESENTE como uma linha que divide o
PASSADO do FUTURO, mas uma linha tão fina que quase não existe. Podemos
imaginar o FUTURO como um FLUXO ESCOANDO DO PASSADO, embora o FUTURO não possa
ser considerado como existente exceto em pensamento. O PASSADO também existe
somente em nossa consciência, pois está concluído e já PASSOU. Na verdade,
somente o PRESENTE existe, mas quando pensamos em algo no PRESENTE, a imagem
mental já está no campo da memória, tendo-se tornado uma impressão do PASSADO.
O PRESENTE, em constante avanço para frente, arrasta atrás de si o PASSADO
associado a ele na forma de memória. A natureza essencial da consciência é
refletir sobre o que é, perceber e registrar, um simples ato que, se abrangente
e profundo o bastante para penetrar todas as camadas do que existe, somaria em
si toda a verdade possível de ser produzida em pensamento. O pensar segue
caminhos limitados, todavia muito mais complexos. Se observarmos qualquer COISA
e passar adiante para outras, de modo que a consciência da percepção é como uma
onda que se move continuamente para frente. Uma onda possui uma fachada na qual
existem muitos pontos. Temos percepção da presença de muitas COISAS
simultaneamente. Ela pode iluminar um campo inteiro de objetos. É realmente
semelhante ao espaço que inclui todos os objetos. O que faz do homem um
pensador, uma característica que o destaca de todos os outros seres vivos, é
sua memória e o uso que é capaz de fazer dela. A VIDA ESTÁ sempre contida
naquele INSTANTE INTANGÍVEL que chamamos de PRESENTE, contudo a consciência,
que é inseparável dela, possui como seu domínio não apenas o que percebe no INSTANTE
PRESENTE, mas a região que já percorreu e incluiu em suas memórias, sobre a
qual projeta uma estranha luz colorida pelo PRESENTE. A memória constitui o
terreno sobre o qual o pensamento se movimenta e constrói seus edifícios. Sem
lembrança do que foi registrado cronologicamente no PASSADO, o homem não pode
pensar. Assim como sua vida perderia sua coerência, e seus atos no PRESENTE,
sua relevância. Ele estaria se
movimentando como um veleiro ao sabor do vento, que sopra a todo momento
daquele movimento, mas incapaz de direcionar seu curso em qualquer direção.
Nesse caso, a própria palavra direção envolve dois pontos, o momento PRESENTE,
com relação ao qual não há nenhuma opção de escolha, e um MOMENTO PRESENTE que,
através do PRESENTE, faz sua ligação com o FUTURO. Quando se fala em evolução,
existe uma contínua e crescente capacidade de lembrança. Nossa memória é muito
mais sutil e inclusiva do que a de qualquer animal. Um animal desenvolvido como
o elefante pode lembrar-se de determinados eventos por um longo tempo. Contudo
a nossa memória possui uma extensão mais ampla; ela inclui ideias e
experiências pertencentes exclusivamente ao estágio humano. Se apenas
lembrássemos do PASSADO, essa memória factual não prejudicaria ou modificaria a
ação da consciência NO PRESENTE. Pensamos, sentimos e reagimos aos eventos
somente NO PRESENTE e esta ação pode ser nova e desvinculada de qualquer reação
DO PASSADO que possamos recordar. De forma geral, esta ação pode ser
desvinculada, mas infelizmente não é. A existência de um registro DO PASSADO
não precisa interferir em uma ação NO PRESENTE. Então por que ela interfere
desse modo e predetermina a ação da mente, privando-a de sua liberdade? A
predeterminação nasce de uma ligação de causação entre o registro e a consciência
PRESENTE. A menos que exista essa relação de causa e efeito, O PASSADO é
finalizado. Ele na verdade não existe e não precisa afetar O PRESENTE de forma
nenhuma. Porém, em nossa ignorância, CADA MOMENTO gera seu subsequente,
transmitindo sua natureza de alguma maneira. Num PRIMEIRO MOMENTO existe um
determinado estado de consciência. NO MOMENTO SEGUINTE, há o mesmo estado
modificado por novos impactos e reações vindas do estado que existiu primeiro.
A ligação entre os DOIS MOMENTOS não é uma mera cronologia do tempo, mas é
psicologicamente criada pelas forças que surgem DO PASSADO e invadem O PRESENTE
ESTADO de consciência. São forças de atração e repulsão, preferências e
aversões, esperanças e medos. Somente aparentemente essas forças surgem DO PASSADO
que carregam. Mas podemos falar delas como decorrentes DO PASSADO assim como
dizemos que o Sol nasce do Leste. Algo aconteceu ontem. Fui insultado, ou
pensei ter sido, o que muitas vezes é o caso, mesmo quando não há nenhuma
intenção de insulto. A mágoa permanece. Ela afeta meu pensamento e
comportamento agora. Vemos aqui que há uma determinada força surgindo da
memória de um evento, que ocorreu NO PASSADO e está operando NO PRESENTE. Para
dar outro exemplo. Tive uma agradável experiência ontem. O fato está registrado
em minha consciência. Mas quando me recordo da experiência, há uma força que
surge do registro em minha memória, que é o desejo por aquela experiência. Esta
força dirige meu pensamento AO MOMENTO PRESENTE pelo apego àquela experiência.
Se decidir repeti-la, o desejo será assim fortalecido, provocando em mim o
desejo pela repetição frequente daquela experiência. Todos os desejos provêm da
memória de EXPERIÊNCIAS PASSADAS, porém operam e modificam o pensamento e a
ação NO PRESENTE. Não é possível desejar algo que jamais tenhamos conhecido. O
desejo não pode existir sem uma base. Podemos experimentar uma nova sensação,
ela pode vir a nós, todavia quando pensamos que desejamos algo novo em nós em
função do estímulo de novas associações. Dentre as forças baseadas NO PASSADO
estão os nossos medos que inibem o fluxo, a ação natural, das energias dentro
de nós. Podemos facilmente encontrar inúmeros exemplos de nossa experiência de
como os eventos DO PASSADO assombram O PRESENTE. Mesmo quando a consciência é
apenas um minúsculo germe, ela pode se apegar, pois esta é sua natureza. Um
inseto rasteja pela flor até o lugar onde o mel pode ser encontrado. Ele esteve
lá antes e apreciou o sabor do mel ou é levado a ele pelo cheiro. Mesmo que sua
consciência seja nada mais do que uma coisa minúscula, ela se apega à sensação
de apreciação, sendo atraída por ela mecanicamente. Existe nela uma memória
incipiente. O processo de formação de apegos é contínuo a partir da infância. A
vida significa contatos de diversos tipos, e quando um contato é agradável, ele
causa uma sensação gratificante, e a mente rapidamente se apega a essa
sensação. Isso acontece pela forma da inércia psicológica, quando não se está
atento ao processo. Tudo que é construído perde sua força no decorrer do tempo,
e o cérebro também perde sua vitalidade e coerência com a idade. Contudo há
mudanças que surgem não devido a qualquer causa física, mas exatamente em
virtude da maneira pela qual a mente trabalha em estado de inconsciência.
Estamos fazendo aqui uma distinção entre cérebro e mente, atribuindo a esta
última uma condição independente. Se a vida fosse um produto da matéria, então
a vida deveria secar com a deterioração do corpo, e quando o corpo morre, a
vida e a consciência deveriam partir para sempre, como a chama de um pavio que
foi consumido. Todavia, em uma visão profunda da matéria, a vida e a
consciência podem ser manifestações de uma energia que é a base do Universo.
Porém que de assumir uma forma, uma organização material, para a expressão de
significado. De qualquer maneira, podemos ver como a consciência limita a si
própria. Ela forma ideias em diversas matérias. Essas ideias não são meramente
formas de suas ações, mas tendem a se tornar cristalizações que permanecem na
mente. A mente se apega a elas, pelo prazer que fornecem ou pelo medo da dor, e
então, todo o processo de pensamento realiza-se em relação a elas, gira em
torno delas. O homem é um pensador, como a derivação da palavras – homem –
indica. Ele está constantemente envolvido na ideação de diferentes tipos. Não
pode haver nada de errado com a formação de ideias ou em desfrutar algo
agradável, isto é, em registrar uma sensação agradável. No entanto complicações
apresentam-se quando nos tornamos apegados às sensações ou a ideias e buscamos
permanência. Todo apego é um limitador. Mentalmente e emocionalmente levantamos
muros ao nosso redor que constituem uma prisão dentro da qual as atividades da
mente estão confinadas. Ela permanece enclausurada em seu interior e projeta
diversas ideias de lá. Todas essas ideias brotam no solo de seus
condicionamentos, isto é, o terreno das experiências vividas e de suas reações
a elas. O homem ambiciosos projeta uma imagem de sua própria importância diante
de si, a qual busca realizar. Da mesma forma, aquele que tem medo projeta
sombras do que pode acontecer a ele a cada muro que lhe aparece. Se a
consciência presente abandona seus apegos, que na verdade, são suas próprias
memórias, imediatamente ocorre uma mudança de grande proporção. As memórias não
deixam de existir, todavia irão retroceder, provocando NO PRESENTE um estado de
completa liberdade e naturalidade. O PASSADO se transformará em mera paisagem.
Diz-se que o BUDHA PODIA-SE LEMBRAR DE
TODOS OS EVENTOS de suas encarnações PASSADAS. Certamente tais
lembranças não afetava de forma alguma sua serenidade, a liberdade que
alcançou, e sua atitude benigna para com todos os seres e todas as COISAS. O
PASSADO ERA APENAS UM MAPA estendido à sua frente. Quando a mente está se
exercitando ENTRE PASSADO E FUTURO, preocupada com O PASSADO E PROJETANDO O
FUTURO, ela tem pouca raiz ou interesse NO PRESENTE. Suas energias não estão
ALI PRESENTES, exceto por um pequeno instante. Dividida e puxada em diferentes
direções, a mente não está em seu ESTADO NATURAL, contudo em um estado de
fragmentação e tensão. Seu ESTADO NATURAL é o espontâneo, enquanto que o estado
modelado é aquele no qual a substância da consciência passou por MUDANÇAS e
está modelada em fragmentos de diversos
tipos. Trata-se de uma condição em que a sensibilidade e a liberdade, inerente
à sua natureza e ação consciente no estado não modificado, são quase que
completamente perdidas. Somente a consciência, que é pura totalidade
indivisível, pode refletir a verdade de tudo aquilo que toca, e é nesta verdade
que reside a significância da coisa ou do evento. Não podemos dizer que todo
momento vivenciado é significativo. Em alguns POUCOS MOMENTOS DE NOSSAS VIDAS ,
eles o são, porém são muito poucos. SÃO MOMENTOS de BELEZA, de AMOR e
FELICIDADE, de ILUMINAÇÃO, de REVELAÇÃO DE COISAS que não tínhamos conhecimento. O restante de
nossa vida é lugar comum, muitas vezes uma prolongada monotonia desprovida de
qualquer significado real. SE UM MOMENTO É SIGNIFICATIVO ou não, vai depender
do estado da mente e do coração, bem como da reação NO MOMENTO.
Independentemente das condições externas, todo MOMENTO PODE SER SIGNIFICATIVO.
Se eu estou sofrendo da monotonia DO PRESENTE NA ESPERANÇA de atingir um ponto
em que vou experimentar a sensação que pretendo, cuja sensação é um reflexo de
experiência que tive NO PASSADO. Estarei na verdade projetando uma imagem DO
PASSADO que me parece significativa, e tudo o que eu estou fazendo NO PRESENTE
é viajar vagarosamente ou impacientemente na direção daquela imagem que no
final pode se tornar uma miragem. A VIDA É AÇÃO EXTERIOR, mas também envolve o
campo do pensamento e dos sentimentos. Pode-se experimentar significância em
qualquer MOMENTO, independente do que acontece do lado de fora. Porém
dependente da ação que brota no interior. Em outras palavras, a importância
surge de toda a condição do indivíduo NAQUELE MOMENTO. Se isso for verdade,
está verdade revela uma perspectiva integral do que a vida pode significar. A
consciência do homem, em seu estado composto, isto é, fatiada em vários
segmentos e mantidos unidos por meio de diversos ajustes como uma aparente
totalidade, participa da natureza da matéria e funciona mecanicamente. Ela
assume tal condição quando não está desperta. Por estar meio dormindo ou
sonhando, ela não reage plenamente nem enxerga claramente; sendo então tomada,
em grande parte, pela operação do hábito ou do instinto cego. Os eventos
ocorrem por si próprios no campo do pensamento e dos relacionamentos
exteriores. Existe algum tipo de consciência durante o sonho, contudo pela
ausência de uma inteligência alerta, o sonho torna-se sem coerência e
racionalidade. Quando estamos agindo mecanicamente, somente roçamos a
superfície das COISAS E AGIMOS, com uma fração ou com toda nossa capacidade.
Olhamos para algo belo, mas não somos tocados na essência de nosso ser.
Comentamos sobre a beleza talvez vagamente ou convencionalmente e passamos para
outra coisa. Trata-se apenas de uma resposta superficial. E é assim que nossa
vida é vivida em sua maior parte, e é o motivo pelo qual é tão pouco
satisfatória. Para ser perfeita e completa, uma ação ou reação deve envolver a
totalidade do ser. Não pode haver atividades mentais de qualquer nível e
profundidade, em termos de palavras e símbolos. Pode parecer que a profundidade
individual exista somente na memória individual. No entanto pode haver
profundidade individual totalmente diferente, na pura reação que surge a margem
DO MOMENTO PRESENTE. A profundidade na memória é como a espessura nos estratos
geológicos, matéria solidificada e sedimentada. A profundidade que não estiver
fincada NO TEMPO pode ser chamada de profundidade no absoluto ou no Espírito,
contendo em si toda a vibração, o impulso, a vitalidade e frescor que pertence
à vida. A profundidade está no ser, em SUA ALMA. A ALMA é aquela natureza
dentro de nós que reage a tudo aquilo que existe. É a sensibilidade que reside
ali e sua totalidade que pode tornar CADA MOMENTO UM MOMENTO PERFEITO, PERFEITO
no sentido de completo, sem depender DO PASSADO ou DO FUTURO. Para permitir a
ação desta natureza, deve haver uma MUDANÇA FUNDAMENTAL para nos desnudar das
camadas ou dos estratos acumulados que aderem ao nosso verdadeiro ser, mas que
são estranhos e contrários a ele. A natureza essencial ou nós mesmos, que é a
natureza subjacente da consciência, é como um espelho que reflete não apenas os
aspectos superficiais das COISAS, mas também as linhas ocultas de sua BELEZA,
os movimentos de SUA ALMA, aquilo que os poetas percebem talvez vagamente. Da
mesma forma que um enamorado pode ser imaginado como capaz de entrar NA ALMA DE
SEU AMADO, também pode ser possível entrar NA ALMA DO UNIVERSO. Assim como NA
ALMA de todas as coisas dentro dele, vendo-o em todo seu esplendor, em sua
perfeição arquetípica. SRI KRISHNA FALA DE SI MESMO COMO A ESSÊNCIA MANIFESTADA
na perfeição de CADA COISA eminente que existe. A natureza divina está em todas
as coisas, de forma singular em cada uma delas. Somente quando percebemos e
reagimos à divindade PRESENTE que conhecemos a sua verdade, o significado que
reside em sua própria existência e sua relação íntima com todas as OUTRAS
COISAS. A BELEZA de qualquer objeto não obtém seu significado de algo exterior
a si mesma. A única reação verdadeira diante dela é a que nasce do coração, uma
sensação que acontece quando não há nenhum obstáculo a ela. Ao mesmo tempo,
como tudo está relacionado a tudo mais, também existe significância em cada
relacionamento. Apesar da negação de nossa consciência tornar-se opressiva e
manipuladora, causando assim a perda de sua capacidade de refletir a verdadeira
natureza DAS COISAS, EXISTE A EXCEPCIONAL possibilidade dela se autorregular,
desprendendo-se de suas camadas de opressão e chegando a um EXTRAORDINÁRIO
ESTADO IMACULADO. Isso só pode ser feito através de uma conscientização das
MUDANÇAS e pela percepção da possibilidade e da vontade de se libertar das
condições que se desenvolveram na inconsciência, a verdadeira ignorância.
Quando está de volta em seu próprio estado de pureza e de despertar, então tudo
que toca comunica-lhe seu pleno e profundo significado. Cada evento que
acontece se torna uma chave que TRANSFORMA A CONSCIÊNCIA e destrava uma faceta
do MISTÉRIO que lá reside. Portanto, CADA MOMENTO POSSUI SUA PRÓPRIA
SINGULARIDADE e beleza. Tudo o que é visto neste estado é novo, pois a inovação
está na própria consciência. Extraído de The Theosophist. Abraço. Davi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário