Gnosticismo.
Por All Onaissi. AS ATIVIDADES NA REGIÃO DOS MORTOS. Vamos começar esta
palestra, espero que vocês coloquem a máxima atenção, pois vamos falar sobre os
Mistérios da Vida e da Morte. Vamos mostrar a diferença entre o que é a Lei do
Eterno Retorno, a Lei das Transmigrações de Almas e a lei da Reencarnação.
Chegou o momento de olharmos amplamente sobre todas essas coisas, a fim de que
os estudantes se mantenham bem informados. É claro que o primeiro que necessita
saber na vida é de onde se vem, para onde se vai, qual o objetivo da
existência, para que existimos e por que existimos. Etc. Inquestionavelmente,
se quisermos saber algo sobre o destino que nos aguarda, sobre o que é a vida,
faz-se indispensável sabermos o que somos, e isso é urgente. O corpo físico é
um conjunto de diferentes tipos e subtipos de energia, mesmo o pensamento
humano é energia, do “neopallum” do cérebro saem determinadas ondas que podem
ser registradas. Já sabemos que os cientistas medem as ondas mentais com
aparelhos especiais. A chamada “matéria” nada mais é que energia condensada,
por isso disse Einstein: “Energia é igual a massa, multiplicada pela
velocidade da luz ao quadrado”, e também afirmou: a massa se
transforma em energia e a energia se transforma em massa”. Com essas afirmações
podemos até dizer que em última análise, a chamada matéria, nada mais é que
energia condensada. O corpo físico tem um fundo vital orgânico, o “Linga
Sharira” a condensação bioeletromagnética. Cada átomo do Corpo Vital
penetra dentro de cada átomo do corpo físico e o faz brilhar. Esse Corpo Vital
é realmente uma espécie de duplo orgânico. Se, por exemplo, um braço desse
duplo vital sai do braço físico, sentimos que a mão “dorme”, ao voltar o
braço vital ao braço físico, ao penetrar cada átomo do Corpo Vital dentro
de cada átomo do corpo físico, produz uma vibração, uma espécie de
formigamento, por assim dizer. Se tirássemos definitivamente o Corpo
Vital de uma pessoa física e não o devolvesse, a pessoa morreria. O Corpo
Vital nada mais é que a seção superior do corpo físico, parte
tetradimensional do corpo físico, os vedantas consideram o corpo vital e o
físico como um todo. Um pouco mais além deste corpo físico com o seu
assento vital orgânico, temos o Ego, que é uma soma de diversos elementos
inumanos que carregamos em nosso interior, são tantos os nossos defeitos, que
se tivéssemos mil línguas para falar cada um, não conseguiríamos enumerar
todos. Assim é o Ego, nada mais que isso. Há pessoas que entronizam o Ego no
coração e fazem para ele um altar e o adoram, são equivocados que supõem que o
Ego é divino. Há quem dividem o Ego em dois, O Eu superior e o Eu inferior e
querem que o Superior domine o Inferior, não percebem, não dão conta tais
pessoas que a seção superior e a inferior são as mesmas coisas. O Eu é um livro
com muitos volumes, neles estão todas as nossas aberrações, nossos defeitos,
aquilo que nos fazem verdadeiros animais intelectuais. A morte e o resultado da
operação matemática, a única coisa que continua são os Valores, que são
positivos e negativos. No mundo astral os Valores se atraem e repelem, de
acordo com as Leis da imantação universal. A morte é um regresso ao ponto
original de partida, o homem é o que viveu na sua vida, se não trabalhar a sua
própria vida, se não tratar de modificá-la, é claro que está perdendo o seu
tempo miseravelmente, porque um homem não é nada mais do que a sua vida. Nós
devemos trabalhar a nossa própria vida com a intenção de fazer dela uma Obra
Mestra. A Vida é filme, quando este termina, nós o levamos à Eternidade e lá o revivemos
a nossa própria vida que acabou de passar. Durante os primeiros dias, o
desencarnado, só vê a casa onde morou e continua vivendo nela, verá os seus
netos, sentará à mesa, etc., ou seja, o Ego está perfeitamente convencido que
está vivo e não há nada que o consiga convence-lo do contrário. Sentado à mesa,
pedirá os seus alimentos que acostumados, o subconsciente dos seus familiares,
responderá, colocará na mesma os alimentos indicados. É óbvio que não colocaram
alimentos físicos, porque isso é impossível, mas os põem em formas mentais,
muitos similares aos alimentos que o desencarnado acostumava consumir. Sai às
ruas e verá que está tudo absolutamente iguais, jamais poderia pensar que
aconteceu algo. Se for à Missa, verá o padre, verá o ritual e sairá da igreja
convencido de que está vivo, nada poderia fazer com que pensasse que está
morte. Mas no Mundo Astral o desencarnado tem que reviver toda a sua vida de
uma forma natural, e identificado com a mesma, saboreia cada uma das idades da
vida que terminou. Se morrer aos 80 anos, estará acariciando os seus netos etc.
etc., e vais se adaptando à outras circunstancias da sua própria existência, ou
seja, começar viver a idade dos 79, 78, 77, 60; se viveu numa outra casa aos 60
anos, se verá vivendo naquela outra casa, dirá o mesmo que disse, e até o seu
aspecto psicológico assumirá o aspecto de quanto tinha 60 anos. Se viveu aos 50
anos numa outra cidade, se verá nessa outra cidade, e assim sucessivamente, vai
assumindo os seus aspectos fisionômicos, por exemplo, quando reviver os 20 anos
ou a idade de 10 anos, se verá exatamente como era naquela idade, até que
chegue o instante que terminou de revisar completamente a sua existência e a
sua vida se resumirá numa operação matemáticas de somas e restos, o que é muito
útil para a Consciência. Nestas condições, o desencarnado terá que se
apresentar perante os Tribunais da Justiça Divina, que são completamente
diferentes dos da Justiça Terrena. No Tribunal da Justiça objetiva só reina a
Verdade da lei e a Misericórdia. Diante do desencarnado abrem-se Três caminhos:
o primeiro é férias nos Mundos superiores, este é o caminho para as pessoas que
o merecem verdadeiramente; o segundo é o de retornar de forma imediata à uma
nova matriz, e o terceiro é descer aos Mundos Infernais até à “Segunda Morte”,
da qual fala São João, no Apocalipse do Evangelho de Cristo. É claro que quem
consegue o acesso aos Mundos Superiores passa por uma temporada de grande
Felicidade, normalmente a Alma, diríamos, a Consciência, ainda se encontra
presa dentro do Eu Psicológico, o Ego. Mas acontece que aqueles que sobem aos
Mundos Superiores abandonam o Ego temporariamente, e nesses casos, a Essência
sai de dentro desse calabouço, que é o Ego, para ascender ao famoso “Devakan”
de que nos falam os hindus, uma região de felicidade inefável no Mundo da Mente
Superior do Universo, encontrando ali as Almas dos seus familiares que o
abandonaram muito tempo atrás. Depois a Essência ou Alma ou Consciência, como
queira chamar, abandona o Mundo Mental para entrar no Mundo das Causas
Naturais, que é grandioso e maravilhoso, onde ressoam todas as harmonias do
Universo, ali se sente, de verdade, as melodias do Infinito. Lá também
encontraremos os Senhores da Lei, os que castigam e premiam os homens; encontramos
também os verdadeiros homens, os Homens Causais que estão trabalhando pela
humanidade, assim como os Principados, os Príncipes dos Elementais, os
Príncipes do Fogo, do Ar, das Águas e da Terra. Nesse mundo existem todas as
cores inimagináveis, mas a cor básica é o azul intenso, de uma noite estrelada
e luminosa. Quem vive nessa região vive a felicidade no sentido transcendental
da palavra, mas chega o instante em que a Alma, uma vez entrado no Mundo
Causal, tenha que retornar, regressar e descerá inevitavelmente, pra colocar-se
novamente dentro do Ego, dentro do Eu da Psicologia Experimental. Depois, essa
classe de Almas, vem à impregnar o ovo fecundado, para formar um novo corpo
físico, se reincorporando num novo corpo e voltando ao mundo físico. Outro é o
caminho dos que descem aos Mundos Infernais, pessoas que cumpriram o seu ciclo
de manifestação e que foram demasiadamente perversas, tais pessoas, involuim
dentro das entranhas da Terra. Dante Alighieri (1265-1321) nos fala na
sua Divina
Comédia dos nove Círculos dantescos dentro do interior da Terra.
Os nossos antepassados Anáhuac, na grande Tenochtítlan, falam claramente do
“Mictlán”, a região infernal que eles também colocam no interior da Terra, eles
nos falam dele como um mundo de provação, onde as Almas são provadas e se
conseguem passar pelos nove círculos, ingressaram ao Éden… Para os sufis
muçulmanos, o Inferno não é um lugar de castigo e sim de instrução para a
consciência e de purificação. Para o cristianismo de todas as partes do mundo é
diferente: o Inferno é um lugar de castigos e de penas eternas, sem dúvida que
o círculo secreto do cristianismo, a parte oculta da religião cristã, que se
encontra na gnose, o conceito é diferente. A Gnosis Universal vê o Inferno não
como um lugar de penas eternas e sim um lugar de expiação, de purificação e de
ilustração à Consciência. Obviamente, tem de haver dor nos Mundos Infernos,
posto que a Vida é terrivelmente densa no interior da Terra, sobretudo no Nono
Círculo, onde está o núcleo, ali se sofre o indecifrável… Aqueles que ingressam
na Involução submergida do Reino Mineral, tarde ou cedo têm de passar por isso
que se chama, no Evangelho, de Segunda Morte. A Segunda Morte é o limite do
castigo no Inferno Dantesco, que é chamado de Tártarus na Grécia, de Averno em
Roma; de Avitchi na Índia; de Mictlán na antiga Tenochtítlan, e todos os pais,
todas as religiões, Eras e culturas, têm demonstrado a existência do Inferno.
Para os antigos habitantes da Grande Hespérides, como podemos ler na divina
“Eneida”, de Virgilio, o poeta de Mântua, o Inferno é a Morada de plutão,
aquela região cavernosa onde Eneias e Troiano encontraram a Dido, aquela rainha
que se matou por amor, enamorada de mesmo, depois de haver jurado lealdade nas
cinzas de Siqueo. A segunda morte é muito dolorosa, o Ego sente que está se
partindo em pedaços, os seus dedos caem, os seus braços, idem. Sofre um desmaio
tremendo, momentos depois a Essência, que está dentro do Ego, assume uma figura
infantil, então se torna um gnomo ou pigmeu, pra ingressar na Evolução dos
elementais minerais. É claro que devemos entender que existem várias classes de
elementais da natureza, uma autoridade nessa matéria é Franz Hartmann, no
seu livro intitulado Os Elementais, como também o Dr.
Paracelso (1493-1541), o grande médico Felipe Teofrasto Bombasto de Hohenheim,
Auréola Paracelso. Em todo caso, os elementais são as consciências dos
Elementos, porque sabemos que os Elementos do Fogo, Ar, Água e Terra, não são
algo meramente físico, como supõem os ignorantes ilustrados, de
consciências estreitas, primitivas, e sim no sentido da palavra transcendental,
os elementais são Princípios Conscientivos dos Elementos. Continuando com
a nossa explicação, é óbvio que quem passou pela segunda morte sai à superfície
do mundo, reiniciando novos processos evolutivos que começam pelos minerais,
prosseguem nos vegetais, continuam nos animais e por último têm acesso à vida
humana, reconquistando o Estado Humano que outrora perdeu. É muito interessante
ver esses gnomos e pigmeus nas rochas, nos cristais etc., parecem muitos
pequeninos, com os seus grandes livros e sua longa barbas brancas. Estamos em pleno século 20, e dizer
isso parece bastante estranho, isso porque as mentes das pessoas estão tão
desviadas das verdades da Natureza, que é muito difícil elas aceitarem essas
coisas. As pessoas simples, sensíveis, aquelas que não têm complicações
intelectuais, têm conhecimento disso. Quero dizer os elementais
minerais quando ingressam na evolução vegetal, e muito interessante vê-los,
cada planta é o corpo físico do elemental vegetal, têm Consciência e são
inteligentes. Existem grandes esoteristas que sabem manejá-los à vontade,
criando efeitos belíssimos. Quem os conhece pode, por meio deles, atuar sobre
os Elementos da Natureza. Só os elementais vegetais tem o direito de ingressar
no organismo animal, aí eles começam pelos organismos mais simples, dando
iniciou à evolução no reino animal, e à medida que vão evolucionando, vai se
complicando a vida e chega o instante em que o elemental animal pode tomar
corpos orgânicos mais complexos. Depois disso, reconquista o Estado Humano, que
outrora perdeu… Ao chegar a esse estágio, são designadas novamente aos
elementais, à Essência, as 108 vidas para a sua Auto realização Íntima do Ser…
Se, durante as novas 108 vidas, não conseguir a Auto realização Íntima do Ser,
prossegue na Roda da Vida, girando e descendo novamente às entranhas do Reino
Mineral, com o propósito de eliminar da Essência, os elementos indesejáveis que
se agregaram na sua psique, repetindo o mesmo processo, descrito acima… A Roda
gira 3 mil vezes, e se nos 3 mil ciclos de 108 vidas cada uma a Essência não se
auto realizar, todas as portas lhe são fechadas, converte-se num elemental
inocente, se submerge no Seio da Grande Realidade, ou seja, no Grande Alaya do
Universo, o Parabrahman. Esta é a vida dos que descem ao interior da Terra
depois da morte, e desta forma, depois de desencarnar, uns sobem aos Mundos
Superiores para às férias, outros descem ás entranhas da Terra e uns retornam à
forma humana imediatamente, reincorporando-se para repetir a sua existência
neste mundo. Já vimos que a morte é um regresso ao ponto de partida original,
dissemos também que temos reviver a vida que acabou de passar, agora lhes
direi que ao retornar, ao regressar, temos de repetir tudo outra vez, sobre o
tapete da vida. Vocês me dirão que tudo isso é demasiadamente aborrecedor,
todos estamos aqui repetindo o que fizemos na existência passada? Sim, não há
dúvida que é extremamente aborrecedor, mas os culpados somos nós mesmos,
porque, como lhes disse, um homem é o que é sua vida, se nós não modificamos a
nossa vida, iremos repeti-la incessantemente. Desencarnamos e voltamos ao
corpo, para quê? Para repetir o mesmo; voltamos a desencarnar para voltar ao corpo
novamente e repetir o mesmo, e chegará o dia em que teremos que irmos “com a
nossa música para outra parte”, teremos que descer às entranhas do mundo, até a
Segunda Morte. Não se podem evitar essas repetições, que tem o nome de Lei da
Recorrência, tudo volta a acontecer tal como sucedeu antes. Mas, por que, dirão
vocês, temos que repetir tudo de novo? Antes de tudo que saibam que o Eu não é
algo meramente autônomo ou auto consciente, ou diríamos, muito individual, não
o Eu, ou Ego, é uma soma de Eus, é plural. A Doutrina dos Muitos, tal como
é ensinado no Tibete Oriental serve de fundamento para explicar a pluralidade
dos Eus. Lembrem-se que o grande Cabir Jesus, dizem que tirou do corpo de
Maria Madalena sete demônios, ou seja, os sete pecados capitais: a ira, a
Cobiça, a Luxúria, a Avareza, o Orgulho, A Preguiça e a Gula. E cada um
desses sete pecados capitais é uma cabeça de Legião, como eu lhes disse
anteriormente: “ainda
que tivesse mil línguas para falar e descrever, não conseguiria enumerar todos
os nossos defeitos”… Cada defeito é um Eu em si mesmo, assim é que temos muitos
Eus-defeitos e não estamos errados quando os qualificamos de “diabos”… No
Evangelho Cístico, perguntou-se ao possesso pelo seu verdadeiro nome e ele
respondeu: “Legião
é o meu verdadeiro nome!” Cada um Eu-demônio ou Legião,
quer controlar o cérebro, quer controlar os Sete Centros principais da máquina
humana, cada um é como se fosse uma outra pessoa dentro de nós mesmo, se
dissermos que dentro da nossa Personalidade vivem muitas pessoas, não estaremos
errados, pois assim é na verdade. Assim é que a repetição mecânica dos eventos
da nossa existência passa se deve a multiplicidade do Eu.
Exemplifiquemos, suponhamos que numa existência, na idade de 30 anos, nós
brigamos num Bar, caso comum de acontecer na vida, principalmente quem gosta de
frequentá-los, o defeito da Ira foi o personagem principal dessa cena. Depois
da morte, esse Eu defeito continua na Eternidade e na nova existência,
permanece no fundo da nossa “subconsciência”, aguardando que chegue a idade dos
30 anos para voltar ao bar; em seu interior existe ressentimentos e deseja
encontrar-se com o sujeito daquele evento. Por sua vez, o outro sujeito, que
teve parte naquele evento trágico, também sente o mesmo, o Eu quer vingar-se,
pois ele o Eu, permanece no fundo do subconsciente, aguardando a oportunidade
para entrar em atividade. Conclusão: ao chegar à idade de 30 anos, o sujeito,
ou melhor, o Eu da Ira, diz: “Bom eu tenho de me encontrar com aquele…”, e o
outro por sua vez, também pensa o mesmo. Aí, telepaticamente, ambos se põem de
acordo, e se encontram em algum bar, se encontram fisicamente, em sua nova
existência e repetem a mesma cena, tal qual a da existência passada. E
sinceramente, levados inconscientemente a repetir a mesma coisa, ocorre a
tragédia. Vejamos o caso de alguém que na idade de 30 anos, na sua existência
passada, teve uma aventura amorosa, aquele Eu da aventura continua vivo depois
da aventura e mais além da morte, continua vivo na Eternidade. Ao regressar, ao
reincorporar num novo corpo, aquele Eu da aventura segue vivo, aguardando no
fundo da subconsciência, nos repliques mais inconscientes da vida, a psique, o
momento de entrar novamente em atividade e quando chega a idade da aventura
passada, aos 30 anos de idade, diz: ‘este é o meu momento de sair e buscar a dama dos
meus sonhos…” Por sua vez, o Eu da dama de seus sonhos, o Eu da aventura diz
o mesmo, e por debaixo dos Eus, se comunicam telepaticamente e se encontram
novamente, repetindo a aventura. Assim é que nós, ainda que pareça incrível,
não fazemos nada, tudo acontece, repetindo tudo mecanicamente, nem sequer temos
o “Livre-Arbítrio”, tudo se repete… Entretanto, há uma pequena margem de
arbítrio, é muito pouca, imperceptível, mas se soubermos aproveitar, poderemos
então nos transformamos radicalmente e nos libertarmos da Lei da Recorrência,
mas temos que saber aproveitá-la, como? Na vida prática temos de desenvolver um
pouco mais a auto-observação, quando se aceita que tem uma psicologia própria, começa
a observar a si mesmo e quando alguém começa a observar-se, começa também a
tornar-se diferente de todo mundo. Na rua, em casa, no trabalho, onde os nossos
defeitos, que levamos escondidos dentro de nós, afloram espontaneamente e se
estivermos alertas, teremos a oportunidade de vê-los. Defeito descoberto deve
ser analisado através da reflexão e da meditação Íntima do Ser, com o objetivo
de entendê-lo. Quando chegamos a compreender tal defeito, então estaremos
prontos para desintegrá-lo atomicamente. Como podemos desintegrá-los?
Necessitamos de um poder que seja superior ao da Mente, porque ela, por
si mesma não pode alterar fundamentalmente nenhum defeito psicológico, no
máximo, ela pode rotulá-lo com diferentes nomes, passar de um nível de entendimento,
mas jamais ocultar ou desintegrá-lo. Tal Poder no Orienta, na índia, se chama
DEVI KUNDALINI, a Serpente Ígnea dos nossos mágicos poderes; como já disse
antes, em Tenochtitlan a chamavam de TONANTZIN; entre os alquimistas medievais
recebe o nome de STELLA MARIS, a Virgem do mar. Entre os hebreus, ADONIA; entre
os cretenses, CIBELE; entre os egípcios ÍSIS, a Mãe Divina que nenhum mortal
conseguiu levantar o seu véu; entre os cristãos, MARIA, ou seja, DEUS
MÃE. Temos muitas vezes pensamos em Deus como Pai, mas vale bem a pena pensar
em Deu como Mãe, como Misericórdia, como Amor. Deus Mãe habita no fundo da
nossa psique, ou seja, está no nosso Ser, poder-se-ia dizer que Deus Mãe é uma
parte do nosso próprio Ser. Há muita distinção do entre o “SER” e o “EU”, são
incompatíveis, como a água e o azeite, não se misturam. “O Ser é o Ser e a
razão de Ser é o mesmo Ser”. É o que é, o que tem sido e o
que será para sempre; é ávida que palpita em cada átomo, como palpita em cada
Sol. Assim é que Deus Mãe é uma variante do nosso próprio Ser, mas derivado,
isso significa que cada um de nós, de fato tem a sua Mãe Divina particular,
individual, a Kundalini, com dizem os hindus. Estou de acordo com esse termo.
Considero que todos nós podemos invocar a Divina Mãe Kundalini, em meditação
profunda, suplicando-lhe que desintegre aquele “Eu-defeito” que
compreendemos perfeitamente através da meditação. Dessa forma, a Divina Mãe
Kundalini e desintegrará o “Eu-defeito” ao pó cósmico. Ao desintegrarmos um defeito liberamos energia,
liberamos uma percentagem da Consciência, pois cada um dos Eus-defeitos há
certa percentagem da consciência que está presa; assim ao desintegrarmos um
defeito, liberamos Essência Anímica, e ao desintegrarmos todos os nossos
defeitos psicológicos, que carregamos em nosso interior, libertaremos
completamente a nossa Consciência e assim poderemos ouvir, sentir, tocar e ver
os grandes Mistérios da Vida e da Morte, experimentando por si mesmo e de forma
direta, isso que é o Real, que é a Verdade, isso que está além do corpo, dos
afetos e da mente… Temos de experimentar a Verdade, assim como, quando
colocamos o dedo numa chama que nos queima, a Verdade que está além do corpo,
dos afetos e da mente. E só poderemos experimentar a Verdade na ausência total
do Ego. O Intelecto, por mais brilhante que seja, por mais famosas teorias que
possua, não é a Verdade, como dizia Goethe em “Fausto”: “Toda teoria é
cinzenta e só e verde a árvore de frutos dourados, que é a vida…” Assim é
que nós necessitamos desintegrar o Ego da psicologia para libertar a
Consciência, só assim chegaremos a experimentar a Verdade. Jesus Cristo, disse;
“Conhecereis
a Verdade e Ela os libertará!” Quando alguém consegue libertar
a sua Consciência, destruindo o Ego, se liberta da “Lei da Recorrência”,
faz da sua vida uma obra de maestria, se converte num Gênio, num Iluminado, no
sentido mais completo da palavra. Se nós dissolvêssemos o Ego, com a
Consciência Desperta em cada um de nós, haveria Paz e Amor sobre a face da
Terra. A Paz não é questão de propaganda, nem de apaziguamentos nem de
exércitos nem de OEA nem de ONU. A Paz é uma substância que emana do Ser, vem
lá de dentro do fundo do Absoluto, dentro de nós mesmos. Enquanto existirem
guerras dentro de nós, enquanto existir a discórdia dentro de nós, enquanto
existirem os pecados capitais dentro de nós, tais, como a Ira, a Cobiça, a
Luxúria, a Gula, a Avareza etc., não haverá Paz no mundo! Alguns sonhadores,
adormecidos, afirmam que lá pelo ano de 2001 ou 2007 em diante virá a Era da
Fraternidade, do Amor e da Paz. Mas eu aqui pensando em voz alta, pergunto a
mim mesmo, como também a vocês: De onde vamos tirar essa Era de Fraternidade,
de Amor e de Paz entre os homens de boa vontade? Vocês acreditam que o Eu da
Psicologia, o Ego, com os seus ódios, rancores, invejas, ambições, luxúrias,
etc., poderá criar uma Idade de Amor, de Felicidade? Obviamente que não! Para
que reine, de verdade, a Paz no mundo, temos de morrer em si mesmos, temos de
destruir de nós o que temos de inumanos, o ódio que carregamos, as invejas, a
ira, a fornicação, que nos tornam bestiais… Continuando tais defeitos
psicológicos dentro de nós, o mundo não será diferente do que é, ou pior, cada
vez mais vai se tornando mais violento, porque através do tempo e Ego vai
ficando cada vê mais forte e se manifestando com mais violência e o mundo
tornando-se cada vez mais tenebroso e chegará o dia, que está próximo em que
nós não sobreviveremos à essa violência, porque uns aos outros se destruirão
violentamente. Chegará o dia em que no mundo a violência alcançará o máximo da
sua expressão e desta forma, ninguém terá segurança, em qualquer parte desse
planeta. Por isso, caríssimos irmãos, acredito que a solução de todos os
problemas da humanidade está em dissolvermos o Ego (…). Até aqui, as minhas
palavras. Paz Inverencial! Samael Aun Weor. www.gnosisonline.com.br. Abraço.
Davi.
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