Islamismo.
www.ccib.org.br. I. PILARES DA FÉ
ISLÂMICA. São Seis os Pilares da Fé. 1. CRENÇA EM DEUS ÚNICO (TAUHID): Tauhid
Rububiia (UNICIDADE DO SENHORIO DE DEUS). Tauhid Uluhila (UNICIDADE NA
ADORAÇÃO). Tauhid Assifat (UNICIDADE DOS ATRIBUTOS DE DEUS). 2. CRENÇA NOS
ANJOS: Conceito de Anjos no Islam. 3. CRENÇA NOS LIVROS SAGRADOS: Torah.
Evangelho. Páginas Apócrifas. Alcorão Sagrado. 4. CRENÇA NOS MENSAGEIROS E
PROFETAS: Mensageiros. Profetas. 5. CRENÇA NA RESSURREIÇÃO E NO JUÍZO FINAL:
Conceito de Morte no Islam. Al Berzakh (A Espera entre a Morte e o Julgamento).
Al Ba’th (A Ressurreição). 6. CRENÇA NA PREDESTINAÇÃO: Al Qadr (A
Predestinação). A CRENÇA ISLÂMICA. A crença islâmica é clara, simples,
indo ao encontro da Fitra (significa o conhecimento e o estado que é inato ao
ser humano); é uma crença intermediária entre o exagero daqueles que acabam
criando outras divindades que os aproximem de Allah e aqueles que negam a
existência de Allah; é uma crença que não aceita acréscimos e nem que se retire
algo dela; ela não aceita ser imposta, devendo ser fruto de análise e da
observação, daí Allah em várias passagens do Alcorão se dirigir às pessoas
dizendo: "Acaso não raciocinam." "Acaso não meditam." A
crença no Islam se resume em seis pilares que se complementam, o que significa
que aquele que nega um desses pilares não é muçulmano. 1 - A
CRENÇA EM DEUS: O TAUHID (A UNICIDADE DE
ALLAH). A crença no tauhid é a coluna mestre da Fé islâmica. Ela se divide
em três partes, a primeira é o tauhid ar-rububia (unicidade do Criador) que
significa acreditar que Deus criou, mantém e é o Senhor de tudo e de todos; a
segunda é o tauhid al-Uluhia (unicidade da divindade), que expressa que Allah é
o Único a quem devemos adorar e a quem devemos dirigir nossas súplicas, sem que
haja intermediários entre os homens e Ele; e a terceira é o tauhid al-Asmá ua
Sifát(unicidade dos nomes e atributos de Allah), que quer dizer que a Allah
pertencem todos os nomes e atributos da perfeição, por isso devemos nos
submeter totalmente a Ele. Diz Allah, o Altíssimo "Dize: Ele é Allah, o
Único! Allah! O Absoluto! Jamais gerou ou foi gerado! E nada é comparável a
Ele!" (sura 112). Esta crença representa a carta de alforria do homem em
relação a toda a sorte de humilhação, pois ele entende que a única
superioridade que existe é a Allah e que consequentemente todas as criaturas
são iguais, por isso ele não deixará humilhar por ninguém e não abaixará a
cabeça para ninguém, exceto para o Criador. Foi essa consciência que fez com
que um beduíno enviado como um mensageiro ao imperador Pérsia dissesse ao ser
interrogado acerca do seu envio: "Eu vim para retirar as pessoas da
adoração às criaturas para a adoração ao Senhor das criaturas." a) Tauhid
Rububiia - A crença na soberania divina. Crer que Deus é o Criador, o
Sustentor e o Soberano de tudo o que se refere à criação, bem como o Único que
decide seu destino. b) Tauhid Uluhiia - A crença na
divindade de Deus; ou seja, crer que Deus é o Único a ser adorado, e tudo o que
se adora além d'Ele, é falso. c) Tauhid Assifat - A
crença nos nomes e atributos de Deus, e que eles são completos e perfeitos, e
tais nomes devem ser corroborados pelo Alcorão, ou pelas tradições do profeta
Muhammad (que a paz e as benções de Deus estejam com ele). 2 - A
CRENÇA NOS ANJOS: A crença nos anjos é fruto da crença em Allah.
Os anjos são criaturas que executam as ordens de Allah. São feitos de luz,
possuem mãos, pés, asas; eles não se cansam, não agridem, possuem poderes e
podem assumir a forma humana; eles nunca desobedecem a Allah e são criaturas
extremamente virtuosos; possuem ocupações, e somente Allah sabe quantos
existem. Os anjos foram criados por Deus, O adoram e O obedecem. Deus os
encarregou com diferentes tarefas, como por exemplo: Jibraïl (Gabriel) que é
responsável por levar as mensagens de Deus aos profetas, Mikaïl (Miguel)
responsável pelas chuvas e crescimento das plantas e Israfil que será o
responsável por soprar a trombeta no Dia da Ressurreição. Também há o anjo da
morte (Izraïl (Rafael), que é o encarregado de tirar a vida das criaturas há um
tempo infalível, fixo e determinado por Deus. Rafael também tem muitos anjos a
trabalharem sob sua supervisão, uns que tiram a alma dos bons e outros que
tiram alma dos maus. 3 - A CRENÇA NOS LIVROS: As
mensagens divinas, reveladas por Allah aos mensageiros, estão contidas em
Livros. À medida que essas mensagens iam sendo esquecidas ou deturpadas, Allah
enviava novas mensagens. Dentre estas encontramos o Toráh de Moisés, os Salmos
de Davi e o Evangelho de Jesus. O último desses Livros é o Alcorão, que, ao
contrário dos outros, permanece inalterado, ou seja, continua da mesma forma em
que foi revelado ao Profeta Muhammad (SWAS). Veja o que o pesquisador Maurice
Bucaille (1920-1998) diz a esse respeito: "Uma autenticidade indiscutível
dá ao texto alcoránico um lugar à parte entre os Livros de revelação, lugar que
ele não divide nem com o antigo, nem com o novo Testamento." Somente Allah
conhece o número exato de Livros revelados. a) A Torá; revelada ao profeta
Moisés, e é o principal livro revelado ao povo de Israel. b) O Evangelho;
revelado a Jesus. c) Os Salmos, dados a Davi. d) O Nobre Alcorão; revelado ao
profeta Muhammad (SWAS), último dos profetas. Com ele, o Alcorão, Deus abrogou
todas as revelações anteriores, e se responsabilizou pela preservação do mesmo,
uma vez que servirá também como prova irrefutável contra aqueles que não creram
n'Ele nem no Dia do Juízo Final. 4 - A CRENÇA NOS MENSAGEIROS: Allah
elegeu os humanos alguns a quem o anjo Gabriel deveria revelar as mensagens,
esses são os mensageiros. Somente Allah conhece o seu número, mas no Alcorão
são mencionados vinte e cinco, dentre eles Abraão, Moisés, Jesus e Muhammad
(que a paz e a misericórdia de Allah estejam com todos eles). Eles sentiam o
que nós sentimos, ficavam doentes como nós ficamos e morreram como nós também
iremos morrer um dia, enfim, eram de carne e osso. Nós devemos acreditar em
todos eles e nas suas missões. Devemos dar testemunho que cumpriram e
transmitiram tudo corretamente. Eles eram pessoas de grande sabedoria. Diz Allah,
o Altíssimo: "Dizei: cremos em Allah, no que nos tem sido revelado, no que
foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacob e às (doze) tribos; no que
foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi dado aos profetas por seu Senhor;
não fazemos distinção alguma entre eles, porque somos, para Ele,
muçulmanos." (2: 136) 5 - A CRENÇA NO DIA DO JUÍZO
FINAL: Crer no dia do juízo final é crer que após a morte seremos
ressuscitados, e todos os nossos atos serão julgados por aquele que nos criou.
A justiça será feita, e quem tiver seguido o caminho revelado por Allah terá o
paraíso como morada eterna, enquanto aquele que tiver preferido seguir os seus
desejos e caprichos terá o inferno como morada eterna. Agora imaginemos o
seguinte: Suponhamos um feto no ventre materno. O único mundo que ele conhece é
aquele apertado, escuro e cheio de água. Suponhamos ainda que ele possa ouvir e
entender tudo o que a sua mãe fala. Ela lhe explica que ele se encontra ali
temporariamente, e que passado um tempo ele sairá para um mundo enorme, cheio
de luz, cores, animais e pessoas adultas e idosas. Ele não será capaz de
imaginar o mundo fora do útero como descrito por sua mãe, visto essas imagens
não fazerem parte da sua realidade. Mas isso não significa que ele não deva
acreditar que esse mundo exista, onde a fonte dessa notícia é uma pessoa de sua
total confiança, sua mãe. O mesmo acontece conosco. Não é pelo fato de os
nossos sentidos serem incapazes de assimilar essa realidade (que é a existência
de uma outra vida após a morte) e de ela não pode ser vivenciada, que nós
devemos negar a sua existência, pois ela nos foi revelada pelo nosso Criador e
transmitida pelas pessoas mais sábias e verdadeiras que Allah ja criou. Como
disse Omar ibn abdel Aziz (Omar bin Abdel-Aziz governou no período de 99 a 101
depois da Hégira, na cidade de Medina.): "Nós fomos criados para a
eternidade e em verdade estamos nos mudando de um lar para outro." Mas há
pessoas que, além de não acreditarem nessa verdade transcendental, criam
teorias a fim de ter algo a que se apegar, pois a filtra e a razão se recusam a
crer que a existência acaba com a morte, como é o caso da teoria da
reencarnação. Dizem que o homem morre e o seu espírito torna a viver em um
outro corpo para alcançar o grau máximo de desenvolvimento (o que acaba gerando
um ciclo interminável). Dependendo de
como a pessoa tenha se comportado na vida anterior, ela reencarnará numa vida
de sofrimento (se tiver se comportado mal) ou numa vida feliz (se tiver se
comportado bem). Para essas pessoas, levanto as seguintes questões: a) como
Allah, que tem como um dos seus atributos a justiça, pode permitir que um corpo
pague pelos pecados de um outro corpo, e o que é pior, sem ter consciência
disso? b) Em que Livros revelados por Allah se encontram fundamentos para essa
teoria? c) Se o quanto nós sofremos nessa vida está diretamente relacionado ao
quanto aprontamos na vida passada, então como é que podemos seguir os
mensageiros que foram as pessoas que mais sofreram durante as suas vidas de
pregação? Afinal de contas, segundo essa teoria, eles foram as piores pessoas
na vida anterior, ou nas vidas anteriores. Será que uma só reencarnação é
suficiente para transformar esses espíritos inferiores em espíritos elevados
como eram os espíritos dos mensageiros? d) A teoria da reencarnação pressupõe o
seguinte: existem cinco pessoas; elas morrem e reencarnam em outras cinco
pessoas. Isso denota uma estagnação, ou na pior das hipóteses uma diminuição na
população do planeta. Então como explica o fato de a população mundial estar
crescendo numa proporção acelerada? e) frequentemente se afirmam que a
reencarnação é a solução para as questões de desigualdade que assolam o homem.
Tentam através dela explicar o motivo pelo qual pessoas nascem deformadas, ou
com algum tipo de deficiência, ou com alguma doença, ou o motivo que teria
feito com que pessoas normais se tornassem deficientes e ou adquirissem doenças
incuráveis. Mas o que explicará, então, as deformações, as deficiências e as
doenças incuráveis que atingem também as plantas e os animais? f) Porque as
pessoas sempre dizem reencarnar pessoas nobres, ou personagens da história com
Napoleão Bonaparte (1769-1821), Cleópatra (69 AC 30) e Júlio César (100 AC 44)
e nunca dizem reencarnar um mendigo leproso, escorraçado por todos? Aliás,
vocês já reparam quantas pessoas no mundo dizem reencarnar esses personagens ao
mesmo tempo? Quantos corpos para um único espírito, hein?! 6 - A
CRENÇA NA PREDESTINAÇÃO (DESTINO): Crer na predestinação é aceitar com
convicção que Allah é o Senhor de tudo e de todos e que Ele colocou tudo no seu
devido lugar, criando a felicidade e o sofrimento. O tempo de vida de cada ser
humano está nas mãos de Allah. O homem possui o livre-arbítrio. Ele tem o poder
de escolha, porém este poder não sai do círculo permitido por Allah. O homem
deve se esforçar ao máximo para conseguir o que deseja(de maneira lícita claro)
e para mudar uma situação, e não se acomodar e culpar o destino por tudo.
Algumas pessoas dizem que o livre-arbítrio não combina com a crença no destino;
para elas eu pergunto: a) Foi você quem escolheu quando nascer, a que família
pertencer e as suas características físicas e psicológicas? Certamente a
resposta será um sonoro não. b) Acaso é você que escolhe quando adoecer, quando
se curar e quando morrer? Novamente a resposta será não. Viu, olha só o destino
tomando parte da sua vida. c) Quando você decide se casar, pode escolher a
pessoa com a qual deseja dividir a sua vida? Ou quando você necessita de
dinheiro pode optar por trabalhar em vez de roubar? Ou quando você quer passar
de ano na escola, pode escolher entre estudar ou colar? A resposta é sim. Olha
o livre-arbítrio aí! A predestinação, é crer que Deus criou Suas criaturas, de
acordo com Sua Sabedoria prévia e absoluta antes de tudo acontecer. Tudo o que
aqui está, já estava em Sua Sabedoria antes de sê-lo, e escrita em Sua Tábua
Guardada. Logo, nada existiu, ou aconteceu sem Sua vontade. O
CONCEITO ISLÂMICO DE FÉ. A base de qualquer religião é a fé,
sem ela o homem é como um carro sem volante, andando cegamente sem objetivo,
sobre o mar de dúvidas e confusões. Ter fé no Islam é acreditar com
convicção na unicidade de Deus, Tauhid: ‘’La Ilaha Illal Lahu Muhammad
Rassulullah’’. ‘’Não a divindade além de Deus e Muhammad é seu Mensageiro.’’ A
aceitação ou a recusa desta expressão produz um mundo de diferença entro um
homem e o outro; o crente encontra o caminho reto, descobre a verdade, o
sossego íntimo e analisa tudo à luz da realidade Divina. O incrédulo vagueia
consecutivamente de uma ilusão para outra e afoga-se nas trevas. Para o
crente está reservado o sucesso neste e no outro Mundo e para o descrente a
condenação; porém, a força real deste Kalimah está na sua aceitação consciente
e completa aplicação na vida prática. Enquanto não se souber o verdadeiro
significado da Kalimah e sua essência não for alcançada, não se pode chegar à
importância real e efetiva desta doutrina. Por exemplo, se um esfomeado
ficar a repetir a palavra comida, não lhe encherá o estômago e nem o doente
poderá adquirir a saúde só por ficar a repetir a palavra remédio (...). Terá
que fazer algo na prática, da mesma forma a Kalimah não pode criar nenhuma
mudança na vida de alguém se apenas for meramente repetido sem convicção e sem
ser percebido o seu significado e sem ser praticado na letra e no
espírito. Desde os tempos antigos e desde que é conhecida a história do
homem nota-se que em todas as eras o Homem tem reconhecido uma deidade ou
deidades e adorou-as; mesmo agora, cada nação sobre a terra desde a mais primitiva
a mais civilizada acredita nisso e adora uma deidade. Isso demonstra que a
ideia de haver uma deidade e de adorá-la está no instinto humano, há algo
dentro do espírito humano que lhe força a proceder assim. Aceitar a
unicidade de Deus é chamada; Fé no Islam; a Fé no Islam é a base moral para
todas as ações e não é uma simples afirmação dogmática, da salvação como é no
Cristianismo. O bem-estar do homem depende da fé acompanhada de boas
ações. Assim, a fé é a crença firme, resultante do conhecimento e convicção
inabalável da unicidade de Deus e Seus Atributos, quem assim acredita é chamado
de Mumin. Esta fé guia o homem (é o volante) invariavelmente à vida de
obediência e submissão voluntária perante as ordens de Deus. E quem vive a vida
de submissão é conhecido por Muslim ''muçulmano''. DEUS E
SUA EXISTÊNCIA. É verdade que historicamente, o ser humano sempre pensou num poder
sobrenatural existente além deste nosso mundo das mudanças. Ele está
constantemente a tentar não só encontrar a origem de todo o Universo, mas,
também um objeto para a sua adoração. A história da Humanidade é apenas
uma série desses esforços, algumas pessoas pensaram que este poder podia ser
encarnado em certos tipos de arvores, pedras, ouro, ou no homem. Houve
pessoas que, pensavam que era o sol outras achavam que era a lua ou outros
astros, e ainda outras pensaram que eram os rios, etc. Há ainda outros que
dizem não haver Deus, mas a natureza em si é o seu Deus. Outros pensam que
Deus deve ser um poder sobrenatural, que não tem forma, nem semelhante, não é
afetado pelas mudanças, que é imortal e eterno. Está posição é semelhante a do
Islam. Tudo isto é o resultado da posição a que chegaram os psicólogos de
que o ser humano tem um instinto religioso. Por natureza ele acredita na existência
de um poder forte e grande que controla o Universo e sente que ele e o resto da
humanidade são dependentes d'Ele e sujeitos a esse poder. O Professor Max
Fuller no seu ‘’Hibbert Lectures’’ diz: ‘’A religião não é uma invenção
nova. Se não é antiga como o mundo pelo menos é antigo como o mundo que
conhecemos. Nunca houve falso Deus nem religião falsa a não ser que chames à
criança um homem falso. Daquilo que eu sei das religiões, todas elas tinham o
mesmo objetivo. Todas estavam ligadas a uma corrente que liga o céu a terra e
que, estava e continua, a ser assegurada pela mesma mão. O próprio Platão
(428-347) afirmou que: o conhecimento do verdadeiro Deus está implantado por
natureza em todas as almas e, o trabalho dos professores neste campo não é
ensinar o homem o que ele não sabe, mas é remover os obstáculos e as sombras
que ocultam a verdade e o impedem de chegar até lá e para lhe recordar do
conhecimento que ele já tem.’’ Assim o homem por natureza pensa em
Deus. Alguns deles conseguem descobri-lo e outros não, daí a tarefa dos
Profetas foi de recordá-los, da Existência de Deus; o Alcorão Sagrado menciona
vários sinais e de várias formas, chama a atenção do homem, recordando-o a
existência do verdadeiro Deus. Todos nós sentimos a sua existência, porém
há quem o recusa alegando que não o vê, o que não tem lógica, pois há coisas
que nós não vemos e estamos certos da sua existência como é o caso da nossa
própria alma, o juízo, a energia, etc. Estas e outras coisas semelhantes não
são vistas, mas a sua existência é aceita unanimemente. Realmente, nem
tudo se conhece diretamente; há coisas que conhecemo-las indiretamente, pois,
os seus efeitos são sentidos e conclui-se que existem. Por exemplo, se
carrego o peso que nenhum dos meus amigos o consegue, então eu deduzo que só o
faço por ser mais forte que eles. Sente-se os raios do sol aqui na terra, então
deduzimos que deve existir algo que permite a chegada dos seus raios aqui na
terra, etc. O nosso conhecimento acerca de Deus também não é diferente
disso, pois Ele é conhecido pelos Seus sinais e efeitos. Porque Ele é sutil,
conhecemo-lo não pelo nosso juízo diretamente, mais indiretamente, através das
Suas criações e efeitos. Razão pela qual não podemos conhecê-Lo inteiramente,
pois só conhecemos os Seus atributos através da revelação, é por isso que o ser
humano precisa da revelação. Nós podemos estabelecer através do argumento
racional a existência de Deus, mas a informação completa e total sobre Deus,
está fora do alcance humano, Deus não pode ser descrito exceto mencionando
algum dos seus atributos. Francis Bacon (1561-1626) diz: ‘’Quando as
ciências naturais são separadas pouco a pouco elas dão a entender inicialmente
que estão remotas de Deus. Mas, quando são estudadas em pormenores e examinadas
profundamente, elas forçam-nos chegar ao conhecimento da existência de Deus e
na sua crença.’’ (Christian Belief and Scince). A existência de Deus também
pode ser provada por intuição. O filósofo Francês René Descartes (1596-1650),
na sua demonstração da existência de Deus diz que: ‘’A existência de Deus
é conhecida intuitivamente e por depender da explicação intuitiva não precisa
de prova, nem de demonstração, basta só revelá-la e desenrolá-la.’’ Ele
diz ainda: ‘’Eu existo agora e sei que sou algo mudável, eu não sou a
causa da minha existência, senão teria existido antes, eu não sou a causa das
mudanças que caiem sobre mim, se fosse assim, ter-me-ia mudado para a melhor
posição, eu não sustento a minha própria existência, se fosse assim, poderia
subsistir (durar) para sempre. Os meus pais e os antepassados não causaram
todos estes acontecimentos em mim, porque eles ocupavam a mesma posição que eu
ocupo. Eu iniciei a minha vida na forma de uma criança desamparada, cresci
chegando à juventude e tornei-me homem e depois ao declínio na forma de um
velho. Não são todos estes sentimentos e mudanças a caírem sobre, um sinal de
que sou um ser mortal cuja origem, deve ser imortal e a alma eterna?’’
(Evolution theory and christian belief - the unresolved conflict). Will Herberg
(1901-1977) explica a existência de Deus de uma outra forma, ele diz: ‘’Se
a palavra a DEUS tem de ter alguma relação aos nossos problemas temos que
reconhecer que Deus não é algo cuja existência pode ser estabelecida por um
simples expediente ao empurrar uma investigação científica ou avançando um
bocadinho mais com especulação metafísica. A própria tentativa de fazer isso é
um erro e uma iniciativa ilusória, pois no fundo isso trata de Deus como
qualquer outro objeto do mundo, não corno um objeto transcendente que não pode
ser encerrado no material de experiência; a mesma coisa pode ser dita sobre a
tentativa de deduzir Deus da história ou de dentro dos fundos da consciência
humana onde afinal refletem as nossas próprias confusões e limitações. Deus
cria e sustenta toda a natureza.’’ (Will Herberg: Four Existentialist
Thinker's). Não há dúvida que Deus existe, sentimos a Sua existência, mas uma
vez que está fora do nosso alcance mental, descrevê-Lo, temos que nos basear
nas revelações Divinas onde o próprio Deus nos diz quais são as Suas qualidades
e atributos. O Alcorão Sagrado por sua parte dá-nos provas da existência
de Deus, concentrado a maior parte dos seus argumentos em 5 tópicos: 1º.
EVIDÊNCIA (prova) DA EXPERIÊNCIA ÍNTIMA DA HUMANIDADE; 2º. REVELAÇÃO
DIVINA AO HOMEM; 3º. MODELO UNIVERSAL DA MORAL HUMANA; 4º. DOUTRINA
DA CRIAÇÃO DO UNIVERSO; 5º. ARGUMENTO COSMOLÓGICO. Colocando
juntas todas essas evidências, o homem por mais ateu que seja chegará à
conclusão de que existem bases razoáveis para se acreditar que há uma
personalidade e força através do Universo que controla tudo isto, e essa
personalidade é denominada Deus pelos muçulmanos. Assim, o muçulmano em
primeiro lugar deduz a existência de Deus de dentro de si próprio e da natureza
em geral, porque, Deus diz no Alcorão Sagrado: ‘’Na criação dos céus e da
terra e na alternância do dia e da noite há sinais para os sensatos.’’ (Alcorão
Sagrado 3:190). E diz: ‘’E também (os há) em vós mesmos. Não vedes,
acaso?’’ (Alcorão Sagrado 51:21). Não há dúvida que Deus existe, e é
Único, não há nada nem ninguém igual a Ele nos seus Atributos e na sua
Essência. O Islam não lança, a mentalidade humana para aquilo que ela não tem
capacidade de perceber, o Islam está apenas a dirigir a atenção do homem para
os fatos, que ele próprio pode descobrir se estiver seriamente interessado no
uso do seu poder de pensar. Há muitos versículos no Alcorão Sagrado que nos dão
provas positivas da existência de Deus, o Único. Diz Deus no Alcorão
Sagrado: ‘’Porventura, não foram eles criados do nada, ou são eles os
criadores? Ou criaram, acaso, os céus e a terra? Qual! Não se persuadirão!’’
(Alcorão Sagrado 52:35 e 36). O Alcorão Sagrado explica que para todas as
coisas assim como para o Homem, que tem início no tempo, só há três possibilidades
para a sua existência. Três maneiras de explicar como isso
apareceu: 1º Aparecer a partir do nada; 2º Ser criador de si
próprio; 3º Ter um criador fora de si próprio. A terceira
possibilidade não está mencionada no versículo acima citado, mas deduz-se, uma
vez que o versículo foi dirigido, às pessoas que recusavam, a existência do
Criador, e diz-lhes que se não, existe um Criador então só restam aquelas duas
possibilidades. 1º Ter sido criado do nada, isto é, ter aparecido sozinho
ou ser criador de si próprio (...). É inconcebível algo aparecer a partir do
nada. Achamos oportuno mencionar aqui um debate ocorrido entre o Imam Abu
Hanifa (699-767) o um ateu que dizia que tudo apareceu sozinho. O tópico
do debate era ‘’provar a existência do Criador’’. Marcada a hora é o
local, muita gente se juntou para assistir o debate. O ateu apareceu à hora
marcada, porém o Imam atrasou-se. O ateu furioso com a demora do Imam quis
saber qual tinha sido o motivo do atraso. O Imam justificou-se dizendo: Eu vivo
na outra margem do rio. Estava lá a espera do transporte a fim de aqui chegar,
contudo não apareceu nenhum. Entretanto para o meu espanto, vi árvores da
margem do rio a cortarem-se sozinhas e a transformarem-se em barrotes que se
juntaram sozinhos e pregos apareceram a pregarem-se sozinhos nos barrotes
transformando-se num barco. Em tão pouco tempo o barco estava pronto e
sozinho começou a movimentar-se na minha direção, tendo parado à minha frente.
Entrei nele, sem ninguém o pilotar começou a andar, até que cheguei a este lado
do rio e só assim foi possível eu chegar até aqui. O ateu, furioso disse:
Vens atrasado e ainda, contas histórias que nem urna criança aceita, como é que
os barrotes sozinhos transformaram-se em barco? Isso é uma loucura, é impossível! O
Imam retorquiu: Ora se isso é impossível como é que este Universo tão grande,
com toda a sua perfeição, sozinhos, sem que ninguém o causasse, tornou-se num
Universo? Assim, o nosso debate já terminou. Tijolos, cimento e água não
podem juntar-se sozinhos transformando-se em casa e nenhuma outra coisa no
mundo pode transformar-se naquilo que ela é sozinha. Tem de haver alguém para o
fazer. Como é que este mundo e nós todos aparecemos sozinhos? Isto não tem
lógica. 2º É ainda mais inconcebível que seja criador de si próprio. Se a
pessoa fosse criadora de si própria, teria opção na escolha do seu sexo, cor,
estatura, etc (...). Mas é sabido que isso não está no seu poder e mesmo agora,
depois de criado não tem poder criativo sobre si próprio, por exemplo: A função
do seu sistema digestivo, coração os órgãos todos, não estão no seu poder, não
pode evitar a queda dos cabelos, dentes, velhice, fraqueza e a morte, etc
(...). Portanto a única conclusão é que deve haver um Criador. E, esse
Criador é Deus, que cria e controla tudo. Uma vez provado que tudo foi
criado por Deus, a Ele temos que adorar exclusivamente e somente a Ele servir e
é isso que se chama Tauhid. At -Tauhid: CRENÇA NA UNICIDADE DE DEUS.
“Dize: Ele é Deus, o Único! Deus! O Absoluto! Jamais gerou ou foi
gerado! E ninguém é comparável a Ele!’’ (Alcorão Sagrado 112: 1 ao 4). Nos
termos da Chari'ah, Tauhid significa crer no seu íntimo na unicidade de Deus,
na Sua pessoa (Zát) e nos Seus Atributos (Sifa'ts) sendo necessário declarar
verbalmente o Kalimah de Tauhid. A crença no Tauhid é lógica e natural, pois se
houvesse outros deuses, ou parceiros de Deus nos Seus Atributos, haveria então
uma grande confusão e desordem no universo. Pois, dois reis não podem governar
simultaneamente no mesmo reino, Deus diz no Alcorão Sagrado: ‘’Se houvesse
nos céus e na terra outras divindades além de Deus, (ambos) já se teriam
desordenado. Glorificado seja Deus, Senhor do Trono, de tudo quanto Lhe
atribuem!’’ (Alcorão Sagrado 21:22). Se existissem dois deuses, as, confusões,
diferenças e conflitos seriam, inevitáveis, isto é, um poderia desejar manter
uma pessoa viva e o outro desejasse matá-lo e obviamente a pessoa não poderia
estar ao mesmo tempo viva e morta. Assim sendo, se a pessoa morresse, o deus
que lhe queria dar vida perderia, se ela vivesse, o deus que lhe quer matar
perderia, e perder é sinal de impotência, e um impotente não pode ser
Deus. Deus está livre de todas as fraquezas e defeitos. A Sociedade
(associação) é uma grande fraqueza especialmente nos assuntos relacionados com
governo. Deus é o Criador e tem o total controle e poder acima da
criatura. Portanto, para ser Muçulmano é necessário acreditar na unicidade
de Deus, sendo Ele o Único, o Criador, o Sustentador e o Nutridor, isso se
chama; Tauhid Ar-Rubu-Bíyah. Contudo, isso não é suficiente para fazer de
alguém muçulmano, porque no tempo do Profeta Muhammad (SWAS), embora a maioria
fosse ateu, havia pessoas que acreditavam em Deus como Único Criador e
Nutridor, mas, isto não fez com que eles fossem considerados
Muçulmanos. Por isso, que como no, Tauhid Ar-Rubu-Biyah, deve também se
acreditar no; Tauhid-Al-Uluhiya, isto é, aceitar o fato de que só Deus merece
ser adorado, e evitar sob qualquer forma associar a Ele, outros na
adoração. No Alcorão Sagrado o argumento de Tauhid-AI-Uluhiya está baseado
no Tauhid-Ar-Rubu-Biyah. Portanto se é Deus que cria e controla tudo,
então porque é que os humanos adoram outros fora Dele? Diz Deus no Alcorão
Sagrado: ‘’Ó humanos, adorai o vosso Senhor, Que vos criou, bem como aos
vossos antepassados, quiçá assim tornar-vos-íeis virtuosos. Ele fez-vos da
terra um leito, e do céu um teto, e envia do céu a água, com a qual faz brotar
os frutos para o vosso sustento. Não atribuais rivais a Deus,
conscientemente.’’ (Alcorão Sagrado 2:21 e 22). Allah é o nome próprio e o mais
correto do único ser Divino. Não tem nem plural nem feminino. Enquanto a
palavra Deus tem plural e feminino. Allah é o nome semítico para Divino, assim
como em qualquer língua existe um nome especifico para denominar esse Único ser
que reside dentro de todos nós cuja presença sentimos. Em Latim é Deus, em
Inglês é God, em Persa é Khuda, em Hindi é Deva, em Grego Odeos, e assim
sucessivamente, mas isto não significa que God é o Deus dos Ingleses, nem que
Dieu é o Deus dos Franceses. Deus no Alcorão Sagrado ordena aos muçulmanos para
dizerem aos outros: ‘’Cremos no que nos foi revelado, assim como no que
vos foi revelado antes; nosso Deus e o vosso são Um e a Ele nos submetemos.’’
(Alcorão Sagrado 29:46). A crença na unicidade e soberania de Deus liberta a
pessoa de todos os medos e superstições ao tomá-la consciente da presença de
Deus e das obrigações para com Ele. A crença num Deus exige que olhemos para
toda a humanidade como uma única família, independentemente da sua cor, classe,
raça ou território, sendo todos nós criaturas do mesmo Deus. O Islam rejeita a
ideia da existência do Povo Escolhido, à base de raça, cor, classe ou
território, fazendo da fé em Deus e as boas ações, o único caminho ao paraíso,
estabelecendo assim uma relação direta com Deus, aberta a todos sem
intermediários. Para ser muçulmano basta confessar com sinceridade e
convicção, o Kalimah: Lá iláha illa-lah Muhammadu Rassulullah. Não se
deve dizer ‘’converteu-se’’ a respeito da pessoa que entrou no Islam, mas sim,
reverteu-se, isto é, voltou às origens (à religião universal) porque o Profeta
Muhammad (SWAS), disse: ’Toda a criança nasce muçulmana (submissa a Deus),
porém os seus pais arrastam-na para a sua religião, fora do Islam.'' O
Alcorão Sagrado também confirma isso. Mas quem deixa o Islam e entra em outra
religião, esse sim pode-se dizer a seu respeito que se converteu, para tal
religião, porque mudou a sua origem. O Alcorão Sagrado denominou de
Muçulmanos; os que se submeteram voluntariamente perante as ordens de Deus, por
conseguinte devemos recusar sermos chamados por Maometanos ou Muhammadismo; um
nome inventado pelos ocidentais para dar a entender aos menos esclarecidos que
adoramos a Muhammad; ‘’Maomé’’ em semelhança a outras religiões as quais
adotaram o nome de seus fundadores. Os muçulmanos acreditam na unidade de
Deus e consideram a divindade de Jesus (que a Paz esteja sobre ele), por parte
de algumas pessoas uma reversão ao Politeísmo. O Alcorão Sagrado diz que Jesus
(que a Paz esteja sobre ele), não era uma encarnação de Deus, mas sim seu
Mensageiro e em semelhança a outros Profetas, um ser humano. O Islam
também rejeita a doutrina de que Jesus é filho de Deus, todos somos criaturas
de Deus, A expressão Filho de Deus foi utilizada na Bíblia para outros Profetas
e também para os crentes em geral, contudo não sabemos porque os cristãos
aplicam este termo na forma literal e, exclusiva somente para Jesus (que a Paz
esteja sobre ele). Talvez porque o seu nascimento foi milagroso, sem um pai, se
é esse o motivo, então Adão (que a Paz esteja sobre ele) também deveria ser
considerado filho Deus, pois nasceu sem um pai e sem mãe. Por exemplo, o
Profeta Daud (David) (que a Paz esteja sobre ele), recebeu este título muito
antes de Jesus(que a Paz esteja sobre ele): ‘’Divulgarei o decreto do
Senhor. Ele disse-me: Tu és meu Filho, hoje mesmo te gerei.’’ (Salmos 2:7). Da
mesma forma, Israel e Salomão (que a Paz esteja sobre eles); foram chamados de
Filho de Deus: ‘’Assim fala o Senhor: Meu filho primogênito é Israel’’
(Êxodo 4:22). ’’Será ele a construir uma Casa a meu nome. Ele será para mim um
filho, e serei para ele um pai e firmarei para sempre o trono de sua realeza
sobre Israel’’ (I Crônicas 22:10). Jesus (que a Paz esteja sobre ele) disse que
todo o Homem piedoso era Filho de Deus. ’Eu porém digo-vos. Amai os vossos
inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo assim, tornar-vos-eis Filhos
do Vosso Pai que está nos céus.’’(Mateus 5:44 e 45). E disse: ‘’Bem
aventurados os pacificadores, porque serão chamados Filhos de Deus.’’ (Mateus
5:9). O Islam rejeita o dogma do pecado original e da expiação que faz parte de
algumas doutrinas para a salvação e considera toda a criança que nasce, pura
sem pecados e inocente. O Islam diz que o pecado não é herdado, é algo que
cada ser humano adquire para si próprio ao praticar o que não devia.
Raciocinando bem, seria de fato uma grande injustiça condenar toda a raça
humana pelos pecados cometidos a milhares de anos, pelos primeiros Pais. O
Pecado é uma transgressão voluntária e consciente das leis de Deus ou das leis
do bem e do mal. A sua responsabilidade recai somente sobre a pessoa que
cometeu e, não sobre os seus filhos. Jesus (que a Paz esteja sobre ele) disse
que o único caminho para a salvação era cumprir os mandamentos, como consta em
Marcos: ‘’E Pondo-se a caminho, correu para elo, um homem o qual se
ajoelhou diante dele e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida
eterna? E Jesus lhe disse: Porque me chamas bom? Não há bom senão um só, que é
Deus. Tu sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não
dirás falsos testemunhos, não defraudarás alguém; Honra a teu pai e a, tua
mãe.’’ (Marcos 10:17 ao 19). Portanto para entrar na vida eterna deve-se
guardar os mandamentos. Os Muçulmanos também não acreditam na trindade,
isto é, três pessoas na divindade: Pai, Filho (Jesus) e Espírito Santo. Pois
Jesus (que a Paz esteja sobre ele) nasceu de Maria, e a sua necessidade pela
comida e bebida são indicações claras de que era humano e não Deus e nem filho
de Deus. Ele era sim, um dos grandes mensageiros de Deus, os que acreditam na
sua divindade são mushrik's porque atribuem parceiros a Deus, diz Deus no
Alcorão Sagrado: ‘’São blasfemos aqueles que dizem: Deus é um da Trindade!,
portanto não existe divindade alguma além do Deus Único.’’ Alcorão Sagrado
5:73). Existem na Índia, no Iran, os Zoroastras (adoradores do fogo)
(Majuss). A crença deles está em conflito direto com Tauhid, eles acreditam em
um duplo poder, sendo um o Iazdan, o criador do bem e outro Ahraman, criador do
mal. Eles acreditam que o trabalho de Iazdan é criar e o de Ahraman é destruir,
o Alcorão Sagrado repudia esse tipo de crença e diz: ‘’Deus disse: Não
adoreis a dois deuses - mas sim, há um Único Deus! – Temei, pois, a Mim
somente! Seu é tudo quanto existe nos céus e na terra. Somente a Ele devemos
obediência permanente. Temeríeis, acaso, alguém além de Deus?’’ (Alcorão
Sagrado 16:51 ao 53). Além destes há os Hindus, que não têm uma religião fixa,
estão divididos em várias castas e milhares de seitas e não têm uma divindade
fixa. Cada seita tem o seu deus, e algumas delas têm três deusas e outras ainda
vários deuses e com formas diversificadas. Islam advoga a doutrina do
Monoteísmo puro propagado por todos os Profetas, inclusive por Jesus (que a Paz
esteja sobre ele), assim como consta na Bíblia. ‘’E Jesus respondeu-lhe: O
primeiro de todos os mandamentos é, ouve, Israel, o senhor, nosso Deus, é o
Único Senhor’’(Marcos 12:21). E consta: ‘’E Jesus lhe disse: Porque
me chama Bom? Ninguém é Bom senão um que é Deus.’’ (Marcos 10:18). E
disse: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele servirás.’’ (Mateus
4:10). A doutrina da Trindade foi inventada pelos cristãos por volta de
300 anos após Jesus (que a Paz esteja sobre ele). Os quatro evangelhos
canônicos não contêm nenhuma referência sobre isso, consta no ‘’The New
Catholic Encyclopaedia (1967)’’. A formulação de um Deus em três pessoas não
tinha sido solidamente estabelecida na vida Cristã e na sua profissão de fé, anterior
ao fim do século quatro. Mas foi precisamente esta formulação que reclamou
primeiro o título de ‘’O dogma Trinitário’’. Entre os padres apostólicos não
havia nada, mesmo remotamente próximo, a tal mentalidade ou perspectivas. (Vol.
14 Pag. 295 Art. The Holy Trinity). O Profeta Muhammad (SWAS), restabeleceu,
purificou e propagou o Monoteísmo puro e natural. Os muçulmanos não acreditam,
que qualquer Profeta em qualquer era; tivesse se auto proclamado Deus,
filho de Deus ou parceiro na divindade. A doutrina básica no Islam é o conceito
da unicidade de Deus e é essa a característica distinta do Islam sendo esta a
mais pura forma do Monoteísmo. Ash Shirk (Politeísmo). Shirk,
literalmente significa atribuir parceiro, Shirk é oposto ao Tauhid, e nos
termos de Chari'ah quer dizer atribuir as qualidades exclusivas de Deus, a
outros seres, mesmo se essa atribuição for feita a Profetas, Anjos, Santos,
etc. Assim o que pratica o Shirk é chamado Mushrik, Deus nunca vai perdoar
o Mushrik. Ele diz no Alcorão Sagrado: ‘’Deus jamais perdoará a quem Lhe
atribuir parceiros; porém, fora disso, perdoa a quem Lhe apraz. Quem atribuir
parceiros a Deus cometerá um pecado ignominioso.’’ (Alcorão sagrado 4:48). O
Shirk é algo tão repudiável que o ser humano e nem qualquer outro animal
consente para si próprio; por exemplo, um homem está pronto a perdoar todos os
erros cometidos por sua mulher no que lhe diz respeito, porém, se
ela arranjar um outro homem e tratá-lo como marido, isto é, associando-o,
de certo que ele (o marido) considerará aquilo, uma traição imperdoável,
enquanto a relação entre marido e mulher é apenas de companheiros de
vida. Como pode Deus, cuja relação conosco é a de Criador para criatura, e
de Senhor para servo, que nos dá a vida, a saúde, o sustento e tudo que temos,
tolerar que seja associado a outros seres? Temos que lhe ser fiéis e adorar
somente a Ele. Algumas características de Shirk (politeísmo): 1º Shirk no
ser (na pessoa) (Shirk fiz-zát). 2º Shirk nos atributos, (Shirk
fis-sifát). Atribuir as qualidades exclusivas de Deus a alguém, por
exemplo, aos Profetas, Santos, Imam, Anjos, Imagens, etc (...). Acreditar por
exemplo que tais personagens detêm conhecimentos do oculto, sobre o passado,
presente e futuro, ou o conhecimento deles é igual ao de Deus; ou ainda
acreditar que o Profeta, imagem ou santo têm poder igual ao de Deus, ou que
eles também podem dar a vida, a morte, realizar nossos desejos, satisfazerem às
nossas necessidades e dar o sustento. Pois se eles fossem poderosos,
nenhum mal lhes teria atingido, porém sabemos que eles também sofreram, foram
perseguidos, torturados, massacrados e finalmente tiveram que, deixar este
mundo. Ou acreditar que assim como Deus ouve tudo e vê tudo, eles também
ouvem tudo e vêm todas as nossas ações, independentemente da distância a que se
encontram. Deus é único Ser que merece ser adorado e não há ninguém como
Ele. Ele está muito próximo da sua, criatura, e não precisa de
intermediários, Ele cuida de todos, é Onipotente. Atribuir qualidades
exclusivas de Deus, a qualquer pessoa é Shirk, portanto prestar cultos a
imagens, a santos, nas campas, beijar as campas como sinal de adoração, colocar
comidas nas campas, sacrificar animais em dedicação a santos, organizar
festivais, peregrinações periódicas a feiras de santos, excursões anuais
(aniversários dos santos) junto das campas, fazer promessas ou pedidos junto às
campas dos santos e Profetas, pedir apoio a outros fora de Deus e acreditar
que, essa pessoa por mais longe que esteja, tem o poder de socorrer, beneficiar
ou prejudicar, jurar em nome de outros que não seja Deus, praticar, consultar e
acreditar na bruxaria e curandeirismo, estes e mais outros atos semelhantes são
considerados shirk. O Profeta Muhammad (SWAS), disse: ‘’Não associe
nada a Deus (não cometa Shirk) mesmo se, fores morto ou queimado.’’ E diz
em um longo Hadith: ‘’Se pedires, peça a Deus, se, procurares ajuda,
procure ajuda de Deus.’’ Al Kufr (Incredulidade). Literalmente o Kufr
significa cobrir, tapar, nos termos da Chari’ah o Kufr é oposto ao Imam, isto
é: Não acreditar na existência de Deus ou nos Seus atributos ou rejeitar algo
transmitido pelo Profeta Muhammad (SWAS), à humanidade. Desrespeitar o
Alcorão Sagrado e o Hadith, utilizar os símbolos distintos dos Káfir's como o
uso de amuletos ou de brincos com cruz, prestar cultos a outro ser, fora Deus,
desonrar o Profeta Muhammad (SWAS), rejeitar qualquer um dos livros Divinos,
duvidar de algum dos artigos da fé, ou de algum dos Profetas, recusar o dia do
Juízo Final, rejeitar algum dos ensinamentos autênticos indiscutíveis do Islam,
rejeitar os hadith do Profeta Muhammad (SWAS),), não aceitar que o Profeta
Muhammad (SWAS), é o último Profeta, tudo isso é Kufr. Desrespeitar, rir e
fazer piadas dos ensinamentos da religião do Islam, tecer também é Kufr, perder
a esperança da Misericórdia de Deus mesmo se estiver, submerso nos pecados,
também é Kufr, o que prática o Kufr chama-se Káfir. Não há Salatul Janaza
(oração fúnebre) para os que renunciam o Din (religião do Islam) quando eles
morrem. www.ccib.org.br. Abraço. Davi
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