segunda-feira, 9 de maio de 2016

II. O Caminho da Prática.

Kriya Yoga. O Caminho da Prática. 24. Sua causa, da união do percebedor com o percebível é a falta da sabedoria, avidya. Da eliminação dessa união, samyoga. Esse é o isolamento, kaivalyam, a libertação da percepção, drçi. A maneira de eliminar a falta de sabedoria é a persistência no discernimento, viveka. O conhecimento claro disso é alcançado em sete passos. 28. Com a destruição da impureza pela prática gradual dos componentes do Yoga, a luz do conhecimento,jnana, ilumina o discernimento, viveka. Normas de convivência, yama, de auto aperfeiçoamento, niyama, posturas de assentamento, asanas, práticas de controle das forças sutis, pranayama, recolhimento, pratyahara, concentração,dharana, meditação, dhyana, e superação de si mesmo, Samadhi são as oito parte, angas, do Yoga. Yama é a não agressão, ahimsa, a autenticidade, satya, o não roubar, asteyal, a prática de uma vida espiritualmente regrada, brahmacarya, e o não cobiçar, aparigraha. Essas normas não estão restritas a casta, lugar, tempo e circunstâncias, e são chamadas de o grande voto, que serve para o mundo todo.Niyama é limpeza, çauca, contentamento, santosa, sacrifício, tapas, busca do saber interior, svadhyaya, e entrega ao Içvar, Içavar pranidhana. Sutra II,24 A sabedoria, Vidya, não se expressa por palavras ou ideias, mas apenas por atos. O sábio é aquele que age corretamente, ainda que não possa explicar as razões de suas próprias ações. O conhecimento, jnana, não traz sabedoria, mas apenas pode melhorar ou piorar nossa relação com os objetos. Nossa ligação com os objetos que percebemos é o princípio de nossa existência consciente. Mas ao nos desligarmos do aspecto exterior dos objetos, damos oportunidade para o surgimento de vidya, e podemos realizar a integração plena com esses mesmos objetos. Quando podemos perceber os objetos e, ao mesmo tempo, ser integralmente esses mesmos objetos, sentimos que existe apenas uma única presença. O Universo se esvazia, no kaivalyam, e estamos livres. Sutra 28 O discernimento é o caminho para eliminar a falta de sabedoria, mas é  também causa de todo sofrimento. Para que possamos resguardar apenas suas características verdadeiramente construtivas, devemos iluminá-lo com a inteligência despertada pela prática gradual dos angas do Yoga. E o desenvolvimento de ideias contrárias aos maus pensamentos, com a finalidade de evita-los. As ações maldosas, tais como agressão, etc, são feitas, levadas a ser feitas, e permitidas de ser feitas pela avareza, cólera, e ignorância, elas têm graus leve, moderado ou intenso e levam aos infinitos frutos do sofrimento e das trevas. Por isso deve-se desenvolver seus pensamentos contrários. Com o estabelecimento da não agressão, ahimsa, a inimizade desaparece das proximidades. Com o estabelecimento da autenticidade, satya, há o domínio sobre as ações e seus frutos. Com o estabelecimento do não roubar, asteya, a presença de todas as coisas excelentes. 38. Com a prática de uma vida espiritual,brahmacarya, a obtenção de vigor. A palavra virya, aqui traduzida por vigor, expressa a presença da vontade espiritual nas ações do indivíduo. Essa vontade é o ingrediente indispensável à realização da sabedoria. O herói é “vira”, aquele que tem vontade.Com o não cobiçar, aparigraha, a percepção correta do como e do porquê do nascimento. Da limpeza, Çauca, vem a indiferença ao próprio corpo e o desinteresse por se misturar aos demais. Surgem então a pureza imaculada,çuddhi, de sattva, os pensamentos elevados, a concentração em um só ponto, o controle sobre os sentidos e aptidão para auto observação. Sutra 38 Da mesma origem dá palavras virya temos, em português as palavras “viril” e “virtude” que expressam qualidades positivas dos indivíduos dotados de grande vontade e capacidade de realização. 42. Do contentamento vem a obtenção da mais elevada felicidade, bem estar. 43. Tapas traz a destruição das impurezas, o que leva a perfeição dos sentidos do corpo, kaya. A realização do tapas traz inteligência corporal para o indivíduo, o que significa que ele age e se expressa com muito mais desenvoltura e espontaneidade que os demais. A busca do saber interior,svadhyaya, orientada pela presença divina, traz a integração mais elevada,samprayoga. Da entrega ao Içvara, a perfeição no Samadhi. Firme e confortável  é a postura, asana. Por vir juntamente com um irrestrito relaxamento dos esforços,prayana. Dai não há atritos nas dualidades, dvandva. Em seguida vem opranayama, a separação dos movimentos de inspiração e expiração. O pranayamatendo as operações externa, interna e de confinamento, e sendo regulado por espaço, tempo e número, torna-se longo e curto. Sutra 43 Os sentidos corporais,indriyani, são de dois tipos: budlundriyani, ou órgãos sensoriais de percepção, ekarmendriyani, ou órgãos de ação. A mente, manas, depende dos órgãos de percepção para suas operações, mas citta projeta sua presença sobre os órgãos de ação, por onde se revela a sabedoria. Vak (voz, evidência); pani (mão, imaginação); pada (pé, sono); payu (ânus, inventividade), e pasthan (genitais, memória). 51. O quarto tipo de pranayama transcende a esfera do interno ou externo. 52. Isso destrói o ocultamento, avarana, do brilho pessoal, prakaça. Esse ocultamento tem a natureza da ilusão, que impede a percepção da verdadeira natureza expressa pela palavra prakaça, que significa mostrar a luminosidade ou a aparência natural de si mesmo. E a mente, manas, está preparada para a concentração, Dharana. Na ausência de contato com seus objetos, os sentidos buscam a natureza de citta, o que é pratyahara, recolhimento. Os sentidos se voltam para dentro, em direção à sua natureza autêntica. Dai se obtém a completa subjugação dos sentidos, indriyani. Sutras II, 51 e 52 Quando cessa o movimento respiratório, após a expiração, e o ar está fora dos pulmões, se diz que o organismo está preenchido por um sopro sutil. Esse é o momento em que, para o praticante avançado, cria-se uma forte presença do magnetismo pessoal orientado pelo sopro espiritual mais elevado, atman. É essa presença das forças de atman, que destrói a capa de ocultamento mencionada na sutra 52. Assim se completa o segundo capítulo chamado de As Instruções para o Sadhana, no tratado sobre Yoga de Çri Patanjali, na doutrina do Samkhya. Abraço. Davi.  

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