sábado, 23 de abril de 2016

II. Os Sete Princípios Herméticos.

IV. O Princípio da Polaridade. “Tudo é duplo; tudo tem polos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau. Os extremos se tocam, todas as verdades são meias verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados”. O Caibalion. Este Princípio explica os velhos paradoxos que deixaram muitos homens perplexos, e que foram estabelecidos assim: A Tese e a Antítese são idênticos em natureza, mas diferentes em grau. Os opostos são a mesma coisa, diferindo somente em grau, os pares de opostos podem ser reconciliados. Os extremos se tocam, tudo existe e não existe ao mesmo tempo. Todas as verdades são meias verdades, toda verdade é meio falsa. Há dois lados em tudo. Ele explica que em tudo há dois polos ou aspectos opostos, e que os opostos são simplesmente os dois extremos da mesma coisa, consistindo a diferença em variação de graus. Por exemplo: o calor e o frio, ainda que sejam opostos. São a mesma coisa, e a diferença que há entre eles consiste simplesmente na variação de grau dessa mesma coisa. Olhai para o vosso termômetro e vede se podereis descobrir onde termina o calor e frio! Não há coisa de calor absoluto ou de frio absoluto. Os dois termos calor e frio indicam somente a variação de grau da mesma coisa, e que essa mesma coisa que se manifesta como calor e frio nada mais é que uma forma, variedade e ordem de Vibração. Assim o calor e o frio são unicamente os dois polos daquilo que chamamos calor. E os fenômenos que daí decorrem são manifestações do Princípio da Polaridade. O mesmo Princípio se manifesta no caso da Luz e da Obscuridade, que são a mesma coisa, consistindo a diferença simplesmente nas variações de graus entre os dois polos do fenômeno. Onde cessa a obscuridade e começa a luz? Qual é a diferença entre o grande e o pequeno? Entre o forte e o fraco? Entre o branco e o preto? Entre o perspicaz e o néscio? Entre o alto e o baixo? Entre o positivo e o negativo? O Princípio de Polaridade explica estes paradoxos e nenhum outro Princípio pode excedê-lo. O mesmo Princípio opera no Plano mental. Permita-nos tomar um exemplo extremo: o do Amor e o Ódio, dois estados mentais em aparência totalmente diferentes. E, apesar disso, existem graus de Ódio e graus de Amor, e um ponto médio em que usamos dos termos Igual ou Desigual, que se encobrem mutuamente de modo tão gradual que às vezes temos dificuldades em conhecer o que nos é igual, desigual ou nem um nem outro. E todos são simplesmente graus da mesma coisa, como compreendereis se meditardes um momento. E mais do que isto (coisa que os hermetistas consideram de máxima importância), é possível mudar as vibrações de Ódio em vibrações de Amor, na própria mente de cada um de nós e nas mentes dos outros. Muitos de vós, que ledes estas linhas, tiveram experiências pessoais da transformação do Amor em Ódio ou do inverso, quer isso se desse com eles mesmos, quer com outros. Podeis pois tornar possível a sua realização, exercitando o uso da vossa vontade por meio das fórmulas herméticas. Deus e o diabo, são, pois, os polos da mesma coisa, e o hermetista entende a arte de transmutar o diabo em Deus, por meio da aplicação do Princípio da Polaridade. Em resumo, a Arte de Polaridade fica sendo uma fase da Alquimia Mental, conhecida e praticada pelos antigos e modernos Mestres hermetistas. O conhecimento do Princípio habilitará o discípulo a mudar a sua própria Polaridade, assim como a dos outros, se ele consagrar o tempo e o estudo necessário para obter o domínio da arte. V. O Princípio de Ritmo. Este Princípio contém a verdade que em tudo se manifesta um movimento para diante e para trás, um fluxo e refluxo, um movimento de atração e repulsão, um movimento semelhante ao do pêndulo, uma maré enchente e uma maré vazante. Uma maré alta e uma maré baixa, entre os dois polos, que existem, conforme o Princípio da Polaridade de que tratamos há pouco. Existe sempre uma ação e uma reação, uma marcha e uma retirada, uma subida e uma descida. Isto acontece nas coisas do Universo, nos Sóis, nos mundos, nos homens, nos animais, na mente, na energia e na matéria. Esta lei é manifesta na criação e destruição dos mundos, na elevação e na queda das nações, na vida de todas as coisas, e finalmente nos estados mentais do homem (e é com estes últimos que os hermetistas reconhecem a compreensão do Princípio mais importante). Os hermetistas compreenderam este Princípio, reconhecendo a sua aplicação universal, e descobriram também certos meios de dominar os seus efeitos no próprio ente com o emprego de fórmulas e métodos apropriados. Eles aplicam a Lei mental de neutralização. Eles não podem anular o Princípio ou impedir as suas operações, mas aprenderam como se escapa dos seus efeitos na própria pessoa, até um certo grau que depende do domínio deste Princípio. Aprenderam como emprega-lo, em vez de serem empregados por ele. Neste e noutros métodos consiste a Arte dos hermetistas. O Mestre dos hermetistas polariza-se até o ponto em que desejar, e então neutraliza a oscilação rítmica pendular que tenderia a arrastá-lo ao polo. Todos os indivíduos que atingiram qualquer grau de domínio próprio executam isto até um certo grau, mais ou menos inconscientemente, mas o Mestre o faz conscientemente e com o uso da sua vontade. Atingindo um grau de equilíbrio e firmeza mental quase impossível de ser acreditado pelas massas populares que vão para diante e para trás como um pêndulo. Este Princípio e o da Polaridade foram estudados secretamente pelos hermetistas, e os métodos de impedi-los, neutralizá-los e emprega-los foram uma parte importante da alquimia mental. VI. O Princípio de Causa e Efeito. Este princípio contém a verdade que há uma causa para todo o efeito e um efeito para toda a causa. Explica que: Tudo acontece de acordo com a Lei, nada acontece sem razão, não há coisa que seja causal. Que, no entanto, existem vários planos de causa e efeito, os planos superiores dominando os planos inferiores, nada podendo escapar completamente da Lei. Os hermetistas conhecem a arte e os métodos de elevar-se do plano ordinário de causa e efeito, a um certo grau, e por meio da elevação mental a um plano superior tornam-se causadores em vez de efeitos. As massas dos povos são levadas para a frente, os desejos e as vontades dos outros são mais fortes que as vontades delas. A hereditariedade, a sugestão e outras causas exteriores movem-nas como se fossem peões no tabuleiro de xadrez da Vida. Mas os mestres, elevando-se ao plano superior, dominam o seu gênio, caráter, suas qualidades, poderes, tão bem como os que o cercam e tornam-se motores em vez de peões. Eles ajudam a "jogar" a criação, quer física, quer mental ou espiritual, é possível serem "partida" da vida, em vez de serem jogados e movidos por outras vontades e influências. Os mestres obedecem a causalidade do plano superior, mas ajudam a governar o nosso plano. Neste preceito está condensado um tesouro do conhecimento hermético: aprenda-o quem quiser. VII. O Princípio de Gênero. Este princípio encerra a verdade que o gênero é manifestado em tudo, que o princípio masculino e o princípio feminino sempre estão em ação. Isto é certo não só no plano físico, mas também nos planos mental e espiritual. No plano físico este princípio se manifesta como sexo, nos planos superiores toma formas superiores, mas é sempre o mesmo princípio. Nenhuma criação, quer física, quer mental ou espiritual, é possível sem esse princípio. A compreensão das suas leis poderá esclarecer muitos assuntos que deixaram perplexas as mentes do homens. O princípio de Gênero opera sempre na direção da geração, regeneração e criação. Todas as coisas e todas as pessoas contém em si os dois elementos deste grande princípio. Todas as coisas machos têm também o elemento feminino, todas as coisas fêmeas tem o elemento masculino. (1). Se compreenderdes a filosofia da criação, geração e regeneração mentais, podereis estudar e compreender este princípio hermético. Ele ontem a solução de muitos mistérios da vida. Nós vos advertimos que este princípio não tem relação alguma com as teorias e práticas luxuriosas, perniciosas e degradantes, que tem títulos empolgantes e fantásticos, e que nada mais são do que a prostituição do grande princípio natural de Gênero. Tais teorias, baseadas nas antigas formas infamantes do Falicismo, tendem a arruinar a mente, o corpo e a alma. A filosofia hermética sempre publicou notas severas contra estes preceitos que tendem à luxúria, a depravação e perversão dos princípios da natureza. Se desejais tais ensinamentos podeis procura-los noutra parte. O hermetismo nada contém nestas linhas que sirva para vós. Para aquele que é puro, todas as coisas são puras, para os vis, todas as coisas são vis e baixas. Do livro Caibalion. Abraço. Davi. 

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