quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A Flor de Lótus.



O filósofo alemão Arthur Schopenhaurer (1788-1860) diz: "O importante não é ver o que ninguém nunca viu, mas sim, pensar o que ninguém nunca pensou sobre algo que todo mundo vê". Essa linda flor não é vista frequentemente entre nós, pois ela é de origem das terras do continente asiático (Japão, Filipinas, China e Índia), tendo um profundo misticismo envolvendo metáforas das principais religiões orientais. Seu significado abrange a evolução humana desde a inferioridade da personalidade terrena à superioridade da individualidade espiritual, passando pela experiência que liga o imanente ao transcendente. Sua fragilidade esconde a beleza e formosura de sua "magia", a imortalidade de sua semente demonstra a atemporalidade do ser que germina para a completa evolução. Suas pétalas manifestam a multiforme diversidade da vida, que com suas semelhanças e diferenças esparramam seus brotos por todos os lugares do mundo. A Flor é chamada Flor de Lótus, e pra mim é incomparavelmente bela, misteriosa e singular. É difícil encontrar um país da Ásia onde o Lótus não seja considerada sagrada. Ela está bem presente na Mitologia Oriental, especialmente na cultura Indiana, Egípcia, Chinesa e Japonesa, onde esta flor é extremamente admirada e representada em algumas religiões como Hinduísmo e Budismo. Na doutrina Budista, a Flor de Lótus é sagrada e vista como expansão espiritual, pureza, renascimento e iluminação. I. Lenda da Flor de Lótus no Budismo. Na lenda do Budismo relata-se que quando o Siddhartha, que mais tarde se tornaria Buda, deu os seus primeiros sete passos na terra, sete Flores de Lótus brotaram. Assim, cada passo que damos em direção ao Eterno, representa  um degrau no crescimento espiritual individual, desse modo, evoluímos para alcançar nosso destino final e máximo, a completude com  o Logos      Divino.
Os Budas em meditação são representados sentados sobre Flores de Lótus, e a expansão da visão espiritual na meditação (Dhyana) está simbolizada pela abertura das pétalas das Flores de Lótus, que podem estar totalmente fechadas, semiabertas ou completamente abertas, dependendo do estágio da expansão espiritual. II. Lendas egípcias da Flor de Lótus. A Flor de Lótus é uma planta sagrada no Egito Antigo, onde é retratada no interior das pirâmides e nos antigos palácios do Egito. Segundo uma lenda, a Flor está relacionada à criação do mundo e o umbigo do Deus Vishnu, onde teria nascido uma brilhante Flor de Lótus e desta teria surgido outra divindade, o Brahma, o criador do cosmo e dos homens. Outra lenda egípcia diz que o deus do Sol Hórus, nasceu também de uma Flor de Lótus. III. Lenda da Flor de Lótus no Hinduísmo. Na Índia, uma pequena lenda conta a historia de sua criação: Um dia, reuniram-se para uma conversa, à beira de um lago tranquilo cercado por belas árvores e coloridas flores, quatro lendários irmãos. Eram eles o Fogo, a Terra, a Água e o Ar. Como eram raras as oportunidades de estarem todos juntos, comentavam como haviam se tornado presos a seus ofícios, com pouco tempo livre para encontros familiares. Mas a Água lembrou aos irmãos que estavam cumprindo a Lei Divina, e este era um trabalho que deveria lhes trazer o maior dos prazeres. Assim, aproveitaram o momento para confraternizar e contar, uns aos outros, o que haviam construído, e destruído, durante o tempo em que não se viam. Estavam todos muito contentes por servirem à criação e poderem dar sua contribuição à vida, trabalhando em belas e úteis formas. Então se lembraram de como o homem estava sendo ingrato. Construído ele próprio pelo esforço destes irmãos, não dava o devido valor à vida. Os irmãos chegaram a pensar em castigar o homem severamente, deixando de ajudá-lo. Mas, por fim, preferiram pensar em coisas boas e alegres. Antes de se despedir, decidiram deixar uma recordação ao planeta deste encontro. Queriam criar algo que trouxesse em sua essência a contribuição de cada um dos elementos, combinados com harmonia e beleza. Sentados à beira do lago, vendo suas próprias imagens refletidas, cada um deu sua sugestão e muitas ideias foram trocadas. Até que um deles sugeriu que usassem o próprio lago como origem. Que tal um ser vivo que surgisse da água e se crescesse em direção ao céu? Uma vegetal, talvez? Decidiram-se, então, por uma planta que tivesse suas raízes rente à terra, crescesse pela água e chegasse à plenitude do ar. Ofereceram, cada um, o seu próprio dom. A Terra disse: “darei o melhor de mim para alimentar suas raízes”. A Água foi a próxima: “Fornecerei a linfa que corre em meus seios, para trazer-lhe força para o crescimento de sua haste”. “E eu lhe cercarei com minhas melhores brisas, dando-lhe minha energia e atraindo sua flor”, disse o Ar. Então o Fogo, para finalizar o projeto, escolheu o que de melhor tinha a oferecer: “ofereço o meu calor, através do sol, trazendo-lhe a beleza das cores e o impulso do desabrochar”. Juntos, puseram-se a trabalhar, detalhe a detalhe, na sua criação conjunta. Quando finalizaram sua obra, puderam se despedir em alegria, deixando sobre o lago a beleza da Flor que se abria para o sol nascente. Assim, em vez de punir o ser humano, os quatro irmãos deixaram-lhe uma lembrança da pureza da criação e da perfeição que o homem pode um dia alcançar. Assim que os quatro elementos se separaram, a Lótus reinou no lago com sua beleza imaculada. Essa é a lenda sobre a origem desta incrível Flor, pura e bela, por mais difíceis que as condições sejam e mesmo nas mais difíceis e obscuras circunstâncias. IV. No oriente, a Flor de Lótus significa pureza espiritual. O Lótus (Padma), também conhecido como Lótus Egípcio, Lótus sagrado ou Lótus da Índia, é uma planta aquática que floresce sobre a água. No simbolismo Budista, o significado mais importante da Flor de Lótus é pureza do corpo e da mente. A água lodosa que acolhe a planta é associada ao apego e aos desejos carnais, e a Flor imaculada que desabrocha sobre a água em busca de luz é a promessa de pureza e elevação espiritual. É simbolicamente associada à figura de Buda e aos seus ensinamentos e, por isso, são Flores Sagradas para os Povos do Oriente. Diz a lenda que quando o menino Buda deu os primeiros passos, em todos os lugares que pisou, flores de Lótus desabrocharam. Nas religiões asiáticas, a maior parte das divindades costumam surgir sentadas sobre uma Flor de Lótus durante o ato de meditação. Na literatura clássica de muitas culturas asiáticas, a Flor de Lótus simbolizava elegância, beleza, perfeição, pureza e graça, sendo frequentemente associada aos atributos femininos ideais. A Flor de Lótus representa um mistério para a ciência, que não consegue explicar a característica própria que possui de repelir micro organismos e partículas de pó. É uma Flor muito usada em tatuagens com diferentes significados associados a cada cor da Flor. No Japão esta Flor é muitas vezes tatuada em conjunto como o peixe Koi, significando individualidade e força. Na Yoga, a posição de Lótus (Padmásana) é a postura tradicional de meditação, em que a pessoa sentada entrelaça as pernas e pousa as mãos sobre os joelhos. V. Significado das cores da Flor de Lótus. 1. Lótus Azul: remete para o triunfo do espírito em relação aos sentidos, significa sabedoria e conhecimento. Esta Flor nunca revela o seu interior, porque está quase sempre totalmente fechada. 2. Lótus Branca: está relacionada com a perfeição do espírito e da mente, estado de pureza total e natureza imaculada. Normalmente é representada com oito pétalas. 3. Lótus Vermelha: revela a candura e natureza original do coração. Esta  Flor corresponde às qualidades do coração, como o amor, paixão e compaixão. É também conhecida como a Flor do Buda da Compaixão, Avalokitesvara. 4. Lótus Rosa: apesar de muitas vezes ser confundida com a Flor de Lótus Branca, a Lótus Rosa é a mais importante e especial de todas as Lótus, estando relacionada com personagens divinas, como é o caso do Grande Buda. 5. A Flor de Lótus fechada ou em botão é um simbolismo das infinitas possibilidades do homem, enquanto que a Flor de Lótus aberta representa a criação do Universo. Beijo. Davi.


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