terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Charlie Haebdo.

Amigos franceses, solidarizo-me com vocês pela mobilização nacional realizada em prol da liberdade de expressão, direitos democráticos e repúdio ao terrorismo, ocorrido (11/01) nas ruas de Paris. Um ato de expressão internacional, contagiando até nós cidadãos sul americanos. Aja vista que os portenhos (moradores de Buenos Aires, Argentina) se manifestaram em apoio as passeatas em Paris e outras cidades francesas e europeias. Vimos por uma emissora de TV brasileira (simulação), estarrecidos, como o ato bárbaro e desumano aconteceu. Covardemente os terroristas entraram na redação do jornal Charlie Haebdo abrindo fogo contra os jornalistas. Doze deles foram mortos, inclusive uma mulher; após no outro dia, um dos terroristas entrou num mercado judaico, matando quatro reféns. Também dois policiais franceses incluindo um mulher foram praticamente executados de maneira brutal por esse fascinoras. Felizmente a competente policia francesa deu fim a esses três dias de horror, sendo que uma comparsa deles continua foragida. Os mais de 3 milhões de franceses que saíram as ruas (11/01/15) de forma ordeira e silenciosa, mostraram o sentimento de tristeza e revolta pela barbárie praticada, evidenciando assim, a comoção nacional e unidade do povo francês numa momento de tensão e insegurança física e coletiva. O gesto humanitário de apoio de alguns líderes mundiais como: Angela Merckel (1954-   ), Alemanha;  Benjamin Netanyahu (1949-    ), Israel; Marmoud Abbas (1935-    ), Autoridade Nacional Palestina; David Cameron (1966-    ), Reino Unido; o Presidente Francês Françoise Hollande (1954-    ) e mais 40 Chefes de Estado, que estavam de mãos entrelaçadas, mostrando simbolicamente o sentimento de união mundial em torno do propósito de combater o terrorismo onde ele estiver, usando a força necessária nesse sentido; trouxe legitimidade e importância ao ato público realizado de maneira pacifista. Passou-se o sentimento e  desejo, através desse gesto, de uma Europa Unida, inclusive com a Rússia nesse movimento de União; nações coesas, cooperando para o progresso, bem estar e segurança do povo do continente europeu e mundial. Pena que a presidenta Dilma Rousseff (1947-    ), Brasil; não estive presente. Esses indivíduos que praticaram essa monstruosa violência, não podem ser consideradas muçulmanos, são na verdade criminosos, que debaixo de ideologia político dogmáticas, assumem posições extremistas e radicais, usando de artifícios os mais selvagens (inclusive a pseudo religião) para impor suas opiniões e ponto de vistas. Falo assim baseado no pronunciamento do líder do Hamas Khaled Meshaal (1956-    ), que disse no Irã, para uma grande plateia de iranianos, manifestando-se sobre os acontecimentos que, "os que praticaram esse ato ignóbil prejudicavam muitos mais o Islã que o povo francês". Ele quis dizer que tal ocorrido, era uma afronta ao Islã e seu Profeta Muhammad, que nunca pregou a violência e morte como prerrogativas de dominação e poder. Alláh ensina que devemos amor o nosso próximo. Hassan Hasrallah (1960-    ) líder do Hezbollah disse: "os terroristas prejudicaram o profeta Maomé, visados pela caricatura, causando um dano sem precedente na história do Islã". O Papa Francisco (1936-    ) se manifestou segundo o porta voz do Vaticano, padre Federico Lombardi (1942-    ), "exprimindo a sua mais firme condenação ao horrível atentado contra o semanário Satírico Francês Charlie Haebdo. O ataque semeou a morte, levando consternação a toda a sociedade francesa e afetando profundamente todas as pessoas amantes da paz, muito além das fronteiras da França". Ainda segundo o porta voz, Jorge Bergoglio está rezando pelos feridos e familiares das vítimas e exortou todos a se oporem, "com todos os meios a disseminação do ódio e qualquer forma de violência, física e moral, que destrói a vida humana".  O Papa Francisco, segundo penso, em sua fala sinaliza para que se busque um entendimento entre as religiões. Através do dialogo e compreensão reparar as arestas, aceitando os diferentes e desiguais de maneira compassiva e tolerante. Não generalizando pessoas ou estereotipando conceitos espirituais, imprimindo a eles conotação negativa, baseado em incidentes localizados e restritos, praticados por indivíduos alienados e compromissados com causas ideológicas desumanas e desagregadoras, desejosos de subordinar e dominar o outro pelo uso da força e violência, contrários aos ideais de liberdade, fraternidade e igualdade (lema da Revolução Francesa em 1789). O amor ao próximo, amando os inimigos e orando pelos que nos perseguem devem ser os ideais que os Filhos da Paz devem vivenciar em seu cotidiano. Expressões similares, são vistas em praticamente todos os Livros Sagrados do pensamento Monoteísta (Bíblia, Alcorão, Toráh e Talmud), sendo que as principais religiões ocidentais (Cristianismo, Islamismo e Judaísmo) pregam esses princípios através de seus fundadores proeminentes: Jesus, Maomé e Moisés. Assim as controvérsias doutrinárias podem perfeitamente ser  superadas pelo bom senso e comedimento; afastando dessas discussões, os valores pessoais e ideologias políticas, que promovem indivíduos e superestima enunciados; desse modo, abrindo espaço para a  necessidade da coletivização humana pela fraternidade, virtuosidade, meritoriedade e filantropia entre os povos. Os franceses tem tradição de acolher os desiguais, prova disso é que em seu território  vivem mais de 6 milhões de muçulmanos que praticam o Islamismo; sendo que inúmeras mesquitas espalhadas pelo país, dão guarida aos rituais sagrados do Islã. Um dos líderes muçulmanos em Paris disse textualmente que "os ataques terroristas foram feitos em nome de Satã", não em nome de Alláh. O presidente Barak Obama (1961-    ) disse que "as mortes em Paris foram um ataque a imprensa livre e que a liberdade de expressão não pode ser silenciada por esse tipo de violência. A Liga Árabe de Nações que representa 21 países muçulmanos disse que "essa ataque foi promovido por terroristas e expressou solidariedade com o povo francês e com as famílias das vítimas. A ministra das Relações Exteriores do Irã Marzieh Afkham disse que "ataques a pessoas inocentes não fazem parte do ensinamento do Islã", mas, na mesma declaração, ela criticou a decisão do jornal Francês em reimprimir os doze cartuns sobre o Profeta Maomé feito por uma publicação Dinamarquesa em 2006. A convivência pacífica entre as diversidades religiosas, cria o ambiente para a paz e harmonia civil e espiritual. O caminho do respeito aos valores culturais, morais e espirituais do outro traz a compreensão e entendimento para, mesmo nas diferenças assumirmos posições de fraternidade e solidariedade. A França é considerada um Estado laico (característica do que ou daquele que não faz parte do clero, que não pertence a instituição ou ordem religiosa. Que não aceita ou recebe influência religiosa), mas de princípios e valores cristãos, arraigados pela sua tradição histórica e evolução espiritual de seu pensamento universal. Os muçulmanos vivem pacificamente no território francês, a despeito de ainda, terem pouca formação profissional; precisando se empenharem mais nos estudos seculares para estarem mais integrados à comunidade francesa. Dois franceses descendentes de muçulmanos foram destaques na Copa do Mundo de Futebol Fifa 1998, quando a Seleção Francesa sagrou campeã do mundo, vencendo o Brasil por três a zero na final; foram os craques Karim Mustafa Benzema (1987-    ) e Zenédine Yazid Zidane (1972-    ). Penso que, a tradição, cultura e espiritualidade muçulmanas enriquecem a sociedade francesa. A multiforme diversidade exterioriza a harmonia e conciliação das contrariedade. Vocês franceses são fortes, corajosos e destemidos a história mundial demonstra claramente essa premissa. Entristeço-me pelas vidas que foram ceifadas, e peço a Deus que dê graça as famílias e parentes para superarem esse momento tão difícil. Câlin. Que le Père Éternel consoler leurs coeurs. Davi.

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