segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Brahma, Vishnu e Shiva.

Um resumo da chamada Trimurti (trindade divina) no Hinduísmo. Esses três deuses (Brahma, Vishnu e Shiva) representam a ordenação, criação e sustentação do universo, em seus aspectos de oposição, equilíbrio e conformação. Nos Vedas (livro sagrado hindu), Jagadisvara, é visto possuindo as formas masculinas e femininas. Sendo a essência para a criação; o aspecto masculino é a matéria para a criação, o aspecto feminino a forma e substância representativa da criação. 1. Brahma. É o criador do universo, é a inteligência criadora, representa a mente cósmica. Brahma tem quatro cabeças e está sentado num cisne. Os Puranas dizem que ele criou Sarasvati (sua consorte, Deusa do conhecimento) e que ela corria de um lado para o outro e para cada lado que ela corria nascia uma cabeça, assim ele é representado com quatro cabeças significando os quatro Vedas e todas as direções do conhecimento. A tradição Védica usa alguns exemplos para explicar a criação. É dito que o “Criador é como a aranha tecendo a teia” . O Criador é a inteligência e o material da criação. Ele retira de si mesmo o material da criação. Assim a criação é a manifestação do criador. A base de Brahma é Sarasvati, o conhecimento. Assim Brahma está sentado num cisne. O cisne tem a capacidade de separar o leite da água, assim como, o conhecimento é a capacidade de separar o real do não real (absoluto de Maya). Em suas quatro mãos Brahma sustenta um Lotus; os Vedas, um vaso contendo Amrita e Abaya Mudrã. O Lotus representa o símbolo da pureza. Os Vedas são as escrituras sagradas contendo todo o conhecimento da criação e o meio para o conhecimento. O Amrita é o néctar da imortalidade e Abaya Mudrã abençoa com destemor. 2. Vishnu. É o poder de manutenção do universo. Sua natureza é Lila ,ou a representação. Assume diferentes formas à sua vontade. Ele está em pé sobre um Lotus de mil pétalas com uma concha, um disco, uma massa e um Lotus nas mãos. Estes quatro instrumentos são essenciais para a diversão da vida. A concha é o instrumento que devolve a união de todos os sons da criação, representa o som puro , Om, que traz a liberação para os seres humanos. O disco ou Chakra é o anel de luz que rodopia no dedo indicador de Vishnu. Ele é o símbolo do Dharma, o dever de fazer o que é certo e correto, também representa a roda do tempo. A massa ou clava é um instrumento para atacar os desejos, fonte de todo o sofrimento e insegurança. O Lotus é mostrado para que não esqueçamos a nossa meta que é encontrar a nós mesmos. O Lotus cresce no lodo e permanece luminoso, radiante, inafetado pelo ambiente, abre suas pétalas ao primeiro raio de sol e fecha-se com o último raio de sol.
A consorte de Vishnu é Laksmi a deusa de todas as riquezas da criação, incluindo as riquezas da mente e todas as virtudes. Com ela Vishny mantém toda a criação. 3. Shiva. É o poder de destruição ou transformação. A palavra destruição aqui pode ser mal interpretada. Devemos entender que somente será destruído aquilo que for possível de ser destruído. O Eu, ser absoluto é sempre existente, é Brahma, este não é destruído por nada. A destruição de Shiva é a destruição daquilo que é aparente e que encobre a realidade absoluta, é a destruição da nossa ignorância. Shiva é o deus da disciplina, criador do yoga, assim ele vem mostrar de que forma podemos destruir a ignorância e atingir Moksha, a liberação do ciclo de nascimento e morte. Shiva é representado meditando nas neves do monte Kailasa. A brancura da neve representa a mente Sattvica ou purificada necessária para meditar; seus olhos estão entreabertos mostrando que sua mente está absorta no ser enquanto seu corpo se relaciona com o mundo; em seu pescoço ele carrega uma cobra enrolada, esta representa o ego (é venenoso quando ataca) sob controle usado como adorno somente; em sua cabeça a lua como enfeite (memória, ego); sua arma é o Trishula ou Tridente simbolizando não só a destruição do ego e seus três tipos de desejos: fisicos, emocionais e mentais, mas também a transcendência dos três mundos, dos três Gunas (Sattva, Rajas e Tamas) e dos três períodos de tempo (passado, presente e futuro). Pendurado no Trishula está o tambor de Shiva ou Damaru que representa o som, o fenômeno da criação do qual fazem parte da manutenção e a destruição. No movimento do Trishula, ou das Gunas, o tambor toca e a criação ocorre. O cabelo comprido mostra seu poder, todos os tipos de energia concentrados na busca do conhecimento. Do topo de sua cabeça nasce o Ganges (conhecimento, Amrita); seu corpo está coberto de cinzas simbolizando a queima da ignorância, da ilusão e de todos os desejos; ele está sentado sobre uma pele de tigre, que morreu de morte natural, porque o sábio senta-se no corpo (não está identificado com ele) enquanto os mortais sentam-se no chão. O seu veículo é o Touro Nandi, símbolo da sexualidade, o controle de Shiva sobre o touro simboliza o domínio sobre a natureza física. O Linga é um outro símbolo de Shiva e representa a força criadora voltada para si mesmo, voltada para o auto conhecimento. Shiva tem junto de si o Kamandalu, ou pote para água, representando a renuncia, o ascetismo, o viver com o mínimo necessário; também leva consigo o Damaru ou tambor que representa o som, o fenômeno da criação do qual fazem parte a manutenção e a destruição. Shiva possui vários Mãlas (colares e pulseiras) de Rudrãkshas (representa o olhos de Shiva) que servem para disciplinar a mente e preparar para a meditação. (C.005). Abraço. Davi.

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