(C.005). Um breve resumo da palestra com o título: A Teosofia e a
Sociedade Teosófica. No início da apresentação comentou-se os princípios
fundamentais da Teosofia. São basicamente quatro os alicerces que
sustentam o Pensamento Teosófico. A fraternidade, a tolerância, o
conhecimento e os mestres. Grosso modo caracterizou-se esses aspectos.
(1). A Fraternidade Universal (convivência equilibrada e agradável entre
várias pessoas. Amor demonstrado pelo próximo; afeto revelado àqueles
os quais não se conhece. Associação ou organização com um objetivo
determinado, geralmente religioso, social, cultural) é um dos
sustentáculos da doutrina Teosófica. Uma pessoa começando a fase de
adepto da Teosofia não precisa abrir mão de suas (crenças) princípios e
valores. A lei do carma e o sistema evolutivo dos renascimentos não são
imprescindíveis nessa fase do neófito (principiante). Mas há, uma
relação simbiótica entre esses dois sistemas e a fraternidade humana. Stricto Sensu
é difícil concebe-la (fraternidade universal) sem a praticidade e a
razoabilidade dessas duas "realidades" místicas. A Teosofia tem três
grupos de pessoas; os participantes, os iniciantes e os (adeptos)
membros. Pode-se vivenciar os "dois primeiros" estágios (ensinamentos
exotéricos), sem um compromisso de tornar-se um adepto. Inclusive
permanecer nessas fases sem nenhum constrangimento, esperando a evolução
pelo esforço do conhecimento teórico, e a espiritualidade meditativa e
contemplativa como busca do auto conhecimento para a unidade com o Logos
Divino. Um desenvolvimento democrático e de responsabilidade
individual. Um dos pontos altos da Teosofia é a liberdade de expressão
(opinião) e o livre pensamento nas relações e convivências. Existe total
liberdade quanto a prosseguir estudando os fundamentos da Ciência
Esotérica, num ambiente de conhecimento, opinião, aceitação ou rejeição
daquilo que se está propondo. Evidentemente o conhecimento deve conectar
com sua experiência, para de alguma maneira fazer sentido ouvir as
exposições, do contrário, fatalmente o ouvinte desistirá dos encontros,
mesmo que aparentemente demonstre algum interesse. Acho que o pensamento
Teosófico deve ser um entrelaçar da nossa experiência espiritual, com a
diversidade e o desconhecido que sempre estamos vivendo e tentando
compreender. (2). A Tolerância (disposição de admitir nos outros modos
de pensar, de agir e de sentir diferentes dos nossos. Uma das virtudes
mais úteis na vida social) em relação a todas as filosofias e religiões
(ocidentais e orientais) culturas, tradições e costumes de todos os
povos. Uma tarefa difícil pois, tendemos a sobrepor nossos dogmas e
"verdades" como supra valores, recusando confrontar nossa opinião, e não
aceitamos o "outro" em seus pontos de vistas. O olhar ao "desigual" é
de desconfiança e estranheza. Assim é necessário um desprendimento de
nossos (preconceitos) valores morais e éticos para aceitarmos como
normais os diferentes, aprendendo a harmonizar os desiguais (valores do
outro) com os iguais (nossos valores). Mahatma Ghandi (1869-1948) diz:
"A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca
pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte
da verdade e sob ângulos diversos". Ghandi em sua sabedoria admiti,
penso, que a verdade em sua totalidade, nunca será propriedade de um
indivíduo ou mesmo de qualquer instituição ou organização. A verdade
como valor absoluto no sentido de posse, é uma irrealidade, estando num
campo da abstração e transcendência. Ghandi imagina uma verdade, que
deve ser buscada não como uma (concepção alquímica) pedra filosofal ou
um elixir da juventude; ideia que os medievais perseguiram
obstinadamente, e segundo tradições supostamente fidedignas, incluídas
em relatos dedutivamente históricos foram alcançados. Exemplos como
Nicolas Flamel (1330-1418) e Roger Bacon (1214-1294) foram bem sucedidos
nessa busca por riquezas e longevidade, e segundo consta os relatos
históricos ajudaram no que puderam os mais carente, dividindo com eles
as riquezas advindas do conhecimento que adquiriram transformando metais
em ouro. Mas Ghandi postula a ideia de que todos temos a verdade,
entretanto, alguns pagam o preço espiritual para alcançá-la em sua
experiência, e outros, infelizmente preferem se enganar agindo
descompromissadamente, não querendo reconhecer que para atingir a
evolução espiritual da verdade, precisamos trilhar o caminho da
abnegação e do altruísmo; o desapego do material e terreno, lutando por
encontrar o verdadeiro Eu que se esconde dentro de nossa individualidade
interior. Isso passa inexoravelmente pela fraternidade universal. (3).
O conhecimento é um aspecto que as filosofias e religiões orientais dão
prioridade. Procuram relacionar os conhecimentos a experimentação e
investigação científica. Recorrem à lógica formal e modal (matemática,
metafísica, ontologia, epistemologia e ética) para explicar os fenômenos
"ocultos". Nesse âmbito promovem a análise dos poderes latentes do
psiquismo humano e a averiguação dos mistérios (mineral, vegetal, animal
e espiritual) da natureza. Nesses assuntos é indispensável ser um
adepto da Sociedade Teosófica, e de outras Escolas Modernas de Ciência
Oculta. Nosso caso como principiante é diferente, pois estamos fazendo
um estudo a nível de pesquisa e investigação, ainda sem a pretensão de
acessar os poderes micro e macro do universo, mas adquirindo um perfil e
teorias científicas para, quando chegar esse momento, possivelmente
assumir a posição de um candidato para tal propósito. Isso requer
responsabilidade e dedicação espiritual e mental, sendo sabatinado por
um Guru ou Mestre, que trará a orientação adequada para se percorrer
essa Senda Espiritual. Buda diz: "você é seu próprio Mestre", mas aqui a
admoestação vêm daqueles que estão adiantados no Caminho, com mais
vivencia cognitiva, emocional e sensitiva da espiritualidade, pois
ultrapassaram obstáculos e perigos, assim, evoluíram e fortaleceram seu
Eu Espiritual. É temerário e perigoso tentar acessar o mundo invisível
sem uma consagração pessoal renunciando ao materialismo e apego terreno;
do contrário corre-se riscos de danos irreparáveis na mente, no físico e
no intelecto do "explorador" desses mistérios. (4). Os Mestres são um
assunto que percebi ainda não ter uma unanimidade entre os adeptos da
Sociedade Teosófica. Parece como se diz na linguagem jurídica: falta
"jurisprudência" específica quanto à matéria. Minha opinião pessoal até
onde observei é que realmente "eles" existem. São seres espirituais que
vivem no mundo invisível, mas que recorrentemente manifestam-se no mundo
visível, quando surge alguma necessidade de se aplicar atitudes de
fraternidade e humanidade. Esses Mestre estão ocupados com a luta
espiritual contra os seres de regiões inferiores, que usam seus poderes
para desestabilizar o micro cosmo humano e o macro cosmo universal.
Também trabalham encorajando homens e mulheres que queiram evoluir suas
capacidades intelectual e mentais para o bem da humanidade, ajudando no
dom para desenvolveram todas as criaturas de todos os reinos, assumindo o
desejo pela paz, prosperidade e entendimento entre os povos. Esses
Mestres são espíritos desencarnados, que pedagogicamente se
aperfeiçoaram ao longo dos inúmeros renascimentos, poderiam passar
milhares de anos no Devachan, ou assumir tarefas de voluntariado
fraterno em outro mundo, mas preferiram permanecer em nosso mundo
visível e invisível cuidando da natureza e incentivando humanos piedosos
e dedicados no serviço da filantropia universal. O livro da Helena P.
Blavatsky (1831-1891), Carta dos Hamatmas, é o ponto de partida para
esclarecer e desenvolver este fenômeno. A maioria das "cartas" contidas
neste livro estão em exposição no Museu de Londres. Se algum dia forem a
Londres (Reino Unido) façam uma visita para comprovar. Esta prova
fidedigna traz um peso considerável para o argumento da autenticidade
dos Mestres. "Eles" são "indivíduos" que passaram por várias
encarnações. Foram aperfeiçoados (homens perfeitos) pela lei (carma) da
causa e efeito nos méritos humanos e estão preparados para ajudar a
humanidade em seus mais variados aspectos e necessidades. Vivem num
plano "astral" com aparições "físicas" e "mentais". Os Mestres poderiam
estar viajando pelo cosmo e ajudando outros "seres" em outros mundos,
mas abdicaram desta tarefa para exclusivamente servirem aos humanos.
Localizado ao norte da cordilheira do Himalaia, o Tibete com suas
montanhas, vales e gelo eterno em seus elevados picos, estendendo-se por
um planalto de altitude média de 4.900 metros. É governado civil e
administrativamente pelo Dalai Lhama. Esse belíssimo lugar é
possivelmente a morada desses Mahatmas, Avatares ou Mestres. Um filme
(Seven Years in Tibet. Sete anos no Tibete) de 1998, estrelado por Brad
Pitt, do diretor Jean Jacques Annaud, mostra este cenário enigmático das
montanhas deste território sagrado. Penso que alguns Mahatmas estejam
aqui na América do Sul, em lugares exóticos de difícil acesso, como a
Terra do Fogo, o Monte Roraima na tríplice fronteira do Brasil, Guianas e
Venezuela; o Monte Dedo de Deus e outros sítios antropológicos
espalhados pelo mundo; auxiliando aqueles que se dedicam às causas da
fraternidade universal. Beijo. Davi.
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