sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A Teosofia e a Sabedoria Divina.

(C.001). Assisti a uma palestra sábado (15/02/14) com o título: Teosofia ou Sabedoria Divina. Foi na verdade a aula inaugural do Curso de Introdução ao Pensamento Teosófico. Foi ministrada pelo presidente da SociedadeTeosófica no Brasil Ricardo Lindermann. Serão várias aulas ao longo do ano de 2014. Sempre nesse mesmo dia conforme agendado no site. O expositor é filósofo, tendo feita sua graduação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Brasil. Seu mestrado foi sobre Orígenes de Alexandria (185-254), e o doutorado em Soren Kierkegaard (1813-1855), referenciando em seu trabalho acadêmicos, as seguintes obras desse pensador Temor e Tremor, Migalhas Filosóficas e É Preciso Duvidar de Tudo. Tentarei recordar de alguns assuntos abordado na explanação, enumerando para facilitar o acompanhamento do assunto. (1). A Biblioteca de Alexandria no Egito foi (século III) no mundo antigo um referencial de tradições, culturas e conhecimentos. Com seus mais de 700 mil rolos de pergaminhos e papiros era fonte de pesquisa e estudos para sábios, filósofos e cientistas da época. Conta-se que Orígenes (182-254) de Alexandria foi um dos fundadores e incentivadores dessa casa dos saberes escritos. Ele era de tradição cristã e segundo consta difundia os ensinamentos do MESTRE JESUS em suas apologias e dissertações. Orígenes estudou Platão (472 AC 347), Pitágoras (571 AC 497) e Plotino (472 AC 347) entrando em contato com postulados sobre o Uno, o Logos, a Consciência Universal, o espírito humano, a alma transcendente e transmigradora; matéria, substância, forma, reencarnação e outros temas. Orígenes era de ascendência latina e influenciou em seus estudos (filósofos e religiosos) importantes "pais da igreja" como: Clemente de Alexandria (150-215), Inácio (68-107), Policarpo (69-155), Justino (100-165), Irineu (130-200), Cipriano (200-258) e Agostinho (354-430). A Biblioteca de Alexandria foi alvo de três tentativas de destruição. Primeiro no ano zero de nossa era, depois no ano de 415 e finalmente o incêndio  de 610. Todos estes números são aproximados. A última investida foi fatal destruindo e dando  cabo ao celeiro das sementes dos saberes da humanidade quase que totalmente, pois seus papiros e pergaminhos que representavam o acervo bibliográfico foram pulverizados. O imperador romano do oriente Justiniano (483-565) foi o responsável por esta abominável selvageria. Os cristãos até o século V tinham tradições e rituais universalizados, usando as doutrinas exotéricas platônicas, budistas e egípcias; conceitos como metem psicose, reencarnação, uniteísmo e apocatástase (a ideia de que o inferno não é eterno, mas um sítio pedagógico onde todos os que estiverem inseridos nesse contexto, um dia sairão de lá, evoluídos, inclusive o diabo e seus anjos; se juntando a todos os seres criados por Deus; integrando em perfeição e completude o Logos Divino que é a origem de toda a criação em todos os mundos perceptíveis e imperceptíveis) eram vistos numa perspectiva cristã.  Eles  se reconheciam interagindo com a natureza em seus mais variados aspectos, e o cosmo (mundo visível e invisível) onde eram inseridos como conteúdo do TODO, O ETERNO, a CONSCIÊNCIA UNIVERSAL. Não interessava para o império dominante da época (O Romano) cultivar em seus súditos conceitos contrários ao "monoteísmo" e a autoridade suprema do Rei - deus. Mas um milagre aconteceu quanto a destruição da Biblioteca de Alexandria, pois dos milhares de livros escritos por Orígenes apenas três foram preservados, neles estando conservados os princípios dos academicistas (Platão, Pitágoras e Plotino) da Grécia Antiga, comentado e praticado pelos primitivos cristãos. Os livros remanescentes de Orígenes são raríssimos; estando disponíveis na língua alemã e traduzidos para o português em pouquíssimas versões atuais. Sua obra inclui: De Viris Illustribus; De Principius, Contra Celso, Hexápla e suas centenas de Homilias. (2). Pitágoras segundo algumas fontes, muito provavelmente encontrou-se com Sidarta (Buda) Gautama (563 AC 483) ainda bem jovem. Aprendeu com o "Iluminado", e aplicou estes conceitos em sua filosofia. O CRISTO teve um ministério de 3 anos e meio na região da Palestina sendo curtíssimo em relação ao Buda, que pregou por 45 anos sua mensagem nos campos e montanhas da Índia e Tibete. Algumas tradições orientais dizem que O CRISTO leu quando jovem os escritos do Buda fazendo algumas ponderações recorrentes. Se compararmos algumas parábolas, e principalmente o sermão do monte, perceberemos uma afinidade na doutrina exotérica de ambos. Buda falava dos mistérios da Sabedoria Divina, o Cristo fala dos mistérios do reino de Deus. Uma clara alusão a doutrina esotérica (profunda) só passada para os iniciados e adeptos, sendo que,  no caso cristão, os discípulos mais chegados do Cristo (Pedro, Tiago e João) principalmente, pois ele lhes disse: "A vós é dado saber os mistérios do reino de Deus". O ensinamento dos dois também coincidem quando é lido o livro: O Evangelho de Buda do Yogi Kharishnanda que foi publicado pela Ed. Pensamentos aqui no Brasil em muitos pontos, quanto a vida e o ministério dos dois Iluminados. (3). A Teosofia moderna tem seu marco inicial estabelecido em 1875 na cidade de Nova Iorque (EUA) com a Senhora Helena Blavatski (1831-1891). Um livro muito divulgado desta autora é a Doutrina Secreta (esse livro segundo consta era o livro de cabeceira de Albert Einstein (1879-1955) onde está grande parte do arcabouço teórico do ensinamento atual desta Sociedade. Alguns conceitos principais como a lei de retribuição (ou carma) são  tomados num aspecto científico, pois estão relacionados a lei da ação e reação onde toda causa produz um efeito. Gálatas 6: 7 "Tudo o que o homem semear isso também colherá". Bem racional se pensarmos na 3ª Lei de Isaac Newton (1643-1727) que principia: "Quando uma pessoa empurra uma caixa com uma força F, podemos dizer que essa é uma força de ação, mas conforme a 3ª Lei de Newton, sempre que isso ocorre, há uma outra força com módulo e direção iguais, e sentido oposto à força de ação, esta é a chamada força de reação. Este é o princípio da ação e reação, cujo enunciado é: As forças atuam sempre em pares, para toda força de ação, existe uma força de reação. Assim a lei do carma, com comprovação científica não é um dogma de fé, mas uma realidade que fundamenta a maioria das filosofias espirituais (Budismo, Hinduísmo, Bramanismo, Taoísmo, Lamaísmo e Confucionismo) de tradições religiosas do oriente.  As beatitudes e os malefícios que praticamos serão recompensados ou punidos, (com o atenuante de repará-los) nesta vida e nas outras vidas que ainda passaremos. Interessante que nesta lógica não há lugar para a "danação" (inferno) eterna que os cristãos tanto proclamam. Aqui os delitos são quitados de forma justa para que o peregrino da Senda Espiritual possa entrar no nirvana (o encontro com a Consciência Universal) em completa pureza e santidade. A doutrina do inferno como a conhecemos literalmente é logicamente refutada pela Teosofia. Marcos 7: 47, 48 " ... sereis lançados no fogo do inferno. Onde o seu bicho não morre e o fogo nunca se apaga". Um Deus que cobra juros eternos de pecados temporais demonstra brutalidade e desumanidade. (4). Dois pressupostos definidos o "exoterismo" que é o ensinamento (exterior) tornado público e aberto para interessados em  geral sendo evidenciados nas doutrinas e preceitos gerais. Um exemplo do MESTRE em Mateus 13: 13 "Por isso falo por parábolas, porque eles vendo não vêm, e, ouvindo não ouvem nem compreendem". As multidões ouviam e não entendiam. O "esoterismo" é o ensinamento (interno) oculto e hermético, passados apenas para os iniciados na senda espiritual. Daniel 2: 22 "Ele revela o profundo e o escondido, conhece o que está em trevas e com Ele mora a luz".  Esses são para aqueles que tem compromisso e responsabilidade com o que ouvem, pois estarão vivendo num estágio mais profundo, onde as formas e rituais dão lugar aos mistérios maiores e comunhão mística, íntima e transcendente com o MESTRE. Mateus 13: 11 "Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado". Neste ponto mostrou-se o perigo de adentrar aos "mistérios" ocultos sem orientação adequada. Há pelo menos 17 aspectos que podem levar o iniciando sem orientação a extremos perigos como a magia negra, necromancia, espiritismo "barato", adivinhações e prognósticos irresponsáveis e outras formas do gênero. Coisas condenadas veementemente pela Sociedade Teosófica, onde a Senhora Helena  Blavatski (1831-1891) diz: "estes que percorrem esses caminhos aleatoriamente estão sujeitos aos piores horrores presentes e futuros, tendo possíveis mortes terríveis e fustigamentos físicos e psíquicos por demônios e seres inferiores malignos". A magia é um dom que os iniciados desenvolvem num ambiente de pureza, santidade e comprometimento com a Divindade Cósmica. Um poder que é acessado depois de muitas provas e obstáculos espirituais vencidos, onde a mente humana, pela consciência, se abre manifestando seus mistérios e taumaturgia em relação ao mundo visível e invisível. Esse processo é desencadeado pelo conhecimento esotérico, também revelado nos reino da natureza mineral, vegetal, animal, humana e espiritual. Por isso o alerta deve ser considerado com sobriedade. (5). Existe forte influência dos astros (planetas) em nossas vidas. As ponderações de Zaratustra (século XVII AC) delinearam os conceitos de astrologia e numerologia que conhecemos atualmente. Os astros (planetas) estão correlacionados com os meses de nosso nascimento; (os doze signos do zodíaco: Áries 21/03-20/04, Touro 21/04-21/05, Gêmeos 22/05-21/06, Câncer 21/06-23/07, Leão 24/07-23/08, Virgem 24/08-23/09, Libra 24/09-23/10, Escorpião 24/10-22/11, Sagitário 23/11-21/12, Capricórnio 22/12-20/01, Aquário 21/01-19/02) cada um exercendo influência emocional e sentimental, em certo sentido racional, quando aplicamos nossa vontade para decidirmos os variados aspectos de nossa convivência relacional. O princípio da origem manifestada na monada, um fragmento de átomo cósmico germinativo que dá início a vida, que entendemos universalmente, evoluirá no ser humano. Essa monada sendo um feixe de luz, incidirá sobre um mineral, desenvolvendo-se em um vegetal, depois de inúmeras encarnações será um animal, para finalmente, assumir a forma de um hominídeo (espécie humana atual) acoplando a vida orgânica do indivíduo. Esse processo é realizado segundo a teoria espiritual dos Platônicos e Neoplatônicos, que aprendendo com os adeptos dos mistérios antigos de povos como os Hinduístas, Egípcios, Babilônios e posteriormente os Cabalistas enunciaram a doutrina da Metem Psicose ou Transmigração de Almas. A Alma Humana vai evoluindo até atingir a completude com o Logos Divino.   O filósofo alemão Gottfried Leibniz (1646-1716) foi quem primeiro esboçou os postulados modernos da monada. Segundo "ele" uma substância simples (infinitessimamente pequena), porém, indissolúvel e indestrutível. Cada corpo material localizado no Quaternário Inferior tem seu Ego Inferior. O Ego Superior está em nossa alma localizada na Tríade Superior. Somos seres setenários (7 partes) e esbocei somente 2 divisões. Nosso Ego está ligado a um dos astros (planetas) existentes. Isso no campo astral produzindo reações e implicações em nossa vida presente e nas futuras vidas que teremos. (6). Os orientais (hindus, budistas, brâmanes e confucionistas) não "entendem" a noção de (antropomorfismo) um Deus Pessoal. Compreendem um Deus (heteromorfismo) que está em tudo e em todos, manifestando-se em variadas formas. Colossenses 3: 11 "Mas, CRISTO é tudo e em todos". Numa partícula de poeira o Elemento Divino (que os orientalistas chamam de Atma, palavra em sânscrito que significa Alma ou Sopro Vital. Na Teosofia representa a Mônada o 7º princípio da constituição do homem) está presente, em uma gota de água ELE se encontra. Num pigmento de uma asa de borboleta ELE é achado. É contraditório e ilógico para os orientalistas uma redenção substitutiva à procuração, onde outra pessoa deve ser punida em lugar daquele que cometeu o pecado, quitando a dívida por ela; como estamos acostumado a pensar no Cristianismo, sendo essa a realidade dos católicos, protestantes e demais seguimentos dessa teologia. Ao contrário eles (orientalistas) compreendem que a redenção é feita pelo próprio indivíduo através de um longuíssimo processo de evolução onde os carmas negativos e positivos influenciarão às futuras reencarnações. Assim nossa vida deve ser pautada por atitudes de mérito, virtuosidade e solidariedade; para que, os carmas negativos advindos de pensamentos, palavras e atitudes, sejam redistribuído, como bônus e não ônus em nossos futuros renascimentos, para que nossa evolução se complete no tempo devido. Abraço. Davi.   

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